Reencontro na Morte
Olá Você
Olá, meu amor
Por que você voltou?
Não que eu não te queira por perto
Mas é que depois que se foi fiquei mais esperto
Ainda não deixei de te amar
Mas será que você já me esqueceu?
Acho que não
Já que voltou pra perto d'eu
Outra pessoa que nos reaproximou
Tenho de me lembrar de agradecer
Ela trouxe de volta a luz da minha vida;
Fiquei novamente perto de você.
Eu estava com saudades
Desse teu sorriso que me faz sorrir
Não acho que conseguirei parar de te amar
Mas talvez quando eu partir
Aquele que não lê a Bíblia é um tolo e preguiçoso. Está doente e faminto e não sabe. O argueiro dos seus olhos não o deixa enxergar o belo e perfeito alimento contido em um livro tão desprezado pela humanidade, mas que tem solução para tudo, inclusive para a morte.
FUNERAL
Quando eu morrer, atenção
É do mar o rumo da cidade
E não o cerrado a direção
Saudade
As mãos enterrem em Madureira
O coração levem para Ipanema
Na Coelho Neto a alma por inteira
Suprema
No aterro joguem a minha admiração
E meu sotaque mineiro anexado
Na Igreja da Glória, minha oração
Largo do Machado
Os ouvidos deixem na São Salvador
Degustando os chorinhos de domingo
Sepultem a cabeça na pedra do Arpoador
Gringo
Na "SAARA" depositem minha ambição
Em Botafogo os olhos na sessão de cinema
Do Redentor as cinzas que restaram
Poema
O juízo abandonem aos seus
Que desvivam como viveram
Assim seja, o espírito em Deus
Adeus
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
09/04/2016, 18'00"
Cerrado goiano
(Parafraseando Mário de Andrade)
penumbrava-me lúbrico
naquele lusco-fusco lascivo
num penumbrar dormente
impreciso e difuso
talvez morresse...
talvez brilhasse, céu escuro.
Corrente, fivela, argola,
Picinez, óculos, anel,
Livro, revista, papel,
Arame, bordão, viola,
Mala, maleta, sacola,
Perfume, lenço, troféu,
Roupa, sapato, chapéu,
Eu não posso conduzir
Quando for para eu subir
Na santa escada do céu.
Hoje faz 730 dias... 730 dias que o meu sol já não brilha tanto... 730 dias que o meu coração já não bate tão feliz... 730 dias que o meu sorriso já não é o mesmo... 730 dias sem uma melhor parte da minha vida, sem metade de meu coração!
Como esquecê-lo? Como esquecer tudo o que passei com ele? Como esquecer todas as brigas(uma mais boba que a outra), como esquecer todas as vezes em que ele me olhou e disse "eu te amo, minha bochechuda!" Como esquecer o sorriso dele? (Um dos mais lindos que eu já tive o prazer de ver) Como esquecer a voz irritante, o jeito insuportável de achar que sempre estava certo e que tudo tinha que ser do seu jeito... Como esquecer da doçura, da meiguice, do olhar brilhante, do jeito de menino mimado... Do jeito tão maravilhoso que me abraçava... Que saudade do cheiro dele, que saudade de poder fazer um cafuné no cabelo dele até que ele dormisse, que saudade de ouvir ele cantar, que saudade das nossas discussões. Que saudade de passar horas a "fio" no telefone com ele toda madrugada. Que saudade de receber uma ligação as 4 da manhã dizendo "te amo!", que saudade de receber o seu "bom dia", todos os dias.
Rafael! Esse era o nome dele! A pessoa que eu mais agradeço por ter conhecido e me mostrado pela primeira vez o que era "amar alguém mesmo com todos os piores defeitos dessa pessoa".
Hoje é um aniversário, mas não dos que se comemora com festas e etc.. Hoje é o aniversário de morte da minha melhor parte, hoje é aniversário do dia em que eu disse "até logo, meu amor!"
Sim, eu nunca o disse "adeus" e nem poderia, ele nunca se foi, não digo em corpo presente mas sim, em espírito! Ele sempre esteve e sempre vai estar aqui me visitando algumas vezes e sim, eu sinto a presença dele TODOS OS DIAS... Não tem um dia sequer que eu não o lembre. Mas hoje, eu já entendi que essa separação é momentânea, nós ainda estaremos juntos pela eternidade e realizaremos todos os nossos planos e sonhos! Nós teremos os nossos três filhos, vamos morar na nossa casinha da serra, e todos os dias, olharemos um para o outro e agradeceremos aos céus por estarmos juntos! No fim de tarde balancaremos os nossos filhos naquele balanço do quintal, aquele que ele fez com tanto amor e cuidado pro nossos meninos... E então, eu poderei agradecer a Deus, todas as noites ao deitar, por ter me feito a mulher mais realizada do mundo, por ter ele, o meu menino ao meu lado! E eu esperarei ansiosamente por esse dia, todos os dias da minha vida!
Eu te amo, Rafael. Para sempre. Meu menino!
O cemitério
Lugar de tristeza e lembranças. E por fim, foi lá que eu enterrei você, a gente, e principalmente o meu honesto amor que foi guerreiro ousou de verdades, mas merecia a morte. Pulei no teu cachão, cuspi nas flores e gargalhei o passado e sorri para o recomeço. É meu amor, eu, finalmente, enterrei você.
Hoje minha avó morreu
A verdade é que foi tudo tão rápido e automático que não pensei nela
Só conseguia pensar no meu pai.
Sei que é loucura mas não consigo imagina-la morta
Pra mim ela sempre vai estar na frente da casa sentada na cadeira de macarrão proseando com os vizinhos.
Já meu pai não,
Ele está aqui e vejo os anos pesando sobre seus ombros.
Eu vi ele chegar hoje andando devagar, eu vi a dor nos olhos dele
E eu vi lágrimas que não via há muito tempo
Talvez nunca tenha visto como aquelas.
E me doeu tanto
Doeu na alma ver (incapaz de reverter) alguém que amo tanto exalando aquela dor tão real, tão intensa.
Pai tudo o que eu queria era arrancar isso de você, mas seria egoísmo demais não deixar você viver o seu luto.
O tempo tudo cura, você só precisa saber que ela está nesse momento, sentada na cadeira de macarrão, com a caixa de fumo do lado, fazendo pacientemente o próprio cigarro. Ela vai pedir um café pra depois do cigarro e vai rir de tudo isso. Daquelas gargalhadas doidas que se seguiam de um beliscão que era a forma dela dizer Te amo.
Ela está melhor que nós.
Eu te amo demais.
Eu queria que você nunca esquecesse disso.
Ao longo da rua
A fila de espera
Ajoelhados olhando pro chão
Saem rolando feito laranjas
Repolho melão
Cabeças de alface
Americana
Na avenida das guilhotinas
É em massa a execução
Se espalha feito molho
no chão, de tomate
Beterraba e açafrão;
A ceiva do colhedor.
Um talvez poeta
Taxado de louco
Sobre o asfalto negro
Sussurra vermelhas palavras
Feliz, sim
Expressa sentimentos
Enquanto anda
Em busca do silencio
Uma cinzenta e densa massa metálica
Ameaçada pelo que não vê
Por detrás dos muros mandam sinais
E escondem-se debaixo do cobertor
A covardia medrosa uniformizada surge
Violentamente calam o suposto insano
Plantando uma rosa vermelha no asfalto preto
Como as palavras que subiam ao céu noturno
Invisível
Antigas utopias
Enquanto o frio maltrata lá fora
Cá me esquento no vazio desta imensidão
O vento assanha os meus cabelos,
O único cá inerte tem sido este coração.
Meu mundo grita e se apavora,
Porque a maquiagem já não basta para esconder
Já nem sei o que me perturba agora
Se é a monotonia ou a falta de você
Sei que nada me seria o bastante
E que a vida não tem sido muito mais
Do que uma lástima desinibida
Um filme fracassado, ainda em cartaz
Pois dentre todas as promessas
Apenas uma se cumpriu
“fico aqui, ainda que as avessas”
E ficastes, mas foi dentro de mim.
Todo o resto sucumbiu
O que me sobrou foi um punhado de entranhas
De lástimas e secreções
Destas, as mais estranhas
Sobras póstumas de velhas paixões
E se é certo não dizer,
Eu digo! Que a vida tem dessas de nos fazer inquilino
De amores onde nem se devia estar
Mas se é certo não fazer,
Eu faço! Porque pior é não amar.
Thaylla Ferreira Cavalcante (Sou nós)
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