Quase Morto
Já não sinto quase nada de todos os tombos que levei, to calejada dos caminhos que acreditava ser o melhor, tudo aquilo que conquistei com mais dificuldade foram os ensinamentos que guardei.... tudo que eu vivi eu aprendi através das lições diárias.... então não tente me iludir! Sou feita de verdade e experiência!
Eu não tenho muita coisa, quase nada a oferecer. Metade de mim é fraqueza, a outra sensibilidade. Não há equilíbrio entre esses dois lados, e isso incomoda.
No meu silêncio cabe um pouco de sabedoria e um pouco de dor.
No meu sorriso alegre, uma verdade incontestável.
No meu olhar, uma série de respostas.
Na minha mente, um monte de incertezas.
No meu coração, um sentimento nobre.
Facilmente serás enganado, se só olhares para as aparências. Se procuras proveito nos outros, quase sempre terás prejuízo.
In Perfeito
Sou perfeitamente antiquado, quase nunca perfeito e perfeitamente ultrapassado.
Fui perfeitamente iludido, imperfeitamente carismático e perfeitamente tristonho.
Era perfeitamente ingênuo, imperfeitamente sincero e perfeitamente lúcido.
Serei perfeitamente apaixonado, imperfeitamente romântico e perfeitamente imperfeito.
Viver é suicídio lento, agonizante e solitário. Chega a ser quase insuportável. Eu não sei bem ainda o que me mantém viva. Penso nas pessoas que amo. São poucas. E dessas poucas, mais poucas ainda são as que apenas se importam comigo. Quem eu realmente amo, não me ama. Não há como descrever tamanhã agonia que sento em viver. A agonia de ser apenas um corpo vazio vagando por aí que, comandado pela minha mente, apenas sorri. Sorri quando quer chorar.
Meu desejo é que você realize quase todos os teus sonhos e que alguns não realizados sejam a motivação para continuar..."
Memória
A falta de memória nos deixa maravilhados com esta falta de coragem. Não sou, e quase ninguem é esse Zero à esquerda! Não podemos abandonar algo sem sentido, nem invocações negativas.
As imaginações palpáveis
tornam-se indiferentes
à vitória desse triunfo, e as coisas conquistadas são
muito mais que lindas, e
essas ficarão, juntamente aos fragmentos superiores que não nos procura.
Uma tarde quase sem vontade.
Mas já é tarde...
tarde que vai encaminhando pra noite.
Cadê os cartuchos, e as cores??
Ficou faltando p a p e L.
Vamos colecionar pincel...
pra colorizar o céu.
Uma tarde quase sem vontade.
Mas já é tarde...
que vai encaminhando pra noite, e as cores??
Cada um traz em si marca de muito amores.
Meus, teus, nossos e dos outros, que se coloro vira uma psicodelia.
Mas já é tarde...
e apagaram as luzes da cidade...
vou correr que é pra não chegar tarde...
pra colorizar o céu.
SONHO COM UMA DANÇA
QUASE IMPOSSÍVEL
O meu corpo é a embalagem da minha alma e eu sou um presente fácil demais de ser desembrulhado. Se hoje eu tivesse que me dar pra alguém eu me daria inteiramente pra você. Junto você levaria também todo encanto do meu pensamento, o qual te desnuda a todo instante como se despetalasse uma flor cortada para as minhas mãos. A vida é esta valsa que toca neste grande baile onde te convido pra dançar. Às vezes ela se torna uma grande balada quase sempre agitada nos levando a mudar os passos da dança. Sem hesitação e disposto a ser seu par em qualquer ritmo do tempo, quero dançar e girar com você dia e noite numa mistura de sol e lua, capaz de fazer com que o mundo sempre adormeça e amanheça em paz sobre os nossos pés.
PRESENÇA DE NATAL
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Você trouxe fogueira quase santa,
E no fundo queimou, mas com leveza;
Uma voz que a garganta não explica,
Mas expõe a beleza deste mundo...
Sua grande paixão verteu de leve,
Uma clave de sol de aurora mansa,
Que me deu esperança e fez sonhar
Sem aquele temor de anoitecer...
É verdade que a vida impôs limite,
Cerceou a versão da eternidade,
Pra deixar a visão do paraíso...
Guardarei a profunda recompensa;
Você trouxe a presença mais bonita
Que um afeto sincero tem pra dar...
"Vamos nos casar no verão, quase em secreto, quando os outros não estiverem olhando, quando a inveja estiver cochilando."
E por estar tão focado em meu alvo chego a passar pelos obstáculos quase que sem perceber, já meus problemas eu os considero meros retardatários, não posso perder tempo com eles.
O MEU VARINO
Ao Dr. Francisco Ferreira Neves
Gabão, varino de Aveiro,
quase sexagenário,
tem sido meu companheiro,
com vigor extraordinário;
O alfaiate Gafanha,
autor do risco e do corte,
deu-lhe rigeza tamanha
que tarde verá a morte;
Estaria como novo,
se não surgisse a desgraça,
o descuido, que reprovo,
de defendê-lo da traça;
Acalenta tronco e pernas,
é completo agasalho;
tem o ar das coisas eternas,
no inverno de ele me valho;
Protege cabeça e rosto,
a ser cantado tem jus,
a ser em relevo posto,
seu altaneiro capuz.
Que boa fazenda aquela,
já se não vê no mercado!
Não entrava a chuva nela,
nem o vento mais danado!
Ficou por onze mil réis,
nos tempos que já lá vão,
em que eram outras as leis,
o meu valente gabão.
«Precisa o senhor Roberto»
disse o Diretor, com tino,
para meu Pai, e deu certo,
«de abrigar-se num varino».
Ele deu esta sentença
justa e mui sensatamente,
porque de séria doença
me achava convalescente.
Agora está interdito
vir à rua em tal farpela,
pois o automóvel maldito
quer pressa, tudo atropela.
Mas em casa, no sossego
que não tem tal desatino,
me agasalho, me aconchego,
me envolvo no meu varino.
Gabão, varino de Aveiro,
é trajo tradicional
e português verdadeiro,
mas do antigo Portugal.
Meu gabão dos tempos idos,
dos tempos de colegial,
estamos envelhecidos,
fora da moda, afinal!
Porto, Portugal, Maio de 1963
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