Praça
Na calada da noite
Na calada da noite
Vi uma menina na praça
Seus olhos estavam cheios de lágrimas
Me aproximei e perguntei por que choravás
E ela apenas respondeu que o seu coração foi partido
Por um amor não correspondido
Depois de um tempo conversando
Perguntei se queriás ser minha amiga
Ela aceitou.
Depois de anos, estávamos no mesmo lugar
Só que dessa vez estávamos com nossos filhos.
lá na praça tinha pipoca ,
pinhão e muito pão,
o dono da barraca era o seu Joca ,
e na minha pipoca tinha minhoca !
Doce inocência
Onde estão nossas crianças?
Brincar,correr,pular,
Avisto poucas naquela praça.
Aquele menino de 10 anos brinca
com arma de brinquedo
Com balas de verdadeiras.
Aquela menina de 15 anos brinca
Com boneca de verdade
Enquanto a mãe lá dentro chora
Ao corrompimento de sua inocencia
A sua propia.
Não entendo por que os brinquedos
Estão no lixo
E nas mãos marcas de uma vida
Calejada.
Nas calçadas pequeninos
Sentam-se e assistem
Seus sonhos escorrendo
Junto com a água suja do boeiro
Que desagua em suas esperanças.
Com um olhar profundo
E triste,que escondem
Uma tragédia , uma solidão,
Um silêncio com em uma revolta amarga.
A cada esquina um colchão
Duro ,frio e as vezes amanhece
Umido pelas lágrimas que rolam
Durante á noite por não ter
Uma mão estendida ou um prato de comida.
Maldito olhar vazio e desesperado
Maldito descaso.
Minha cabeça descansada em uma
Cama macia e aconchegante
Enquanto um anjo corre por ai
Na noite vazia.
Meus pés no chão,mas logo
Calçarei o chinelo
Mas e aqueles pés seguidos
Com vestes rasgadas?
Passando pelo parque avisto
Aquele anjo sentado no chafariz
Sentei-me ao seu lado
E aqueles grandes olhos se voltaram
Para mim e sua boca emitiu um som
Tocante e rasgador : Onde esta Deus?
Senti por dentro a mesma dor e sofrimento
Por alguns segundos.
Maldito olhar vazio e desesperado
Maldito descaso.
RELENTO
Eduardo B. Penteado
Voltei à tal da praça molhada
Onde antes eu vinha chorar
Mais uma vez, só mais esta vez...
A praça está úmida e o hoje é seco
O beijo é soco, o amor é relento
E todo o resto vai ficando assim
Em Santa Teresa, em meu pensamento
Em minha caneta e em torno de mim
Não adianta entender o que houve
Pois tudo o que foi foram nadas
Um livro impresso em tinta branca
Um almanaque de fotos veladas
Um almanaque e meio
Lábios... longe... seio.
A lágrima que teima em não cair
O bonde com medo de se molhar
A palavra difícil de sair
O silêncio, o ruído, o olhar.
Um vento noturno diz a que veio.
O velho lustre balança, será?
Um velho ilustre a se embriagar
O ilustre balança e vai desabar
Assim como o céu, a chuva e o mar
E eu me pergunto, pensando, a sorrir
“De onde vir? Para onde partir?”
“Não sei,” disse minha alma pequena
“Nem sei o que trouxe você aqui.”
Digo adeus ao velho, ao lustre e ao bar
Fecho os olhos
E deixo o vento me dispersar.
TRILHOS
Eduardo B. Penteado
Olhos, olhos e tudo o mais
Vi teus olhos hoje na praça
Correndo soltos nos olhos do velho
Fitando os olhos do menino franzino
Iluminando as luminárias das Neves
E foi somente nesta praça
Flutuando num outro tempo
Fustigada por outros ventos
Que a chuva alagou os trilhos do ontem
E como nos filmes antigos
Tudo ficou mudo e foi-se a cor
Tudo pode, nas histórias de amor...
A chuva encheu o ar com o cheiro de teu suor
Num rompante, sem conter tal ardor
Peguei minha saudade pela mão
E dancei na praça uma valsa
Um rock, um baião
Refrescando na chuva torrencial
Os sintomas da minha paixão
E dançando uma coreografia de raios
Canalizei o que havia fantasiado
Para um ponto inerte do meu passado
Até achar-me num nicho imaginário
Um segundo além do presente
Sempre um segundo distante
Mas vi-te passar tantas vezes de carro!
Com tantas pessoas conversaste!
Um segundo após o raio
Tudo era de novo uma grande ausência
Como a chuva caindo nos trilhos do bonde
Que hoje não quis se molhar.
Garota com olhos de Caleidoscópio e sorriso contagiante te espero sentado no banco, na praça de macinha de modelar.
Sempre imaginei que livros queimados em praça pública em manifestações nazistas, livros queimados em fogueiras de autos de fé, livros triturados e amalgamados em novo papel higiênico, se transportavam para as bibliotecas do inferno. Os destruidores da Biblioteca de Alexandria, trazidos ali originalmente para cuidar dos volumes desta, catalogavam e cuidavam deste precioso acervo. Depois, bibliotecários sádicos, maus poetas e beletristas, passaram a cumprir ali seu castigo eterno. Mais tarde ainda censores papais e de insipientes ditaduras completaram os cargos remanescentes.
eu sou o mesmo de sempre...
Aquele que cruza tantas vezes por ti na praça
Aquele que olha e sempre te têm tanto para te dizer,
mas é de lamentar que tu nunca me escutes.
A Praça.
Hoje eu acordei com saudade de você
Beijei aquela foto que você me ofertou
Sentei naquele banco da pracinha só porque
Foi lá que começou o nosso amor
Senti que os passarinhos todos me reconheceram
Pois eles entenderam toda minha solidão
Ficaram tão tristonhos e até emudeceram
Aí então eu fiz esta canção
A mesma praça, o mesmo banco
As mesmas flores, o mesmo jardim
Tudo é igual, mas estou triste
Porque não tenho você perto de mim
Beijei aquela árvore tão linda onde eu
Com meu canivete um coração desenhei
Escrevi no coração meu nome junto ao teu
E meu grande amor então eu jurei
O guarda ainda é o mesmo que um dia me pegou
Roubando uma rosa amarela pra você
Ainda tem balanço, tem gangorra, meu amor
Crianças que não param de correr
Aquele bom velhinho pipoqueiro foi quem viu
Quando envergonhado de amor eu lhe falei
Ainda é o mesmo sorveteiro que assistiu
Ao primeiro beijo que lhe dei
A gente vai crescendo, vai crescendo e o tempo passa
E nunca esqueci a felicidade que encontrei
Sempre eu vou lembrar do nosso banco na praça
Foi lá que começou o nosso amor
Olha meu amor a quanto tempo te espero pra confessar...
eu me lembro dos bom momentos na praça no baile na beira do mar....
Tudo parava , congelava quando eu te via, até hoje no meu quarto ainda guardo seu retrato amor......
Tá chegando o verão tô doidinha pra te amar, te espero na estação cheia de amor de pra dar, se o sol brilhar eu vou, se chover tem nada não.
seu lugar tá guardadinho dentro do meu coração...
Te Amo amor!
O Que Eu Quero? - Segunda Parte
Não quero muito
Apenas um banco de praça
Onde eu possa sentar,
Pensar e,
Escrever uma poesia.
PROBLEMÃO DE MEMÓRIA.
Uma velhinha de uns 70 anos estava sentada no banco da praça, chorando copiosamente. Um sujeito que passava pelo local se comoveu com a cena e perguntou:
- Minha senhora! Qual o motivo de tanto choro?
- Tenho um namorado de 22 anos em casa! - respondeu ela aos prantos - Ele faz amor comigo todas as manhãs, depois me traz café na cama: cereais, ovos mexidos, frutas...
- Mas por que a senhora está chorando?
- Ele também faz a minha sopa preferida, os meus bolinhos preferidos... Faz amor comigo a tarde toda...
- Mas... Por que o choro, minha senhora?
- No jantar ele me faz uma comida deliciosa com um vinho excelente e uma torta deliciosa de sobremesa e depois faz amor comigo até de madrugada!
- Então me diga! - gritou o sujeito, aflito - Por que cargas d'água a senhora está chorando?
Então a velhinha olhou para ele e disse:
- É que eu não consigo lembrar onde moro!!!
Vi da vidraça,
Vida vi praça.
Vivendo de graça
Morando com traças
Esquecido me fui.
Faltando peças
Como nessas
Garças de jardins
Aliás,
Não voo mais.
Não vou mais.
Esses encorajados
Encorujados,
Que vira e mexe
Revira e remexe
Me fazem de condenado,
De poeta mal falado.
A mão que aponta
Volta sempre três pontas
Para o próprio nariz.
Nesse momento migratório,
Hora penso no velório
Outrora no senatório.
Mas vida se passa!