Poesias para Bahia
As vezes me pego pensando nessas águas. Chego a sentir
o cheiro da areia molhada.
Outrora parece que ouço a sinfonia da correnteza...
Saudade boa do rio corrente.
A menina que visita
Elevadores e templos
Em praias e momentos
Em vista deslumbrante
E desigual
Bah, tu ia?
Bah, ia
Usando cada Giga de sua memória cerebral
Valorizando o real
Para guardar as fotos
Na cabeça
Em prol da imersão
Antes que os tempos a levem de avião
E novos desafios
Surgirão
Do calor nordestino
Ao frio de rachar
Que em transformação
Nunca esqueça
De volta e meia se lembrar
SALVADOR DO AXÉ
Quando fui a Salvador,
a terra do bom axé,
fui direto ao Pelourinho,
na mão um acarajé.
Do Farol ao Elevador,
tradição e muito amor,
todo ano vou com fé.
O REFLEXO DO LOUCO
Não sou louco!
Perdi apenas a alma da minha criança.
Não tive infância.
Sou história da pele com cor.
Para que uns possam agora ser livres,
Eu sou dos que entregaram as suas vidas,
Para que o futuro desfrute dessa liberdade.
De dia, sento-me nesta bahia,
para ver o meu reflexo no céu.
Aos poucos vou perdendo o medo de partir.
Fui abençoado por Deus.
À noite, desperta a minha alma encurralada,
Presa nesta cabeça de memória farpada.
Sou monumento vivo de um conflito armado.
Mas eu não sou louco!
Sou dono para decidir o momento da minha viagem.
Vou ser uma estrela bonita e vou-te visitar!
Sem ordens de ninguém.
❤️
Filipa Galante in
Conversas com o "Louco" da Bahia de Luanda (2011)
S A L V E A D O R
o sal em iodo
temper'a carne negra-fosca
pele crioula exala sabor
arde - não mais 1 grito de dor
em dendê, faz cor e coral pro fogo
que flamba o domingo febril
suor descendo em queda pela testa
tempestade em corpos de água c/ Anil
Bahia,
quem foi, volta
em ti: tudo orna
na Baía de Todxs xs Santxs
sob a Pemba tudo se transforma
y nesta cidade (todo mundo é dEla)
sombra de vento é guiança
pupilas de mães/pais
filhxs órfãos são minhas estrelas - ou herança
sotaque é hino nacional
bandeira só de Oxalá
o farol acende o teu riso
salvaguarde minha esperança
O Ilê há de tocar mais uma
vez
SALVADOR
Salvador é uma cidade
com muitas
riquezas, belezas.
É divina por natureza.
Cidade de mares,
alegrias e cantorias.
Salvador, cidade
das artes, do
sorriso fácil,
do abraço amigo,
de gente que afaga
sem pedir nada.
Salvador rima com calor.
Daí nasceu o sol mais lindo
que chegou até mim,
fez minh'alma
se iluminar.
Salvador rima com amor.
Daí nasceu o amor
mais lindo,
que me inspira
à rabiscar
o pouco que sei.
Por causa de ti,
meu jardim floresceu!
Salvador rima com amor.
Rima com o brilho do
seu olhar que fez meu
coração enfim lhe
encontrar....
Tenho fome
Nunca vai passar,
a fome que me devora
e só é saciada em teus braços.
Tenho fome de tua negritude,
de teu corpo quente.
Tenho muita fome.
Sou eu
Se tem que ser que seja logo....Dinâmica?
Apressada? Sim sou. Defeito grave, de quem não consegue "esperar acontecer". Eu faço acontecer.
Eu sou a banda que passa.
Não sou a moça na janela que só assiste.
Nem sou aquela que nem soube que a banda passou. SIM. Sou eu
Sinto que seu amor me chama
em meio as chamas de uma cidade
em guerra com a saudade que sinto
O relógio avisa que já não temos tempo
que o tempo que tínhamos
você picotou junto com as poesias
que eu ousei escrever um dia
E no meio dessa agonia
nessa cidade que é você
em som, cor, tom e imagem
Minha vida entra em guerra
ao tentar acalmar um coração
que te escuta e ao te escutar
ouve o meu nome
E nada faz mais sentido
pois estamos sós
cada um em um canto
sofrendo e morrendo de amor
aos poucos.
Bem que o relógio avisou
‘O tempo é cruel’
e faz amores morrer em vida
para que nada mais faça sentido
Dezembro chegou.
A Cidade logo muda de cor!
Festas de largo: Santa Bárbara; Conceição; Bonfim; Iemanjá.
O carnaval não esta longe de chegar.
Salvador, terra da magia, terra do sabor.
Da Costa do dendê, do samba de roda, do calor e do amor.
Da Barra a Itapuã.
Do São Gonçalo à Aquidabã.
Cidade Alta, Cidade Baixa.
Periferia quase nunca citada.
Engomadeira, Pernanbués, Liberdade, Peripiri.
Em São Joaquim tem cheiro verde, tem obi e orobô.
Tem água de rosa e água de flor.
Tem maxixe e tem jiló.
Também tem feijoada, rabada e mocotó.
Cerveja gelada, cambuí, jurubeba e catuaba.
De Itaparica à Vera Cruz.
Do Recôncavo ao Litoral Norte.
Praias repletas de gente preta, branca e amarela fazendo da Bahia este colorido que em nenhuma parte do mundo é visto.
A noite chega! Ouço som dos atabaques.
Vozes entoadas ao som do Ijexá, ritmo que atravessou o oceano junto as diversas formas de conversar com a natureza, ou seja, com os Orixás.
O fogo, a água, a terra e o ar elementos sagrados que misturados com a essência das folhas maceradas faz o Axé se transformar.
Como um filho rebelde Eu fugir de casa
na esperança de conquistar o mundo
virar um andarilho em busca da sorte
mas nunca me bateram tão forte
como a vida longe de você
mas hoje o que posso dizer
é que me resta essa saudade louca
e sinto o gosto do azeite na boca
e começo a me indagar
ó Bahia quando iremos nos reencontrar.
É Carnaval! Que agito em Salvador...
Na paz e amor, axé, dança e calor!
Passa a "pipoca", e fica o sentimento:
Bahia não me sai do pensamento!
Escrevo até um soneto solto ao vento.
Nem dá pra demonstrar tudo que tento!
Nem liberando essa energia e dor
Do desconforto ao ver o Sol se pôr,
Da minha lágrima a molhar o chão
Do meu Brasil nesse nordeste lindo!
Na tentativa a descrever "paixão",
O som do Pelourinho já vem vindo -
E essa alegria invade o coração:
Só no gingado eu fico assim sorrindo!
Ela vai pro baile das santinhas. Ela dança e desce até o chão. Explode o sorriso e grita ao mundo a sua alegria. Ela é Bahia, é fé e é afoxé. Ela é o dendê
queimando tudo aquilo que lhe faz mal pra transformar em um delicioso abará
completo e axé. Sim, ela vai de joelhos subir a as escadarias do Bonfim. Vai, sim, amarrar a fitinha e fazer quantos pedidos ela achar que tem o direito de fazer.
Santinha. No baile, na vida e no amor. Beijando e dançando. Rebolando e rodando a baiana que existe dentro dela.
Maravilhosamente linda e fascinante.
E entenda uma coisa:
Ela é santa, porque ela é livre.
Olha como ela passa sabendo que em tuas passadas existem rimas de uma poesia de axé. Seu coração, ouço daqui. Não bate, batuca. Tambores do Olodum, no ritmo do amor que ela se dedicou a espalhar no mundo com a tua beleza. Soteropolitana de fé. Viciada em acarajé. Em sol. Até quando o sol não vem, é praia pra ela. Salvadora de si. A bela mainha. Sem aspas, mesmo. A nossa mainha. De quem vem de fora olhar o verão. Dança.
Nos carnavais de chegadas o ano todo. Ela, sempre linda. Soteropolitana.
Ritmando pores do sol. Com esse sotaque que é a sua melhor lembrança. E ela nem sabe que tem. Brilha, sempre.
Em festa. E força. De Salvador pro mundo é pouco. Ela vai sempre além.
Soteropolitana. É mais que um gentílico. Por isso, sol se tem na Bahia.
Será lembrança tua,
ou é o samba de Dalva
Nas margens do Paraguaçu?
A impressão é que te vejo
Quando ouço a voz de Sine, aqui do lado
conversando teorias sistemáticas
de viagens que ele acabou de fazer.
Pode ser a vontade
ao ver Edson Gomes
Atravessando a ponte
Vindo pra cá, cantar
numa mesa de bar,
Sorrindo com todos em Lomba
Numa quinta-feira longa
Até o sol nascer no rio
Não sei se é tu ou Cachoeira
no porto, em seus becos e ladeiras,
ou cheiro do licor que esquentava
enquanto os pretos velhos dormiam
E as nossas almas de amor se consumiam.
Não sei se são lembranças,
Se é Cachoeira,
Ou será adiante, apenas, saudade.
Da ginga eu ginguei,
nas ladeiras doutro tempo,
miles de sonhos atinei,
mas vida correu depressa,
apenas com a poesia fiquei.
Saudades da Bahia, da Ritinha,
da capoeira que joguei,
daqueles olhos amanteigados,
daquela boca que beijei.
Meu coração é nordestino.
Meu coração é nordestino
Ele bate mais forte no mês Junino.
Corre no vento contra o destino
Que eu escolhi desde menino.
Apaixonado pelo nordeste eu sempre serei
Eu amo a Bahia posde crê meu rei
Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí, Alagoas, Maranhão, Paraíba e Ceará estados com beleza e muita história para contar
Entre o frevo e o forró,
entre Zumbi e Mestre Vitalino
está Pernambuco com o seu sotaque fortíssimo
Visse, cabra arretado óia só oque vou de falar aqui tem quadriá e quentão, pamonha e salão com muito forró para dançar.
As vezes penso que poderia apenas esperar o tempo,
em outras que poderia dar um tempo,
enfim fazer as pazes com o tempo,
mas dá um tempo,
por que preciso aceitar o tempo como se ele fosse dono de tudo
inclusive do meu tempo
Ah!! tempo!
dá um tempo....
Testemunha daquilo
que eu não vi
ao mundo tenho que
fazer esse relato:
ecoou o som do
berimbau quebrado,
no chão o Moa
foi estirado por
causa das doze
facadas de um
sujeito autoritário.
Avança a violência
política programada,
só não vê a verdade
aquele que não quer:
avança o plano da
instalação de um
regime de exceção,
engulo a seco o meu
receio por ser mulher.
Implacável é a dor
pátria que sinto no
meu peito que ecoa
a indignação contra
os repressores dos
dois lados que com
ambas as retóricas
tornaram o diálogo
quase impossível
impedindo que o
povo unido encontre
o melhor caminho.
Cada música uma poesia. Cada nota uma lembrança. Porque eu sou cria da Bahia?! Não se trata só de sol, mar, sal e areia. É coisa de ENERGIA.
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