Poesia Social
A SERTANEJA
A mulher sentada no chão de terra batida, tem em seus braços magros uma pequena criança inerte.
Ao seu lado, apertando um dos seios murchos e ressecados de sua mãe, um menino espera por um leite que não virá.
O sol escaldante turva a visão e confunde o raciocínio.
A sertaneja observa o horizonte desolada, não sabe o que fazer, e ainda que soubesse, não teria forças para executar.
As moscas rondam insistentes, e na porta da casa de taipa, urubus espreitam um possível jantar.
A morte ronda silenciosa.
O olhar da mãe volta-se para o pequeno ser em seus braços.
ESTÁ MORTO!
Não suportou a dureza da seca, mais um que a fome levou.
Reorganização.
Reorganização,
será que essa é a sua verdadeira intenção!
Eis aqui o meu ponto de interrogação.
Você acredita em um movimento partidário?
Eu acredito em um movimento formado por filhos de operários,
que foram discriminados não pela cor,
mas por anos e anos de submissão a um único senhor.
Sinceramente, uma escola vazia me causa comoção,
até o presente momento, eu não consigo entender qual a razão
que o levou a declarar guerra, contra a educação,
ou melhor, declarar guerra, contra a população.
Mas então, viva a sua ambição,
tente causar a destruição,
só não se esqueça, que no próximo ano vem a eleição,
ai o que vai valer é a nossa intenção,
e se depender de mim, já prepare o seu caixão.
MAL TRAÇADAS LINHAS
Antes de existir,
Tanta tecnologia,
Era preciso possuir,
Papel, caneta e ousadia.
Geralmente assim,
começavam as modinhas,
E as cartas de amor,
Escrevo-te estas mal traçadas linhas,
Dizia o tal sonhador.
Enviava o envelope,
Por algum menino ou estafeta,
Mandava a galope,
Com rosas ou violetas.
A resposta da donzela,
Aguardava ansioso,
Observando a janela,
Sempre curioso.
Ah! Mas tinha um medo tremendo.
Do pai da jovem e saía correndo,
Pois o primeiro gritava,
Minha filha casará com um doutor,
E o último retrucava,
E serei eu, sim senhor.
Depois de muitas confusões,
Os apaixonados se casavam,
A custa de choro e safanões,
Ambos se amavam.
Então as crianças chegavam,
Os avós se rendiam,
Com alegria esperavam,
E sobre os netos amor derretiam.
E a vida então seguia,
Mas chegou um dia,
Que veio a tal tecnologia,
E uma estranha mania.
As conversas em rodas de amigos,
Hoje são por uma tal,
de rede social,
E aí mora o castigo,
A juventude pouco lê,
Mas tem opinião,
Mesmo que seja a da TV,
Para alguma ocasião.
Escrever até que escrevem,
Com figuras de linguagem,
Erros ortográficos e abreviações,
Claro que há exceções.
Ainda existem papel e caneta,
Mas isso quase não se usa mais,
Restou a ousadia com nova faceta,
Apenas para romances banais.
Hoje se escreve na rede social,
E perdoem-me se pareço banal,
Mas ainda usarei a expressão,
Escrevo-te estas mal traçadas linhas,
Para confessar minha paixão,
E sonhar que um dia serás minha.
Não apenas namorada,
Mas também esposa e amiga,
Amante amada,
Companheira querida.
Perdoe estas mal traçadas linhas.
Autor: Agnaldo Borges
03 e 04/10/2014 - 18:30 - 16:28
Já é chegada a hora final do "clientelismo eleitoral", não dá pra desejar voltar ao passado!
Vamos em frente, com novas ideias!
Turbilhões
A vida é real, mesmo que a gente "poste".
A vida é analógica, mesmo que a gente use o "touch".
A vida é no anonimato, mesmo que exista a fama.
A vida é simples, mesmo que exista o sofisticado.
A vida é primitiva, mesmo com toda modernidade.
A vida é cara limpa, mesmo havendo formas de se maquiar.
A vida é generosa, você colhe o que planta.
A vida é uma só, mesmo tendo todo o tempo que nos resta.
A vida é boa, mesmo enfrentando momentos ruins.
A vida não é uma rede que chamamos de social.
A vida é hoje, é agora, pois o amanhã pode não chegar.
A vida é como ela é.
Cheia de percalços.
Tempestades.
Intempéries.
Mudanças.
Medos.
Incertezas.
Transformações.
Um turbilhão de sentimentos à administrar, mas amigo, são estas coisas que fazem dela ser única, só sua.
Porque a vida é um "reality", sem o "show".
Fragmento da poesia:
"Todas as faces de uma poesia anacrônica"
Dizem que a poesia não tem classe social, gênero, cor, raça, etnia, religião...
Tudo mentira!
A poesia é pretensiosa, escolhe e se faz escolher, manipula.
A poesia se disfarça e se versa em faces diversas,
só para manter o disfarce, da grande farsa que somos todos iguais.
Inclusive quando escrevemos versos.
Eu minto, tu mentes, ele mente...
Drummond, não.
Triste
decisões oblíquas
ilusões colossais
vindas de espíritos opacos
triste
por natureza translúcido
nunca soube quem sou eu
conto agora minha história
de lutas e glórias
mas vem um louco sádico
acádico arcaico
me dizendo o que devo fazer
RAM!!! vou dizer:
ou melhor o meu querer
se expande do meu ser
vai além do que posso ver
olha aqui seu doutor
sou um mendigo desgraçado
em pais capitalizado
quase não como
quando bebo falo meu vômito
minhas entranhas, minha esperança
meu povo empalidece
mas não se esquece
chão rachado
vento calado
mas aqui a fome
não tem outro nome
bota mais água no feijão para o homem
aquele que consome a vida social
Hey.. Sai deste vício! Vem viver de verdade, com intensidade. Se desprende de tudo que te aprisiona, cega e lhe afasta dos que querem seu bem, sua companhia, seu olhar sincero, aquele seu melhor sorriso, aquele que abraça!
Vem, exclui essas porcarias que te viciam e te fazem viver nesse mundo aonde todos são seus amigos, mas na vida real ninguém prova nada, aonde 99% das indiretas lançadas são diretas para quem as mesmo lançaram, aonde desnudam a alma ao invés de publicarem idéias e guardarem no coração para quem estão perto o suficiente para olharem em seus olhos, jogam a alma no ventilador da internet e se arriscam em nunca mais juntarem seus pedaços, comentam sobre intimidades no qual não seriam para amigos de facebook e sim de face a face!
Tudo acontece dentro deste ciclo vicioso enquanto a realidade da vida aqui fora esta sendo bela e as pessoas que te amam jamais cansarão de esperar por sua atenção! Sai deste telefone, se liberta por uns dias, evite essas redes sociais no qual não deixam você socializar com quem esta ao seu redor.
Vem viver intensamente, os minutos, as horas e os segundos voam enquanto você esta aí, deslizando o dedo procurando algo que nem sabe o que, mas é tão vicioso, que te consome, o dia passa e simplesmente você não vê!
Larga tudo isso.. E só pega neste telefone se for pra me ligar e dizer: Estou indo ao seu encontro, quero ser feliz com você!
O contra:
Hoje em dia temos que ser iguais
Iguais temos que ser
Mas eu remei contra a maré
fiz o que tinha que fazer
então se me ver
fazendo o que eu gosto de fazer
Faça o que eu fiz
e feliz venha ser
torne-se o contra
o contra torne-se
É difícil ser educado com quem está fazendo os corre certo
Com quem ta na humildade tentando ser honesto.
Depois não venha reclamar, ficar assustado se então...
Porque pra você ser educado e dizer palavras como ''não obrigado''
Talvez só quando você estiver na minha frente ajoelhado
E eu apontando no meio da sua cabeça o meu "oitão"!
Nossas crenças nada mais são do que a junção de experiências vividas e dos padrões sócio-culturais. Lógico, de maneira subjetiva.
Que bom que elas podem ser revistas,questionadas, descontruídas e reconstruídas, na medida em que nos libertarmos das políticas sociais impostas!
RADIOATIVO
Quando a Santa Bomba limpara o mundo,
Vingando a Mãe Terra de tanta crueldade?
Quando um idiota apertara o tal do botão,
Mudando o destino completo do planeta?
Ai, anjos subirão a Terra e outros descerão,
Veremos lindos arcanjos com suas legiões,
E os inocentes andarão pela devastação.
As apostas pelas almas serão visíveis aqui,
Cada humano mostrara sua face horrenda,
Verdadeiros mutantes deformados,
Talvez canibais com grandes presas,
E os inocentes perdidos na devassidão.
Veremos os anjos lutando e apostando...
Libertando outros inocentes do caos,
Tocaremos flautas e tambores com alegria.
No meio do deserto radiativo e do pó
Surgira do nada a flor da esperança para o homem
Então nem tudo ainda estará perdido.
André Zanarella 30-03-2013
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/4756980
ONDAS
Vivemos num oceano, onde os outros são apenas ondas que vão e vem, e nós para os outros não passamos de uma onda também.
André Zanarella 08-04-2013
http://www.recantodasletras.com.br/frases/4985498
JOVENS
Os jovens estão tratando os adultos como latas de lixo,
Onde eles despejam o que eles querem.
Os jovens são supostamente inocentes,
Que tipo de inocência é essa,
Que tira proveito de nossas fraquezas?
Pode-se ensinar tudo,
Mas como ensinar alguém a ser sensível ao próximo?
André Zanarella 09-04-2013
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5001420
Mundo real
Os Smartphones
a conversa aparentemente sem sentido
o som das mensagens de entrada na rede social
o fiu, fiu do fluxo intenso nos grupos
o risinho de canto de boca
o brilho nos olhos...
Tudo premeditado!
Inclusive, o silêncio repentino.
Quase é possível ouvir os pensamentos deles
quando estão desconectados do mundo irreal
localizado fora da rede.
Áh... a rede!
Contraponto a essa grande chatice chamada de mundo real.
Onde não se é permitido ser nem feliz, nem famoso.
TUDO ERRADO
Mães matam os filhos,
Filhos matam os pais,
Crianças matam outras,
Cadê a punição no país?
Está tudo fora do lugar.
Mães enterram filhos,
Inocentes atropelados,
O assassino está impune.
O direto humano para quem?
Quem é o humano na historia?
A vítima perdeu o direito,
Quebrado sangra até a morte,
O marginal tem três refeições,
Ainda faz greve de fome,
As mães do inocentes choram,
A do marginal quer a libertação,
Está tudo fora de ser lugar.
Como o inocente pode dormir,
Retirem um rim dos assassinos,
Salve uma vida com ele,
Castrem os maníacos,
Vamos exigir uma justiça que puna
Afinal está tudo fora do lugar,
Nós os inocente somos os punidos,
E os bandidos gozam a felicidade
André Zanarella 17-04-2013
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5016833
TUDO FORA DO LUGAR
Tudo está fora do lugar. Mães enterrando filhos, pois deram a eles o sono eterno, por quê?
André Zanarella 23-04-2013
http://www.recantodasletras.com.br/frases/5011249
É necessário um investimento maciço em educação no Brasil, a fim de que a maior parte da população, que está excluída dos processos de produção e de consumo, possa ser integrada à minoria que a tudo consome.
16 de abril de 1985
Pior notícia não há
Do que um acidente relatado
Quando é do trabalho então
Deixa a todos desolados
Ora, a perplexidade é patente
Por muito temos falado
Acidentes não aparecem de repente
São frutos de ações indiligentes
Inúmeros são os avisos
Vários são os Pareceres
Abundantes são as determinações
Sem, no entanto, quaisquer soluções
Culpar a quem, digam-me
Ao laborista acidentado
Ao telhado mal acabado
Ou ao gestor desorientado
Àquele que se cala
Àquele que não se abala
Àquele que não obriga
Àquele......ora, deixem pra lá
Desculpe-me o desabafo
Falo aqui como homem, pessoa
Falo aqui além do profissional
Assim como fez o gestor de RH
Falou bem dito gestor
Falou além do profissional
Falou como homem de família
Pensando, também, naquela família
Complemento sua fala....
Devemos antes de remediar
Antes de lamentar
Devemos nos preparar
Seja “terceiro ou empregado”
O que não se quer
O que não se pode
É permitir evidente descaso
Descaso com a segurança
Descaso com as normas
Descaso com o patrimônio da empresa
E pior, com a vida de outrem!!
Quem quer que seja o profissional
Não é este ou aquele
Não estamos aqui para apontar
Estamos aqui para compartilhar
Compartilhar soluções
Compartilhar emoções
Compartilhar conhecimentos
E, principalmente, o apreço à vida de outrem
Últimas palavras
Uma última vontade
Se importem mais
Cuidem um do outro!!!
O Caminho.
E até eu, desatento, distraído, de bem com a vida;
percebi que de fato havia sentido na penumbra
de tuas botas a bater ao solo, a sombra não mais lhe seguia.
Era a marca do caminho, o sinal deixado por vossos pés a indicar qual seria o próximo rumo a seguir a fim de lhe encontrar.
E Se encontrei? Acomodado, jamais saberá!
Como um suspiro da criança pobre que só tem a imaginar;
nessa ilha de miséria cerrada, cercada de diamantes a brilhar.
Onde a unica saída é trabalhar, trabalhar, trabalhar.
E para aqueles como eu, desatentos, distraídos, de bem com a vida
vamos logo acordar, fazer, realizar;
para que num futuro próximo estejamos exclusos da intensa prática de lamentar"