Poesia sobre a Seca no Nordeste
OLHOS FECHADOS!
O nordestino sofre tanto
com seca, fome e pobreza
um pote seco no canto
um prato vazio lá na mesa
e o preconceito no entanto
não sabe a dor desse pranto
e zomba na nossa tristeza.
RÉDIA CURTA!
Pode ser grande ou franzino
nem na seca ele se rende
o trabalho é um ensino
que pouca gente compreende
e assim segue o destino
quem mexe com nordestino
cedo ou tarde se arrepende.
Esperança do nordestino
Como é difícil abandonar sua terra
A seca é cruel e não espera
Em busca de uma vida melhor todos almejam
Arrumar o sustento para aqueles que ficaram
A viagem para o sudeste é muito cansativa
Longa, num pau de arara e cheia de expectativa
De conseguir trabalho nesse lugar desconhecido
Para um nordestino longe de casa e esquecido
Muitos não conseguem voltar
Se viram como podem nesse novo lugar
Na esperança de um dia poder retornar
Para seu nordeste querido que um dia foi seu lar
Quando menos se espera, anos se passaram
Apenas lembranças e saudades restaram
Sotaques e costumes desapareceram
Filhos e novas famílias apareceram
E assim encontraram seu novo lar no sudeste
Deixando para trás as dificuldades do nordeste
Com um sonho distante de mudar de vida
Sem esquecer das raízes de sua terra querida
IDA!
A seca é um agouro
acaba tudo que se investe
racha a terra, mata o touro
e a esperança que me reste
pego o meu gibão de couro
e vou deixando meu tesouro
que é viver no meu nordeste.
ESPERA!
A seca tudo devora
não deixa a gente plantar
a chuva passa e demora
só cai em outro lugar
quem deixa a terra que mora
é todo dia que chora
pedindo a Deus pra voltar.
Guerreiros
A poeira que levanta da terra amarga,
tão seca quanto as árvores retorcidas que alí vivem.
As nuvens vazias que atraem a esperança.
As lágrimas que inundam os olhos tristes,
daqueles que na terra esperam ver a vida renascer.
A caminhada exaustiva na busca pela vida,
onde o sol não perdoa, castiga.
A fé que os rege e que os guia.
A força e a coragem que os faz seguir em frente.
O sorriso alegre que esconde as marcas da vida,
as marcas de quem lutou, de quem acreditou.
São marcas de guerreiros,
guerreiros nordestinos.
SOPRO!
Aqui a seca avassala
no raiar do azul celeste
o cheiro da terra exala
o perfume que me deste
mesmo se a vida apunhala
quanto mais o povo fala
mais eu amo meu nordeste.
SABER!
A seca ainda contamina
fez tanta gente partir
a verba virou propina
e não vieram investir
o que pouca gente imagina
é que a mizéria nordestina
jamais deixou de existir.
IDA DE LÁ.
A seca assola o sertão
a tempo a chuva não cai
sem verde na plantação
o nordestino se vai
leva na mala o gibão
mas dentro do coração
a esperança é quem vai.
O nordestino é de valor
se levanta a cada baque
vive na seca e na dor
mas não tem um de araque
pode ir por onde for
mesmo para o exterior
que não perde seu sotaque.
NÃO NEGO!
Sou nordestino e não nego
sou cria desse lugar
na seca nunca me entrego
só saio se Deus mandar
e esse orgulho eu carrego
e nesse chão só sossego
quando essa chuva voltar.
CADÊ VOCÊ?
A seca é predominante
não tem uma flor plantada
a escola está distante
e a saúde prejudicada
sai e entra governante
e a pobreza é alarmante
nessa terra abandonada.
Não maltrate o nordestino
que sofre desde menino
sem ter água pra beber...
tem a seca que castiga
tem o oco na barriga
e quase nada pra comer.
SIMPLES!
A renda é muito pequena
como é tão pequeno o leito
sem chuva a seca é plena
mas a gente dá um jeito
não carece sentir pena
só precisa ter respeito.
SEMENTE.
A seca tudo devora
não adianta plantar
nehuma planta vigora
assim não posso ficar
mainha estou indo embora
o coração que hoje chora
espera um dia voltar.
A seca quando demora
deixa a planta ressecada
a semente não aflora
falta palma pra manada
o nordestino vai embora
contando minuto e hora
pra voltar a terra amada.
A seca é um processo
que maltrata o nosso chão
chega de tanto regresso
na vida de cada irmão
todo dia a Deus eu peço
um pouco d'água pro sertão.
VIDA DE SERTÃO!
Não tem seca braba que me espante
não tem nada que me tire do sertão
sou a raiz mais profunda desse chão
sou a voz do vaqueiro e do berrante
não nasci pra ser mais um retirante
nem fingir uma dor que não se sente
nordestino tem o dom de ser valente
e de lutar pela vida em seu direito
não se rende ao mal do preconceito
e só se curva ao plantar uma semente.
Minha terra.
Espero que a água benta
que do céu desça em jorrada
transforme a seca violenta
num pasto para a boiada
e essa terra que aferventa
possa enfim ser cultivada.
Já não importa o que reste
o que possa me acontecer
a seca é ruim feito a peste
mas nunca vai me vencer
eu sou feliz no nordeste
onde eu nasci pra viver.
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