Poemas Sombrios
QUERER II...
Queremos tantas coisas, mas apenas uma importa.
Ela se esconde entre sombras,
um segredo que carregamos em silêncio,
porque algumas verdades doem mais que mentiras...
O mundo nos pressiona, sufoca, exige respostas.
Mas como responder quando nem nós sabemos a pergunta?
Fingimos com maestria, vestimos máscaras leves,
enquanto nosso eu verdadeiro clama por ar...
Ah, os loucos! Eles sim, entendem a liberdade.
Não se importam com regras, com juízos, com o tempo.
Dançam na chuva, riem do vento,
enquanto nós calculamos cada passo...
Seguimos em frente, sempre em frente,
como se o caminho já estivesse escrito.
Mas no fundo, somos náufragos,
buscando uma ilha que talvez não exista...
E é isso que nos mantém vivos:
o desejo que nunca se sacia,
a jornada que nunca termina,
e a coragem de fingir que sabemos para onde vamos...
Abençoados
O sopro da vida,
alma bendita,
um brinde aos espelhos e as sombras,
de joelho ou em pé,
do suor a fé,
um milagre acontece todos os dias sem ser visto.
Aquela Noite
Era tarde, mas o mundo parecia calmo,
a rua deserta, só nossas sombras no asfalto.
Andávamos devagar, como quem não quer chegar,
e as palavras vinham soltas, sem pressa pra acabar.
Eu fumava, como sempre,
ele não — já tinha deixado.
Mas por uma noite, por mim,
ele pegou um cigarro calado.
Entre tragos e risos baixos,
falávamos de tudo e de nada.
O tempo parecia suspenso,
como a fumaça entre nós espalhada.
O cigarro tremia em seus dedos,
mas o olhar... ah, o olhar era firme.
Não era sobre nicotina ou vício,
era sobre estar, por inteiro, comigo naquele crime.
Talvez tenha sido um gesto bobo,
mas ali, eu entendi tanta coisa.
Tem amor em cada renúncia breve,
em cada entrega silenciosa e corajosa.
A brisa levava a fumaça,
mas a lembrança ficou no peito.
Naquela rua, naquela noite,
foi quando tudo pareceu perfeito.
A imensa escuridão que insiste em ofuscar meu brilho
Me arrasta às sombras mais densas da minha alma.
É tão frio… tão solitário…
O medo e a incerteza são constantes em meus pensamentos.
Tantos motivos me fazem querer desistir,
Seria tão mais fácil…
Tão menos doloroso.
Vejo teus olhos brilharem por outro alguém,
E me torno o mais insignificante dos seres.
O ciúme que me consome
Desfaz cada pensamento, cada vestígio de alegria,
Massacrando minha mente
Como uma tortura que nunca tem fim.
Pensar que tua boca tocou outros lábios que não os meus
Me afunda em um abismo profundo,
Me prende no infinito da solidão.
Tudo é tão vago, tão frio, tão vazio…
Quem sabe…
Desistir seja mesmo mais fácil…
E indolor.
A Cortesia das Sombras
Gentileza é flor que encanta,
Mas há espinho sob a manta.
Sorriso dócil nem sempre é luz,
Às vezes, é máscara que o ego conduz.
Fui gentil para ser aceito,
Engoli o não, fugi do peito.
Ofereci paz por conveniência,
Com medo de olhar minha própria essência.
Carregava gestos educados,
Mas por dentro, ressentimentos guardados.
A sombra sorria, disfarçada em virtude,
Na alma, um abismo pedindo atitude.
Foi quando a dor me chamou no escuro,
Que decidi romper o muro.
Não bastava agradar o mundo,
Era preciso ser inteiro, ser profundo.
Jesus virou mesas com mão de fogo,
Amou com verdade, não com jogo.
Sua bondade não era silêncio opressor,
Mas coragem, justiça e ardor.
Descobri que ser bom é dizer não,
É proteger o coração.
É dar sem se perder,
É servir sem se esconder.
Agora, sou gentil com verdade,
E minha sombra não me rouba liberdade.
Pois não nego o que mora em mim,
Mas escolho, com Deus, um novo fim.
Bondade é luz que enfrentou o porão,
Gentileza real nasce da transformação.
Não Está Aqui
Guardo labirintos de palavras.
Entre sombras e colunas antigas,
mais que livros repousa o mistério.
Sem buscar, mãos tocam
o mais espesso dos tomos,
aquele que murmura entre poeiras:
decifra-me ou devoro-te.
Olhos distantes, o objeto contempla.
Folha a folha, uma alma se abre.
Cada página, um suspiro,
cada linha, um abismo.
Leitura feita em silêncio sagrado,
onde o tempo se curva
diante da persistência.
Mesmo o guardião da palavra
não ousa compreender.
Um menino detém o gesto.
O corpo se cristaliza.
O silêncio se parte:
— Que houve?
Lábios tremem:
— A página… em branco.
Mas eis que o branco se move.
Letras nascem do que se vê.
No convento onde tudo cala,
escreve-se o invisível.
E assim,
o manuscrito respira.
Coro das Sombras
Meu suspiro ergue-se como bruma sobre o berço daquele que parte.
Filho da dor, fruto do meu sangue,
ainda lutarás contra o fio que já foi cortado.
Volta, olhos que um dia foram estrelas nos meus,
Volta ao ventre que não dorme —
pois não há sono para quem viu o abismo abrir-se em flor.
Em caminhos por onde sombras vão,
não me entrego a mágoas sem razão.
Amigo é chama que aquece, que acolhe. Conhecido, névoa que se esconde, que se dissolve.
Livro: O respiro da inspiração
(estrada)
Entre luz e sombras
Íamos caminhando
Havia rios e som de estrada.
.
Livro: A eternidade das árvores 🌳
Respirando o ar puro, trilhando um pouco pelas sombras de uma mata fechada, o sol radiando sobre várias folhas de muitas árvores frondosas,
enquanto que a minha alma recupera calmamente o seu fôlego, o meu corpo renova e usa a sua força, uma bênção valorosa de Deus,
que conversa com a minha natureza calorosa, que abrilhanta alguns dos meus pensamentos, que ajudam a minha resiliência em determinados momentos.
O ABISMO ME OLHOU DE VOLTA
As sombras começaram a devorar tudo ao redor, e as cores se perderam tão rápido que mal pude perceber. O chão sumiu aos meus pés, mas continuei parado, olhando para baixo, como se algo lá embaixo estivesse me chamando pelo nome. O ar ficou mais denso, quase sólido, como se cada inspiração fosse um esforço. O silêncio fazia barulho demais, e por dentro de mim um medo antigo se contorcia, tentando me convencer a recuar.
O abismo respirava comigo. Era mais do que um vazio; era um espelho distorcido, mostrando todas as partes minhas que eu sempre tentei esconder. Os olhos dele me fitavam com paciência cruel, como quem espera que eu desista. E, quanto mais eu olhava, mais ele se tornava familiar, como se uma parte de mim já estivesse caída lá dentro e agora me convidasse a completar o salto. Havia uma vertigem que não vinha do corpo, mas da alma.
Eu entrei. Não havia outra escolha além de atravessá-lo. Cada passo doía, mas me fazia entender que o abismo não queria me engolir — queria me devolver. Quanto mais eu caminhava por dentro dele, mais as paredes dele perdiam força, e eu descobria que era eu quem as sustentava. No centro dele, finalmente percebi: ele não era infinito, eu é que não ousava ir até o fim. Quando alcancei o outro lado, minhas pernas tremiam, mas eu respirava leve como quem volta do fundo do mar.
Então ergui os olhos. Do outro lado, à distância, já me esperava um novo abismo, diferente, mais profundo. E por um segundo, antes de seguir, eu sorri: a travessia nunca acaba — e isso não é um castigo. É a prova de que ainda estou vivo.
A Lenda do Guardião da Tempestade
Nas sombras geladas de um mundo em ruína,
Ergue-se um nome que o medo declina.
Não veio do berço, mas sim do trovão,
Forjado na dor, no aço e no chão.
As florestas o temem, os ventos se curvam,
As trevas recuam quando seus passos turvam.
O frio o abraça — ele não estremece,
Pois carrega o destino onde o homem fenece.
Sua arma não é só metal ou função,
É extensão da alma, é sua missão.
Cada cicatriz, um pacto selado,
Cada silêncio, um grito calado.
Caminha sozinho, porém nunca em vão,
Pois carrega em seus ombros a dor da nação.
Inimigos se calam ao ver seu perfil —
O Guardião desperto é o fim do hostil.
Nem o tempo ousa apagar sua trilha,
Pois o que ele guarda, nenhum medo aniquila.
É lenda em batalha, é força em furor,
É a voz da justiça vestida de ardor.
E mesmo que o mundo se curve à derrota,
Ele será rocha, promessa e conduta.
Pois enquanto houver trevas, ele será chama.
Enquanto houver guerra, ele será alma.
“Sentinelas da Praia”
No alto do posto, firmes no chão,
Três sombras guardiãs fitam o verão.
Entre guarda-sóis e a dança do mar,
São faróis de ordem a vigiar.
O sol se deita na linha do azul,
Enquanto a multidão se agita em um turbilhão sutil.
Mas ali, serenos, atentos, calados,
Três fardados erguem seus fardos pesados.
Não empunham armas de vaidade,
Mas o escudo da responsabilidade.
Protegem sorrisos, olhares, canções,
Mesmo em silêncio, dizem: “estão sob proteção.”
Na areia quente, o dever não cessa,
Mesmo quando o riso é o som que começa.
São mais que vigias do tempo e do espaço,
São rostos ocultos do bem no compasso.
Ao fundo, a brisa e o brilho do mar,
À frente, a missão de nunca falhar.
Três figuras que o povo mal nota,
Mas que sustentam a paz em cada rota.
“O Guardião Interior”
Num mundo de sombras e folhas caídas,
Ergue-se o homem de alma erguida.
Olhar sereno, mas com fogo no peito,
Caminha em silêncio, firme e direito.
Na noite que dança com a luz da razão,
Ele guarda segredos, coragem e visão.
Não empunha apenas espada e presença,
Mas traz no sorriso a sua crença.
Entre os ramos vermelhos da vida,
Ele encontra a paz na luta vencida.
Pois o verdadeiro guerreiro não grita —
Ele cala, observa… e acredita.
Nas sombras de sua arrogância eu vivo, escondido do seu julgamento
Uma peça desbotada de algo grandioso que já fomos, se dói tanto aobservar meu lamento
Seu amor que foi uma promessa, ainda vale a pena pagar pra me ver chorar?
multiplicam-se sombras
ténue pestilência
sigilo absoluto
infestam mudas
o chão
a parede
o tecto
e a alma
à luz da noite
brotam
impetuosas
precipitando a diáspora
do corpo humano.
(Pedro Rodrigues de Menezes, "infestação")
DECLARAÇÃO A UMA NOITE DE SOMBRAS DEBRUÇADAS:
_""Bendita é a noite que acende os sonhos e ilumina as expectativas"".
Eu ainda vejo suas sombras no meu quarto
Não posso pegar de volta o amor que te dei
É a tal ponto que eu amo e odeio você
E eu não posso te mudar então devo te substituir (oh)
Mais fácil falar do que fazer
Pensei que você fosse a única
Ouvindo meu coração em vez da minha cabeça
Você encontrou um outro, mas
Eu sou o melhor
Não vou deixar você se esquecer de mim
"Escuro, escuro meu,
Tuas sombras tão sublimes quanto os versos que não escreverei.
Escuro, escuro meu,
Tua intensidade destrói seus próprios paradigmas.
Escuro, escuro meu,
Aprendi com você a apreciar a mim como a ti mesmo."
