Poemas sobre a Seca
Somos.
Venho aqui só pra saber
porque tanto me ofendeu
já tenho a seca pra sofrer
e o destino que a vida deu
mesmo assim vou te dizer
não vejo nada em você
que seja melhor que eu.
COISAS INGÊNUAS
O que fizemos ontem
O céu azul, o vinho, o blue e a caatinga
A arder a seca, a derramar carências
Santa demência,
Poeira branca do que foi o Jaguaribe
Deus me livre daquele olhar
A inquirir os meus desejos
Chama ardente a queimar na alma
Que quanto mais olhava mais incendiava o meu olhar
Sempre acreditei no amor das coisas ingenuas
Sempre declamei a grandeza das coisas pequenas
Mas se desvirtuei foi por paixão,
Foi por paixão que derramei o meu querer
Foi por querer que perfurei seu coração
O que fizemos ontem nunca mais se fez
A caatinga ainda rasteja, arde esparsa
Parca, incendeia, mas se chove, floresce e viceja
Porque vicejar é da flor...
Retirantes.
A esperança é o suporte
do sertanejo peregrino
onde à seca, não há sorte
que sustente o nordestino
sem temer o vão da morte
leva a vida a própria sorte
pelas vias do destino.
Retirantes da seca.
Não deve ser nada fácil
O homem chegar pra mulher
E falar arrume as coisas
Tudo que a gente tiver
Pois precisamos partir
Não dá pra ficar aqui
Seja lá o que Deus quiser.
E a pobre mulher chorando
sem saber pra onde vai
Ela não quer ir embora
Mas a chuva que não cai
E o sol tão causticante
Obriga-os a ser retirantes
Com dor no coração sai
É triste pra uma família
Ter que deixar o lugar
Onde está suas raízes
Onde formou o seu lar
Sem ter uma solução
Rasgando seu coração
Sem saber se vai voltar.
Chão rachado.
Não tenho armas pra guerra
a seca domina o sertão
a semente que se enterra
não germina neste chão
foi-se o verde lá da serra
e mais rachado que a terra
só mesmo meu coração
Oração da chuva!
Quando a seca se aproxima
devastando a plantação
o sertanejo se lastima
pede a Deus em oração
uma mudança nesse clima
e que derrame lá de cima
um pouco d'água no sertão!
As vezes.
É assim a nossa vida
como viver numa balança
um dia a seca é contida
no outro a danada avança
as vezes temos comida
por outras só esperança.
A dor da seca.
Sinto a seca do sertão
em cada palmo deste leito
que não brota nesse chão
a semente do respeito
sinto a fome e a solidão
sinto a dor de cada irmão
queimar dentro do meu peito.
Minha fé!
Na terra seca e aflita
que o sertanejo conduz
pelo sertão que habita
carrega um feixe de luz
no coração que palpita
do olhar de quem acredita
na fé que tem em Jesus.
Fé e força.
A seca é mesmo ingrata
é muito difícil plantar
o pouco que a gente cata
mal dá pra se alimentar
a vida segue pacata
e a dor que hoje maltrata
amanhã Deus proverá.
O coração do mandacaru não e só espinhento
junto com ele carregar um coração sofrido da seca , da fome ,
mas ele foi feito nordestino cabra da peste feito pra superar toda dor que o sertão disponha ...
Saudade.
A seca é quem mais devora
a planta que tu me deste
sem a água que se evapora
o nordestino não investe
deixa a terra onde mora
fica triste, sofre e chora
com saudade do nordeste.
Não dá mais.
Vou embora do sertão
a sorte não quer mudar
a seca maltrata o chão
não deixa a planta brotar
peço a Deus em oração
que proteja cada irmão
que sofre nesse lugar.
Fico!
Eu não quero ir embora
a seca quer me expulsar
não tem vida que vigora
sem ter nada pra plantar
desse jeito a terra chora
e eu procuro uma escora
onde possa me sustentar.
Seca e honra.
A seca traz sofrimento
a chuva nem piedade
o verde se foi no vento
o gado deixou saudade
da vida sobra o lamento
de onde falta alimento
mas sobra dignidade.
Permissão!
Não me canso de esperar
a chuva que tanto chamo
na terra seca de rachar
quase não se vê um ramo
Deus permita ela chegar
que eu não precise deixar
o nordeste que tanto amo.
Ardor.
O sertanejo lamenta
por este chão sofredor
que a seca traz violenta
derrete o pasto em calor
sem ter o grão que alimenta
nenhuma terra sustenta
um talo ardendo de dor.
Abandono.
Já não suporto essa briga
e apareça quem conteste
enquanto a seca castiga
por aqui ninguém investe
não se vê uma mão amiga
e o governo pouco liga
pra quem vive no nordeste.
Tinta verde.
Que a seca faminta
não tire o que veste
do couro e da sinta
do pouco que reste
antes que seja extinta
o verde da tinta
que pinta o nordeste.
Mais um ano!
Tem seca por todo canto
o nordeste pede pressa
não se ouve nosso pranto
ou ninguém se interessa
quem pregou aqui de santo
a sua ajuda por enquanto
ficou mesmo na promessa.
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