Poemas sobre a Seca
ATITUDE!
No nordeste a seca é tanta
que não nasce uma semente
tem promessa que encanta
depois desencanta a gente
mas o nordestino planta
porque só se agiganta
quem nasceu pra ser valente.
OLHOS FECHADOS!
O nordestino sofre tanto
com seca, fome e pobreza
um pote seco no canto
um prato vazio lá na mesa
e o preconceito no entanto
não sabe a dor desse pranto
e zomba na nossa tristeza.
RÉDIA CURTA!
Pode ser grande ou franzino
nem na seca ele se rende
o trabalho é um ensino
que pouca gente compreende
e assim segue o destino
quem mexe com nordestino
cedo ou tarde se arrepende.
NORDESTE MAR.
O nordeste que se imagina
quem mora em outro lugar
que a seca, a fome e a ruína
é só o que vão encontrar
mas quando vem examina
que a água é tão cristalina
que tem piscina no mar.
o meu caminho
é o do sol ardido
da folha seca caída
da escolha ferida
do pensamento aturdido
do amor sentido
da saudade doída
da alegria batida
da filosofia de vida
da água chovida
do mistério contido
da semente crescida
da alma despida
da noite mal dormida
da dor gemida
da extensão percorrida
da ilusão fugida
do esperado obtido
da fé sabida
da amizade mantida
do medo temido
do obstáculo vencido
da familia unida
do filho bendito
da paixão acendida
da vida vivida
da morte morrida
de Jesus refletido
no meu coracao agradecido!!!
A seca no sertão.
A vida do sertanejo
É um misto de sonho e desejo em cada coração
Do berço ao túmulo, a ferida que amargura é a sua vida dura a cada passo do dia no sertão.
No Nordeste brasileiro, a vida do sertanejo é embalada pelo enredo de viver uma vida sem medo diante da seca do sertão.
Sua fé em nosso Senhor o faz suportar a seca e o calor que lhe trazem morte e dor, devido à falta de água que lhe angustia a alma em uma vida de horror.
Tempestade seca
Roda da vida
Círculo que me mata
Ridiculo este tempo
Passado a lupa
Correria louca
Sobre esta tempestade
Seca que encharca
Silêncio a frente
Por trás escurece
Prefiro o sol
Que o meu corpo padece
Pássaros negros me seguem
Dia nublado está
Cheio de stress estou
Que as pernas estremecem
O meu fato tenho de trocar
As calças também
A camisa depois secar
Claro que convém
(Adonis Silva)09-2018)
O Tao do Cerrado
Resistência milenar às adversidades:
solo ácido, seca, raios, fogo, enxada,
foice, ignorância, trator e correntão.
Por suas profundas raízes - quando queimado
na primeira chuva é capaz de renascer
em rubros, brilhantes, tenros brotos.
Não apresenta a exuberância da floresta tropical
porém discreto, guarda preciosos remédios
sortilégios e segredos, como ensina a vó indígena.
Considerado infrutífero pelos homens do progresso
sem importância econômica, sem valor
pelos tecnocratas importados - os mais equivocados.
Leve, profundo e misterioso como o Tao -
o caminho da vida - o universo inominado
ensina pelo seu exemplo o viver em equilíbrio:
sem desperdício, no fluxo exato, resíduo zero.
Que dizer de sua rara beleza :
vasto planisfério de luzes e estrelas
espaço em céu aberto de chapadas,
cristal das águas transparentes,
rochas de calcário e jardins de bonsai.
Na força dos seus contrastes
a um só tempo: delicado e agreste
frágil e vigoroso, bizarro e gracioso.
Não podemos permitir que a grosseria
a cegueira e ganância de homens sem raiz
possa vencer a sua obstinada vocação
às mutações, ao milagre da vida.
Deep ecology
com imprevisível alegria
no friozinho duma manhã de seca
massagear os pés sob um espelho d'água:
caminho descalço sobre pedrinhas e seixos
sinto essa nascente brotar
devagarinho
borbulhante
cristalina
um milagre em círculos
que se expandem.
Delícias são coisas simples nesta vida
felicidade pode estar bem perto:
Deixar de lado as couraças do adulto
e conectar-se ao Ser, sempre agora
é o que nos liberta.
Pra toda pessoa
que se sente seca
sem graça e vazia:
um chá de infância
pode ajudar.
E revisitar o seu Sonho
lembrar o que é poesia
um banho de cachoeira
ou quem sabe, voltar à Bahia.
Sou Nordeste
Eu nasci na terra do Sol
No lugar onde a chuva é bem vinda
Eu nasci na terra seca do sertão
Onde a gente pra sobreviver tem que ter amor no coração.
Eu sou do lugar onde o mar é azul
Onde o arco-íris quando aparece no céu é festa pra nós.
Eu sou nordestina, arretada e pra ser guerreira eu não preciso andar armada.
RIO DO DESTINO
Pedaços de árvore seca
Tombada no sertão quente
No período da seca,
Arrastam-se, lentamente,
Nessas águas tão escuras
Do velho e cansado rio,
Que eu, repleto de amarguras,
Da sua margem espio!
Àquela árvore igual
Há muita gente, afinal,
À beira do desatino!
Pois se arrastam tantas vidas
Nessas águas poluídas
De um tal rio do destino!...
Mudo.
Já fizeram tanto estudo
sobre a seca que avança
o nordestino perde tudo
até mesmo a confiança
o governo fica mudo
e não chega um peitudo
que nos traga a esperança.
Infância pobre, mas... rica.
Não vivi em área nobre
mal tinha água na bica
mesmo que a seca dobre
a esperança multiplica
e na saudade se descobre
que aquela infância pobre
na verdade foi tão rica.
A indústria da seca é um termo utilizado para designar a estratégia de alguns políticos, também conhecidos como "coronéis da água", que aproveitam a tragédia da seca na região nordeste do Brasil para ganho próprio. O termo começou a ser usado na década de 60 por Antônio Callado.
"Vidas Secas" de Graciliano Ramos demonstra a exploração do indivíduo nesse contexto.
Valores.
Essa é a vida pacata
deste pobre brasileiro
de onde a seca maltrata
assola o sertão inteiro
no nordeste a fome mata
e os políticos na mamata
gastando nosso dinheiro.
Minha sorte!
Terra seca e rachada
não tem quase nada
que alimente o sertão
é a sorte que vaga
sem ter quem lhe traga
um pedaço de pão!
Velho Chico….
Mata o calor, mata a sede
Mata a seca, encanta o ator…
deixando para sempre a saudade de quem aqui ficou…
Velho Chico que salva, mas também leva para a morada do Santo Senhor,a morte é dura, mais dela nunca nenhum homem escapou...
Que sua morada na casa do Senhor seja eterna ate o dia de sua volta para que possamos rever nossos queridos e viver com eles para eternidade.
Saudades Eternas
segue na paz...Domingos...
Ariana Aquino.
'SER...'
Sou rima,
lençol,
pecado...
Semente esparramado,
seca,
freático...
Soldado ferido,
insensato,
solitário...
Calabouço,
místico,
para-raios...
Perdido em multidões,
nuvens,
bárbaros...
Embatucado,
solstício,
açoitado...
Sou pedras,
lanças,
armaduras...
Loucuras,
ferraduras,
homem de aço...
O nordestino é de valor
se levanta a cada baque
vive na seca e na dor
mas não tem um de araque
pode ir por onde for
mesmo para o exterior
que não perde seu sotaque.