Poemas e Poesias
Sei que não somos
cenas dos nossos
filmes favoritos,
muito menos perfeitos;
sei que o seu amor
é perfeito para meu
coração avesso;
sei que bastou
meus olhos tocarem
os teus e você
tocar minha alma
para começar a
desenhar versos
sobre como é bonito
o teu sorriso;
sei que o seu amor
foi feito para mim;
sei que você foi
feito para mim
e que amo cada um dos
teus defeitos, cada um
dos teus beijos, cada
um dos teus afagos,
seus olhos, seu sorriso,
você...
As marcas da infância refulgem
No meu eu posterior,
Estes sinais otimizados me guiam
Por caminhos desconhecidos.
Cicatrizes de uma criança
Descansam na minha massa cinzenta,
Os pensamento atrozes julgam-me
Por minha versão anterior.
Sou uma criança atualizada,
Sem máculas do passado,
Com as cicatrizes curadas
Sou criança mesmo que adultizado.
Prisão
Enclausuro da alma
O tempo se arrasta... tic toc, tic toc, tic toc
No tear da sedução das sombras a escapar do agora
Vórtex de memórias repartidas
-perdido em sonhos
O juri lança sua sentença
Nunca ouviram a orquestra que retumba o peito dos visionários
Ruflam chamas !clamam brasas!
Um zangão não profetiza as cores que não enxergam a colmeia
DIZEM ELES
Se deleitar com a fruta do saber
E pedir retirada de algum paraíso
essa exclusão cria mais ânsia de peneirar o sol
Sou prisioneiro de mim quanto impeço a lágrima de tomar seu curso para o mar
Quando nego que a sombra é a irmã gêmea do iluminar
Quando orgulhosamente tomo parte ou me abstenho da guerra
Verdadeira liberdade é semear se o deves
Furtar o fogo dos deuses e completar na vida sua missão
Maior ilusão é a morte
O que chamamos de vida em relação ao universo é uma fração de miragem
Cada sopro seu meu amigo gira toda engrenagem
Ao enfrentar o dragão quixote desnuda a quimera
O deleite de agora é o suspiro das eras
Cada pensamento que emana uma ilha na expedição
Logro é ter asas e não estar longe do chão
Voe desbrave viva e mata!
A cada novo sonho afia o teor da sua visão
O que realmente te mata é ter a liberdade na mão e permanecer enclausurado! Me vejo como sou e despenco no abismo
Navego nas profundidades da minha existência
Extraio a essência do interminável no agora
O universo é o meu legado
Tua face pálida e teu olhos de anjo noturno me mantém acordado!
E emfim A corda!
Que amarrava o meu pescoço no dia em que me encontrei
Foi a que usei para escalar o fundo do poço.
(Um pirata)
DESPREZO (soneto)
Quão dor eu sinto, pelo desprezo
onde espera palavras num abraço
olhar no olhar enleado por um laço
e por vezes se tem o pesar aceso
Procuro então respirar, assim faço
nesta incisão, sair dali sendo ileso
do que cortês nele eu me ver adeso
ferindo o ser dum conforto escasso
Se leve ou reles, nos faz indefeso
é crueldade que só traz embaraço
Será que sabes deste agravo teso?
É complicado todo este compasso
do afeto em luta e ao bem coeso
quando o amor no amor é fracasso
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Pintor de almas!
Será que é um pintor de almas?
Vejo-te todos os dias ao longe enquanto
O aroma de tuas tintas inunda o cair da tarde...
Raios de sol adormecem no azul celeste do horizonte
E em tuas vibrantes pinceladas colocas na tua tela o fim de mais um dia!
Quem és tu?
Um semeador de melancolia?
Ou apenas aquele que nos acorda os sentires...
Pintando o amor de um passado
- que ainda vive em teu peito -
A beleza dos sonhos vai se retratando nos teus pincéis...
E eis que surge uma tela cheia de paixão e nostalgia...!
você é como uma rosa
arrancada pelo caule
um perfurar das palmas contra o desejo
de sentir teu cheiro
sem perceber
esvaneceram suas cores
tragaram sua vida num ato egoista
arrancaram um sorriso através do seu cadaver
enquanto as petalas fossilizaram em um livro
você não representou mais do que algo momentâneo
toda expectativa de ser algo sólido
construi-se sobre estruturas abstratas
agora queremos esquecer
agora queremos dizer que nunca foi
ou teria sido
nada
desejar você
SONETO DORIDO
O poetar suspira com tons de tristeza
Num soneto dorido de eco e de soluço
Amarelecido num sentimento feduço
Onde a poesia seria de alvura e beleza
As rimas lacrimejam num cambaluço
D'alma, que sentida, cheia de afoiteza
Irradia negritude duma pura chateza
Onde a simetria vira angústia e rebuço
Numa emaranhada toada de crueza
Embuça os versos em um manhuço
Tão perversos e cheios duma vileza
Assim, a inspiração veste o garruço
Da "sofrência", com sua total frieza
Chafurdado os versos num chapuço
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Quem quiser me ler verá que há mais dela em mim do que eu em milhões de páginas em branco, pois é ela quem me preenche quando estou vazio...
E é ela, somente ela, quem me derrama, quando estou cheio de saudade..
Mar da vida
No mar da vida
Deitado na praia do destino
Vejo-me alegre e sorrindo
Sobre o sol do futuro
Que brilhava como um sonho.
Levantei-me no presente,
e caminhando pelo passado.
Encontrei tudo que tinha buscado.
Na alegria de te encontrar,
o amor que me fez recordar.
Recordo-me de tudo que tinha vivido,
tudo que tinha amado e sofrido.
Amo-te, como tu me amas.
Amor reciproco meu e teu,
união realizada por meu Deus.
HORÁRIO DE VERÃO
Roubada hora
E o tempo não para
Adentra o dia, à noite a fora
Nesta roda vida, que mascara
A madrugada mais cedo
O entardecer que não chora
Embora,
O Relógio já não marque às horas!
Luciano Spagnol
Rio, 16/10/2011
20”14”
Último recado
"Meu coração está desesperado, minhas mãos estão atadas, não sei o que fazer, não consegui dizer uma única palavra quando você me disse que iria partir...E agora o que faço já que foi você que me ensinou o caminho do amor.
Tudo parecia tão perfeito entre nós,
aprendi a caminhar ao seu lado, fui salva por teu amor... Acreditei que seria eterno...E você disse que nunca me abandonaria...Me fez sentir amada ...Me ensinou a sonhar...Promessas foram feitas...Quantas lutas enfrentei ao seu lado...Tantas batalhas vencemos juntos...E agora a vida quer me tomar tudo de volta...O destino está me traindo... Será que você nunca foi meu? ...Onde está o seu amor?...Onde foi parar aquele homem que me salvou da solidão?...Onde foi parar os sonhos que sonhou ao meu lado?... Onde estão as palavras que aprendi a acreditar quando me fez ouvir...Onde estão as mãos que me acariciava?...Onde está você meu amor?... É minha vez de tentar te resgatar dessa indecisão que alojou dentro de seu coração... Não posso acreditar que deixou as dúvidas tomarem seus pensamentos que sempre foram meus... Você se perdeu quando abriu as portas para as tentações desse mundo lá fora... Está se iludindo com novidades...E está se esquecendo que prometeu cuidar de mim...Bem sabe que sou dependente de você...Que todos os meus planos e sonhos são ao seu lado... Não sei o que lhe dizer, talvez essas sejam minhas últimas palavras, um último recado pra você...Se decidir seguir outro caminho longe de mim...Prometa não olhar pra trás... Não quero que veja que morro aos poucos procurando entender o porquê quis me jogar fora de sua vida...E eu ficarei todos os dias olhando tudo que guardei de nossa história de amor."
-Roseane Rodrigues
SONETO DO DESENCANTO
O soneto hoje é duma realidade
É lembrança de uma dor dorida
De um tempo outrora, é ferida
Que chora verso de infelicidade
E nesta solidão d'alma dividida
A esperança torna-se fatuidade
O desalento na vida banalidade
O amor, ah o amor! ...Fratricida!
No poetar acre com sonoridade
O cântico é sofrença tão sofrida
Que rasga em pranto, que brade
É uma desilusão tão desmedida
Que alarida em uivos a saudade
No reverso do verso, escondida!
Luciano Spagnol
Outubro de 2016
Cerrado goiano
Olha este pensa que me está a enganar,
ão tentar dizer que não sei improvisar.
Moço acorda para a vida
e para de viver nessa ilusão,
como é que podes falar tanta treta
se tu nunca na vida tiveste razão.
Vive o momento não vale a pena pensar em vinganças
ajuda mais os teus e acaba com essas desconfianças,
Para quê tanta maldade e tanto rancor
do que vale esta vida se não tens amor.
Agora para acabar tu fica ligado na missão,
cag* para os erros e vê a nossa evolução.
Es o sonho que todo o homem procura, o brilho que tudo ilumina, o calor que me aquece, o frio que me congela.
A agua que me afoga no ar que respiro, o sonho de esperança que tanto admiro.
Es a luxuria viva no meu pensamento, o meu começo e o meu fim, minhas horas e segundos, o meu tempo e contratempo.
Em ti brotam todas as flores, desbrotam todos os sorrisos. Es a luz que ilumina as noites escuras, a sombra que nunca morre, a memória da minha memória.
SONETO PRA ALGUM LUGAR
Vamos pra algum lugar que faça sentido
Daqui eu já não escuto as ondas do mar
Aqui se esqueci como é o afeto de se dar
Vamos pra onde o poetar não fica perdido
Quero um sentido que nos dê um olhar
Pra que o sentimento fique embevecido
E não deixar o viver no viver tão partido
E tão pouco o querer sem querer tentar
Se não alcançar o fio do lugar, duvido
Que minha alma na glória irá lamentar
Pois, este é o sigilo do desconhecido
Assim, vem comigo e juntos caminhar
Lá fora o tempo nunca é despercebido
E dentro do peito, doce lugar pra amar!
Luciano Spagnol
Outubro de 2016
Cerrado goiano
Noite gélida,
escuridão tácita,
devaneios tolos,
doce ingenuidade corrompida.
Há essa verdade insólita,
Certeza desfigurada,
Um brinde a lucidez,
Que faz morada no próprio Ser.
Pobre senhor da razão,
esqueces-te a fragilidade da existência?
Embebedaste de ilusões,
Agora desveladas de teu ego.
Sabia e ignoraste!
Regozija-te no desencanto,
Almejando a sublimação
Do que outrora buscara.
Eu sou a verdade das mentiras
Sou a revelação para lá dos muros
A certeza das incertezas
Sou o poder das montanhas
A força das águas
O aroma das florestas
A vontade do homem
O desejo da carne
O sentimento interno
Sou o todo que o nada preenche
O vazio que tudo ocupa
O passado que nunca acaba
Sem presente, nem futuro.
SOU PÁSSARO FERIDO
DE CORAÇÃO PARTIDO
UM EDIFICIO INACABADO
UM COPO ENTORNADO
SEM TI DE MEU LADO
UM DESERTO COMPRIDO
UM INVERNO GELADO
UM PLANETA DESCONHECIDO,
UM MUNDO INEXPLORADO
UM LIVRO NÃO LIDO
UM POÇO ESQUEÇIDO
UM SONHO INACABADO
UM HOMEM QUASE AMADO.
SONETO SEM JUÍZO
Meu coração é sem juízo
Vive num mundo de louco
Que corrói pouco a pouco
E é sempre no improviso
Sensações num rebolco
No foco, só tem prejuízo
É vago no que é preciso
Um casmurro... Mouco!
Ah! Que bom que seria
Tê-lo na proeza a fora
E no amor ser ousadia
Entretanto, e agora?
Está cheio de mania...
E saudades de outrora!
Luciano Spagnol
16, outubro, 2016
Cerrado goiano
Horário de verão
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