Poemas de Morte
SOBRE O NÃO SOBREMORRER
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Descobri que não tenho temor da morte. Meu medo é de não viver, apesar de vivo... ou de não morrer simplesmente por já estar morto.
Que o destino me livre de ser não sendo. Ir não indo. Estacionar no cais do nada; no porto inseguro do comodismo existencial. Da satisfação de crer que basta esperar o que já chegou e passou pelo meu fim. Chegar ao fim do fim e não conseguir fechar a conta.
Morrerei, certamente. Mas quero morrer vivendo; não morrer já estando (in)devida e veladamente morto.
PRONTIDÃO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Quando a morte vier ninguém me chame
pra fugir ou dizer que não me acho,
ser infame a tal ponto que declare
outra morte que tenha vindo antes...
Fim honesto não cede a tal suborno,
tenho a vida que o tempo combinou,
pôs no forno e me disse a minha hora
não exata, mas feita para mim...
Se você me vir pronto não me peça
pra tirar uma peça e vestir outra
e fazer o transporte me aguardar...
Minha morte não pode ser mais cara
do que os olhos da cara pra viver;
quero ir sem pagar adicionais...
METAFORIA
Demétrio Sena - Magé
Tanto quanto
faz parte
que a morte seja
o prenúncio
de Marte...
Ou que a vida
pra ser devida,
seja certa
por inserta
indevida...
Poeta é algo
bem controverso,
que mina
língua ferina
contra verso...
Também constrói
desconstruções,
desinstitui
por instinto,
instituições...
Definição
de poeta...
Metáfora:
meta fora
da meta.
... ... ...
Respeite autorias. Isso é lei
Virtude é subversão, passível de cadeia e morte!
Pensa exatamente assim os que amam e adoram o jeitinho e as facilidades.
Oque é a Morte?
Ao meu ver a morte já não é mais representada pelo velho esqueleto de foice médio circular, onde em punho esgalfeia a jugular do ser humano.
A Morte hoje já não assusta tanto quanto nos tempos passados. Hoje a morte ganha até nome de redentora onde redime uns tantos e alivia alguns sofredores.
Atualmente esse pavor é talvez de não morrer, mas se um padecer, sem fim e não fazer a passagem. Percebe!
Morte eis o milagre da vida!
Arrasta egos, antropomorfisa crenças e desidentifica-nos de orgulhos, purifica, e nos torna imaculados.
Uma vez percebido quem somos nos!
A morte só existe quando tudo oque foi vivido entre uns e outros gera esquecimento.
Caso contrário, que é quando nos amamos, deixamos sentimentos e lembranças em nossos corações e com isso nos eternizamos uns nos outros.
Devemos deixar fluir os ciclos da vida.
Toda prisão causa dor e sofrimento.
Seja sempre, sempre grato.
A gratidão é o reconhecimento entre os corações humanos.
Toda dor terá seu começo e seu fim.
Marcos Aurélios disse, "a morte paira sobre vossas cabeças, seja bom!".
Eu, porém entendo que ser bom é uma das piores maldades humanas.
Precisamos ser melhores.
Uma vez que já somos bons em muitas falcatruas!
Morte, meu caro, não tem nada a ver com está vivo ou, a confirmação da mesma.
Muitos estão mortos em vida meu caro e se quer sabem.
Ex. Você acorda todos os dias e repete o dia anterior como se fora novo.
Tá morto, e faz só o repeteco, do que se imagina que é o novo viver.
...Entende?!
Vermelho Atraente, Vermelho Paixão
Vermelho Sangue, Vida que Sente
Vermelho Morte, Destruição
Vermelho que Limita, Vermelho Raiva ou Amor quer sempre se impor, Difícil alguém que resista,
Seja o Vermelho que For.
Uma dose de morte tomamos
Cada vez que nos anulamos,
Desperdiçando o nosso valioso tempo
Uma grande oportunidade ignorando
Lamentando diante de um belo dia
Adiando a nossa alegria,
Desistindo sem ao menos tentar,
Sendo insensatos querendo a todos agradar
Algo descabido,Ter uma Vida sem Desfrutar é Viver num Contínuo Suicídio.
Na tua mente excêntrica,
a morte passeia livre
como um grande incentivo de vida,
o tempo não deve ser medíocre
e há uma sombra que a luz intensifica.
Na calada da noite, ela se revela
como a Dama da Morte
por matar as saudades que deixa,
por sua sagacidade forte,
por matar a vontade de quem a deseja,
por provocar uma notória desordem
com a sua impetuosa presença.
Ele venceu a morte
e, assim, fez o amor renascer
e reacendeu a Luz de Esperança,
transformou o lamento da Cruz
na nossa libertação,
mesmo sem merecermos,
mostrando sua benevolência
e a concordância
com tudo que havia prometido,
então, o túmulo foi esvaziado,
o trono foi preenchido
e sob o seu reinado,
estamos protegidos.
PARA VIVER É PRECISO MORRER
A vida é uma doença
que só a morte cura.
A vida é uma ferida aberta.
Visceral.
Viver é um vício universal.
Sem viver
é como provar comida sem sal.
Mas o que é viver?
Não é só respir(ar)...
Talvez seja negar a si mesmo,
esvaziar o ego,
amar o outro,
desinflamar o “eu”.
Talvez viver seja isso:
deixar de ser dono,
e começar a ser dom.
Abandonar a velha mania
de dizer pra morte:
“sai, sai...”
quando, talvez,
é ela quem nos abre
a porta da verdade.
A vida
uma ferida aberta.
Só a morte cicatriza.
Mas qual morte?
Vivemos febris de existência,
e só o silêncio da morte
nos arrefece.
Sim, eu digo:
a existência é um mal crônico,
e a morte seu único alívio.
Que morra o “nós” do ego,
e vivamos à semelhança
do Cristo
o Eu que se fez
ninguém,
pra amar
tudo. Jesus!
Tentei me jogar da ponte
Mas a morte segurou minha mão
E disse que a graça da morte é esperar a ida e não antecipá-la
Eu cura.
Eu morte.
Eu ajuda.
Eu castigo.
Eu aqui para você ou para os meus?
Eu sou para escolher ou para escolher fazer?
Vim te salvar de todos ou te jogar para eles.
Quando teremos nossa vida em nossas mãos?
Quando deixaremos de confiar no saber do outro?
Sejamos detentores do nosso bem estar.
Não podemos ser sós.
Quando eu me for
A agonia da morte sufocando
As entrelinhas da vida que se esvai
O cacere infinito que gargalha
Sucumbindo-me
Da minha face pálida
Que nada mais podera fazer
Intragáveis versões ,detestáveis como abutres
Na carcaça podre apoderam -se
de mim.
Corvos miseráveis aproveitadores da minha fraqueza
Como aste venenosa enfraqueceu -me
Queimaram minhas asas ,com medalhões de ferro prederam me ao chão
Mau sabe eles que de me , quem flutua
São as versáteis escruciantes
Repugnantes palavras.....
Meras palavras
À Senhora da Última Viagem
Morte, de tantos nomes e em tantos versos,
Escrevo-te hoje, sem medos ou reversos.
Não como um lamento, nem com dor a chorar,
Mas com a curiosidade de quem quer desvendar.
Vens sem aviso, ou com sinais que ignoramos,
Levando de nós os elos que tanto amamos.
Em teu silêncio, resides a grande incerteza,
Do que há depois, da eterna beleza.
Muitos te temem, a ti, o inevitável fim,
A fronteira que corta a vida de mim.
Mas vejo em ti também um grande alívio,
O ponto final para o sofrer e o calvário.
Tu não distingues idade, riqueza ou poder,
Com tua foice justa, vens para colher.
És a igualdade que a vida não oferece,
A paz derradeira que o corpo envelhece.
Ensina-nos, Morte, a valorizar cada instante,
A amar sem reservas, com um amor radiante.
Pois ao sabermos que tua visita virá,
Damos mais valor ao tempo que nos resta.
E quando chegares, com teu véu a planar,
Espero encontrar a calma para te abraçar.
Que em teus braços, a alma possa repousar,
E o que foi vivido, eternamente brilhar.
Com respeito e, sim, um pouco de fascínio,
Um Ser Humano em seu caminho.
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