Poemas de Ausência

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Versos tecidos no silêncio

Quantas horas leva alguém para se tornar expert em um assunto?
Foram milhares as horas que dediquei ao meu silêncio.
Hoje, é a língua na qual possuo maior fluência.

Aprendi a escutar o tempo,
a respirar o compasso de cada segundo.
Ao respeitar sua dança, percebi:
o silêncio não é ausência,
mas uma fonte infinita de compreensão.

No silêncio, as palavras ganham novos contornos,
como se cada sílaba fosse esculpida pela quietude.
A ausência de som cria melodias invisíveis,
e os sentimentos nascem, livres,
sem a limitação da fala.
Uma sinfonia espacial.

Descobri que, quando a boca cala,
outros sentidos florescem.
Os olhos traduzem o que os lábios calam,
o olfato beija o tato,
e os ouvidos, ah, eles leem o murmúrio do mundo.

Na quietude, encontrei a língua do sentir.
Foi assim que fiz poesias com meus sentidos.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠Como a noite é longa!
Só, as noites sem ti.
Senta-te, amor, perto
Do leito onde esperto.

Vem pr'ao pé de mim...
A saudade me consome,
Em cada pulsar do coração.
Aqui ao pé da cama

Teu nome ecoa, chama,
Ansiando por tua mão.
És a minha estrela,
A luz que me guia.

Como estou presente!
Sussurra-me ao ouvido
E a distância se afilia.
Que é feito de tudo?
Que fiz eu de mim?

Deixa-me sonhar,
Sonhar a sorrir
E seja isto o fim
Desta noite sem ti.

⁠Caminho sem pegadas

Crescer sem pai é caminhar sem sombra,
sem a voz que orienta nas noites de dúvida,
sem a mão firme que segura na queda,
sem o olhar que aprova, que acolhe.

É aprender a ser forte antes da hora,
sentir o peso do mundo com as próprias mãos,
e buscar nos próprios passos
um caminho onde nunca houve pegadas.

Na ausência de um abraço, a alma se encontra,
fazendo de si mesma um abrigo seguro,
mas no silêncio, o coração pergunta:
onde estava o pai, quando o mundo se fez tão grande?

Inserida por samia_lourena

⁠De repente, eu não tenho mais pressa.
Não tenho pressa de sair, não tenho pressa de chegar. Curiosamente, ao chegar num ponto da vida em que o tempo que me resta vai-se tornando cada vez mais curto, cada vez mais urgente, percebi que não vale a pena perder esse mesmo tempo com preocupações desnecessárias.

Se preocupar com o que os outros vão pensar, sobre o que os outros vão dizer, sobre a opinião ou julgamento alheios que não vão significar nada realmente, não vai trazer, da mesma forma, absolutamente nenhum proveito prático para sua vida. Não vão te pagar para ouvir o que pensam de você, não vão te trazer nenhum alívio espiritual, sequer um momento de alegria verdadeira, genuína. Mesmo que o que possam dizer a você sejam palavras elogiosas. O que você é está em sua própria essência, em sua personalidade, em seu temperamento, em como você lida com cada pequeno fato que acontece em sua vida.

Talvez, nesse ponto da vida, você possa questionar se a pressa de chegar perto dos que você ama não possa ser legítima, válida. Porém, também nesse ponto da vida você possa, sim, avaliar se não vale mais a pena você se privilegiar da companhia apenas de quem realmente vale a pena em sua vida. Porque se, ao se cercar apenas das pessoas que você realmente ama, você sempre estiver em companhia de quem você merece ter ao seu lado, você não terá motivos para ter pressa. De chegar, de ir embora, de deixar quem quer que esteja ao seu lado.

Deixe de procurar a companhia de quem não agrega, não acrescenta, não traz alegria, a risada frouxa, o carinho, a afeição, a verdadeira demonstração do amor. Esforce-se em manter por perto e manter-se perto de quem valha a pena passar junto o tempo que lhe resta.

Inserida por amauriangelino

Hoje, enquanto escrevo, sinto uma mistura de sentimentos e reflexões sobre o caminho que percorri até aqui. A ausência do meu pai sempre deixou um vazio que, por vezes, parece difícil de preencher. Em momentos de alegria, naqueles em que eu gostaria de compartilhar conquistas e desafios, sinto falta do apoio e da orientação que ele poderia ter me dado.

No entanto, também aprendi a valorizar a força que essa ausência me trouxe. Com cada obstáculo que enfrentei, descobri uma resiliência dentro de mim que não sabia que existia. Você, que está vivendo agora, deve ter encarado muitos desafios, mas espero que tenha aprendido a transformar a dor em aprendizado e a saudade em motivação.

É importante lembrar que, mesmo na falta, existem outras fontes de amor e apoio ao nosso redor. Amigos, familiares e outras figuras que se tornaram pilares em nossa vida. Espero que você tenha sabido reconhecer e valorizar essas relações.

Sei que o caminho nem sempre foi fácil, mas confio que você se tornou uma pessoa forte e empática. Que você aprendeu a ser o pai que sempre sonhou ser, ou o amigo que sempre desejou ter. Que, apesar das cicatrizes, você encontrou maneiras de criar um futuro cheio de amor e esperança.

A vida é uma jornada repleta de aprendizados, e espero que você tenha abraçado cada um deles. Continue a buscar a felicidade e a construir relacionamentos significativos, sempre lembrando que, mesmo na ausência, o amor pode se manifestar de muitas formas.

Com carinho,
Você do passado.

Inserida por WilliansEscanor

⁠AMOR E DESPEDIDA

Um adeus que não se deseja professar, prolonga as noites de nossa alma

Ora! Não que sejam as noites uma ausência de luz, ou mesmo a dissipação do calor esplendoroso

Mas, a presença de uma luz calma como a lua, na qual os olhos podem penetrar em profunda contemplação, numa ausência de si mesmo

Uma espécie de inclinação devota, rendida e vulnerável a algo que se revela infinito, no efêmero de nossa experiência terrena...

O amor puro, sem matéria.
O único e verdadeiro amanhecer de nossas almas!

Inserida por Glaucimar-Gama

Saudade: a medida secreta do amor


Teus olhos, agora estrelas,
não brilham menos por estarem distantes.
São vigias do meu sono,
um farol que ilumina a noite longa.
Tua voz é sussurro no vento,
um segredo guardado nas folhas secas,
canta memórias nos cantos esquecidos do dia,
um eco que não se apaga,
uma melodia que insiste em ficar.

A saudade não pede licença,
entra sem bater na porta.
Sons, cheiros, risos:
tudo rompe o silêncio da sala.
É o amor que ficou,
pedaços teus que não souberam partir,
estilhaços da tua presença,
que agora moram na ausência.

Sentir saudade é um pacto,
uma entrega,
o ensaio da presença que já não volta.
Dizer "sinto saudades de você"
é confessar: "eu te amo ainda".
A ausência é cheia demais,
carrega teu cheiro, tua risada,
o peso do que não foi embora.

Saudade é régua,
a medida secreta do amor,
o peso e a prova de tudo o que fomos.
Tesouro que o tempo não apaga,
que a ausência não rouba.
Saudade é o amor que persiste,
um grito surdo que ecoa,
buscando-te em cada esquina do tempo.

Se o amor é âncora,
a saudade é barco à deriva.
Navega sempre em busca do que perdeu.
Nem tanto ao mar,
nem tanto à rocha:
foi no equilíbrio das ondas
que minha saudade ancorou
no porto invisível do meu coração.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠Quando a noite se despede da luz e as estrelas bordam o céu com sua tímida claridade, a saudade emerge como uma brisa suave, sussurrando o seu nome ao vento. É nesse silêncio profundo que o seu rosto se desenha na minha memória, cada traço tão vivo, cada detalhe tão nítido, que quase posso sentir o calor do seu olhar e o toque delicado da sua presença. A lembrança se torna meu refúgio, um lugar onde o tempo se curva e a distância se dissolve, trazendo você para perto de mim.

Na solidão desse instante, uma lágrima tímida escapa, carregando consigo o peso de um amor que as palavras jamais poderão conter. Ela desliza lentamente, traçando caminhos invisíveis em minha pele, como se fosse uma prece silenciosa, uma oferenda à mulher que domina meus pensamentos e faz o meu coração pulsar com intensidade.

E assim, no santuário erguido por essa lágrima, encontro um abrigo onde você reina absoluta. Ali, entre as sombras da noite e a luz da lembrança, você permanece viva, imortalizada no espaço sagrado que o amor construiu em mim. Cada batida do meu coração é sua, e cada pensamento meu é guiado pela sua doce existência.

Inserida por italo0140

⁠Nas sombras do tempo, ele caminhava solitário pelas ruas de memórias desbotadas. Seu coração, um mausoléu de amor, guardava o fogo sagrado por ela. Ela, a musa imortal de seus sonhos, vivia na penumbra de sua ausência, uma presença tão vazia quanto as ruínas de um templo esquecido.

Anos haviam se passado desde que suas vozes se entrelaçaram em canções de promessas e suspiros. Anos desde que seus olhares se perderam nos labirintos da alma um do outro. Mas para ele, o tempo era apenas uma cortina fina entre o que foi e o que poderia ser.

Ela era como a névoa da manhã, presente, mas intangível. Ignorava-o como se ele fosse uma sombra indesejada em seu horizonte. Seu silêncio era uma sentença, sua indiferença, uma espada que dilacerava sua alma a cada dia.

Mas mesmo na morte ficta de sua conexão, ele persistia, seu coração como um farol na escuridão, esperando por um vislumbre da chama que um dia ardeu tão intensamente entre eles. Ele a amava além das palavras, além do tempo, além da própria morte.

Em seu amor, ele encontrava uma imortalidade que transcende os limites do mundo físico. Seu amor era uma epopeia, uma saga de esperança contra toda a lógica, contra toda a razão.

E assim, nas brumas do esquecimento, ele continuava a tecer os fios do seu amor, esperando pelo dia em que a morte ficta que os separava se dissolveria, e eles se encontrariam mais uma vez nos braços do destino, onde o tempo não teria poder sobre o eterno laço que os unia.

Inserida por italo0140

⁠Morada da Saudade

Saudade, dor que castiga,
Silenciosa, cruel, imprecisa,
Se agarra à alma, intrusa antiga,
E ninguém ouve minha brisa.

Grito alto, ninguém escuta,
É lamento que o vento carrega,
Coração sangra, a dor é bruta,
Na noite fria, a esperança nega.

Rasga o peito, faz morada,
Deixa em mim ferida aberta,
E a solidão, sempre calada,
Se torna a visita mais certa.

Por que me tomas, sentimento vil?
Levas a paz e me deixas assim...
Traz de volta o amor sutil,
Que era luz no meu jardim.

Inserida por WisleneCardoso

⁠Quando a Noite Cai

Quando a noite cai
e o frio desce devagar,
vem com ele a angústia —
silenciosa,
sutil,
letal.

Quando o frio me visita,
sinto falta do teu calor,
aquele que apagava
toda dor,
todo medo,
toda solidão.

Quando percebo tua ausência
no eco da casa vazia,
bebo tuas palavras guardadas,
e nelas,
me cura a poesia.

Quando olho ao redor
e não te encontro,
as lembranças surgem —
nítidas, quentes,
com o gosto do nosso
último beijo.

E quando tudo silencia,
até o tempo se recolhe…
Fecho os olhos —
e, inevitavelmente,
é em ti
que meu pensamento dorme.

Inserida por WisleneCardoso

Tem uma frase que diz:
"tudo que você deixa sem atenção, vai se desfazendo aos poucos."
E isso é muito real.
Ausência sempre me gerou desinteresse, você some e eu te esqueço.
Simples assim.

Inserida por jhennimarques

⁠Eu preciso te ver, porquê, partes de mim ficaram em você.
Você precisa me ver, porquê, partes de você ficaram em mim.
Nós, precisamos nos ver...
E por fim a está saudade que a insanidade de um momento criou.
O gosto do teu beijo, que mora nos meus lábios, é único por ter sido único e nunca houve outro igual.

Inserida por Colicigno

⁠Contei-lhe minha história e para ti fiz nascer poemas...
Coração solto em terra ímpia a florescer...
Da ilusão por mim criada só tive algemas...
Onde aprendi a sofrer...

Todas as portas já cerradas...
Todas as ruas vazias...
Vejo as estrelas a chorar...
E até, quem diria...
Não é mais bela a lua...
É só uma luz fria...

No jardim das almas...
Ninguém acompanha meu caminhar...
Saudade ou aspiração?
Deixei minhas virtudes cair ao chão...

Cansei de tanto oferecer...
Do que não há de voltar...
Do tempo que há de chegar...
Castigo inexpiável...
Tamanho é meu parecer...
Para ter meus sonhos realizados...
A quem devo obedecer?

Para quê a busca das coisas?
Quando por fim tudo acaba?
Valerá a luta da conquista...
Onde ainda se crê e se ama ainda?

Sim, é certo...
Quem eu amo...
Agora zomba e ri do meu amor…
Em tudo o que fiz pus o cuidado...
Será possível mesmo o fim de tudo?
Restando-me só ausência e dor?

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Se eu pudesse falar com a dor,
não começaria gritando.
Falaria baixinho,
como quem já entendeu
que ela só escuta quando a gente para de resistir.

Perguntaria por que chegou sem aviso,
por que se espalha por dentro
mesmo quando tento manter tudo no lugar.

Diria que já entendi suas lições,
que já senti fundo o que precisava sentir,
mas que agora…
já é hora de partir.

Se eu pudesse falar com a dor,
confessaria que ela me moldou,
me virou do avesso,
me rasgou pra que eu pudesse nascer de novo.

Mas também diria que estou cansada.
Cansada de conviver com a ausência,
com o silêncio que grita,
com as perguntas sem resposta.

E se ela me perguntasse se a quero longe,
eu responderia:
quero que vá.
Mas que leve com ela
apenas o que já não serve,
e deixe o que me fez mais forte.

Porque se eu pudesse falar com a dor,
diria com firmeza:
você me ensinou.
Mas eu sou muito mais
do que aquilo que me feriu.

Inserida por JennyScarpiello

⁠Se você não vem,
tudo bem!
Se você não fica,
nem se manifesta,
nem grita,
tudo bem!
Já me acostumei...
e o sol ainda brilha,
pássaros cantam,
borboletas voam,
e tudo permanece como é.
Idas e vindas,
sons e silêncio,
minha mente flutua,
sol e mar,
e tudo permanece como está.

Inserida por valdima_fogaca

Ser fiel a si mesmo é o primeiro passo para não se perder no outro. Quando quem amamos não está, percebemos o quanto a vida é dura — e curta. Esperar finais felizes parece ingênuo diante da realidade que insiste em nos quebrar.

Mas há força na dor. As partes que se quebram revelam quem realmente somos. A ausência do outro escancara a necessidade de presença de si. E quando dizemos “nunca mais”, talvez estejamos, enfim, dizendo “agora, sim” — para nós mesmos.⁠

Inserida por italo0140

NINHO VAZIO

Dois bonitos passarinhos
Que voavam por aí
Um dia se encontraram
E logo se apaixonaram

Construíram um belo ninho
Simples, mas aconchegante
Então vieram os filhotinhos
Felizes e esfuziantes

A família aumentou
E a trabalheira também…
Ter comida e segurança
Não é fácil pra ninguém

O casal de passarinhos
Com integral dedicação
Transmitiu aos seus filhinhos
Respeito e educação

E assim, dia após dia,
Numa luta sem parar
Os pequenos filhotinhos
Aprenderam a voar

Mas em uma tarde voaram
E já não voltaram mais…
Foram construir seus ninhos
Seguindo os próprios caminhos
Como um dia, lá atrás,
Também o fizeram seus pais

Então, assim de repente
O ninho aconchegante
Que era tão quente e seguro
Ficou triste, escuro e frio
Tornou-se um ninho vazio

E o casal de passarinhos
Lá na varanda do ninho
Hoje fica a murmurar
Esperando que numa tarde
Os filhotes reapareçam...
E que voltem pra ficar.

Inserida por MarcoARCoura

⁠⁠Em poucas palavras,
digo que é notável a tua grandeza,
bela e profusamente preciosa,
uma Estrela que resplandece
num lindo céu azul Marinho.
És profunda e consciente,
um vasto oceano, rico em vitalidade.
assim, tua ausência é sentida,
pois a tua presença traz sentido,
precisa ser amada de verdade,
és uma fonte de regozijo.

Inserida por jefferson_freitas_1

⁠As pessoas só lhe valorizarão quando virem que você é único. Quando virem que ninguém é igual a você. Torne-se incomum, torne-se raro, não no sentido de faltar ou sumir, mas ser tão excelente, excepcional que muito poucos se igualarão a você. A sua presença maciça, conveniente, amiga, útil, será sentida na sua ausência.
Faça tudo com excelência, mesmo as tarefas mais comuns, mais simples.
Aprenda a marcar a sua existência, o seu comportamento de maneira tal, que até o silêncio lamentará a sua voz.

Inserida por Desarel