Poemas Bonitos

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Do que adianta você ter essa alma colada aos ossos dessa carne errada?
Sem o risco a vida não vale a pena. Se você não quiser arriscar, não comece. Isso quer dizer: e se você arriscar e perder namorada, esposa, filhos, emprego, a cabeça e até a alma? Mas é sempre melhor isso, do que olhar para todas essas outras pessoas que nunca acertam, porque nunca se propõem ao risco.

Tenho a certeza de que,
da mesma maneira como você me vê agora,
já estive aqui milhares de vezes e
espero voltar outros milhares.

⁠Aos leitores amigos

Poetas não podem calar-se,
Querem às turbas mostrar-se.
Há de haver louvores, censuras!
Quem vai confessar-se em prosa?
Mas abrimo-nos sub rosa
No calmo bosque das musas.
Quanto errei, quanto vivi,

Quanto aspirei e sofri,
Só flores num ramo – aí estão;
E a velhice e a juventude,
E o erro e a virtude
Ficam bem numa canção.

Johann Wolfgang von Goethe
Poemas. Lisboa: Edições 70, 2022.
Inserida por marcosarmuzel

Como um cego, grita a gente: ‘Felicidade, onde estás?’ Ou vai-nos andando à frente, ou ficou lá para trás.

O fim da arte é quase divino: ressuscitar, se faz história; criar, se faz poesia.

Devaneios Reveladores - Na verdade, se nos fosse dado penetrar com os olhos da carne na consciência dos outros, julgaríamos com mais segurança um homem pelo que devaneia do que pelo que pensa. O pensamento é dominado pela vontade, o devaneio não. O devaneio, que é absolutamente espontâneo, toma e conserva, mesmo no gigantesco e no ideal, a figura do nosso espírito. Não há coisa que mais direta e profundamente saia da nossa alma do que as nossas aspirações irrefletidas e desmesuradas para os esplendores do destino. Nestas aspirações é que se pode descobrir o verdadeiro carácter de cada homem, melhor do que nas ideias compostas, coordenadas e discutidas. As nossas quimeras são o que melhor nos parece. Cada qual devaneia o incógnito e o impossível, conforme a sua natureza.

O corpo humano é talvez uma simples aparência, escondendo a nossa realidade, e condensando-se sobre a nossa luz ou sobre a nossa sombra. A realidade é a alma. A bem dizer, o rosto é uma máscara. O verdadeiro homem é o que está debaixo do homem. Mais de uma surpresa haveria se se pudesse vê-lo agachado e escondido debaixo da ilusão que se chama carne. O erro comum é ver no ente exterior um ente real. Tal criaturinha, por exemplo, se pudessemos vê-la como realmente é, em vez se moça, mastrar-se-ia pássaro.

Victor Hugo
Os Trabalhadores do Mar

Jamais, aqui, hão de me ensinar o nunca. E eu queria voltar a um terno recanto perdido, universo: amorável. Se sorri, era o mundo todo coincidindo com a minha atualidade.

Guimarães Rosa
Estas histórias. In: João Guimarães Rosa: ficção completa, volume 2. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017.
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Nada em rigor tem começo e coisa alguma tem fim, já que tudo se passa em ponto numa bola; e o espaço é o avesso de um silêncio onde o mundo dá suas voltas.

Guimarães Rosa
Estas estórias. João Guimarães Rosa: ficção completa, volume 2. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017.
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A vida também é para ser lida. Não literalmente, mas em seu supra-senso. E a gente, por enquanto, só a lê por tortas linhas.

Guimarães Rosa
Tutameia. In: João Guimarães Rosa: ficção completa, volume 2. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017.
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Ser ruim, sempre, às vezes é custoso, carece de perversos exercícios de experiência.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

A vida da gente vai em erros, como um relato sem pés nem cabeça, por falta de sisudez e alegria. Vida devia de ser como sala do teatro, cada um inteiro fazendo com forte gosto seu papel, desempenho.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Liberdade – aposto – ainda é só alegria de um pobre caminhozinho, no dentro do ferro de grandes prisões.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Para o prazer e para ser feliz, é que é preciso a gente saber tudo, formar alma, na consciência; para penar, não se carece.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Os fatos passados obedecem à gente; os em vir, também. Só o poder do presente é que é furiável? Não. Esse obedece igual – e é o que é.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Sertão é uma terra de quem é forte, com as astucia, Deus mesmo quando vinhe que venha armado.

⁠Em noite de roça, tudo é canto e recanto. E há sempre um cachorro latindo longe, no fundo do mundo.

Guimarães Rosa
Sagarana (1946).
Inserida por marco_aurelio_martins

Tão longo ouvia, tanto mais eu me descompenetrava. O que produzia, próprio em mim, íntimo, um silêncio, uma diminuição de peso.

Guimarães Rosa
Estas estórias. In: João Guimarães Rosa: ficção completa, volume 2. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017.
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Inserida por marco_aurelio_martins

O micróbio é humilde, o vírus que se infiltra, o pó, o pão, o glóbulo de sangue, o esperma, o interminável futuro na sementinha, o vingativo chão, a água ínfima: o átomo é humilde; humilde é Deus.

Guimarães Rosa
Estas histórias. In: João Guimarães Rosa: ficção completa, volume 2. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017.
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Inserida por marco_aurelio_martins

“metafísica”:⁠ “É um cego, com olhos vendados, num quarto escuro, procurando um gato
preto... que não está lá.”

Guimarães Rosa
Tutameia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2013.
Inserida por marco_aurelio_martins

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