Poeira
Alguns tratam as intrigas como tratam poeiras à sua frente, tem os que sacodem a poeira de sobre si, os que varrem a poeira por debaixo do tapete, os que jogam e espalham a poeira no ventilador ligado no máximo, os que ajuntam a poeira em montões e deixa ali exposta, mas tem os que em mutirão se juntam com desejo de limpar todo ambiente contaminado por esta poeira jogando-na no lixo.
Um vento sorrateiro e cheirando poeira começa a balançar as rhapis da vizinha
... e também o meu pé de Areka que já se faz imponente,
mesmo sendo ainda um adolescente....
São .... Peraí!!! Pingos de chuvaaaa!!!!
É chuvaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!
mel - ((*_*))
Vapor e poeira
Está fazendo calor
Mas estou de botas longas
Me dizem que irei ser assassinado
Porque estou de botas de policiais
Minha bermuda desbotada
HO!!!!!!!!!!
Meu Deus estou indo para um revolução
As pessoas tem medo de mim
Porque não entendem o que digo
Falo em datas e filosofia, poesia, ecologia, história...
Não aprendi nada na escola...
Hoje busco um lugar ao sol
E a liberdade não existe
Tenho que ser servo para existir a liberdade...
Cada um tem sua cadeia que escolhe...
Os lobos me seguem
Já andei em meio as ovelhas...
Ouvi o grito do pastor e as ovelhas
Correndo ao seu encontro...
Sou um analfabeto
E pensam que sei muito
Por isso correm de mim
Quando um homem busca intensamente a sabedoria
Os comuns fogem dele...
Estou sentado em um pedra perto de um castelo
A beira praia
E os calangos sobem sobre minhas pernas...
Estou sozinho
Quero viver entre os cães
Na chuva e ao sol...
Quero ir embora daqui
Este é o meu bordão
Quero ir embora daqui...
Estou derretendo
Estou indo embora
Igual água evaporando
Pelo menos estou me transformando
Viver e transformasse sempre
Mesmo evaporando...
Ando e ninguém me vê
Um tempo foi
Um tempo virá
E em tempo serei favor
E poeira voando ao vento!
Imagem antiga do meu interior
Sossego!
Ruas de terra batida, cheiro da poeira fina, barulho de pés pisando o cascalho.
Sombra fresca do caramanchão.
Descanso da lida após almoço farto. Prosa boa ou cochilo. Tanto faz!
Na vendinha da esquina, fumo, cereais, pinga da boa, chapéus…e a caderneta do fiado.
Mães amorosas, pano branco na cabeça, levando os filhos para a escola.
Pracinha coroada pela pequena matriz de São Bernardo.
Janelas e portas sempre abertas, acolhedoras.
Na torre única, ninhos de andorinhas e o toque do sino que me toca.
Repica alegre anunciando uma boa nova?
Ou tange triste no adeus a alguém que sobe para morada final.
Que fica lá no limite da vista.
Entre a terra e o céu.
Como um aviso: É preciso apreciar, sem limites, o que o olho vê ou o coração sente.
A imagem antiga do meu interior, encanta o meu presente.
"Moro debaixo da marquise
Do prédio que você mora!
A poeira é quem me veste!
Sendo o vento meu amigo!
‒ E a chuva?
‒ Colabora!
‒ Levando seu escarro poluente!"
Rogério Pacheco
Poema: Que vou - Em vão!
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG
Alguns preferem a estrada de chão, apesar da poeira tem estabilidade para os pés. Outros preferem a corda bamba, ficar nas alturas, apesar do risco constante do tombo
MINA!
Era a seca castigando
era a poeira no chão
era a sede aumentando
sem verde na plantação
arredei, mas tô voltando
que já tem água minando
nas terras do meu sertão.
A história deve ser sempre relembrada aos mais jovens, para que não se percam na poeira dos cabelos brancos dos livros.
É inadiável eliminar de nosso interior e reduzir a poeira cósmica, tudo o que nos faz tão débeis e infelizes.
Celebrando a vida
Não somos muito, somos poeira levada,
pelos ventos, que a chuva vem e apaga.
...Que a nossa passagem aqui na terra...
Seja pelo amor marcada. O instante faz
a minha existência plena, é o que tenho.
O que tenho, não posso chamar de meu
o que tens também não te pertence, nós
não temos nada além de nem as nossas
vidas, não pedimos para nascer, sequer
conhecemos o dia em que, iremos partir.
Deixemos então os meus e os teus, que
sejam somente pronomes, pois chegará
o dia em que talvez eu nem saiba qual é
o meu ou o seu nome. É triste, mas pura
realidade, talvez nem sejamos saudade.
Poeira
Preso em um tempo
Onde o edifício
Desmoronou.
É difícil
Mas agora no silêncio
Sobre o túmulo
Encontro o sentido.
Somos nada
Apenas poeira.
As tempestades do deserto de minha alma trouxeram-me até você. Da grande massa de poeira da areia, formou-se um sentimento dourado, que deixei deslocar-se através dos ventos de meu ego, para o solo de meu coração. Tudo resultou numa única palavra: VOCÊ.
Flávia Abib
A eternidade é algo inexistente, seremos poeira em estantes de livros, esquecidos até as traças devorarem em uma velocidade voraz.
Rainha do deserto (versão 2)
Pedras a rodeiam,
desenhando suas asas,
jogada num cinturão de poeira,
o sol drena a água das raízes,
sobre sua cabeça emulando uma coroa.
Calibres de areia se moldam,
sobre as curvas do corpo emulando um vestido.
A encapada flutua nas areias quentes do Saara,
o véu distorce ao vento,
até ladeira abaixo ornamentada.
Guiada por calangos e dromedários,
abutres e carcaças,
levando fé, paixão e garra,
ela é a rainha do deserto,
a cigana flamejante das terras
áridas e quentes,
escultura de areia que resiste as dunas,
a seca, as tempestades e a poeira,
na imensa vastidão desértica.
Você não olhava
Foi só um vislumbre
Dois anos atrás
Eu era chorume
Poeira estelar
Eu era faísca
Sujeira de ouvido
Eu fui seu amigo
E o seu carrasco
Fui tudo o que tinha
Retalho e maço
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