Poeira
Sou estrada, cantador, eu sou poeira
causos, versos, que vêm e vão...
sou leveza, tempestade, agonia
sou tristeza num acúmulo de paixão.
O que resta para nossas vidas é apenas a poeira que fica pesa em nosso sapato, e que é o que resta de alguém que já se foi...
solidão
O vento brando
poeira sutil
poesias decrescem numa vida senil
a solidão que permeia os cômodos
tomam de lágrimas minhas melhores lembranças
o tempo de outrora, melancolia iminente
a voracidade dos impulsos, vastidão inexistente
um homem solteiro
antes de tudo sozinho.
A vida nem sempre é um oceano de águas límpidas, às vezes, é poeira, vento que causa medo, tempestade que não quer passar. Porém, a gente pode varrer a poeira, se proteger do vento forte e enfrentar qualquer tempestade. Quando Deus bate a nossa porta e diz “se alimente de fé, pois, ela é a arma que você consegue enfrentar qualquer obstáculo e transpor todas as barreiras”.
FRAGMENTOS
Às vezes sou poeira no Chão,
sem destino, sem razão.
Outras, a ponta fina da caneta,
embebendo o papel sobre a mesa.
Sou nada e ao mesmo tempo tudo.
Nas entrelinhas me descubro.
As vezes é necessário passarmos por vendavais pra tirar a poeira e voltarmos brilhando mais que antes...
Eu sou o complexo da existência que seus olhos podem ver, e você só vê a poeira do meu rastro, precisamente porque eu sou o hidroavião, o raio e o trovão que nivelou exclusivamente sobre o rio primitivo onde você é meu suave espelho trêmulo.
alguns acontecimentos
só provam o quanto
somos poeira
se o vento bater em nossa direção
podemos nunca mais existir ali.
Quando o coração é nobre, nenhuma poeira, por mais densa que se apresente, é capaz de ofuscar o brilho.
Desaparece como poeira estelar
Quem se humilhar será exaltado. - Mateus 23:12
Uma coisa é orar por humildade. É bem diferente viver isso. Nosso desejo de ser humilde pode nos levar a fazer atos de servidão - ajudando no berçário, babá quando é inconveniente, fazendo recados. Mas isso pode rapidamente se transformar em orgulho. O autor e palestrante Joni Eareckson Tada disse isso bem: "Nós buscamos humildade e - puf - ele desaparece como poeira estelar entre nossos dedos."
Então, como podemos saber quando somos verdadeiramente humildes? Nós não podemos! Mas quando servir aos outros se torna uma segunda natureza para nós, estamos perseguindo o ideal que Jesus estabeleceu em Mateus 23. Depois de salientar que os escribas e fariseus estavam sempre buscando poder e posição, Ele disse: “Quem se humilhar será exaltado”. (v.12).
O senador Mark Hatfield exemplificou o espírito de serviço que Jesus defendia. Ele participou de um estudo bíblico semanal em sua igreja em Washington, DC, junto com outros políticos e profissionais. Assim que as reuniões terminaram, a maioria correu para o trabalho. Mas o senador Hatfield geralmente ficava para empilhar cadeiras - e ele era o oficial de mais alto escalão lá!
Quando servir aos outros vem de dentro para fora, como uma verdadeira ação de compaixão, estamos crescendo em humildade. Mas não vamos saber. Faremos isso naturalmente. É disso que trata a verdadeira humildade.
Se conhecermos a alegria de Cristo,
uma fonte na alma,
então devemos abandonar o orgulho pecaminoso
e assumir o papel de servo. —DJD
Quando pensamos que somos humildes, não somos. David C. Egner
Às vezes a planta
é em terra infértil
e nada floresce
somente há a poeira
que o vento levanta.
Deuses, desertos
desilusões
lenha ardendo
em estalos deprimidos
esses meses são
tão compridos
as cinzas rondam
os olhos ardidos
avermelhados
perdidos em tempos
em que as árvores
avançavam sobre a cerca
― abundantes de frutos.
Se foram os pomares
se foram os jardins
se foram as sombras
dorme a natureza
assim como durmo
saudades em mim.
Crônica: A Poeira na Varanda.
A poeira na varanda é testemunha silenciosa de um tempo que deixou saudades.
Naquela época, a cidade era pequena, e a vizinhança era uma grande família. Todos se conheciam pelo nome e sobrenome, e os compadres e comadres se encontravam na missa de domingo.
Era um ritual sagrado, onde as famílias se reuniam para uma boa conversa, um dedo de prosa, enquanto o sol se punha no horizonte.
A cidade, com suas poucas ruas, era um lugar onde tudo estava ao alcance. Da padaria ao bolicho, do pequeno mercado à farmácia, tudo era próximo. A vida rural era pacata e cheia de simplicidade. Nos sítios e chácaras, criava-se de tudo.
O leite fresco chegava à porta, e as frutas e verduras eram colhidas no quintal, fresquinhas e saborosas.
As famílias eram grandes, compostas por avós, tios, tias, primos e padrinhos. Todos conviviam em harmonia, e aos finais de semana, a festa era certa. Sempre havia um motivo para comemorar, seja um aniversário, uma colheita farta ou simplesmente a alegria de estarem juntos.
Era um tempo de vida calma, cercas baixas e muros que não escondiam os vizinhos. Todos se cumprimentavam com um bom dia, boa tarde ou boa noite.
Hoje, resta apenas a varanda empoeirada e as memórias de um tempo que deixou saudades. A poeira, que se acumula lentamente, é um lembrete constante de que, apesar das mudanças, as lembranças daqueles dias continuam vivas no coração de quem os viveu.
O propósito é inexistente, a vida é vaga. Nós somos apenas poeira em um espaço vazio. Procurar um propósito a vida é o que fazemos por não notarmos a nossa insignificância.
Mesmo as estrelas, que parecem tão numerosas, são como areia, são como poeira – ou menos que poeira – na enormidade do espaço.
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