Pessoas Nostálgicas
FERA SEDUTORA
Solidão, essa ferra genial
Faculta-me companhia
Delegando-me nostalgia
Uma inspiração colossal.
Sob o pátrio Juazeiro
Nesta tarde mórbida e fria
Em verso e prosa lhe faria
Juras de amor em segredo.
Ó! Minha magistral parceira
Dama de minha inspiração
No Juazeiro ou na ribeira
Essa pantera me conduz
Caminha comigo ao lado
Em inspiração me seduz.
Noite de saudade, noite de nostalgia lembranças, sonhos, quimeras uns vividos outros esquecidos nas prateleiras da vida que segue vez ou outra espano, mudo de lugar mas sem engano, um dia eles vingarão um dia virão como essa chuva leve e doce de verão.
Esfera do Pensamento Abstrato
A orquestra regida por um maestro bêbado, 25 anos vivendo nostalgicamente no passado, e também, na esperança de viver no futuro. Ficamos glorificado o nosso passado, nossa época de criança e com sentimento de esperança de ter um futuro próspero, sem ao menos aproveitar nosso presente.Muito bom para mostrar que a profundidade nunca fugiu de nosso tempo, é que a profundidade está em cada indivíduo e quando o indivíduo acredita que não existe profundidade em seu tempo, naturalmente é o indivíduo que não é profundo e se emerge no raso de sua própria imagem margem, passiva.
Pureza e Nostalgia
Na música
Louvamos
Amamos
Esperamos
Recordamos
Toma forma
O espírito
Em vibrações
Capta
Transmite
De forma
Singular
O âmago
Da mente
Da alma
Vibra-se
Em voos
De fantasia
Depois veio
O verão e veio o medo
Desceu de seu castelo até o rochedo
Sobre a noite e do mar
Lhe veio a voz
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço
Meu tempo é quando
De onde a árvore do castigo
Dará madeira ao patíbulo
E de onde os frutos da paz
Tombarão no chão da guerra
Nostalgia e a Saudade
Ausência
Eternamente
Presente
Sabe
A nostalgia
Contagia
Saudade
Riqueza
Que se junta
Saudade
Não
Se mata
Não
Se cura
Saudade
Dádiva
Divina
É coisa boa
Quanto mais
Melhor que
Nostalgia
A nostalgia é cruel porque não buscamos apenas o passado, mas o que éramos quando o vivemos. Tentamos reviver sentimentos, mas nunca é igual, pois mudamos. O maior luto não é pelo tempo que passou, mas pela forma como deixamos de sentir.
OS MEUS VERSOS
Meus versos nostálgicos, de amor
São lembranças de valiosa versão
São cânticos no compasso interior
Poéticas da minha própria emoção
São estâncias tão cheias de sabor
Expressão que brota da inspiração
Sentidos, afagos, mimos ao dispor
A expressiva flor dada com paixão
Versos que tem designação, olhar
Tem sentimento, um vital acalanto
Só não percebe quem não estimou
É aquele voo d’alma sem abreviar
É o encanto, o gostar tanto, tanto
Aquela sensação que nunca passou!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28 outubro, 2022, 19’40” – Araguari, MG
CARA NOSTALGIA
Saudade! Da tua voz balbuciando
E o bafejo na nuca dando arrepio
Saudade! Do teu olhar tão gentio
E os nossos sentidos se tocando
Noite de junho, frio, carinho macio
Ao luar e, nosso coração vibrando
Piando ao vento, ao vento brando
Acalmando a alma, doce fascínio
Saudade! De ter-te no sentimento
Sussurros atraentes, tão sedento
O teu toque, tão pleno de paixão
Saudade! Do que era importante
E que agora se senti tão distante
Saudade! Cara nostálgica sensação!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 junho, 2023, 19'34" – Araguari, MG
Serenata
Horas altas da madrugada, a lua lá fora
Vertendo nostalgia, sussurrando agonia
Na imensidão do azul do céu, vem o dia
Que entre o silêncio, o rumor, faz a hora
Sinto a solidão que de cadência fantasia
Uma harmonia de recordação de outrora
Tal suspiros de violão que d’alma implora
E, que no amanhecer é prostrada poesia
Esta melodia, inquieta, enfada, peregrina
Cheia de sentimento e sensação em ruína
Aperta, invoca e, sufoca toda a suavidade
Então, passa a gemer o sossego, tão aflito
No espírito da noite, num cortante grito...
Numa serenata triste... chora a saudade!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09/10/2023, 04”48” – Araguari, MG
NOSTALGIA (num dia de chuva)
Como a chuva se compõe angustiante
Nublada, penosa e tão cheia de teor
Que torna o céu de acinzentada cor
O fôlego se ausenta por um instante
O chão encharcado e tão ressonante
Causa na sensação pulsação e temor
Na batida da chuva, num tom maior
Pingo a pingo, ela, estronda meliante
Também, ermo, também, n’alma toca
E a emoção relenta e, no peito sufoca
Em um versejar que saudade contém
Junto, pois, o meu pranto, e a agonia
Chove lá fora, respingando na poesia
Nostalgia, é chuvarada, nela alguém!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 janeiro, 2025, 14’08” – Araguari, MG
ÍNTIMA SOLIDÃO
Árida é a solidão que inspira o cerrado
Tão nostálgica e árdua no meu contentar
A que provém da saudade a me chamar
Em murmúrios, além, do vivido passado
Aquela que se perde no horizonte ao olhar
Que chora no entardecer de céu rubrado
E traz na brisa, a maresia, no seu ventado
A que me faz relembrar, calado à saudosar
Ampla, melancólica, é a solidão no cerrado
Uiva nas planuras em vagidos dum soluçar
Nos pousando vazios no chão cascalhado
Mas, a solidão abafada, que faz lacrimejar
É a que domicilia comigo, no meu sobrado
E que existe íntima e triste no meu trovar
Luciano Spagnol
22 de junho, 2016
Cerrado goiano
SONETO SILENTE
Dia nublado no cerrado com ventania
Nostalgia nos olhos alumia o nebuloso
Tal como folha seca me sinto fragoso
Na brisa árida dum céu de monotonia
Range o peito num cântico escabroso
Apofântico, sem firmamento na poesia
Num par romântico de solidão e euforia
Tal chuva escassa no sertão sequioso
Alvorecer sem brilho e luz com alegria
Trazendo imenso sentimento saudoso
E na disposição uma tão nada ousadia
Caminho soturno neste vazio rigoroso
De chão cascalhado e de desarmonia
Que o silêncio comutou, vinho precioso
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
CHOVE N'ALMA (soneto)
Ouço chuva na minha alma, lá dentro
pingando na solidão pingos de nostalgia
é chuva de tempestade turbulenta e fria
inundando o coração com triste tormento
Tento na saudade ter qualquer analogia
nas quimeras, então, busco aquecimento
nas estórias de venturas, sem sofrimento
pra ter momento de estiagem e melhoria
A chuva, ainda cai num compasso lento
avolumando dor e sentimento na alegria
em rajadas de voluptuoso e firme vento
Em vão, a razão quer sair da melancolia
debruça na janela da alma, em lamento
vê que é pranto, está chuva de carestia
Luciano Spagnol
Novembro, 2016
Cerrado goiano
Soneto nostálgico
Solitário passei a falar com a solidão
A lua passou a me ver amanhecer
E o brilho do sol a me ver anoitecer
Então o repesar instalou no coração
Via a noite, as estrela e a escuridão
Na comitiva o ontem, hoje o porvir
Tentando comigo alvos para sentir
E nos cochichos nenhuma questão
As lágrimas não mais querem falar
Para que chorar, naquele momento
O vazio é quem veio em mim poetar
E neste total silêncio do pensamento
A viga do tempo e que veio escorar
A saudade, pois o fado é seguimento
Luciano Spagnol
Lamparina...
Tu, ateia luz à lembrança
Gerando cheiro de criança
E fuligem na nostalgia
Evolando memória e poesia
De um tempo que não volta mais
Sentado no silêncio do ontem, das gerais
Tão perto e tão longe, porém
Fazendo a existência ir além
De um dia ter dado partida
Na juventude já perdida
Entre ventos a soprar
A alma pôs-se a chorar
Esta solitária iniquidade
Que arde as cinzas da saudade
Na chama da lamparina
Onde não mais tange a rotina
Luciano Spagnol
Rio, 23/10/2010
19’29”
UM SONETO
Canta na alvorada o sabiá canta
Um cantar suave e tão contente
Que nostalgia o encanto da gente
Saudosamente, e os males espanta
E na tal quimera sonora, consente
Que nesta manhã de beleza tanta
A alma transude numa magia santa
Exibindo a alegria que a vida sente
Assim, em uma fortuna reluzente
O canto nos põe frente a frente
Com a felicidade e com a emoção
Então, neste encontro presente
Desta ventura, aí, tão somente
A boa sorte, regi toda a canção
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
Momentos preto e branco,
realçam alegrias ou prantos
ao perpassar na nóstalgia de tantos.
Sintonizados nos instantes de recordos ou sonhos, concretizados ou deixados de mão.
Podem valer mais que um tostão
Por ficar marcado em um coração.