Pertencer
Algumas pessoas acreditam que a decepção é um dos piores sentimentos que alguém pode sentir, mas se levantarmos nossas cabeças e a encararmos bem de perto, veremos que é apenas o começo da libertação. O início de uma nova etapa e o desprendimento de algo que já não nos pertence mais...
Eu poderia olhar nos seus olhos, ainda hoje, mesmo tão exausta dessas nossas ausências, e revelar que pertenço tanto a você como me pertenço nas manhãs silenciosas de domingo.
Só porque você encontrou o amor, não significa que é para você guardar para si. O amor nunca pertence a você. Pertence ao universo. Ao mesmo vento que sopra nas ondas dos surfistas e na corrente que os carrega de volta à praia. Você não pode se apegar, porque ele é muito maior que qualquer coisa que alguém jamais poderia conceber ou tocar com as próprias mãos. (...) É maior que tudo.
Destino
Pode ser que você tenha se perdido do seu destino. Pode mesmo ser que perder-se fosse o destino. Perder-se sabendo que tudo existe e tudo está no lugar, mas que nenhum lugar é o seu lugar. Perder-se é o destino de quem não está apto a possuir, mas da mesma forma, daquele que não se permite, pois sabe que possuir é também, inevitavelmente, pertencer.
Nos diminuímos perante as outras pessoas quando tentamos ser alguém que não somos, e tomar uma identidade que não nos é pertencente.
Ambos eram as duas metades de uma coisa. Ele não pertencia a ela. E ela não pertencia a ele. Ninguém pertencia a ninguém. Ambos eram um só.
Mas era minha humanidade que me levava a procurar, só isso. Que nos leva a todos. A simples necessidade de pertencer a algum lugar.
Me entristece a ideia de ficar em um lugar o qual eu não pertenço, mas mais que isso, me entristece mais ainda a ideia de viver uma vida que não me pertence.
Vocês não estão preparados para o mal que vem por aí. Há mais aqui do que podem conceber. Enquanto você vive sua vidinha, tão certo de que este mundo ainda pertence a vocês, um deus sombrio desperta.
Sempre quis quase tudo nessa vida, mas, por ordem de importância, diria que ser correspondida no amor e fazer parte da mesa de jantar ocuparam, desde que me entendo por gente, o topo da pirâmide da minha lista de sentidos da existência e ideias de felicidade.
Nós só seremos felizes (...) quando não precisarmos mais uns dos outros. Quando pudermos viver uma vida para nós mesmos, uma vida que nos pertença, que não tenha a ver com os outros. Quando formos livres.
Jamais alguém será de um outro alguém, pois o papel que se deve ter um com o outro é de sempre proporcionar os melhores momentos possíveis nas condições que temos.
Minha reputação está arruinada porque eu sou uma mulher, e nós, mulheres, não nos pertencemos. Nós pertencemos ao mundo. Nosso corpo, nossa mente.
