Passageiro
A alma nunca escolherá o caminho do sofrimento. Ela sabe que existe independentemente do corpo físico. Já o corpo escolherá sempre o caminho da dor, já que ele precisa provar que vive e não há nada melhor do que uma dorzinha para que se lembre. A alma é sabia, humilde e inteligente. O corpo esperto, arrogante e prepotente. A alma é eterna , e sabe disso . O corpo é passageiro, transitório, as vezes breve, mas papo doido, difícil entender isso.
Tem pessoas que não se dão conta que a vida não é eterna, que fica empurrando situações com a barriga, se acomoda na mania lixo de mentir, enrolar e enganar.. atrasa nao só a própria vida, mas alheia.
Deveria ser crime, atrasar a vida de alguém, a vida acaba e tem pessoas que nos roubam tempo, sem intenção nenhuma de fazer ser especial.
Nos provocam traumas, medos e mais tempo perdido e menos tempo de ser feliz.
Amores passageiros
Amores que sonhamos, desejamos e pedimos a lua.
O encanto do tornar-se real inunda o coração, mas, ao mesmo tempo, confunde,
De modo que, a janela dos sonhos se fecha dando espaço a um grande nó na garganta que se une as lágrimas...
Sobressai o embriagar do querer sentir o toque, o cheiro, o afago, em meio ao vento frio e vazio da escolha de quem decidiu pegar o próximo ônibus e ir em direção oposta a sua.
Não era pra ser, a sua mente ressoa. Agora é a hora de levantar a cabeça e seguir, pois há novos sonhos, e ainda há de existir amores reais.
Isso passa
Os momentos ruins passam
como tempestades que se dissipam,
deixando o ar mais leve,
a alma mais suave.
Os momentos bons também passam,
escorrem pelos dedos
como areia fina,
mas deixam sorrisos na memória,
resquícios de felicidade.
As pessoas passam,
como estrelas cadentes
que cruzam nosso céu,
iluminando por um instante,
desaparecendo em seguida.
A gente passa,
somos apenas peregrinos
nesta estrada,
cada passo uma despedida,
cada dia, um novo começo.
E se estamos passando por algo,
é porque este momento há de passar.
E quando passar,
se torna lembrança,
ou talvez nem isso.
A única certeza é que quem fomos
nem sempre define quem seremos.
Com dura e branda cadeia...
Já esqueci-me de quem eu fui...
E nesta incessante lida...
Já nem sei quem ou o quê serei...
Com o mal, e com o bem...
Já não me dá beijos qualquer passageiro...
Entre o que vai e o que vem...
Entre lágrimas, um sorriso faceiro...
Anjos ou deuses, sempre nós tivemos...
Nossa vontade é o nosso pensamento...
Tão pouco me agrada...
O ardor do inferno...
Ou a paz do céu verdadeiro...
Se eu fosse tão feliz...
De viva voz eu diria:
Que pouco ou muito é dito...
Mas é certo tudo terminar um dia...
Há fogo que devora…
Há frio que abraça...
Há amor que entre nós volteia...
E também o descaso que se semeia...
Eu te abençôo...
Não desejando amaldiçoar...
Mas se o faço...
Não permito ninguém me julgar...
O coração que vive ainda...
E pulsa e quer pulsar...
Ainda sonha...
Em sua metade encontrar...
Oh...
Pudesse durar sempre...
As venturas por quais passei...
Mas compreendo que assim o mundo não seria o que é...
Só lamento por quem tolamente me entreguei...
Tive soluços, febre, e absurdos desejos...
De nada me arrependo...
Mas quisera eu...
Poder voltar no tempo...
Façamos nossa vida um dia...
Que há noite antes e após...
O pouco que duramos...
Ninguém sabe o que vai por esse mundo...
Na eternidade - não é mais que poucos segundos...
Sandro Paschoal Nogueira
Desperte do sonho; combater ilusões é inútil e nos revela uma verdade impactante: na Terra, tudo é passageiro.
Caro leitor, lhe proponho uma profunda e dolorosa leitura através de apenas uma mísera citação...o qual um dia já esteve em branco e agora contém uma história. Uma história abissal e vazia, mas, ainda cheia de detalhes.
Aqui beira fatalidades passadas, as quais me causaram tensões gigantescas. Tensões as quais eu não suportei e tomaram posse de minha cabeça, e, de todo o meu ser. Eu só gostaria que nada disso fosse real.
"Viver" por si só me doeu, pois, tudo não passou de apenas ilusões utópicas criadas pela minha mente para eu não enlouquecer. E, por fim, acabei enlouquecendo com meus pensamentos e com tal "realidade" artificial. A realidade a qual nunca existiu para mim.
Desde então, não me reconheço mais...porém, eu mesmo nunca sequer me reconheci. Por mais que o mundo tenha me rotulado de diversas formas, eu ainda não tenho um papel decente para nada. Havia tantos rótulos diferentes...dolorosos e desagradáveis e outros prazerosos e agradáveis.
Acabei me abalando com toda a minha "vivência", a qual não chegou ao meu alcance, pois, eu somente existi. E ninguém nem sequer sabia e nem ligava para tal existência atômica.
Por mais que eu não saiba meus rótulos, sei que sou alguém horrível, pútrido e efêmero...assim como todos.
Nego minha existência porquê eu sei que não existo, e, se existo...aqui não é o meu lugar.
Há algo que eu gostaria de me desfazer, mas, isso nunca me pertenceu. Tal vida que é levada com leveza por muitos, não existia para mim. Eu mesmo não pertenço e nem tenho nada. Se eu tenho algo, é uma mente turbulenta, a qual sempre esteve ocupada.
Tal mente que nunca esteve habitada de bons frutos. Uma mente brilhante que algum dia irá se separar de tal corpo. E o corpo o qual irá se separar da realidade intangível. A realidade intangível a qual só foi um pensamento passageiro...assim como foi minha vida.
Tal vida e tal pensamento passageiro que irá se partir eternamente em algum dia. E...tal mente e corpo conectados que gostariam de descansar infidavelmente.
Por isso eu digo, nada disso é sempiterno...tudo é efêmero.
E cabe a mim decidir até que momento passarei a me tornar tal efemeridade.
– Parte 01, que pode ser a última parte.
— O fim é apenas o início...o início é apenas o fim...
"Na vida há momentos que são decisivos, onde é preciso estar sempre atento para enxergar além do tempo e registrar o momento."
Intensidade e brevidade marcam um amor inesperado. A conexão é forte, mas o momento é passageiro. Resta a lembrança do que foi vivido.
Quem entende a fragilidade do amor e a efemeridade da felicidade aprende a dançar à beira do abismo.
Na vida a dois, é tudo simples e belo no começo, mas com o tempo tudo vai virando rotina. As saídas a dois, já não vão ser mais emocionantes, ficarão sem assunto, sem rumo... E no fim acabam por apenas se acostumarem com a presença um do outro, mas sem deixar de conviver um com o outro. Isso pode ser amor... Ou pode ser apenas um hábito rotineiro.
In Peregrino
§
Na primavera,
redescobrimos
as folhas
§
O que é puro
é também
passageiro
§
Peregrinos
de dantes
anos
Ao surgirmos neste mundo, não trazemos nada, e ao nos despedirmos, levamos o vazio. No lapso entre o nascer e o partir, buscamos fervorosamente por algo que não trouxemos e que, no desfecho, não nos acompanhará.
A florada de outono.
Ah! Aquela flor, dentre todas foi a mais especial, com um aroma sem igual.
Quando não vejo ela dentre todas as outras, sinto um diferencial, diferencial que eu chamaria de algo sem igual, como uma coisa que me deixa passando mal, que, ao mesmo tempo faz-me sentir um líquido lacrimal.
Lembro-me de seu rosto perto do meu, de seus braços me aquecendo como uma mãe acaricia sua vida. Quando ela se foi, senti-me num breu e ao momento que fui percebendo dei-me conta que nada passou de uma lembrança atrevida.
Se fosse para eu descrever ela, diria que seria uma margarida, como daquelas que não vemos em qualquer lugar, afinal, ela carrega aquele aroma sem igual, lembrando-me sempre que quando não a vejo, dói me a ferida.
Neste momento, estou a lembrar-me deste grande amor, que por não tê-la dito o que eu sentia, deixei a ir. Quando me lembro do que deixei acontecer, só consigo sentir dor, porque afinal de contas, não é todo dia que perdemos uma flor que estava por florescer, essa flor só pode receber um nome, Amor.
