Partir
É tarde demais pra eu te dizer, que você ficou em mim sem eu perceber. E que me fez sofrer sem eu saber o porque...
No início, jurei pra mim que era só afeição. E em mim sempre acreditei.
Quando acordei, eu estava mergulhada em lágrimas e uma dor que me dilascerava a alma.
E eu só acordava em meio a pesadelos... Momentos em que a sua ausência ameaçava se fazer eterna em meus sonhos.
E eu te repreendia em meio a confusão que se instalava cada vez mais em mim, em nome das tristes lembranças que que se guardavam em minha mente... Momentos em que a sua presença estava em outros mundos:/
Sempre esperei esquecer... Mas o meu erro foi sempre te fazer esperar..
Mas quem iria me dizer, se eu sempre te quis em segredo?
Eu queria abandonar esse medo, mas eu sempre errei as horas... Te perdi várias vezes, e você sempre em mim... Tive diversas vezes a chance de te ter... Mas, sobretudo, tive medos!!
Amei alguém tão livre. Tive medo de não conseguir acompanhá-lo.
Tive medo de saber tão pouco, nesse meu mundo tão preso... Tive medo de você... Mas o maior, sempre foi o de te perder pra sempre.
E se eu me desse a você, e você me levasse com você, e não me trouxesse de volta?
E se eu me desse, e não desse certo?
Eu não queria te dar nenhuma certeza... Eu quis ter certeza.
Eu perdi a razão...
Agora essas palavras são em vão...
Mesmo que você ainda esteja aqui em mim, se eu não estou aí, eu já te perdí... :'(
"Um dia vamos partir"
Um dia vamos partir,
sem hora marcada,
sem aviso,
como folhas levadas pelo vento
que não volta pelo mesmo caminho.
Partiremos com os olhos abertos
ou talvez fechados em silêncio,
com sonhos ainda por sonhar
e palavras presas no peito.
Deixaremos a casa, o riso,
os abraços que não demos,
as promessas que fizemos
e os medos que escondemos.
Partiremos — todos nós,
ricos ou pobres, santos ou pecadores —
com o mesmo destino oculto
no véu do eterno mistério.
Mas não é o fim, eu creio.
É travessia, é retorno, é voo.
Somos poeira de estrelas cansadas
voltando ao berço do infinito.
Então, enquanto não partimos,
vivamos com ternura e verdade,
pois o tempo não avisa duas vezes
e o amor tudo o que levaremos.
Patrono: Mateus Sebastião Kilola
Qual é melhor no fim?
Nunca ter tido oque desejava, portanto nunca ter sentido falta
Ou ter aquilo que desejava, mas se machucar ao ver aquilo partindo
PARTIR
Navegar-te foi ausência
Entender-te foi silêncio
Parto agora sem ressalvas
Parto também o meu peito
Logo à frente um sorriso
Ao sul de algum lugar
A vida é partir
A morte é ficar
"Despedidas são inevitáveis. Mas são aquelas das quais eu não desejei partir que aos poucos vão me esfacelando."
Quando um dia deixar este mundo, não vou partir triste com os poucos que me censuraram, mas sim com os muitos que aplaudiram e foram coniventes com a minha censura.
Quando tenho que ir?
Eu não quero, não partir.
Quero viver a vida...
Viver o que não vivi
pois, a muito tempo já percebi que morri.
Quero banhar-me ao mar no verão.
Sentir minhas pernas trêmulas no chão.
De ganhar um beijo roubado...
Pernoitar ouvindo o som na balada
Curtir a revoada da madrugada.
Ver felicitamente o raiar do dia
Ouvir a melodia de um bom dia...
Voltar para casa sem me lamentar
Fazer com que aqui se torne um lar doce lar.
A avó e o Menino
A avó não tinha presente e tão pouco lhe vinha o futuro.
Vivia de si, num tempo em que os dias, só lhe prometiam o passado.
Pela manhã cantarolava cantigas de roda.
A tarde pedia chá e se ria sobre coisas desacontecidas.
Quando a noite lhe vinha, adormecia falando com invisíveis olhares.
Não tinha a estética da memória.
Seus ouvidos acordavam lembranças do sentir.
Suas mãos continham a fermentação das horas.
Seus braços acolhiam porções de vida refluídas.
E de si apenas se ouvia o balbuciar das palavras.
Assim, vivia sob o cuidado das crianças,
Que em certas ocasiões lhe contavam estórias.
Como aquela de uma sábia anciã,
Que para não morar com o tempo findo,
Decidiu torna-se novamente alguém para ser inventada.
Foi assim que numa fração, antes de partir, disse ao menino:
- Descobri que és tão grande, que não pude de ti, ausentar-me.
O que é a vida se não, esse movimento de chegar , ficar um pouquinho e partir? No entanto, o que importa mesmo é esse meio, esse intervalo de tempo entre o começo e o suposto fim, o que se faz, como se é e especialmente, a forma como enxergamos o outro. Desconfio que a delicadeza ao tocar a alma do próximo é o segredo para quem crê em um DEPOIS, em um RECOMEÇO...
Eu concluí que não foi a perda do meu pai que partiu o coração da minha mãe... foi a perda do amor. O que ela amara fora o próprio amar.
Em algum momento seu coração iria se partir, mas, dessa vez, não haveria o que amparar a queda, apenas o nada.
Noite que dorme, morre sem partir,
Depois de tudo, permaneço sitibundo,
Com vontade rasgante e iniludível,
Eu sei, caramba, nem estrelas são iguais
Tem mais, vitória agora é uma fresta de sol
No fim das conta, Tetsuo é quem tinha razão
Então todas areias da ampulheta, vão
