O Poeta e o Passarinho
Diante de nós,
temos apenas um céu aberto,
essa é nossa nova morada,
bem-vindo: dizia o poeta!
podes entrar...
Queixas -
Sou de longe ... de tão longe me sou!
Incerteza de poeta - desespero!
Homem derradeiro que a Vida ensinou.
Ser eterno, fecundo, inteiro ...
A Vida é temporaria,
dois, três dias de hospedagem
que hora a hora é diária
nesta Eterna vigem ...
Fingir para quê?!
Se a Vida é curta ... de passagem ...
... tão curta que mal se vê!
Pesos que não são meus - não quero!
Verdades concebidas - são miragem!
Que eu sou eu - livre - primeiro!
O poeta é a palavra lágrima,
Fala arrepio e escreve emoção,
Cria o verso, calado em ação,
Raio de trova, frase que rima.
O escritor escuta a fonte o clima,
Faz do instante, a eterna comoção,
Tempo em que lapida a perfeição,
A vida gera e o dom, então anima.
O Poeta e Eu -
No silêncio da vida em redor, olho tudo,
nada já me apraz ou me convém,
ante os olhos seus, serenos e cruéis, fico mudo,
e até meu corpo fica morto, também …
Poeta que me vive e me consome,
sereno e tranquilo, meu delírio,
minha graça e desgraça, minha fome!
Deixa-me resignar! Estou cansado! Meu martírio.
Eu só queria ser vulgar …
Alguém que vive a vida e nada mais,
sem versos nem reversos, ser normal!
Mas sei que não partirás! Pois não
terias ninguém mais que te acolhesse,
e eu, ninguém mais no coração …
Regresso à Solidão -
Vou alto! Tão alto!
Quão alto me encontro!
Pela Vida, sem asfalto,
poeta vivo, poeta morto ...
E batem palmas
aos versos que me rasgam ...
Tantas, tantas Almas
que me escutam e aclamam!
E por instantes, não estou só,
instante que será breve,
tão breve que dá dó!
Súbito, viram costas, fica nada,
e eu, novamente só,
que dó, regresso a casa ...
Retrospectiva -
Alembro-me senti-la, inquietante,
era pequeno, mal me via,
mas era já poeta, errante!
Era linda minha Alma - e sorria ...
Depois, pela vida fui crescendo,
junto a uma cova a vi rezando,
sua história, antiga, sepultada,
tanto tempo, ainda assim,
a vi chorando, chorando ...
Fui crecendo, crescendo,
e ela, triste, infeliz, sem nada!
Na juventude dos dias, como herança,
morrendo, morrendo ...
Pobre, infeliz e desgraçada,
uma criança, uma criança!
Aos pés de Deus ajoelhada
pedindo termo p'ró tormento!
Mas só em ataúde fechada
um dia finda o sofrimento,
acreditava!
Breves dias, longas noites ...
Em que as noites eram dias
e os dias tristes noites!
Pobre fado! Pobre fado! ...
Flor doce e desfolhada,
poeta, apenas, mais nada!
A sorrir na vida entrei,
sofrendo, austero a caminhei,
mas sei, sorrindo a deixarei ...
Porque à hora de partir
terei no fim a liberdade
que nunca nesta vida encontrei ...
Lembra-te que és pó -
Poeta, lembra-te que És pó,
noite e solidão ...
E é essa a tua glória!
Deixem passar ...
A cinza dos seus versos.
O lamento dos seus passos.
Que vá ... que vá ...
Cheio de noite e solidão!
É Poeta! E ali de fronte,
firme de que é pó,
sabendo que o é,
é frio e ilusão!
Deixem passar ...
A vida que o arrasta.
O tormento que o precede.
Que vá ... que vá ...
Cheio de noite e solidão!
É Poeta! É Poeta!
De onde vem, quem sabe?!
Onde vai, também!
Foi pó! É pó! Sempre será pó!
Poeta ... só ...
Deixai que passe ...
Acendei círios à sua dor
e façai silêncio
que seus versos já são gritos
que lhe bastem.
Óh Poeta! Lembra-te que foste pó,
que pó és e pó serás ...
Deixem passar, vai escrever,
não digam nada!
Quem permanece comigo nos tempos fáceis e nos difíceis se faz eterno em meu coração.
Poeta dos Sonhos
Esse louco poeta que está escrevendo, não gosta de convenções, não gosta que lhe digam o que fazer ou falar. Cuidem das vidas de vocês, ao invés de olhar para a vida dos outros. Sou livre como um furacão e intenso como uma tempestade de fogo que se alastra violenta pela superfície da Terra.
Um grande poeta não é aquele que escreve vários livros é aquele que consegue transmitir o que está no seu coração.
Hoje estou inspirado
Tô rimando urubu e meu loro
Você acha que eu sou poeta... Há... Poeta é meu ovo;
Se algum dia eu for poeta
Vou poetar para você, pensar que é pra amiga
Vou poetando com maior prazer;
Eureca
O poeta procurava desesperadamente, nos seus alfarrábios, o ensinamento que seria a chave para a compreensão de tudo, o ditado mágico que lhe abriria os olhos para o mundo verdadeiro, que ainda não existia. Mas era tanta coisa, coisa enganosa, erros sobre erros, que nem mesmo a sua intuição, muito desenvolvida, dava conta. Apelou para a sua bondade e tentou ouvir o seu coração, mas este estava enferrujado. O sangue era espesso e cada batida doía. Procurou usar a vontade, mas ela tinha se desgastado pelos anos de luta. Quando não havia mais solução, apelou para o nada e se lembrou que era uma criancinha, e, como tal, não tinha ansiedade, apenas queria aprender.
O poeta vivia sozinho
E, para aplacar o silêncio criou os companheiros imaginários, que eram muito superiores ele, pois era um visionário. Perdido entre nebulosas, ele se esqueceu que vivia no reino da ilusão e ficou preso no Universo que inventou.
Prestinado
O poeta sabia que estava fadado, eternamente, a cobiçar as ilusões, embora soubesse que elas nada significavam. Caminhando pelas ruas observava a beleza vazia das formas sem fim, não sendo mais que um fantoche nessa pantomima sem graça. Ainda assim ele se importava com o mundo, era essa a sua sina, não era outra a sua natureza.
E a noite, a Lua, virou o Sol, o dia.
Neste instante, o poeta, o guardião, varou a porta dourada e travessou o selo que separa o antes e o depois, o que era inconsciente do que era consciente, juntando tudo no agora. E a melodia do Destino soou para resgatar as almas que não existiam e fazer valer o amor esquecido. Somos senhores do mundo, mas quando criamos os seres, deixamos de ser nós.
O conto do nada
O poeta se dedicava a contar histórias, contar para si mesmo. Histórias sobre coisas que não existiam, que ele inventava na hora. É fantástico, criar o mundo como quem joga xadrez consigo próprio. As histórias são piadas alegres ou tristes, grosseiramente desenhadas. Histórias de espionagem, cheias de riscos e suspense. Todas têm brilho, para satisfazerem o bom contista. Na minha história ninguém morre, os mortos ressuscitam e o final é feliz. Não há chefes, nem ninguém superior ou inferior, nem existe começo ou fim, porque a liberdade o exige.
O personagem sofre com tentações e obstáculos na sua corrida para casa a fim de escrever a história, antes que ela desapareça da sua mente.
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