O Poeta e o Passarinho
"Para um médico, saber a saúde de um coração
exige um eletrocardiograma;
para um poeta, basta um sorriso seu."
Que nossos versos, revestidos do universo pessoal de cada poeta, sejam sementes que evolam, como o dente-de-leão que baila ao vento.
O pobre coração de Poeta, ama as mulheres do mundo, ama as mulheres, mulheres... meu coração vagabundo!
Mesmo com pouco saber
Escrevo o que vem na mente
Pra eu então descrever
O que o poeta sente.
Santo Antônio do Salto da Onça RN
Terra dos Cordelistas
18/11/2024
Um poeta, justo e sofrido, jaz ao lado; flores enfeitam o caixão.
Sem pressa, o ar seca à sua volta. As flores, quase mortas, exalam o cheiro da tarde fúnebre.
O choro se entrega ao vazio, misturado ao álcool consumido antes do velório — tédio, dor e ódio.
Para os que ficam sentados, olhando aquela cena, não haverá mais poemas, não haverá mais questões.
Chorosa, pensativa e discreta, a amante incerta recorda os momentos de amor.
Não haverá mais beijos, nem paixão, nem ereção.
Tenebroso, rancoroso e coeso, o cobrador ileso reflete sobre a dívida que não será paga.
Não haverá pagamento, nem provento.
Ao lado do caixão, calada, os olhos da mãe se desfazem em lágrimas.
Seu pranto não é ouvido, mas sua dor apavora a solidão.
A filha, aflita, não compreende; cede ao impulso de abraçar a carne morta.
Sem consolo ou alívio, esta dor também a sufoca.
Cala-se o poeta ao som da tampa que fecha a urna que será enterrada.
Dentro dela, nada mais restará.
Quem mandou o poeta se apaixonar? E agora começa a fazer poemas para te dedicar
Nessa imensidão que são Teus olhos castanhos eu quero afundar, em cada cachinho do teu cabelo, eu quero me enrolar
E o teu cheiro que cada vez mais faz minhas narinas te buscar, o teu jeito calmo de falar, me conquista todos os dias, mesmo sem você se esforçar
Quem mandou o poeta se apaixonar por uma pessoa que tem medo de amar? E eu posso te dizer que o amor é tudo que eu tenho para te oferecer
Ser poeta por que
Para escrever e depois morrer?
Sim, eu quero ser, ao menos meus escritos ficarão estampados com sangue nas rochas da terra.
Cortei o cabelo da minha cabeça, ele crescerá
ela foi não voltará
mas a minha missão como poeta continuará
Até o dia que me reúna com o meu pai no seol e tudo se consumirá.
Poeta e a Casa do Mundo
No domingo, o sol se espicha e se esconde. O astro luminoso, solitário, vai se perdendo no horizonte, enquanto o poeta, quieto, se perde dentro de si.
Na pausa, chega em casa, mas a casa é estranha. Uma dúvida o atravessa:
Será que aqui é minha morada ou apenas o lugar onde me deixei cair?
Essas paredes me guardam ou apenas me observam, como a um estranho?
O silêncio, sempre atento, não diz nada.
Um raio de sol aparece pelas frestas, tímido, suficiente para espalhar luz por todo o interior. O poeta sorri, como quem encontra um velho amigo, e se ergue.
Renascido, momentaneamente, pensa que a vida é mais, mas só por um instante.
As paredes são companheiras caladas, que sabem muito, mas não falam.
Aqui, o poeta ainda tenta ser inteiro.
"Esta casa é o meu peito", diz o poeta.
Sai para fora de si. Respira. No breu, sente a frescura da noite.
Nota as estrelas lá no alto, tão pequenas e, mesmo assim, tão vastas.
O poeta se vê como um grão no deserto, um grão entre vários grãos.
Volta para dentro, com a alma um pouco mais cheia. Não está sozinho, nunca esteve. O mundo é a casa do poeta, e ele, um pedaço dela.
Quer viver bem em qualquer lugar, tenha olhos de Poeta, isso mesmo, o Poeta transforma tudo com sua visão; uma pedra em seu caminho, se transforma em uma linda poesia e nem mesmos os espinhos das roseiras se escapam.
poesia livre: livro Antologias
(Ser poeta és)
Ser poeta não brincadeira é uma maneira de ser
É escrever sobre as delícias do amor e as maravilhas do mundo
É contar as tristezas humanas e num pedaço de papel emparelha-las em versos
É descrever um romance proibido e através de cada palavra um pedacinho da vida
Inspirado pelo momento
Poeta é realeza
Poeta é proeza
Poeta é violeta
Poeta é cantar e encarar a vida numa expressão escrita.
Ser poeta és.
Sobre a literatura comercial, permeiam-se dois tipos de poeta e escritor.
Há aquele que reverbera o discurso em voga, cujo a crítica precisa ouvir. Hoje, por exemplo, destaca-se o discurso identitário para abrir portas. É o atalho ao púlpito dos intelectuais.
Outro, ainda que não dê vasão ao que a crítica e burguesia intelectual convenciona, possui capital financeiro podendo bancar sua obra independente. Talvez não comercial, mas igualmente palatável.
A escrita não deve complacência às convenções da elite intelectual. Ela é, em si, fomento do grito encerrado dos marginais.
"O poeta vai pular
para dentro do hospício
Se ele parar para falar
vai ser suicídio
Notou o desapreço
E retornou ao limbo
E antes que eu me esqueça
Não conversem comigo"
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