Nao Entendemos nada mas Continuamos Insistindo

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A ESCOLHA É SUA,MAS A DECISÃO É DE DEUS.NÃO TEM JEITO QUERENDO OU NÃO UM DIA TODOS ÃO DE PRESTAR CONTAS.

Inserida por Cacio01

FILAMENTOS DE UM PÔR-DO-SOL ANDRÓGINO (*)
Admirava-o. Não perdi a admiração. Acredito que ela tenha aumentado. O bizarro, é que nunca cheguei a pensar como tudo havia acontecido. Eu era, testemunha ocular de um gesto que o personalizou, ainda que não tenha tido a intenção, seu trabalho bastaria, como bastou. Entre os estandartes da demência e da genialidade, fez-se eterno.
O vermelho deslizava-lhe pelo pescoço, avolumando pequenas poças, coágulos, gosmas, querubins malditos, formas mortas, abortos, abutres, assentados nos pêlos da sua barba. Seu olhar fixo, sem nenhum tremor, como se nada acontecesse, e não fora ele o autor, intérprete, diretor, cenário e palco do monólogo vermelho. A colcha que cobria a cama ganhava nova coloração e forma, pintura primitiva, esvaindo-se das minas da carne, viscosa e quente, contrastando à indiferença do seu olhar, parede e alcova, da emoção. O corpo demonstrando declínio ante a dor não exposta e fraqueza natural, quedou-se devagarzinho, de encontro à cama.
O instrumento cúmplice, banhado de vermelho, parecia um bumerangue aborígene, pássaro apocalíptico da trilogia da negligência. Nós éramos mórbidos epigramas do triângulo em gestação. Cortado pelo gélido pincel, foi-lhe a carne dividida, lembrando o pão da santa ceia, às avessas.
Ela estava arrancada dele, definitivamente separados. Não fiz nada. Senti que não deveria interferir. No entanto, não poderia abandonar aquele momento trágico e sedutor, sem pegar um souvenir.
Quanto tempo sonhei com aquela tarde no Louvre. Lá estava eu, entre dezenas de grandes mestres, todos fascinantes com seus estilos, e rupturas que marcaram época, contudo, queria encontrá-lo, devorá-lo ao vivo, longe das reproduções e slides, que durante anos foram companheiros nas salas de aula. Somente ele, nenhum outro, de tal forma, conseguia desequilibrar-me, colocando-me à deriva emocional. Diante da sua arte, caminhava entre as plantações de trigo, girassóis e moinhos. Nessa viagem, frenesi de quem parte sem ausentar-se, somente retornava a mim mesmo, quando os alunos em coro, chamavam-me.
Andando pelos corredores do Louvre, escarnavam-me o olhar babando as gosmas saborosas das retinas, Delaroche, Velasquez, Picasso, Gaugain, Renoir, Monet, que me provocou compreensível – breve – parada. Ele, de certa forma, bordava as lantejoulas do meu frenesi. Continuei a busca, com a certeza da sua proximidade. Subitamente, como se algo, chamasse-me a atenção, tocando-me às costas, virei-me, e o paraíso descerrou as cortinas – a luz amarela – estrela vésper da sua pintura, mergulhava na umidez vermelha dos meus olhos.
Ignorando as pessoas em volta, perdendo com mais intensidade a noção do tempo, ao êxtase tântrico pictórico, minha alma alada, já não era alma. Era um arco-íris pousando no útero da tela, onde fiquei, até que uma voz – sempre elas – trouxe-me de volta para o outro lado – a terceira margem do rio do tempo – ao insistir que estava na hora de fechar o museu.
Saindo do Louvre, meus olhos garimpavam o transe. Na indiscreta verticalidade do abismo, encontrei o metal cortante. Minhas náufragas, suadas digitais, revelaram a dissimulada atração. Ao guardá-lo, no bolso esquerdo da jaqueta, forte era a sensação de Ícaro, cujas asas a monotonia, não mais haveria de derreter. No balanço do meu andar, o metal batia e voltava sobre meu coração, como chibatadas, açoitando a dolorida ansiedade.
A uma quadra do hotel, resolvi parar num café, escolhendo uma mesa na calçada. Após a primeira taça de vinho tinto seco, vejo-me novamente em seu quarto. Ele com o instrumento em riste, no topo da orelha, não ousava dizer absolutamente nada. Quedou silente. Os músculos de sua face e seus olhos eram os mesmos bailarinos paralíticos, completando a alegoria do hiato, antecedendo ao gesto. Sua mão, única expressão de vida, desceu num frêmito impulso guilhotinador. Um desejo irremovível de amputar. Em queda, as gotas de sangue eram filamentos de um pôr-do-sol andrógino.
Sentado no café, o garçom perguntava-me se queria outra garrafa. Pedi a conta, ao mesmo tempo em que apalpava os bolsos da jaqueta.
Chegando ao hotel, peguei a chave, tomei o elevador. Dentro do apartamento, ouvi o farfalhar das asas de dois pássaros vermelhos, fui ao lavabo, postei-me frente ao espelho, retirando, primeiro do bolso esquerdo da jaqueta, o dócil e inofensivo cortante metal. Depois foi a vez do souvenir. Ao empunhar o metal sobre minha orelha, no canto esquerdo superior do espelho, Van Gogh, observava-me passivamente. No mármore do banheiro, a orelha de Van Gogh, já não estava sozinha.
(*) EUGENIO SANTANA é Jornalista, Escritor, Ensaísta, Biógrafo e Redator publicitário. Pertence à UBE - União Brasileira de Escritores. Colaborador da ADESG, AMORC e do Greenpeace. Autor de nove livros publicados. Gestor e fundador da Hórus/9 Editora e Diretor de Redação da Revista Panorama Goiano.

Inserida por DraJaneCostaRebello

Respostas de redes sociais não ajudam. Bonitas, mas não se aplicam na vida real. Somos algo ou não somos nada.

Inserida por swamipaatrashankara

As vezes não é preocupação,
só medo de quebra o coração,
as vezes não é medo de amar,
só medo de se enganar.

Inserida por JesuelAndrade

Sou Professor por opção e não por falta de opções!

Inserida por rogeriojoaquim

Ver a nossa casa não nos ajuda a chegar lá, Capitão.

Inserida por pensador

Ouço o vento atrevido assobiando lá fora, Essa noite não vou mais sonhar com você. Hoje a noite vou construir novos sonhos, não tenho asas, mas na mente e coração...Posso alçar Voos altos ir alem da imaginação onde a sombra e a nostalgia me esqueça posso ver ao longe a lua de prata amiga conselheira a espera da sua noite de amor marcado para o próximo eclipse.

Inserida por Gilbertofdeoliveira0

o prazer de aplaudir o por do sol, é o medo de não poder velo amanhã

Inserida por GusttavoL

A morte não é a maior perda da vida! A maior perda é aquilo que deixamos matarem dentro de nós,quando nos impedem viver, como sabemos e queremos!

odair flores

Inserida por odair_flores

Onde quer que eu esteja peço que não me deixe cair, não me deixe iludir e não me deixe desviar-me dos meus objetivos;
Hó... Grande pai... Hó... Grande Deus!
Livrai-me de todo e qualquer mal; confio a te o meu coração;

Inserida por JULIOAUKAY

Não deixarei que a minha esperança se esmoreça, pois o meu coração ainda há muita garra;

Inserida por JULIOAUKAY

Você é dona das próprias escolhas,e não escrava do que podia ter escolhido.

Inserida por gabriela_agrizzi

¨Amizade verdadeira não é aquela que fique do seu lado nas horas mais difíceis,é aquela que não permite que você viva o momento difícil¨

Inserida por gilson_saviola

Você sozinho não podia abraçar o mundo, podes até tentar, mas é inviável.
Agora deixe o individualismo de lado, segure minha mão, irei segurar em outra mão, outra mão em outra mão .... E assim, um coletivo, um conjunto de pessoas podemos sim abraçar o mundo e fazer melhor!

Inserida por Anderson_Alfredo

Prometi que não choraria mais
Mas, mais uma vez me encontro em grande solidão
Com o coração nas mãos, sem saber oque fazer
Diante desse terror que é o amor, diante dessa dúvida.
Porque tu me faz chorar? Será que um dia pode me amar?
Estou me desmontando pouco a pouco, pedaços a pedaços.
Você não percebe que o meu melhor estou te dando?
Sinto um pesar em te desapontar, mas já sinto que não sou do seu agrado.
Que não agradas mais do meu amor, me fazendo sentir se um grande tolo.
Pois amar é um erro, será que errei em ama la? Ou tu errou na escolha e eu só fui um erro?
Diante desse abandono ainda a amo por completo, mesmo sabendo que pode ser tolice.
Mesmo sabendo que irá me fazer chorar.

Inserida por OrlandoBiotoviski

ALMAS GÊMEAS

Escrevemos muitas coisas
coisas que não acreditamos
falamos coisas que duvidamos
existir ou ser vedade
contudo, a vida social nos exige
e é necessário que digamos algo
sobre o que cremos
e sobre tudo que nos perguntam.

No entanto, quem na verdade
pode saber o que há no coração
de um homem?

Apenas a quem for concedido
que este homem revele...

Ninguém pode mensurar
o abismo que há em uma alma
ninguém pode conhecer
o que de fato somos
e as palavras, e o que se escreve
fica tudo nebuloso, entre sim e não
só almas irmãs podem se conhecer!!!

Inserida por EvandoCarmo

Guardar restos mortais em gaveta de ouro, não salva alma de ninguém.

Inserida por BrioneCapri

Se você diz que a vida não tem graça, você certamente nunca fechou os olhos para poder enxergar.

Inserida por Thatsu

Quando fizer um pedido ao Ser Maior. Faça de coração e acredite que já o recebeu. Não tenha dúvida, pois o Ser Maior nunca deixa de atender um pedido sincero.

Inserida por DamiaoMaximino

Minh'alma é Serena .
Não absorve tempestades
e muito menos coisas pequenas .

Inserida por Paulamonteiro