Mensagens sobre o Vento
Canções ao vento do tempo
Escrevi canções com o coração sangrando,
num tempo em que ele era sol nos meus dias.
Agora leio versos que o tempo desfez,
e me pergunto por que a estrada virou bruma.
Ficaram as notas, os ecos, os refrões,
mas ele...
foi embora como poeira no horizonte.
Talvez nem saiba que vive em cada estrofe.
Choro sozinho, como a chuva na varanda,
mas lembro do riso, do jeito de amar o mundo.
Ele era lindo —
não só no rosto, mas na alma que dançava.
Essa canção é confissão e altar,
é onda do mar que quebrou em mim.
Homem feito de céu e sal,
de estrela-do-mar e alvorada.
Ele era arte sem moldura,
jazz tocado por deuses errantes,
riqueza rara colhida em jardins de sonho.
E eu?
Fiquei com a beleza que restou:
a lembrança, o verso,
e o dom de ter amado alguém assim.
Tem dias que o coração chora em silêncio,
E os planos parecem folhas ao vento.
A alma se aperta num grito contido,
Mas há um refrão suave no firmamento.
Entre Sol e Lua
Sou Gêmeos, ela é Escorpião,
um cosmos de contradição.
Eu, o vento que dança em espirais,
ela, o mistério das águas abissais.
Diz que gosta, mas às vezes foge,
um eclipse que nunca se resolve.
Sua ausência é um labirinto,
e sua presença, um céu faminto.
Somos água e fogo,
um caos em eterno diálogo.
Eu explodo em palavras, ela em silêncio,
um poema sem consenso.
Ela é lua, distante, enigmática,
eu sou sol, ardente e dramático.
Mas quando nossos mundos colidem,
o impossível, enfim, decide.
Que entre distâncias e melodias,
somos estrelas de outra galáxia,
traçando órbitas que se desviam,
mas sempre voltam à magia.
Aquele perfume em meu carro,
verde também é a cor do amor!
— um laço de vento,
um riso no ar.
Cheiro que invade,
cor que não sai.
Leve mistério que eu quero abraçar.
Animal de um dia
Tenho um corpo
e ele sangra o tempo.
Tenho um nome,
mas o vento já não lembra.
A vida -
essa prostituta divina -
me beija com dentes,
e ri.
Sou só um bicho
que sonha
com a eternidade.
Há uma fé que voa com o vento,
Que vive só do sentimento.
É chama que arde só na emoção,
Mas logo se apaga sem convicção.
"Semente de Pinheiro"
Joguei pinhões no bosque,
rimas no vento, saudades no chão.
O que crescer será verso,
o que secar... lição.
Ilusão? Talvez adubo
para o solo do meu ego.
Até a solidão agora
é conselheira do meu reflexo.
As lembranças são lições,
Episteme desse universo.
O abismo da esperança,
Que liberta meus grilhões!
Deixei a luz atravessar meu coração.
Como se lança a semente do pinheiro,
Desafia a bravura naquele chão.
O caminho que desvia minha razão".
Eminência
Será que vou ser reconhecido quando morrer?
Ou virará o vento o meu nome, sem o ler?
Quero aproveitar tudo antes — a luz, o verso,
O gosto do mundo, doce e diverso.
Viver ou sonhar?
Pois o tempo é um rio, rápido e discreto.
Busco o sucesso eminente, a glória.
Mas será que ela preenche a alma vazia?
Talvez o que importe não seja o destino,
Mas o fogo no peito, o passo divino.
Que eu queime em chamas, intenso e completo,
Vivo ou sonhando —
Mas nunca quieto.
Ela sabe esperar
Esperar no tempo
Esperar no vento
Esperar nas férias
Esperar na calma
Acalmar a alma
Trazer o sossego
Trazer a paz e o apreço
Daquele se se importa
Daquele que se ama
Daquele que se dedica
a ser o amor da vida
O velório é aquele momento que passa como o vento,
um vento avassalador de sentimentos,
que arrasta tudo o que encontra pela frente —
pelo corpo e pela mente.
Mas deixa um sinal:
que, assim como o vento,
que vem sem anunciar o acontecimento,
o ente velado é para cima levado— mas com a certeza de que Deus estará ao seu lado.
“A Dor Não Vai Apagar Minha Fé”
O fogo prova, o vento testa,
mas a fé é ouro refinado.
A cada cicatriz, sou mais forte,
e mais firme no meu chamado.
O dia já começa errado,quando,
da mente sem Deus
e do coração sem amor,
a boca profana ventos de palavras inúteis,
e num espelho de retorno
se revolta e se volta à quem profanou...
E seguirá assim seu dia,
sempre sem curso, sem direção!
Arrisco versos
No vento,
Para escrever no tempo.
Rabisco versos
Desejando descrever teu sorriso
Em forma de poesia.
"Os meus pensamentos e desejos de impulsividades são como relâmpagos carregados de vento. Chegam de repente, sem nenhuma previsão e tem o poder destrutivo de iludir e me levar do ponto onde eu deveria estar. A cada dia que passa fico mais forte, a ponto de me afixar corretamente, na maioria das vezes, e me posicionar no lugar correto para apenas assistir os relâmpagos passarem. Recolho minhas coisas e sigo meu rumo."
EU E O SABIÁ
Nesta linda manhã,
As brisas tão suaves,
O vento sopra entre
As árvores.
Eu ouço o lindo cantar
De um belo sabiá.
Lembro de ti, amada minha,
Que um dia foste
A minha rainha.
E o vento a soprar,
Eu começo a cantar
Juntamente ao sabiá,
E em ti não mais pensar,
Pois lembranças só me fazem chorar.
Busco entre as razões
A saída pra te tirar
De vez da minha vida.
E fico a cantar,
Só EU E O SABIÁ.
Aden Brito, compositor
02.05.2014, às 10h40
Direitos reservados, Lei nº 9.610, de 19.02.1998
Desfolhar-se
É preciso desfolhar-se. Deixar que o vento leve para bem longe todas as folhas, ficando apenas os galhos. É preciso outonar para depois do rigoroso inverno as primeiras folhas primaveris comecem a brotar. Assim como elas caem silenciosamente, retornam mais fortes e vibrantes. É preciso aceitar os processos naturais para que a magia aconteça sem fazer alardes.
Trabalho manual
Poderia falar da chuva, do vento, do orvalho, do cheiro, do sol, das estrelas.
Poderia falar do meu corpo, da minha mente que sente.
Ainda assim falaria pouco.
Não sou só o meu corpo.
Assim como não sou só as minhas ideias.
Sou algo mais, como sinto, como sinto as coisas.
Sempre estive aqui, no olhar dos rostos vermelhos e no clarão amarelo dos círculos.
Nas mãos pintadas de um líquido de breu, estas mesmas mãos que fazem algo que é feito
do mesmo material, com as mesmas características, com o mesmo tempo, a mesma
intenção, ainda assim diferente.
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