Memórias
São tantas as lembranças que levo de ti sem que você perceba que não tenho a menor intenção de devolvê-las.
Às vezes, os meus olhos se vestem de lembranças tuas, outras vezes, são as lembranças que se vestem de você.
Saudade é a lembrança folheando o álbum da nossa vida, no qual deixamos registrados os melhores momentos da nossa história.
Algumas pessoas são tão especiais que antes de irem morar em um outro plano constroem uma ponte linda de memórias para quando a saudade apertar virem visitar de perto a gente.
Se for para virar lembrança, que seja então, daquelas que fazem o coração abrir as portas do sorriso cada vez que chega parar nos visitar.
Algumas ruins, muitas delas boas, outras nem tanto, mas todo relacionamento está cheio de histórias que só o tempo é capaz de contar.
As lembranças são como vinho de uma boa safra guardadas na garrafa da memória. Vez ou outra, por mero descuido ou propósito a abrimos e nos embriagamos de saudades.
O olhar longínquo ancorado no céu bordado de estrelas. A saudade tateando lembranças distraídas, personificadas de presença, enquanto no oceano das memórias singram fragmentos daquela voz melodiosa como um sussurro aveludado tocando com delicadeza o intocável.
Hoje acordei saudade. Uma saudade miúda, levinha, levinha... Saudade dessas que chegam com a brisa delicada da manhã, cheirando a flor de laranjeira.
Entre tantas lembranças que guardo da infância a que mais me enternece é a da minha mãe deitada ao meu lado, do calor do seu abraço me envolvendo como um cobertor quentinho e do som da sua doce voz que como uma canção de ninar embalava lentamente os meus medo, antes que o sono chegasse.
Dizem que com o tempo esquecemos. Mentira, não esquecemos coisa nenhuma! Como esquecer o que foi marcado em nós com ferro quente em brasa? O que muda é que aprendemos a conviver com as lembranças; a olhar nos olhos da saudade sem chorar; a esbarrar nas memórias sem sangrar e a seguir em frente sem se permitir doer.
Hoje o vento da saudade adentrou minha janela e espalhou lembranças tuas por todos os cantos solitários dessa casa.
Penso que uma das maiores perdas dessa vida é a perda da memória, porque com ela se vai a magia de uma vida toda, as reminiscências e o perfume nostálgico das lembranças que evocam a nossa saudade.
Certas lembranças não são um passado morto. São um presente vivo, com forte potencial para transformar-se em futura saudade.
Quem consegue enxergar a beleza da vida nas coisas pequenas, tem o infinito das coisas grandes na palma da mão e lembranças lindas suficientes na memória para florir a eternidade.
💡 Mudanças reais começam com uma boa ideia — repetida com consistência.
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