Fogueira
O Tilintar das Pulseiras,
Em volta da fogueira, se ouve o tilintar das pulseiras ao vento
Elas tem um doce soar que exprime a alegria das ciganas ao dançar
Elas tem um brilho diferente das outras mulheres, nasceram para serem fortes e invencíveis, mas na sua fortaleza elas desnudam a sua fragilidade.
Dançam, dançam ao som do mar
Pés descalços que pisam sobre a areia branca e fria de uma madrugada de outono
Onde cada estrela no céu é um pedido e a lua sua testemunha
E as pulseiras continuam a tilintar até que o sol beije a beira do mar
corpos exaustos, mas extasiados e abençoados de tanto bailar.
E assim encerrou nossa viagem. Mesmo sem gostar, partilhou um belo chimarrão. E perto da fogueira nos aquecemos envolvidos pelo velho chale vermelho. Nos despedimos. Em minhas lembranças guardo seu sorriso, em meu peito a dor de partir sem sequer ter saído do lugar.
Fagulhas da fogueira de vaidades,
sobre as sombras do amor,
a afronta se doma na libertinagem
sonsa alma na pandemia
se torna se translucida
na fome a ânsia de viver...
até insanidade se tornar irreal,
simples singularidade altiva
sobre o clássico tom de cinza...
oportunidade explicita,
boa companhia que transpõem
o gosto da tua carne...
fruto do maior do doce viver...
transe momentâneo...
expressa se o amanhecer,
nas magoas apenas o calor do corpo,
suor que se da com o amor.
Eu sou só a fagulha dessa fogueira que ainda vai queimar.
Eu sou a fagulha que não apaga dessa fogueira que ainda vai queimar.
A noite está escura e chuvosa, eu hoje quero fazer de parte do meu passado uma enorme fogueira, e deixar que o fogo queime tudo de ruim que se passou, e quero jogar ao vento suas cinzas, para que se espalhem e vão para bem longe de mim e nunca mais cruzem o meu caminho, pois continuarei caminhando.
Hoje sei que nada sei.
No último dia de minha vida saberei que de tudo nada soube. Apenas descobri que as pessoas de hoje se esqueceu do mundo de ontem e vive em função do mundo de amanhã. Boa noite.
Certo dia; lancei água sobre a fogueira,
ficou saindo só fumaças. Deixei para lá
e fui repousar. No dia seguinte, quando
acordei, tamanha foi minha surpresa...
Só restava cinzas... Quão tolo, q'eu fui;
Viu-se que fumaçava… Decerto: lá no
meio, ainda existia fogo... Com a ajuda
do vento, o fogo se reativou e consumiu
toda lenha… Entenderam?
Pra acender a fogueira do amor correspondido entre um homem e uma mulher, cada um deve acrescenta um graveto.
Pouco importa se a luz faltou, se o candeeiro quebrou e a fogueira apagou. A luz de fora serve apenas como referência para algo. Iluminados, mesmo, são os que têm luz própria. Isto é mais do que modo de vida, é a confirmação de que existem anjos em forma de gente.
Vida
Vida é ferida que arde e não sangra.
É sentar de tarde em frente uma fogueira, sorrir e chorar.
É o passado que vem ao presente, lembranças.
Sentimentos, ação, escolhas certas e erradas, boas e más.
É como o bater de azas de uma borboleta.
É ser amado, odiado, despresado, um desgraçado.
É dor, prazer, desejo, harmonia, caos.
É questão, duvida, procura, uma longa estrada.
Vem de repente, não nos pertence e um dia deixa de caminhar com a gente.
Os olhos são a fogueira do coração. Convém mantê-los sempre acesos e faiscando algum encanto sob as brasas da emoção.
"Há quem passe por um bosque e só veja lenha para a fogueira." (Leon Tolstoi)
"Há quem passe por vacas e bois pastando é só veja um rodízio de carne." (Claudete P. Soares)
Cada um sustenta sua luz, alguns em volta de fogueira, outros com um lampião nas mãos e tem aqueles que têm a luz elétrica.
"É melhor uma única chama verdadeira para nos aquecer do que uma grande fogueira falsa para nos queimar."
Kate Salomão
Mas nem tudo tá perdido,
Nesse mundo de heresias,
Vô acendê uma fogueira
E juntar a bruxaiada,
Vamo fazê um churrasco
E dá uma proseada.
Dança menina mulher em volta da fogueira enquanto, é noite de lua cheia.
Clareia e incendeia com a luz dourada do luar ao girar da saia rodada da mulher feiticeira.
