Falecimento
A vida é uma longa viagem com conexões, ensinamentos e data incerta de partida.
O que levamos?
As experiências!
O tempo passa e a gente se acostuma com a ida de quem não quis ficar, até que a sua partida já não causa mais dor...
Minha bagagem agora são as dúvidas. A cada livro volto ao ponto de partida e ao coração agitado de todos os primeiros tempos.
As tuas folhas começaram a cair,
Sei que é a tua partida,
Continua a sorrir para a vida
E deixa-te ir.
Parece que outono que já tinha ido embora,
Voltou agora,
Só para te ver
As tuas folhas mudaram de cor,
A tua vida perdeu o sabor,
Mas nunca perdeste o amor,
E nem vais perder.
A dor do adeus não pousa no peito,
Não sei se é de amor ou de receio,
Mas deixa-te levar, não lutes contra o destino,
Vais ver que encontrarás um melhor abrigo,
Neste inverno repentino,
Nem que seja pequenino.
Não tenhas medo a primavera vem ai,
Com ela o cheiro a flores e melodia
E para qualquer sitio que vás,
Confia em ti e na tua alegria,
A qualquer hora e em qualquer lugar
Estarei sempre a pensar em ti,
E nunca deixarei de te amar.
Partida
[dezembro, 2019]
Foi com um toque meio ríspido
E com teus olhos flexionados
Que entrevi no seu olhar,
o tamanho da incógnita
que te rodeava a mente
Nada disse, mas eu sabia
que havia efemeridade nos teus olhos
E foi assim que você
Partiu.
Destino/ hora da partida…
Por ser, o que todos temos mais certo;
Não há, como fugir a esse seu querer;
Quer ele, esteja longe, ou esteja perto;
Um dia, connosco, cá virá ter!
Virá pra desligar, o bom viver;
Do corpo, que a nós temos emprestado;
Por A nosso CRIADOR, pertencer;
O Interior, cá neste mesmo andado!
Tão certa, é como O, DELE existir;
A hora da partida, desta em Nós, vida;
Num corpo, que tão é, da natureza!...
Daí, cá todos termos, que ir partir;
Para no universo, A ALMA em nós, cá Tida;
Ir viver, com Quem à Tida embeleza.
Com esperança e certeza;
MELANCOLIA
Não há nada mais catastrófico que um poeta de alma partida, é catástrofe em cada estrofe de maneira decidida.
A alma do poeta é onde contém sua arte,
E a divisão dela pode ocasionar diversos dilemas morais, em diversos dilemas poéticos, em dilemas ecléticos.
Dividir a alma de um poeta é quase uma contravenção, um crime sem punição, sim, quase, pois se tal não fosse partida, jamais existiria no mundo mais doce poesia de amor.
O poema de amor nasce da dor de um poeta magoado, de um poeta machucado, de um poeta alcoólatra e melancólico e viciado, de um poeta que cheira a desespero.
A melancolia que devia ser sua amiga,
Desaparece deixando apenas a garrafa de vinho barato na mesa, dando espaço para o remorso, arrependimento e a tristeza profunda, amarga e fria.
Alguns relacionamentos são como uma partida de futebol, Em certas ocasiões aparece um melhor para lhe substituir
Surgiu o asteroide inevitável sobrepondo interrogações de sua origem de partida do macrocosmo é desconhecida assim utópico de alcançar o propósito, entre seu desígnio estaria orbitando uma massa gigantesca cinzenta com aspecto monocristal que nada poderia fazer a respeito, comparo a consequência do impacto na imensurável paixão na qual compartilhamos os sentimentos explosivos em nossos minúsculos mundos.
Estou tão partida. Não sei onde todas as peças de mim estão, nem como montá-las, nem como fazê-las se grudarem. Nem sei se consigo.
Atalhos te levam a um lugar próximo do seu ponto de partida, se você quer ir longe, continue andando!
Deriva Mental
Esqueci-me do ponto de partida!
Onde está o meu porto seguro?
Distanciei-me muito da beira,
Estaria perdido?
E qual era mesmo a minha direção?
Norte, sul, leste ou oeste?
Enfim, agora já é tarde.
Já nem consigo ver a linha que separa o mar e o céu azul
E também não sei de onde vim e quais eram os meus objetivos.
Culpa das tormentas e dos raios!
Que ora estavam em meu caminho,
Ora estavam em minha mente.
Não sei também onde está minha bússola.
Mesmo que nem a seguisse antes,
Confortava-me.
Mas agora só me resta buscar uma nova direção,
Um novo caminho.
Quem sabe possa ser a luz de um farol no meio do mar
Que me guie para fora desta deriva mental.
Solidão,
Fiel companheira,
Do parto à partida.
Se aquieta com a vinda de um novo amor,
No aguardo de uma nova ferida.
