Coleção pessoal de Otocco

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Respostas

⁠Procurei resposta e afagos
Em copos de bebidas
Mesmo com gostos amargos
Breves momentos de anestesia.

Toda sobriedade perdida
A fuga da rotina e da vida
Parecia tudo resolvido
Até a ressaca noutro dia.

Não há resposta concreta
Buscada na ilusão
Quando se tem dúvidas
A resposta é sim ou não.

⁠O homem procura na bebida
O que não sente na vida
Anestesia, fuga da rotina
Um breve momento de alegria.

Toma erradas decisões
Pra iludir a mente
Passa um tempo solitário
No meio de um monte de gente.

⁠Flerte

A bebida flertou comigo
Estamos tendo um caso
Ela me faz esquecer
Sentimentos do passado.

Cada gole, como um beijo
Quanto mais ela me embriaga
Mais eu sinto desejo
Só eu e ela, mais nada.

A única conversa
São meus pensamentos
Os quais eu guardo intimamente
Tristes sentimentos.

A bebida, assim como uma dama
Embaralha meus sentidos
Aguça meus desejos
Aflora meus instintos.

Já que a bebida mata
Eis aqui um oportunista
Que se entrega aos copos
E termina onanista.

⁠Milésimo

⁠Felicidade é baseada em fatos
Às vezes incertos
Não imaginados
Por vezes concretos.

Felicidade é um lapso
Momentos, acontecimentos
Acasos, vem do nada
Como pensamentos.

Felicidade é um tiro
Rápido, inesperado
De qualquer lado
Ou o contrário.

Felicidade não tem forma
Não se define por cor
Não tem aroma
Muito menos sabor.

Felicidade se enquadra
No momento proporcionado
Uma breve fuga da rotina
Se manifesta na surdina.

Felicidade
Chega e se vai
Embriaga
E nada mais.

⁠Vejo muitas pessoas
Que não assumem
Ter ao seu lado alguém

Vejo do outro lado
O alguém tentando
Finge estar tudo bem.

⁠Me sinto só ao teu lado
Longe de ti, bastardo
Vago ao passado
Com o coração pesado.

Me envergonho
Da sua vergonha
De dizer que o que sinto
Não deves ser revelado.

⁠2 vias da mentira;

"Quando você mente todos te acusam e te culpam. Julgam e te tratam com indiferença."

"Quando mentem pra você, vida que segue..."

⁠Vazio

O alívio só
Silêncio em dó
O lado vazio
Talvez hostil
Pensar, clama
E deitado, na cama
Metaforicamente
Explana.

⁠Sua ansiedade é
O balcão de bar
Em que eu bebo
Pra esquecer
Que a conta
Das suas amarguras
Sou eu quem
Terá que pagar.

⁠Partida

Não tive chance
Não houve oportunidade
Amigo, eu sinto tanto
A falta do nosso canto.

Diz pra mim que é passageiro
Que ausência e tristeza
É uma viagem breve
Deixa as memórias, não as leve...

⁠Teu riso causa o meu
Sem motivo, quero tanto
Me perder nos abraços
Que você me deu.

Aonde eu vá
Você costuma estar
Mesmo que eu volte
A vontade é de ficar.

Habita meus sonhos
Invade meu viver
Tudo que eu quero
É melhor com você.

Poça d'água

⁠Hoje eu admirava uma poça d'água
O que há demais em uma poça?
O que há demais na água?
Nada, apenas uma poça d'água.

Era sim uma poça d'água, simples
Mas que me mostrava algo maravilhoso
Algo que realmente nunca antes havia percebido
Algo que eu nunca havia compreendido.

Por ela eu via o céu e suas imponentes nuvens
Via pessoas que eu nunca tinha visto, e que moravam na minha rua
Eu sentia junto com ela, o vento e seu sereno
Por ela eu via o que meus olhos não podiam antes ver

O que há demais em uma poça d'água?
Uma menenice que retorna
Uma fase esplendorosa
Algo que que cheira como rosa

Algo que te faz sorrir ao lembrar
De chuvas de verão, abraços afagos
Saudade de alguém, amor sem talvez
É o que há demais em uma poça d'água

"Basta ter um tempo para olhar para dentro de si mesmo"

⁠O que há demais em uma poça d'água?
Uma menenice que retorna
Uma fase esplendorosa
Algo que que cheira como rosa

Algo que te faz sorrir ao lembrar
De chuvas de verão, abraços afagos
Saudade de alguém, amor sem talvez
É o que há demais em uma poça d'água?

⁠Mergulha em mim
Sem medo de afogar
Nada, como em alto mar
Descansa em meus braços
Como o balanço das ondas
Se não avistar um cais
Não sabe pra onde vais
Faz de mim tua ilha
Esquece tudo, idas e vindas.

⁠Eu não me cobro mais
Eu não tenho que tentar
Eu não deixo de querer
Eu não espero mais pra ter.

Agora eu cobro, viver
Agora eu tento, a tentação
Agora eu quero, agora
Agora a espera, é pelo sol lá fora.

⁠Bebe comigo mais uma cerveja
Aí você pede aquela dose diferente
E eu penso o quanto seu corpo
É equivalente, essa bebida quente.

⁠A felicidade hoje me disse oi
Ela me fez lembrar de mim
Ela me olhava nos olhos
Sorria comigo, pra mim
Sua boca me atraía
Um frio na barriga me tomava
Mas nada aconteceu
Mas eu me sinto vivo
Como há tempos não me sentia...

⁠Sinto todo sentimento do mundo
Vejo os amores pelas ruas
Os casais que se buscam
Nos beijos, as fugas.

Invejo os amores alheios
Não os entendo, desconheço
Afinal, do quê o amor é feito?
Minha eterna busca, meu desespero.

O amor é qualquer coisa
Tal cousa qualquer
Dor curada de placebo
Inexistente, mas não percebo.

⁠Eu sinto saudade sim
Não de você, mas de mim
Daquele que deixou de existir
Por promessas de amor sem fim.

Sinto falta daquele cara
Que sorria de tudo que você
Não via graça, isso já era um sinal
Se não sorri no começo, todos os dias serão o final.

Eu sinto falta da minha essência
Da minha falta de amor próprio
Da vida que perdi de viver
Porquê você me queria sóbrio.

⁠Sua mentira é tão covarde
Ela ultrapassa os anos
Ela te degrada demais
Insiste em alguém
Que te vê como nada
Mesmo assim você
Ainda corre atrás...