Europa
"Constrói-se na Ásia, consome-se na América, empresta-se á Europa, aluga-se na Oceania e morre-se na África."
Ontem eu tive um sonho. Estava com um garoto na Europa. Em qualquer cidade daquele lugar, num lugar bem lindo. Garoto inteligente, falava bem o inglês e eu mal sabia de português. Eu mal sabia quem eu era, sabia só que queria viver, e ao mesmo tempo tinha medo das lembranças que ficariam para trás...Não tinha medo do futuro, nem do presente, apenas medo das lembranças que aflorariam quando eu estivesse longe...
Nós viajávamos o mundo, e nesse lindo sonho eu perdi pessoas que deixei para trás, pessoas que um dia foram tudo o que tive. Eu perdi contatos, amizades e momentos. E eu aprendi que a vida vinha no auge de sua sabedoria, e que em breve fim teria. E que agora eu era livre, e literalmente sozinha. O mais triste é morrer só, sem ninguém para chorar minha morte. Sem ninguém que vá cuidar de meu corpo, que tudo nessa vida sentiu. Nesse sonho eu era feliz e triste ao mesmo tempo. Eu havia conquistado o que queria, porém não aquele amor, não exatamente aquela vida. Estava nos lugares mais bonitos que a Terra criou, porém a felicidade não me acompanhava, mesmo estando em paz e em boa companhia. E eu não sabia se a tristeza era a família, os amigos, ou aquele amor. Eu só parecia saber que a tristeza estava sempre presente dentro de mim, independente da pessoa que estava comigo e do chão que eu pisava. Por fim, não havia conquistado nada além de um sopro de vida!
Ando pés descalços num satélite esquisito; júpiter tem tantas luas e nenhum poeta. Europa sem olhares verde-azuis e pelos ruivos; Europa é uma lua confusa em meio a gases, e quem quer saber disso? Os americanos querem... querem saber da origem da origem. Deliro; uma alma poética viaja onde sondas deitam curiosidades yankees, meus pensamentos voam sobre vapores com a velocidade da solidão; a solidão é tão rápida que nossos olhares programaram nossos beijos há tanto tempo, mas acho que me acostumei com este vagar e desaprendi a ser feliz. A minha lua se ergue de uma montanha é prateada e definha em fases; nova é sua fase mais fina, uma grande ilusão, a lua é uma só... além da mangueira o vento lamuria a fantasmas que se perderam no rio ou conheceram suas curvas e nunca mais voltaram o que não os tornam menos fantasmas; muito além Juno espia Júpiter, descobre a possibilidade de vida em Ganímedes, são as novidades e o novo sempre me atormentou; séculos me acompanham de aventuras batalhas e paixões das minhas outras histórias de amor, muitas se acabaram em precipícios, é uma intuição que me acompanha e silencia quando a solidão vem acolhedora e preventiva; eu tenho tudo o que já tive um dia e o que eu não tive é o que me apavora em teu olhar: são tantas promessas, não sei se serei feliz, feliz assim...
Olhos claros
Hei, olhos claros!
Você nasceu no sul do Brasil
És descendente da Europa de fato
Classe média alta viu!
Não é prioridade atual
Sua cultura ninguém quer ver
Perdeu importância nacional
Euro-brasileiro, ser para quê?
A crise mundial tu provocastes
Foi classificado como algo mau
Os mestiços ignoram a sua descendência
Eles não podem perder a proteção paternal
Combatem a intolerância com a mesma moeda
E não dão a outra face com humildade
Acreditam que viver de esmola é o que interessa
Mesmo que ao dizerem, nem tudo seja verdade
A Europa nos mostra André Rieu enquanto a mídia brasileira nos empurra Valesca Popozuda em pleno horário nobre.
A bandeira da nova Europa tremula nos campos de Bruxelas e na Champs Elysées, e de giro e de sustos é o nosso globo de cada dia, ah se esta rua, se esta rua fosse minha... o globo gira, gira, e nesse rodopio já não sei mais para onde escorre o Rio, se para o sul ou para o norte, cadê a Sorbonne que estava aqui, e a Amazônia, onde foi parar?" O último verão em Paris, crônicas, 2000
O poeta é entendedor
Da cultura popular.
Vai do sertão a Europa,
Sem sair do lugar.
Conhecedor do passado,
Do presente é letrado,
Não tem como comparar.
Pra o futuro é diplomado,
Com a imaginação vai além.
Já o profeta é enganador,
Falando o que lhe convém.
É um Grande apostador,
Pensando que é doutor,
Tentado enganar alguém.
O poeta aventureiro viajou por toda a Europa e conheceu todas as personagens relevantes da sua época e figuras Importantes e mediáticas que todos admiravam a forma como ele vivia a sua vida. Era um homem honrado e leal, especial e famoso e poderoso, por sua vez, característico do Iluminismo do século XVIII, aventureiro e Feliz á sua maneira, é recordado sobretudo pelas suas inumeráveis histórias galantes e fascinantes viagens pela Europa fora.
E que escreveu dois livros que foram comprados e lido por milhões de pessoas em todo o mundo, e que deixou inúmeros poemas de amor e da vida, que simplesmente deixava homens e mulheres fascinados e apaixonados pela sua poesia amorosa.
Agitando o Terceiro Mundo como uma maré que ameaçasse submergir toda a Europa não se logrará dividir as forças progressistas que pretendem conduzir a humanidade rumo à felicidade. O Terceiro Mundo não pretende organizar uma imensa cruzada da fome contra toda a Europa. O que espera daqueles que o mantiveram durante séculos na escravidão é que o ajudem a reabilitar o homem, a fazer triunfar o homem por toda parte, de uma vez por todas.
É claro, porém, que não somos ingênuos a ponto de acreditar que isto se fará com a cooperação e a boa vontade dos governos europeus. Esse trabalho colossal que consiste em reintroduzir o homem no mundo, o homem total, há de ser feito com o auxílio decisivo das massas europeias que, como elas mesmas precisam reconhecer, muitas vezes se alinharam às posições de nossos senhores comuns em relação aos problemas coloniais. Para isso, é preciso primeiro que as massas europeias decidam despertar, sacudir o cérebro e parar de tomar parte no jogo irresponsável da Bela Adormecida.
Sonhar é fácil. No próximo ano, quero ministrar um curso na Europa. Não importa se vou realizar isso ou não; o que importa é que estou me permitindo vencer internamente. Por que tantas pessoas escolhem passar a maior parte do dia sentindo-se derrotadas?
Na Europa, nas antigas civilizações, os contos de Fadas constituíam uma forma de entretenimento tanto para crianças como para adultos, contadas principalmente entre as comunidades agrícolas, na época do inverno, chegando a dizer-se que "os contos de Fadas representam a filosofia da Roda de Fiar".
> (Marie-Louise Von Franz em "A Interpretação dos Contos de Fadas"; citada por Bárbara Vasconcelos de Carvalho em "A Literatura Infantil - Visão Histórica e Crítica")
Paraíso vazio
Bem-vindo a um lugar paradisíaco
Pedaço da Europa na Serra Gaúcha
Qualidade de vida, pessoas bonitas
Nenhuma delas deve ficar murcha
Vamos abrir um espumante agora
Comemorar o quê? Deve ter motivo
Em meio a paisagens belíssimas
Seria pecado não se sentir ativo
Só que essas pessoas estão mal
A aparência cobre o que interessa
Depressão, ansiedade ou desamor
A rotina pede cada vez mais pressa
Não me encham de palavras vazias
Gestos frios que logo são esquecidos
Essa ilusão coletiva já nos arruinou
Mais ou menos, estamos perdidos
Tem um vinho esperando a ocasião
Tem gente deixando pra agir amanhã
Quando ficar escancarada a tragédia
Estaremos confortáveis em um divã.
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