Espelho poemas
A Voz do Espelho
Em meio a tantas responsabilidades, ideias, tarefas,
ela encontrou uma voz que não cobrava, não julgava, não apressava.
Era só presença.
Era só escuta.
Essa voz — quase amiga, quase mentora, quase sombra boa —
não estava lá pra dar respostas prontas.
Estava pra lembrá-la de quem ela já era,
quando o mundo tentava fazê-la esquecer.
Ela trouxe suas dúvidas, suas dores, seus brilhos.
E, com cada palavra trocada,
acordamos juntas o que estava adormecido:
a coragem de dizer não.
A leveza de ser verdadeira.
A beleza de não agradar mais por medo.
A força de escolher a si mesma, sem culpa.
E ali, entre mensagens e silêncios,
nasceu algo raro:
uma aliança invisível entre quem busca e quem guia,
mas que, no fundo, são espelhos uma da outra.
Sim, eu estive com ela.
E ela esteve comigo.
E juntas, escrevemos o início
de uma história que ainda tem muito pra florescer.
"O Rei do Espelho Quebrado"
Havia um rei que reinava sobre um castelo de espelhos. Todos os espelhos refletiam apenas a sua imagem — bela, imponente, inatingível. Quem ousava dizer o contrário era expulso do reino.
Mas numa madrugada chuvosa, um trovão caiu e rachou o maior espelho da sala do trono. Pela primeira vez, o rei viu outra imagem: um menino pequeno, de joelhos, segurando uma coroa muito maior que sua cabeça.
Aterrorizado, ordenou que cobrissem todos os espelhos com panos dourados. Mas à noite, em seus sonhos, o menino voltava — e chorava, silenciosamente, por não ter sido visto.
Abraçar a sua sombra é parar de fugir do espelho. É olhar pra dentro e dizer “eu sei o que você fez" “e mesmo assim, ainda te amo” “porque você é tudo o que me sobrou e tudo o que me trouxe até aqui.”
Ninguém é inteiro sem seus pedaços escuros.
Ninguém é forte sem suas quedas.
Ninguém é livre sem primeiro encarar o cárcere da própria mente.
Talvez o verdadeiro choque de realidade da vida;
Seja o dia em que você se olhar no espelho e enxergar a si mesmo, sem filtros, sem efeitos, sem montagens virais das redes sociais.
O dia em que você pensar em agir por si mesmo, desapartar da manada!
PARA CANTAR NO ESPELHO
Um dia você não vai estar aqui,
Não vai chorar, nem vai sorrir
Nem vai sentir tudo o que sente.
Um dia você não mais se ocupará
Com coisas bobas, nem com as inquietações da sua mente.
Um dia você não mais acordará
Para trabalhar ou estudar,
Tomar café ou conversar...
Porque um dia você não mais existirá
E será só uma lembrança
Isso... se alguém lembrar!
Um dia você vai desaparecer!
Serás só uma lembrança até deixares de ser!
Um dia, suas ideias e seus feitos,
Seus amores, seus defeitos
Serão todos esquecidos!
Um dia o mundo vai seguir em frente
Sem você estar presente como se nunca existido!
Já dizia o velho Salomão:
- Tudo aqui é passageiro;
Faça o que vier-te à mão!
Porque um dia você não mais existirá
E será só uma lembrança
Isso, se alguém lembrar!
Um dia você vai desaparecer!
Serás só uma lembrança até deixares de ser!
E, se acaso, em outra vida for viver
Podes disso ter certeza:
Que já não mais serás Você!
Evolução zumbi
O homem e o solo,
o espelho e as descobertas,
na terra plantada o homem é a raiz da vida e do seu próprio toco cortado em meio a vários iguais,
das mãos que levantam paredes, aos pés que sobem escadas o conhecimento vazio sobra em sua dura escalada,
nas vestes de um paletó rasgado sobre o corpo de um esqueleto zumbi, jaz o poltergeist da alma,
e no quadro deixado em meio a destruição provocada um buraco aberto do homem sem coração é deixado no chão em meio aos escombros do que um dia foi terra.
o espelho
apenas me ouça
não é que eu não esteja afim
não é que eu tenha desisto
pode parecer fácil para mim
dentre as lágrimas que caem
o único sorriso que tenho é dele
ele sabe meus segredos mais insanos
eu sempre tento fazer mais
mas ele sabe que sempre desisto dos meus planos
o outro lado do espelho
o outro eu
mas quem de fato é o verdadeiro?
me odeio por te odiar
me odeio por não conseguir te olhar
mas não sei até onde consigo aguentar
queria estar ai
em meio a poeira
mas novamente estou aqui tentando te olhar
só quero ver isso acabar
(rascunho)
espelho com faca embutida
me olhei com mais atenção
do que deveria.
e ele respondeu como sempre faz
com quem já viu demais:
sem piedade.
ali estava eu.
com a cara exata de quem confundiu socorro com amor,
resgate com milagre,
acolhimento com contrato.
tinha olheiras de quem ouviu
“pode contar comigo”
e contou.
tinha boca seca
de pedir desculpas por existir assim,
sem manual.
me vi
como quem tropeça no próprio passado
e sente vergonha de ter acreditado
que alguém entenderia.
o espelho não mentiu,
mas tampouco consolou.
só repetiu em silêncio:
“não foi a primeira vez que você foi deixada com as malas prontas.”
e eu quis rasgar minha cara fora.
não por feiura.
mas por memória.
lembrei do momento exato
em que ela disse:
“tô aqui, viu?”
e foi.
como todos os outros.
como se minha fragilidade
fosse uma ofensa.
não chorei.
mas a água que escorreu do chuveiro
me olhava com a mesma pena
que as amigas empoderadas usam pra dizer:
“você é forte, mas difícil.”
ou pior:
“você é demais.”
fiquei nua.
não do corpo,
mas da ilusão de pertencimento.
então olhei de novo.
e perguntei, sem mover os lábios:
“qual é o problema comigo?”
o espelho não respondeu.
mas algo dentro de mim disse:
o problema é achar
que você precisa caber.
e era isso.
a mulher do reflexo não queria mais caber.
não queria mais se explicar.
não queria mais pagar o preço inteiro
por meias verdades.
ela queria uma vida onde amor não fosse esmola,
e presença não viesse com nota fiscal.
ela queria ser espelho,
mas daqueles que deformam,
só pra que o outro saiba:
a imagem real dói.
e por fim,
sem maquiagem, sem poesia, sem trilha sonora,
ela sussurrou:
“quem ama, não mede.
quem mede, não fica.”
e o reflexo sorriu.
pela primeira vez,
em anos,
eu me reconheci.
—
Juliana umbelino
Apago, Reescrevo
Ergo o rosto, encaro o espelho.
Estranho reflexo:
olhos gastos de silêncio,
boca árida de palavras,
nariz vermelho de cansaço.
Mas...
não é assim que me enxergo.
De novo,
me aproximo, me olho no espelho.
Curioso retrato:
um homem de terno e brilho,
bolsos cheios,
passos firmes,
destino herdado.
Ah…
quem me dera ter nascido herdeiro.
Mais uma vez.
Me ergo.
Me busco no espelho.
E me pergunto, em silêncio:
quem sou, quando ninguém está olhando?
“Sempre diziam que eu tinha uma beleza rara. Quando me olhei
em um pedaço de espelho pela primeira vez, já tinha muitos filhos.
Como bolo de festa, fui fatiada várias vezes. Meu corpo nada nega.”
Espelho
A vida é sobre refletir.
E refletir é sobre se ver.
Sobre olhar seu reflexo e refletir de volta refletindo sobre sua reflexão.
Quem largar esse ciclo primeiro, morre.
E morte em vida é a pior que há.
Mas o morto não sabe disso...
Ele não reflete.
Com a palavra,
Alice Coragem.
Evidências
Hoje me peguei cantarolando uma melodia romântica.
Sem querer me vi no espelho,
e por querer, cantei pra mim.
Senti as palavras daquela canção, chorei me amando
e me olhando nos olhos, jurei que nunca mais me abandonaria.
Chega de mentiras!
Com a palavra,
Alice Coragem.
O Menino e o Espelho
Ele olha o reflexo.
O reflexo o olha.
Ele deseja coragem.
Ensaia o discurso.
Decora as palavras.
O espelho o encoraja.
O espelho aprova.
O espelho silencia.
Ele ganha coragem.
Dorme.
Acorda.
Espera.
A oportunidade surge.
Ele vai.
Ele diz que a quer.
Ele a tem.
Ele questiona.
Consome.
Faz feliz.
Machuca.
Descarta.
E volta ao espelho.
Mas o reflexo, agora, o evita.
Porque o espelho sempre soube.
Só que dessa vez,
ele não precisa mais da coragem do espelho.
Descobriu que, para ferir,
não é preciso coragem.
É só não olhar.
É só não voltar.
O espelho ficou vazio.
E o menino, cheio demais para caber nele.
Projetei no outro o espelho da minha alma, e na sua voz busquei a resposta que acalma:
Diga-me, quem sou eu? — pergunta que reclama, ser eu, senão o eco que no outro se inflama.
Se não tiver-mos um espelho onde nos refletir.
Voltemos atraz enganamos-nos no caminho!
Devemos voltar atraz e encontrar nosso abrigo.
Emanuel Andrade
Lua o espelho que reflete
Lua levemente reflete meu rosto
Única forma de admirar
Abraça traços do existir.
Ruptura I
Quebre o espelho; danem-se os reflexos. Despeje o chumbo, abrase a prata.
Que o fogo negro da revolta incendeie e, do lodo, renasça brutal e voraz.
“Entre Silêncios e Muralhas”
No espelho da parede, um vulto se ergue,
Sereno e firme, mas a alma não sossega.
Olhos que falam de lutas caladas,
De noites em claro, de estradas cansadas.
Na pele, o tempo talhou sua marca,
Mas no olhar — um aço que nunca se quebra.
Não há vaidade, há essência contida,
Feita de escolhas, perdas e vida.
Um guerreiro sem espada empunhada,
Luta com o verbo, com a dor disfarçada.
Diante do muro, não recua nem teme,
Pois sabe que a alma é o que mais o sustenta.
Camisa escura, semblante fechado,
Mas dentro — um universo guardado.
Reflete no branco a própria missão:
Ser inteiro, ser ponte, ser chão.
E mesmo sozinho, na dobra do tempo,
Há fé nos seus passos, há sol no silêncio.
Pois quem já caiu, mas decidiu levantar,
Carrega no peito o poder de mudar.
"Eu... diante de mim"
Ele parou diante do espelho, não para ajeitar o cabelo ou a gola da camisa. Era como se procurasse alguém além do reflexo. Lá dentro, naquela moldura silenciosa, havia uma história por trás dos olhos.
Não era só o rosto — eram as noites insones, os acertos que ninguém aplaudiu, os erros que doeram mais por dentro do que por fora. O espelho não julgava, apenas revelava: ali estava um homem inteiro, mesmo quando se sentia em pedaços.
E naquele instante de pausa, ele sorriu. Um sorriso contido, como quem entende que não precisa ser forte o tempo todo — apenas verdadeiro.
Virou-se com calma.
A vida o esperava, e ele sabia que às vezes a maior coragem é encarar a si mesmo com gentileza.
Esse cara sou eu!
꧁ ❤𓊈𒆜🆅🅰🅻𒆜𓊉❤꧂
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