Escrevo e parece que não Leio
Não sou poeta
Escrevo
só o que sinto
e devaneio.
Se é o suficiente?
Não sei.
Não sei
Sei apenas
que a poesia
nada me
cobra.
Não, não sou poeta.
Eliete Carvalho
Escrevo na esperança que esse tempo e o vindouro leiam:
A terra canta em raízes, rios e folhas que sussurram segredos antigos, onde cada árvore é um pulmão, cada flor, um verso esquecido no livro do vento. O sol tece ouro sobre a pele da humanidade, lembrando-nos: somos feitos do mesmo pó que nutre as sementes, a natureza não é cenário, é abraço que cura a fome de ar puro, a sede de silêncio.
Escrevo para lembrar que cada árvore plantada é uma carta ao futuro, cada gesto de cuidado, um poema invisível, e que o amanhã encontre flores onde hoje semeamos raízes.
A terra não é herança, é empréstimo, que saibamos devolvê-la inteira, cheia de histórias para contar. Que o futuro leia estas linhas como um mapa: nas veias do mundo corre o mesmo sangue que nos une. Protegê-la é escrever, com raízes e mãos, um amanhã onde a vida ainda respira.
Dê-me um motivo para escrever sobre a felicidade, que eu escrevo um livro volumoso, motivado na alegria no Senhor.
O meu memorial está diante da minha casa, na Pedra do Testemunho, onde escrevo sempre a Palavra de Deus para os que por ela passam e reflitam na Sua mensagem.
Eu, a Caneta e o Vazio
Sempre achei que a razão pela qual escrevo era colocar meus sentimentos em palavras — assim, sem compromisso, sem obrigações. Só para me sentir liberta de algo que talvez eu guarde sozinha, para mim.
As palavras foram a forma que encontrei de não me afogar em sentimentos desorganizados.
Mas hoje está tudo uma bagunça.
Misturei obrigações com minhas poesias.
Gastei palavras demais porque alguém, um dia, me fez acreditar que eu devia essas palavras a ela.
E hoje, me faltam palavras para expressar o que sinto.
Mas eu não julgo — a escolha foi minha.
Hoje, vivo com as consequências.
Consequências da escolha de, um dia, ter colocado alguém acima de mim.
Estou me afogando —
Afogando na insatisfação de minhas frases e textos não superarem minhas expectativas como antes.
Escrevo dizer palavras sobre o meu regresso que não esqueci e não posso responder que vou voltar, o que não esqueci vou esquecer, a vontade de voltar passou o lugar não sei mais onde está.
Há os que gostam do que escrevo, a quem devo gratidão; outros pela mesma razão, parece que ainda lhes devo imposto de opinião.
Das palavras que escrevo, tiro menos de um milésimo do que realmente quero dizer. Algo prende a essência do lamentar, não posso tirar nada frutífero do que escondo. Talvez seja esse o verdadeiro e complexo eu... Que vive sorrindo e escondendo tudo, para não machucar ninguém.
"ESCREVIDÃO"
Demétrio Sena- Magé
Chego ao fim,
se não escrevo;
me comprimo, anulo,
congelo e travo...
é por isso que me atrevo
a dizer: eu não escrevo...
eu escravo.
Respeite autorias. É lei
"Eu escrevo, não pelo bem da glória, não pelo bem da fama, não pelo bem do sucesso, mas pelo bem da minha alma".
Prefiro ser admirado pelo que escrevo do que pelo que sou, pois nem tudo o que escrevo é o que sou, mas, tudo o que sou, é o que escrevo.
Adivinha, as linhas que hoje escrevo, são livres, não estão mais ligadas ao passado.
São apenas relatos soltos de momentos ao vento.
Não carregam as sombras do passado, nem tampouco relatos de você.
Então, pare, apenas pare de tentar decifrar o que nunca foi capaz; pare de querer decifrar minha vida!
Cuide de seu palácio, porque do meu, cuido eu!
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