Escrevo e parece que não Leio
Dos Silêncios e das Grades -
Às vezes tenho pena dos versos
que escrevo!
Não porque os escrevo mas como
os sinto ...
Meus versos são eu continuando-me
em silêncio ...
Porque faço eco de vozes passadas e
gestos cortantes que se espraiam nas
madrugadas dos meus sonhos.
Há rios de luz no meu olhar!
De tanto sonhar perdi-me no tempo
sem perder-me de mim!
Versos trago-os aos molhos ...
E os meus dias nascem, desde então,
dos silêncios e das grades!
É primavera agora que escrevo, e penso nessas questões escondidas das flores. Só as beladonas sentem a frequência das letras de agora, de um sentimento de sempre. Na cama, somente eu, lutando com uma capa de colchão elástica. E quando três ou dois lados parecem sincronizados se desfaz um, dois, todos. O segredo é não tensionar tanto só um canto. Leva tempo. E aqui nessa cama quis encapar as feridas, mentir sobre os profundos, mas não tão profundos pensamentos.
É meu bem tem dias que eu não quero escrever, mas tem dias que eu escrevo porque sei que devo,
E sei que alguém precisa de algum modo daquela poesia que eu vou escrever, as vezes nos sabemos descrever o que as pessoas sentem só não sabemos como é sentir a dor uma coisa é escrever outra é viver a dor do outro.
Uma carta ao meu amor
Escrevo tentando expressar algo que nem mesmo Shakespeare em toda sua inspiração conseguiu escrever.
Falar do amor que tenho é como ir com o vento, que mesmo em sua inconstância sempre encontra uma direção, um rumo.
Ouvir sobre o amor, ler sobre o amor, escrever sobre o amor...
Melhor que tudo isso é viver esse amor em toda sua complexidade e plenitude.
Dizer um simples eu te amo numa data específica seria como reduzir o amor a simples palavras inexpressivas.
Amor se ama todos os dias...
Se desfaz e se refaz todos os dias...
É uma entrega completa de corpo, alma e espírito...
É a doce saudade do vivido...
É a esperança no adeus...
É viver o impossível...
Muitos já tentaram expressar o amor através das palavras, dos livros, poemas,contos, romances...
Mas o amor, único e verdadeiro, em sua mais perfeita e completa expressão, é a sua vivência.
Somente quem vive ou viveu tamanha expressividade tem convicção pra falar mesmo que simplificamente essa forma de ser e viver que encanta.
Hoje eu posso falar do amor que tenho...
Um pequeno fragmento em um oceano de sonhos ainda não vividos...
Amar você é acordar todos os dias sempre com a certeza de que tudo vai dar certo, mesmo com tantas contrariedades.
Você pra mim é a mais perfeita expressão desse amor que um dia me encontrou, me olhou, me abraçou e me amou...
Desejar viver esse amor pode-se dizer que é um sonho...
Mas sonhos acontecem para aqueles que sonham e acreditam na sua realização.
Não poderia deixar de registrar nessas poucas palavras o que você significa pra mim.
Meu segredo de amor...
Minha aurora boreal...
Minha paisagem sem igual...
Meu olhar envolvente...
Meu sonho alcançado...
Meu bem-querer...
Meu desejo...
Minhas boas lembranças...
Minha saudade...
Meu riso...
Minhas lágrimas...
Meu poema...
Meu ser e o meu estar...
Meu respirar...
Meu amor...
Passaria minha vida inteira escrevendo mesmo assim não conseguiria expressar, através de palavras, esse amor guardado, selado, sonhado e desejado...
Apenas encontrei, no universo literário, uma pequena forma de eternizá-lo.
Continuarei a escrever sua histôria, cujo final é muito sonhado, mas ainda incerto.
Sempre te amarei.
Eu escrevo coisas que entendo e que não entendo, não por querer entendê-las, mas, simplesmente, por escrever…
Eu escrevo sobre papéis amassados, rasurados, estampados, lisos, rasgados, inteiros, infantilizados, envelhecidos, perdidos, vazios, em branco...
Eu escrevo sobre histórias invertidas, marginalizadas, desnudas, alheias, próprias, divididas, secretas, perigosas, ingênuas...
Eu escrevo sobre as delícias da vida, do ser humano, do amor, da amizade, da felicidade, da solidariedade, da saudade, do perdão, do recomeço...
Eu escrevo sobre a dor, o ultraje, a desigualdade, a mágoa...
Eu escrevo sobre o que pode nos tornar a dor, o ultraje, a desigualdade, a mágoa...
Eu escrevo de forma veloz, porque minhas palavras não esperam o virar da página...
Eu escrevo livre...
No papel cabe o universo, os sentimentos, minhas impressões de mundo, ainda que transitórias...
Eu escrevo livre...
A verdade estampada, camuflada, a mentira romanceada, impudica....
Eu escrevo livre...
Eu não escrevo para que me entendam, eu escrevo, despretensiosamente, por escrever....
Eu escrevo livre...
“Às vezes escrevo com seriedade em outras falo brincando, também uso de ironia e digo o que vou pensando. Tem dia que a gente se confunde, e neles a memória falha e aí enxerga um incêndio num simples fogo de palha. Misturo realidade com ilusão, ficção com emoção, juvenil com senil. Tem horas que a trova não sai; tento rimar porta com taramela quando seria tão fácil assimilar com janela. Abandonei a escrita dos livros e migrei para as frases e pensamentos breves com conteúdos nem sempre leves. Livro o leitor folheia, observa o título e a capa, mas a compra não entra na etapa. Na frase tudo é mais enxuto, quando bate o olho já consumiu o produto.”
Inspiração no cerrado
Escrevo diante do cerrado
A inspiração é da cor cinza
Cada galho torto isolado
Desenha versos ranzinza
E nesta paisagem esquálida
Alinha o sol com seus matizes
Tingindo a terra de cor pálida
Em variegados sem deslizes
É tão rico nos seus detalhes
E ásperos nas suas formas
Casca grossa cinzela entalhes
Em divina obra sem normas
No diferente do sertão, sedução
Cada flor na seca ou no molhado
É descoberta, renovo, é criação
Riscando a variedade do cerrado
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
copyright © Todos os direitos reservados.
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol
Parte da condição humana é sempre haver alguém para construir e um outro para destruir. Eu escrevo sobre coisas trágicas e terríveis. Mas são essas coisas que também podem servir para acordar as pessoas quando elas estão quase dormindo achando que está tudo bem.
Escrevo
Mas não te toco
Escrevo
Mas não te tenho
Escrevo
Mas não te abraço
Escrevo
Mas não te vejo...
Vou assim amontoando poesias.
Esperando um dia declamar pra você.
Vou assim vivendo meus dias
Escrevo poesias pra não te
esquecer
Escrevo
Mas não te sinto
Escrevo
Mas não te beijo
Escrevo
Mas não te conto
Escrevo
Mas não te vejo
Vou assim escrevendo um livro
Esperando que tu possas ler
Vou assim vivendo os meus dias
Rezando pra tu não me esquecer
Escrevo
Mas não te mostro
Escrevo
Mas não sem desejo
Escrevo
Mas não te inspiro
Escrevo
Mas não te vejo
Vou assim escrevendo músicas
Esperando cantar com você
Sigo a trilha fazendo rima
Para o amor não nos esquecer
Não escrevo livros para ganhar a vida, menos ainda para viver disso. Escrevo porque minha alma deseja disseminar uma parte de mim a quem virá depois. É quase como plantar uma semente sem a pretensão de comer do seu fruto, mas sim, pelo prazer de saber que mais adiante, outros irmãos de humanidade poderão usufruir daquela árvore.
Não escrevo sobre eu ou você, simplesmente escrevo o que me vem à mente, portanto qualquer semelhança com nossas vidas é apenas uma mera coincidência...
Há tantos não escrevo, não exponho, exprimo, exalo - na inútil tentativa de elucidar minha prolixa opinião sobre o mundo - meus pensamentos. Meus - tão inerentes quanto o choro aos tristes - conceitos condenados ao caos de uma sociedade que, assim como eu, é abruptamente hipócrita.
Observando da janela deste confortável quarto a luz que agora suaviza a tarde de um sábado - o sol - imagino os desejos, os pensamentos, os interesses, sonhos, planos de cada um que movimenta esta rua. "E suas preocupações?seriam elas maiores que as minhas?!" - pergunto-me ao engolir outro gole de uma boa cerveja gelada. Solitária, enfim, encontro-me em mim!
POR QUE ESCREVO?
Eu não escrevo a esmo,
sem motivo ou sem razão.
Escrevo porque tenho desejos,
fantasias, inspiração.
Escrevo porque tenho planos
que não cabem no coração.
Nara Minervino
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