Distraída
Você sabe que esqueceu, quando distraída olhar para trás e, ver que suas pegadas de mágoa, foram completamente cobertas pelo pó da indiferença.
Distraída como sou, nem me apercebi, mas se considerar a dor e o amor, reconheço que permaneci demasiado tempo entre uma e o outro, perdida entre o não e o sim, intercalada entre o inferno e o paraíso. E, no entanto – rio de mim própria – transformou-se no livro não lido mais lindo da minha vida. Apesar de o ter conhecido pouco, sei que não me enganei, que o seu sorriso era bondoso e que, ao mesmo tempo que me matava sem barulho, também me salvava com deleite. Está bem, Deus. Eu aprendi. E perdoei. Então, deixa-o ser feliz. Deixa-o ir. Liberta-o. Lava-o. É o mais puro que posso desejar e a forma mais bonita que eu própria possuo para ficar bem e poder sentir, na sua plenitude, a paz infinita que dentro de mim começa a despontar.
Gosto de ver-te pensando, assim, distraída; cresce minha alegria de uma bucólica expectativa do teu regaço – braço – amaço – teu espaço em mim.
Deixa de buscar ser feliz o tempo todo...
Vai andando distraída que a felicidade é coisa faceira
uma hora assim de repente você tropeça nela e ela te traz um daqueles presentes bonitos, pra levar pra vida toda...
Deus mudou o norte eu não vi
Mexeu no Sul e eu não notei
Foi mudou o leste e distraida passei reto
E só agora que ele mexeu nos quatro cantos
Que consegui enxergar seu movimento em minha vida.
Deus é maravilhoso
Um pensamento apolíneo
Momentos que merecem você sair do ar. Para alguns, você parece distraída, talvez um pouco perdida. Não sabe eles que, apenas estou submergida em meu mundo. Não tenho pressa em voltar à superfície, a realidade às vezes pode ser dolorosa. Quero ficar aqui e admirar esse apolíneo céu azul. Faltou-me o ar, fui obrigada a voltar (mesmo sem vontade!). Não consigo distinguir a ausência de ar, de um sonho não conquistado - a sensação de agonia pareceu-me a mesma. Andei pelas areias da praia, cada passo eu contava. Olhei para as pegadas, e vi o quanto era bom caminhar, se perder nos pensamentos, deixar fluir a alma. E foi nesse vazio, que me achei. As nuvens se misturam, dando suas formas variadas. Parei, e me deitei na areia, voltei a olhar as nuvens e vi a minha infância passar por mim. Vi dragões, anjos e pássaros. E percebi o quanto era crescer. Porque enquanto eu era criança, agia e pensava como criança. Algo me distraiu! A água do mar tocou em meus pés, despertando-me dos sonhos de infância. Levantei-me e caminhei em direção ao sol. Quem sabe novos horizontes não me esperam.
Suellen, divertida e espontânea
Às vezes, distraída a depender da circunstância,
Agrada com seu jeito único de ser
Mesmo não sendo fácil dela mesma percerber,
Seus anseios e insegurança não lhe tiram a coragem e nem a esperança,
Um pessoa difícil de cativar, uma sorte tamanha se comigo quisesse namorar.
TRISTE
Encontrei-te, triste calada em
uma poltrona sentada,
olhando para o céu distraída.
Ao teu lado fiquei, não me viste.
Algo teu pensamento indagava,
via-se no rosto a expressão.
Teus olhos, lágrimas tinham
tua mão, posta sobre o coração.
Afastei-me em silêncio,
não quis tirar-te, do teu eu,
de algo que a ti era importante.
Como te amo, preocupou-me a
força da tua expressão,
desses lindo olhos distantes,
e da mão, no coração.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Triste
Encontrei-te triste, calada em uma
poltrona sentada, olhando o céu
distraída.
Ao teu lado fiquei, porém não me viste.
Alguma coisa o teu pensamento indagava,
via-se no rosto, a ansiosa expressão.
Nos teus olhos, as lágrimas apontavam,
e tu punhas a mão sobre o coração.
Afastei-me em silêncio, não quis perturbar
o teu recolhimento, afastar-te de algo
importante ao teu eu interior.
Como te amo muito, em mim ficou gravada a
dor que havia em tua expressão, esses lindos
olhos cheios de lágrimas e distantes, e de
tua mão sobre o coração.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Hoje eu vi você.
Estava sozinha, distraída, ausente, mas quando você passou, eu o vi. Num ímpeto me levantei, gritei seu nome, acenei, mas você só passou!
Passou rápido! Deixou seu cheiro no ar...
Não me conformei. Estabanada, procurei a chave do carro, nem sequer coloquei o cinto de segurança, primeira marcha, e parti! Parti atrás de você...
Você já estava longe... Acelerei!
Meu coração disparado, meus pensamentos em desordem, só sabia que tinha visto você!
Nem sei se queria falar com você, ouvir sua voz, não sei se tinha alguma coisa a lhe dizer ou se você teria alguma coisa a me dizer! Mas eu o vi, e não resisti...
É sempre assim, não é mesmo? Na hora tudo se resolveria, pensei. Na hora, quando os olhos se encontrassem, as mãos se tocassem, o corpo falaria...
Você virou a esquina. Virei também... Você continuava de costas. Eu continuava a te seguir, agora devagarzinho...
Você parou. Eu estacionei.
Minha voz estava embargada. Não conseguia dizer seu nome. Então, te toquei... Um toque leve, sutil, carinhoso...
Você se virou para mim. Virou-se e não me reconheceu.
Continuei sem dizer seu nome. Se não saíra antes, muito menos sairia agora. Depois de tudo o que vivemos, você não sabia de quem eram aqueles olhos que insistiam em querer te levar a resposta à boca!
Era eu! Seu amor! Seu grande amor! Por que não me reconhecia?
Só que você continuava assustado, arredio, como se não entendesse absolutamente nada do que se passava ali...
Um outro homem passou à minha frente. Também vi você.
Olhei para o outro lado. Lá vinha você outra vez!
E lá dentro do carro, no semáforo, você sorria para mim!
Mais confusa ainda, dei meia volta, te deixei ali parado, atônito, e sem qualquer explicação, voltei para casa.
No caminho, encontrei outros de você, apressado, falando com outras pessoas, abastecendo o carro, comprando uma cerveja, ao telefone, questionando um auto de infração, sorrindo...
Mas hoje eu vi mesmo você!
Os professores dizem que eu sou distraída e a minha mãe fala que eu sou mandona e de fato, odeio quando as coisas não saem do meu jeito e não tenho mais escolhas a não ser chorar.
Vez ou outra
perco-me por aí ,
abstrata, distraída...
Duvidosa,
carregada de um mar negro
afundo ainda mais...
E por pouco,
muito pouco
esqueço-me de quem sou...
Suplico-te, amor,
não deixe os meus passos confusos
o caminho é árduo sem ti
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