Descalço
Hoje fui ver o mar, pisei areia descalço
Olhei para o meu lado e em redor
Vazio me senti, não tinha os seus passos
Segui em frente, com dor
Apesar de tudo, é bom sentir Amor
Não importa se vou sozinho
Pois dentro de mim, sinto o seu calor
E seus passos simplesmente adivinho
Quando sentires que sua energia está acabando, pise descalço a terra.
Ela entende de renascimentos.
Banhos de sol e de chuva, caminhadas descalço e ar puro são quatro fontes primordiais de bem-estar e equilíbrio para corpo e alma.
Quem me viu com o pé descalço lá no sinal, me humilhando por um real, nunca imaginaria que eu iria chegar onde cheguei, pois quem vê vitória não enxerga a luta da conquista.
E se amanhã for muito tarde? Se for tarde para pisar descalço na grama, contemplar o pôr do sol, tomar um banho de mar, comer brigadeiro de colher, usar o melhor perfume, beber café com um amigo, pedir perdão, dizer vários "eu te amo"...
Amanhã pode ser tarde. Deus permita que possamos fazer o que temos vontade no dia de hoje, amanhã e depois... Mas se o amanhã não vier, Eu tenho o hoje, todinho meu! Então, com licença, vou vivê-lo.
A Passagem secreta.
Pés descalço correndo gritando feito louco pela rua em cada olhar sorriso a felicidade reinava. Para nós felicidades se resumia em acordar e logo pela manhã usar a imaginação para explorar o inexplorado o desconhecido.
- Hoje temos que abrir trilha e acessar o portal da passagem secreta, dizia Dinho.
Na cerca que fazia divisa para o sítio colocamos uma moldura de espelho grande, com o tempo a cor da madeira havia se desbotado.
- Moldura gigante é essa? Dizia Dinho.
- tive uma ideia, vamos cobrir a moldura com uma cortina velha que servirá como portal, e tem mais hoje precisamos entrar pelo portal.
- É muito arriscado correr o risco de ficar presos igual os personagem da Caverna do Dragão, falava Roro.
- Quem será o primeiro a entrar se obtivermos êxito na abertura do portal?
Todos me olharam e começaram a rir, percebi que meu reinado de cobaia não havia terminado. Aproveitamos a natureza para o improviso; um balanço em galho de árvore, naves no pé bananeira, em posse de estilingue nos aventuramos no cafezal, bosque de Santa Bárbara. Um dia nossa manhã ficou mais iluminada fugimos um pouco da monotonia ouvimos cantos misteriosos próximo do rancho. Mais que depressa fomos observar para qual direção voavam os pássaros, corremos para o pântano e fomos rasgando espinhos e taboa no peito despreocupados com os perigos de insetos e animais que aquele habitat oferecia...
- Eles são lindos, exclama Roro.
- Está delirando, Eeeeee um simples ninho com filhotes de marreco d'água.
- Temos que guardar segredo, dizia Dinho.
Pela primeira vez em anos percebi que nossa amizade corria sério perigo pois como a matemática é uma ciência exata não havia possibilidade de realizarmos a divisão justa. Dinho com a língua para fora iniciou uma provocação sentamos e após horas de negociação resolvemos chegamos a um consenso, de semana em semana os filhotes trocam de casa e cuidados.
O acordo foi justo conseguimos uma gaiola e fizemos um ninho já na primeira noite de cuidados com os filhotes quando me preparava para o mesmo ritual de dantes senti uma certa preguiça e acreditei que um noite sem aquela monótona rotina não faria diferença, dentro do casebre só ouvia barulho de grilo e coruja , sempre fui compenetrado em tudo que faço mais para minha surpresa este dia quebrei o protocolo e a exaustão falou mais alto estava estampada em meu corpo, nós animais racionais sempre somos assim "valentões" kkkk não tememos o breu da noite, uma barata voadora, uma noite chuvosa com raios e trovões, vultos na rua receio de encontrar uma alma penada, se é que existe espírito ruim RS RS , na madrugada a minha imprudência trouxe uma certa surpresa na madrugada ouvi barulho na escada, lembrei que era um aventureiro destemido e reprimi minha mente, o meu sexto sentido o barulho nos degraus persistiu pensei em abrir um olho mais me contentei que era apenas um sonho na casa só ouvia som de respirações anunciando um boa noite de sono por outro lado eu estava inquieto o meu espírito me alertava não podemos ignorar esses sinais comecei ficar impaciente na cama quando ouvi gritos na cozinha mais que depressa corri em direção ao sinistro para minha surpresa a porta que da acesso a escada estava aberta vi um vulto no último degrau peguei minha arma e subi correndo igual um louco quando o vulto correu en direção a capoeira ouvia os pio pensei em atirar mais não tinha certeza se ia acertar o alvo queria acordar e pensei subir no telhado também mais com estou acima do peso kkk voltei para sala abri a porta e portão de madeira sai como um luz corri meio quarteirão descalço e o meliante correndo sobre os telhados no meio da quadra ele foi inteligente pulou de um telhado para o outro tive que dar a volta na quadra corri já ofegante e com alguma esperança de encontrar o entrei na mata procurei e para minha tristeza o felino do Dinho fez sua refeição, comeu os filhotes que estavam sobre meus cuidados.
Pela manhã, logo cedo resolvi procurar os restos mortais, mais depressa fui a casa dos meus amigos e com um sorriso os avisei que uma gata havia jantado os filhotes. No portão disseram que íamos vingar a morte dos passarinhos,
me vesti e fomos caçar os restos mortais e para minha surpresa Dinho gritou:
- A ratazana, exclamou RO.
Mate-o logo - disse Dinho?
Um dia maravilhoso, na rua encontrei o gato caçador, olhei para um lado e para o outro, esperei na tocaia e vi o felino entrando em uma construção inacabada e percebi que toda caça ele devora dentro da casa. Não fui à escola e descobri que a fêmea tinha filhotes.
Gilson de Faria.
15/02/2021
Filhos da revolução "1977"
Pés descalço vermelho
No corre corre
O dia inteiro
Seu sonho de menino
Nos becos londrino
Longe do estudo
Preso sem malícia
Na escola da vida
Seu futuro sua sina
Pá pá pá
Piá gritando na esquina
Soltando o verbo
Erguendo a pipa
Brincando com rima
Polícia ou ladrão
"Pá pá pá"
Um corpo estendido
Pés vermelhos
triste sina
Olha a terra "vermelha"
Obra do capeta
Não, do carlinho comadre
Uma bike atrás da outra
Lá vem o camburão
IML duas horas atraso
Deus "BACO"
estava embriagado
Olha minha nave
Sou astronauta
Bora para o futuro
O galo canta
Sua mãe de joelhos
Mão na face
Outra no coração
Um terço uma reza
Pedindo a proteção
Tenho que partir
Me perdoe anjo
Parte o coração
A sobrevivência lhe chama
Seu suor suas lágrimas
Mãos vermelhas
calejadas
Garantindo louro da família
Na roça sofrimento
Pedindo ao criador
Um futuro próspero
Ao primogênito da terra
Com oito anos
Treinando coordenação motora
O menino prodígio
"Doutor" ou "serviçal"?
Ordem e progresso
Estampado na testa
Obrigado Dra weber
Sua filosofia me transformou
Hoje sou "policial"
A sociedade clama
O menino sonhador
Sou fruto novo
Filho da revolução
Da pedagogia dos amores
Auto lá, hoje sou "Doutor"
Pode ate demorar,
mas a lei do retorno
não falha falha brother
Viva ensino público
"Viva ensino particular"
"Viva os burgueses"
Viva concorrência desleal
Viva falta alfabetização
Viva evasão escolar
Viva falta de creches
Viva falta de indústrias
Viva falta das fábricas
Viva falta assistencialismo
Viva o progresso brasileiro
Filhos da pátria
Pátria que te pario.
09/06/2022.
Por fim, no final da noite,
Descalço-me de meus sapatos altos;
Liberto meus pés cansados;
Solto meus cabelos;
Desprendo meu escudo de meu corpo e o largo no meio de meu quarto;
Agora finalmente,
Sou apenas eu.
Nunca me treinaram para carregar um fardo tão pesado, nem me disseram que eu andaria descalço por valas repletas de cacos de vidro. Não fazia a menor ideia de que as feridas da alma eram as últimas a cicatrizar, pois são tão profundas, onde remédio nenhum alcança.
Não sei se felizmente ou infelizmente, mas tive de aprender tudo isso sozinha, lágrima por lágrima, a cada murmúrio. Confesso já ter pensando em desistir milhões de vezes e ainda penso, é inevitável, ao olhar para onde quero chegar e ver tantos obstáculos na linha do horizonte é cansativo, ver que não estou nem na metade do caminho, me sinto fraca e impotente, isso faz qualquer um desistir de continuar.
É doloroso, pois a vida nunca prometeu ser fácil, ainda sim, mesmo querendo desistir eu continuo, um passo por vez, alguns pensamentos que surgem na minha mente não são meus, por isso não preciso aceitá-los, principalmente aqueles que dizem que eu não sou capaz, por isso eu continuo, não sou uma desertora, por que eu sei que desistir é perder a guerra antes de entrar no campo de batalha.
É preciso ser de aço ou
blindado, no chão pisei
descalço. Meu coraçãoem estilhaços, mas remontei
pedaço por pedaço...
[ Jota'fs - Se faltar fé... ]
Pra tirar de vez o mau olhar
Banho de sal grosso
Na água fria do mar
Correndo descalço a natura conecta
Sai pra rua meu parceiro
Olha a lua como é que tá
PAPÉIS PICADOS.
Hoje quero fazer uma poesia supostamente linda.
Como caminhar descalço a beira mar.
Como canção que não se fez ainda.
Como neve descendo ao luar.
Quero vê-la nascer de forma natural.
Como o calor dos corpos ao se amar.
Como um beijo de desejo matinal.
Como amantes ao se completar.
Quero festejá-la com papéis picados.
Com sorrisos estampado nos rostos.
Ver todos os protocolos quebrados.
Quero que todos tenham seus desejos expostos.
Quero abraçá-la em plena praça.
Gritar o amor para todos os lados.
Fazer-te agrados e te deixar sem graça.
Demonstrar amor muito exagerado.
Saudade do tempo em que corria descalço, tomava sorvete me lambuzando toda e ainda, tinha quem achasse bonito. Saudade do tempo em que pulava corda, corria para cair e levantava para correr de novo.
Saudade dos meus cadernos tão bem coloridos e minhas letras tão bem desenhadas. Saudade dos meus cabelos longos, por vezes, entrançados. Saudade do mimo da minha avó. Das marcas de cada brincadeira, do azul daquele céu e da chuva que me banhei.
Saudade eu tenho de um tempo único, onde minha maior preocupação era ter que ir bem na escola.
Saudade dos amigos tantos, que hoje pouco vejo, pouco conheço, pouco sei. Saudade daquela casa, daquela cidadezinha, daquele tempo em que me personalizei até me formar no que sou.
Uma saudade feliz e uma felicidade saudosiana, de um tempo sem erros, onde era religiosamente feliz sem conhecimento de causa.
Saudade eterna de um tempo que não volta mais e que me chamavam de criança.
Tome um sorvete, deite na grama. Beije apaixonadamente. Ande descalço. Tome um banho de chuva. Fique na piscina até a noite. Durma de cabelo molhado. Descanse com a televisão ligada. Abrace os filhos. Faça um telefonema para os pais e ouça tudo o que sua mãe tem a dizer.
Qualquer que seja a sua decisão, te apoio.
