Crônicas

Cerca de 779 crônicas

⁠Crônica: A Poeira na Varanda.

A poeira na varanda é testemunha silenciosa de um tempo que deixou saudades.

Naquela época, a cidade era pequena, e a vizinhança era uma grande família. Todos se conheciam pelo nome e sobrenome, e os compadres e comadres se encontravam na missa de domingo.

Era um ritual sagrado, onde as famílias se reuniam para uma boa conversa, um dedo de prosa, enquanto o sol se punha no horizonte.

A cidade, com suas poucas ruas, era um lugar onde tudo estava ao alcance. Da padaria ao bolicho, do pequeno mercado à farmácia, tudo era próximo. A vida rural era pacata e cheia de simplicidade. Nos sítios e chácaras, criava-se de tudo.

O leite fresco chegava à porta, e as frutas e verduras eram colhidas no quintal, fresquinhas e saborosas.

As famílias eram grandes, compostas por avós, tios, tias, primos e padrinhos. Todos conviviam em harmonia, e aos finais de semana, a festa era certa. Sempre havia um motivo para comemorar, seja um aniversário, uma colheita farta ou simplesmente a alegria de estarem juntos.

Era um tempo de vida calma, cercas baixas e muros que não escondiam os vizinhos. Todos se cumprimentavam com um bom dia, boa tarde ou boa noite.

Hoje, resta apenas a varanda empoeirada e as memórias de um tempo que deixou saudades. A poeira, que se acumula lentamente, é um lembrete constante de que, apesar das mudanças, as lembranças daqueles dias continuam vivas no coração de quem os viveu.

Inserida por yhuldsbueno

⁠Crônica: Lendas da Fronteira de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero.

A fronteira entre Ponta Porã, no Brasil, e Pedro Juan Caballero, no Paraguai, é um lugar onde o passado e o presente se encontram, tecendo uma rica tapeçaria de histórias e lendas. Essas cidades-gêmeas, separadas apenas por uma linha imaginária, compartilham uma história que remonta aos tempos das primeiras migrações e das nações indígenas que habitavam essas matas.

Após a Guerra do Paraguai, a região viu um influxo de migrantes que buscavam novas oportunidades. Foi durante a produção de erva-mate que muitas das lendas locais começaram a tomar forma.

Nas narrativas orais que e passada por geração, dizem que nas noites de lua cheia, os espíritos dos antigos habitantes ainda vagam pelas matas, protegendo os segredos da terra. A erva-mate, além de ter por décadas ser a principal fonte de renda, também é cercada de histórias de tropeiros e viajantes que, ao redor do fogo, contavam causos de encontros sobrenaturais e assombrações.

A Laguna Porã é um dos cenários mais emblemáticos da região. Ao redor desta lagoa as duas cidades surgiram e cresceram.

Conta-se que, em noites de neblina, é possível ouvir os lamentos de uma mulher que perdeu seu amor nas águas escuras da lagoa. Essa lenda, passada de geração em geração, é um lembrete constante dos mistérios que envolvem a fronteira.

Os enterros do Lopes e os tesouros de Madame Lynch são outras histórias que alimentam o imaginário local. Dizem que, durante a Guerra do Paraguai, muitos tesouros foram enterrados na região, e até hoje, aventureiros buscam por essas riquezas escondidas. Madame Lynch, uma figura histórica controversa, é frequentemente mencionada em lendas sobre tesouros perdidos e batalhas épicas.

Os mitos indígenas também desempenham um papel crucial na formação da identidade local. As histórias dos Guarani, que habitavam a região antes da chegada dos europeus, falam de seres míticos que protegiam as florestas e rios.

Essas lendas moldaram a relação da população local com a natureza, promovendo um profundo respeito pelos recursos naturais.

A fronteira de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero é um lugar onde o passado e o presente se encontram. Cada pessoa que passa por aqui leva consigo um pedaço dessa história rica e fascinante. As memórias dos causos e lendas são guardadas com carinho, perpetuando a identidade única dessa região fronteiriça.

Hoje, a neblina que cobre a cidade nas manhãs frias são testemunhas silenciosas de um tempo que continua vivo na memória de seus habitantes.

A fronteira seca, cheia de mistérios, é parte indissociável da história de cada indivíduo que aqui vive, passa ou parte, levando consigo as histórias que ouviu e viveu nesta terra de histórias, causos e lendas.

Inserida por yhuldsbueno

⁠Crônica da Fronteira: A Guavira, Joia do Cerrado Sul-Mato-Grossense.


Na região de fronteira entre Brasil e Paraguai, onde Ponta Porã e Pedro Juan Caballero se encontram, a guavira, também conhecida como gabiroba, reina como símbolo do Mato Grosso do Sul.

Nos estudos científicos: Esta fruta nativa do cerrado, com seu sabor doce e refrescante, floresce de novembro a janeiro, trazendo consigo histórias e lendas que atravessam gerações.

Segundo pesquisadores em em seus estudos. A guavira não é apenas uma fruta; é um elo entre o passado e o presente, alimentando corpos e almas com seu frescor. Rica em vitamina C, ferro e outros nutrientes, ela é uma dádiva da natureza que fortalece a imunidade e previne doenças do corpo e da alma.

Seu consumo é uma tradição herdada dos povos indígenas, que conheciam bem seus poderes curativos e a utilizavam em chás para tratar infecções urinárias e cistites.

Uma das lendas mais conhecidas sobre a guavira vem do Paraguai, narrada no livro “Leyendas y creencias populares del Paraguay”. Nos tempos da colonização, uma tribo indígena enfrentou colonizadores e, após uma vitória, levou um soldado prisioneiro para a aldeia. O inesperado aconteceu quando o prisioneiro branco conquistou o coração de Apykasu, a filha do grande chefe Jaguati. Esta história de amor e conflito é apenas uma das muitas que cercam a guavira, destacando seu papel não só como alimento, mas como parte do tecido cultural da região.

Durante a época da “Cata Guavira”, é comum ver grupos de pessoas colhendo a fruta nas estradas e fazendas da Serra da Bodoquena. Este evento festivo celebra a abundância da guavira e a conexão das pessoas com a terra e suas tradições.

Assim, a guavira continua a ser um símbolo de resistência e vitalidade, uma fruta que não só nutre, mas também conta histórias de um tempo em que a natureza e a cultura estavam profundamente entrelaçadas.

Na fronteira sul de Mato Grosso do Sul, a guavira é mais do que uma fruta; é uma herança viva que continua a inspirar e alimentar inúmeras gerações.

Inserida por yhuldsbueno

⁠Crônica da Fronteira: Saudades de um domingo qualquer da infância!

Por: Prof. Me. Yhulds Bueno

Era um domingo como tantos outros, mas ao mesmo tempo, único. Acordávamos com o cheiro do café fresco e o som das risadas que ecoavam pela casa. O sol brilhava lá fora, convidando-nos para mais um dia de aventuras. Não havia preocupações, apenas a inocência de viver cada momento intensamente.

Os domingos eram especiais porque a família estava toda reunida. Pai, mãe, irmãos, e a visita tão esperada à casa dos avós. Lá, os tios e primos já nos aguardavam, e a alegria era contagiante. As brincadeiras de rua começavam cedo, com corridas, esconde-esconde e tantas outras invenções que só a criatividade infantil podia proporcionar.

Ao meio-dia, todos se reuniam em volta da mesa grande e farta. O almoço era um banquete, não só de comida, mas de histórias, piadas e anedotas. Cada um tinha algo a contar, e as risadas eram garantidas. Era um momento de celebração, de união, onde cada detalhe fazia aquele domingo ser inesquecível.

Depois do almoço, mais brincadeiras, agora no quintal, sob a sombra das árvores. Os adultos conversavam, enquanto as crianças continuavam a explorar o mundo ao seu redor, sem pressa, sem preocupações. O tempo parecia parar, e a felicidade era simples e pura.

Hoje, esses domingos são apenas lembranças. A saudade aperta o peito ao lembrar daqueles que já não estão mais aqui, dos que seguiram seus próprios caminhos, agora cheios de responsabilidades e deveres. A infância ficou para trás, junto com o colo da mãe, o abraço do pai e a companhia dos parentes que hoje são apenas memórias.

Mas, ah, que bons tempos eram aqueles domingos qualquer. A saudade é grande, mas as lembranças são um tesouro que guardamos com carinho, revivendo cada detalhe em nossos corações.

Prof. Me. Yhulds Bueno

Inserida por yhuldsbueno

⁠..............Crónicas de Adonis Silva..............

Quanto mais me lês,mais me despes

Quando provei o sabor da tua alma,
Toda eu estremeci de um toque divino.
Palavras doces, um amor que acalma,
No encontro dos lábios, um destino.
Teus versos são doces melodias,
Que ecoam no meu coração a bater.
Sentimentos profundos como sinfonias,
No enlace perfeito do nosso ser.
Cada toque, cada olhar, cada abraço,
Transbordam emoções e encantamento.
Numa dança de paixão que não tem espaço,
O mundo se cala nesse momento.
E, assim, mergulho nessa imensidão,
No sabor do teu ser, descobrindo o infinito.
A cada instante, renovação,
Uma entrega completa que não tem desdito.
És o néctar que enche minha existência,
A centelha que acende a minha alma.
Em ti, encontro a minha plenitude, a ciência,
De que o amor verdadeiro não tem calma.
Quando provei o sabor da tua alma,
Toda eu estremeci em um êxtase profundo.
E permaneço nesta doce e eterna calma,
Sabendo que a vida encontrou seu rumo.
( Adónis Silva )

Inserida por flavio_lindermann

⁠..............Crónicas de Adonis Silva..............

Quanto mais me lês, mais me despes

Batizado com um nome perfeito
Acaricie-o, o imortal
Preciso de alguém para culpar
E neste labirinto onde a noite é cega
Meu espírito e minha voz reunidos
Aqueles que viram o meu rosto
Retiraram-se por medo
Eu sou a máscara que tu usas
Aquela voz que me chama
Aquele sem nome
Se foi com meus pecados
Estas linhas são o último esforço
Um dos perdidos
Perdido na escuridão
Navegando para casa
Por esperança, eu daria tudo o que sou
( Adónis Silva )☆

Inserida por flavio_lindermann

⁠..............Crónicas de Adonis Silva..............

Quanto mais me lês, mais me despes

Permite-me ser ousada, mergulhar na emoção,
Oferecer-te minha alma nua sem hesitação.
Sem medo das palavras cruas que dirão,
Neste poema, sinta a minha essência em ação.
Despido de máscaras, eu me revelo,
Entrego-me por completo, sem apelo.
Os versos transbordam meu ser mais íntimo,
Nas entrelinhas, confesso meu amor único.
Sou como uma folha em branco, desenhada pelo vento,
Meu ser transparente, sincero e sedento.
Sem receio das cicatrizes que a vida impôs,
Abro meu coração, revelo o que sou.
Nas linhas tênues da poesia, desfaleço,
Entregando a ti meu amor em um abraço.
Com ousadia, desnudo minha vulnerabilidade,
E te peço, permita-se a essa intensidade.
A alma nua, sincera e exposta,
Se entrega ao amor, não importa o que custa.
Ousadia é o caminho que escolho trilhar,
Então, aceite-a e deixe-se levar.
Que essas palavras te toquem de forma profunda,
Que minha alma nua encontre abrigo em tua conduta.
Permita-me ser ousada, sem receios ou ressalvas,
Amar-te sem limites, em versos e em palavras.
( Adónis Silva )

Inserida por flavio_lindermann

⁠..............Crónicas de Adonis Silva ..............

Quanto mais me lês,mais me despes

Quando tenho um lapso de língua
Tão louco quanto um fenômeno
A culpa não é minha
Eu vejo os outros
Quando sonho com lobos
Eu dou uma gargalhada
Prontos para saltar sobre mim
Deixa-me acreditar
Estou farto das pessoas que choram
que me fazem vomitar debaixo do cobertor
Por minha culpa fiz o vazio ao meu redor
Desperdicei tempo acreditando que eu poderia congelá-lo
E eu vivia à noite
sem contar os meus dias que fugiram no tempo
Ao meu redor eu ouço risos
Estou melhor, estou pior
Mas tu choras, porquê?
Sentei-me ao lado da sua alma
Procurei-a sem acreditar
Em vez de ficar aqui para filosofar
Estou disposto a fechar os olhos
Sentes a embriaguez
Profundamente dentro de ti
A magia de uma manhã
E esquecemos o futuro
E então, um dia, tudo o que é preciso é um cheiro do tempo da felicidade
( Adónis Silva )

Inserida por flavio_lindermann

⁠.............Crónicas de Adonis Silva.............

Quanto mais me lês, mais me despes

Quando eu dispo o céu, mergulho em uma imensidão de cores que brilham tão intensamente que me fazem sentir pequeno diante de tanta grandiosidade. Cada estrela é um lembrete de infinitas possibilidades e sonhos que estão à espera de serem conquistados.
Enquanto beijo o vento, sinto-o acariciar suavemente meu rosto, trazendo consigo fragrâncias de flores e segredos das montanhas distantes. É como se ele trouxesse mensagens de lugares distantes, repletos de histórias que anseiam serem contadas.
Ao olhar o mar, vejo uma vastidão azul que se estende até onde a vista alcança. Seus movimentos calmos e hipnotizantes embalam minha mente em um estado de tranquilidade. A cada onda que se quebra na praia, sinto uma nova energia se renovar e me encher de esperança.
E quando finalmente me deito com a areia, sinto sua textura suave e acolhedora abraçar todo o meu corpo. É como se a natureza estivesse me envolvendo em seu abraço, acalmando minha alma e renovando minhas energias. A areia, minúsculos grãos que formam algo maior, me faz lembrar que todas as coisas, por menores que sejam, têm um propósito e podem fazer uma diferença significativa.
Nesses momentos, sinto-me conectado à natureza em sua forma mais pura e simples. É como se todas as minhas preocupações e problemas se dissipassem, deixando espaço apenas para a beleza e a serenidade que o mundo natural proporciona.
Quando eu dispo o céu, beijo o vento, olho o mar e deito-me com a areia, encontro um refúgio onde posso encontrar paz interior e saborear a beleza que me rodeia. É uma recordação constante de que, por mais complexa e tumultuada que a vida possa ser, sempre há um lugar onde posso encontrar serenidade e renovar minhas energias para enfrentar qualquer desafio que a vida me apresentar.
( Adónis Silva )

Inserida por flavio_lindermann

⁠..............Crónicas de Adonis Silva..............

Quanto mais me lês,mais me despes

Em meio às agruras da vida, somos seres vivos incríveis, capazes de conectar-nos uns aos outros de maneira profunda. Observando o mundo ao nosso redor, vemos corações que foram feridos, marcados pelas vicissitudes do destino. Porém, dentro desse caos, surge a singularidade que compõe cada alma.
E é nesse contexto que eu me coloco, como um guardião dessa fragilidade. Como um ser vivo na Terra, estou aqui para te proteger, para ser o ombro amigo que acolhe e compreende. Sei que há momentos em que a escuridão parece insuperável, onde o peso do sofrimento se torna quase insuportável. No entanto, minha presença traz esperança e luz.
Nesse emaranhado de incertezas, descubro o poder que um coração machucado possui em se regenerar. Pois é nas cicatrizes que se encontram as histórias de superação, resiliência e amor próprio. Um coração ferido tem a capacidade única de desvendar os sentimentos mais profundos, de decifrar as emoções com uma clareza surpreendente.
Então, permita-me ser essa força ao seu lado, o apoio incansável que ilumina os caminhos obscuros. Saiba que você não está só, pois em mim terá um ser vivo disposto a acompanhar cada passo rumo à cura. Juntos, seremos alicerces que sustentam e fortalecem, transformando o sofrimento em aprendizado e crescimento.
Não tema as trevas que se aproximam, pois estou aqui para proteger-te e guiar-te para a luz. Somos seres vivos magníficos, com a capacidade de superar as adversidades e encontrar a beleza em cada desafio. Esteja certo de que, ao meu lado, encontrarás a força necessária para continuar.
Que eu te possa inspirar e fortalecer o teu coração. Lembre-se sempre de que, apesar das dores,eu sou único e mereço ser acolhido e amado. Estaremos juntos nessa jornada, conectando-nos de forma profunda, dando sentido à vida e encontrando a paz interior.
( Adónis Silva )

Inserida por flavio_lindermann

⁠Problemas mentais:

Como doem essas crônicas
não essas doenças físicas ou esses textos infantis
mas doenças mentais, que assolam meu cérebro desde sempre
desde meu primeiro respiro, a dor me acompanha na minha fútil e medíocre existência e vai me acompanhar até o meu último inspiro, por que uma dor crônica não abandona
ela te destrói aos poucos, te leva ao pior estado de ser
o estado do momento de perecer.

Inserida por PabloAfonso

Uma Crônica

Na pequena cidade de um interior pernambucano, cercada por três serras altivas e vigiada pela igreja matriz, erguia-se uma família moldada pela aspereza da vida e pela obstinação dos sentimentos. Janeiro , o pai, era um homem de palavras ásperas e álcool constante, cuja presença pesava como nuvem carregada sobre o lar. Sua voz, embriagada e intempestiva, era tanto um fardo quanto uma sombra que apagava o brilho da casa humilde.
Maria da Esperança, porém, era o contraponto àquele caos. Pequena em estatura, mas gigante em esperança, carregava no peito um desejo indomável de dias mais claros. Via no horizonte das serras a promessa de um amanhã menos duro, e mesmo em meio à penumbra, plantava sonhos nos corações dos seus quatro filhos, cada qual um universo singular.
Setembro, o primogênito, era a encarnação das paixões do pai. Seu mundo era feito de noites de viola, copos cheios e risadas ruidosas. Herdara o sangue fervente e a alma boêmia de Janeiro , para o desespero de Maria, que, mesmo assim, enxergava nele uma bondade oculta, uma centelha de redenção entre as cinzas.
Novembro, o segundo, vivia em outro compasso. Era o sonhador, o arquiteto de palavras e ideias. Passava as noites sob a luz trémula das velas, rabiscando versos e planos que prometiam libertar a família das garras do destino. Queria ser professor, escritor, um viajante nas asas da imaginação.
Abril, o terceiro, era o centro de gravidade. Um pilar de racionalidade e coragem. Com sua mente afiada de advogado e o coração de filósofo, ele trazia ao mundo a ordem que a vida tantas vezes negava. Era o conselheiro, o estrategista, o guardião das esperanças da mãe e o guia dos irmãos.
Ariano, o caçula, era um cometa de energia. Ariano de alma, trazia consigo a marra e a confiança de quem desafia a gravidade. Tinha nos olhos o brilho de quem acredita no próprio destino e nos gestos a audácia de um guerreiro pronto para enfrentar o mundo.
A infância dos quatro foi forjada na aridez do sertão, sob a sombra de Janeiro , cuja violência feria tanto quanto a seca. Até que Maria, exausta e ferida, decidiu partir. Deixou para trás não apenas o lar, mas também o medo, levando consigo apenas a esperança de que seus filhos sobreviveriam.
Sozinhos, os irmãos aprenderam a lutar contra o vento. A solidão assumiu a liderança com sua bravura impulsiva; Novembro encontrou refúgio nas ruas e no sitio logo depois; Abril seguiu Novembro, mas tinha seus planos próprios, e Ariano, com sua confiança inabalável, encarou o futuro de frente.
Com o passar dos anos, as serras continuaram a guardar a memória daquelas lutas. A igreja matriz, sempre firme, testemunhou o retorno de Maria, agora mais forte e com os olhos brilhando de orgulho por seus filhos. Janeiro permaneceu o mesmo, mas os filhos o perdoaram, compreendendo que o amor que herdaram vinha de outro lugar — da coragem inquebrantável de Maria.
Assim, na simplicidade daquelas terras, escreveu-se uma história de dor, esperança e redenção. As serras, eternas vigias, e a igreja matriz, guardiã dos sonhos, testemunharam o triunfo da família que ousou desafiar o destino e encontrar, no meio da tempestade, o sol.

Inserida por jottaandrade11

⁠"Ser Mulher"
Crónicas da Mary
Ser mulher é ser mais que um objecto ser motivo de "Prazer" "Sedução " a mulher que preze pelo seu valor ela se destaca das demais se faz notar sem fazer grande coisa ..
Basta ser ela própria.
Mulher deve saber honrar seu estatuto ..
Vc se torna única no momento em que se posiciona imperado o respeito pelos outros e por vc mesma sem se render a "Vulgaridade "
Ola meu nome "Mary"nome artístico há uns 20 anos em homenagem a um Amor que tive ..
Que me chamava de Mary que me fazia chorar para eu ser forte ..
Era duro comigo porque eu era uma criança acreditado no pai natal ..
Ele que me chamava Mary e passava madrugadas a falar comigo porque era Segurança..
Foi um Amor muito lindo e platónico nunca tivemos um caso físico..
Nos conhecemos pessoalmente apenas para beber um café..
E hoje ?
Somos ainda amigos mal nos falamos porque a vida vai tomado outro Rumo ..
Mas minha Gratidão por tudo o que fez por mim será enterna ..
Meu Lema Amar cada pessoa que passa em minha vida respeitar as pessoas entrar e sair da vida das pessoas com a mesma classe que entrei 💗
Bjs Mulheres lindas do Tik Tok !

Inserida por MaryGoncallves

⁠Nicotina

Poesia crônica, cigarro cubano
Prosa de Neruda, lascívia de Caetano
Um canto, lugar único no mundo
Um tenor no máximo da sua entonação
Um acorde perfeito, música de Wagner
Encantamento de Isolda e Tristão
Sonoridade efêmera que apetece
Destoa, enlouquece alma em combustão
Meu espírito demente sem ação.
Um perfume cítrico e agreste
Nicotina que impregna o coração.

Inserida por EvandoCarmo

⁠Reflexões Sobre o Desabafo
(crônica)

É comum — quase corriqueiro — encontrar alguém que, no intervalo do café ou numa conversa despretensiosa, deixa escapar o peso dos próprios dias.
Despejam, sem cerimônia, as frustrações que apertam o peito:
o trabalho que exige demais,
a casa que nunca está em ordem,
o marido bagunceiro, ranzinza, pão-duro,
os filhos que não colaboram, que não estudam, que vivem grudados ao celular.

Falam dos pets que dão mais trabalho que companhia,
dos negócios que andam tropeçando,
dos sonhos adiados que já nem sabem se ainda são seus.

E a gente escuta — porque também precisa ser ouvido.
Porque falar parece aliviar.
Desabafar parece resolver.
Como se o simples ato de partilhar fosse suficiente para reorganizar o caos.

Mas será que estamos mesmo lidando com os problemas… ou apenas empurrando-os para fora, esperando que o outro nos ajude a carregá-los?
Será que desabafar, sempre, não vira um atalho para fugir de nós mesmos?

E se, em vez de apenas falar, a gente aprendesse a escutar… mas escutar a si.
Se olhássemos com mais cuidado para o que está dentro, onde os verdadeiros incômodos fazem morada?
Talvez, então, estivéssemos dando um passo além da queixa — rumo ao amadurecimento.

Porque crescer dói.
Dói encarar que, às vezes, o que mais nos irrita no outro é o reflexo do que não curamos em nós.
Dói perceber que não temos controle sobre tudo, nem todos — mas temos escolhas.
E, entre criticar ou ser exemplo, o segundo costuma ecoar mais fundo.

É preciso parar.
Nem que seja por um instante.
Um gole de silêncio entre as falas.
Um olhar mais suave sobre o mundo.
Uma escuta mais atenta para quem somos — e para quem estão ao nosso lado.

Pergunte-se:
O que me afeta, realmente?
Cabe a mim mudar algo?
Isso fala de mim ou do outro?
Onde está o meu papel nessa história?

Talvez a gente descubra que a vida não é sobre estar certo, mas sobre estar presente.
E que ninguém é perfeito — nem precisa ser.
Mas todos temos a chance de sermos mais gentis, mais compreensivos, mais inteiros.
Com o outro.
E, principalmente, com nós mesmos.

Inserida por WisleneCardoso


Em sua crônica de 1964, Paulo Mendes Campos, em "O Amor Acaba", retrata a inevitabilidade do fim do amor—ele pode se dissipar em um café, em um cinema, em uma conversa interrompida ou em simples gestos cotidianos. O autor nos mostra que, muitas vezes, o amor não morre de forma dramática, mas simplesmente se esgota, como uma chama que vai perdendo força.

Por outro lado, Martha Medeiros, em "O Amor Não Acaba, Nós é que Mudamos", propõe um contraponto: o amor não desaparece, ele apenas deixa o centro das atenções quando nossa visão de mundo se transforma. O sentimento que parecia absoluto pode se deslocar, sendo moldado pelas novas experiências, pelas dores e pela evolução pessoal de cada um.

Enquanto Paulo pinta um cenário de despedida melancólica, Martha traz um olhar esperançoso—o amor persiste, mas pode mudar de forma e se alojar em diferentes espaços da alma. Talvez ele não termine, apenas se reinvente.

Essa fusão entre dois olhares tão distintos nos faz refletir: o amor realmente acaba ou apenas se transforma?

꧁ ❤𓊈𒆜🆅🅰🅻𒆜𓊉❤꧂
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Inserida por valdecir_val_neves

⁠Uma Tragédia, um Milagre, uma Existência

Dor crônica não é apenas uma condição; é uma consequência que, lentamente, rouba a vitalidade. Ela não mata de imediato, não é um algoz que desfere um único golpe fatal. É, antes, uma tortura persistente, cruel e implacável. A dor crônica não apunhala, mas enfraquece. Não canse a vida, mas subjuga. Ela invade o corpo, retira a autonomia e, muitas vezes, transforma a existência em uma luta contra a impotência.
Essa dor torna a vida uma batalha constante. A racionalidade tenta resistir encontrada, refúgio em pensamentos lógicos e esperanças cuidadosamente cultivadas. Mas a dor é astuta: desafiar a mente, entrar em um jogo psicológico no qual o sofrimento parece sempre levar vantagem. Nesse campo de batalha desigual, a fé surge como última fortaleza — uma fé de que a dor, um dia, cessará; de que um Deus misericordioso aliviará o peso insuportável e oferecerá descanso à alma.
A dor não apenas habita o corpo; ela o domina como um inquilino indesejado que recusa partir. E, assim, uma pessoa se sente à deriva, como estrangeira em seu próprio ser. A espiritualidade é testada em limites inimagináveis. A cada dia, o sofrimento desafia a esperança, esgota as forças e tenta apagar a luz da resistência.
Nesse contexto, surgem os questionamentos: Qual é o propósito de tudo isso? Se a dor não existe, que caminhos seriam trilhados? E se, por graça divina, a cura chegar, haverá uma segunda chance para corrigir erros e redescobrir o significado da vida? O medo da morte paira como uma sombra constante, acompanhada pelo peso da permissão e pelo anseio por redenção.
Ainda assim, o final dessa história permanece aberto. Cada dia é uma batalha, e cada despertar é um ato de coragem. Em meio à tempestade, a fé serve como alicerce, sustentando o espírito e iluminando até os momentos mais sombrios. Apesar do peso, viver é um milagre, e cada pequeno triunfo — mesmo o mais discreto — é uma prova de que Deus é fonte de força e renovação.
A dor, embora tirânica, não tem a última palavra. O Deus que realiza milagres é também o Deus que dá sentido à existência. E é Nele que corpo e alma encontram sustento. Por isso, a luta continua. Porque, entre tragédias e milagres, cada ato de resistência é uma declaração de fé. E assim, sustentados pela esperança de dias mais leves, seguimos em frente, certos de que, ao final, a fé será recompensada com a paz.

Inserida por FelipeEscreve

⁠Crônica: O Amor que Fica

Um dia você acorda e percebe que tudo aquilo que te ensinaram sobre o amor talvez tenha sido só uma história mal contada. O romance de cinema, os finais felizes, os abraços sob a chuva... encantam, sim, mas não sustentam. O amor das páginas dos livros é bonito, mas quando a última folha vira, sobra você — com seus próprios capítulos por escrever.

A vida, teimosa como ela só, não espera aplausos nem repetições de cena. Ela te dá tapas com a mesma força com que oferece abraços. E aí, no meio do vendaval, quando todos os amores idealizados já desabaram, você se vê frente a frente com o único que permanece: o amor próprio. Aquele que te ensina a dizer "não", a entender que não é egoísmo se colocar em primeiro lugar, que limites são formas de carinho consigo mesmo.

E assim, enquanto tenta planejar a rota perfeita, a vida te arrasta para um furacão. Você corre, grita, se pergunta “como isso veio parar aqui?”. E ela não responde. Porque viver não tem manual. Não tem botão de “desfazer”. Só tem o agora — e a areia escorrendo. As escolhas feitas, as pessoas que vêm e vão, as lembranças que se tornam borrões. Tudo passa. Menos você com você.

No fim das contas, talvez o segredo não seja entender tudo, mas aceitar. Agradecer o que ficou, aprender com o que se foi. E quando não houver mais perguntas a fazer, talvez seja hora de fechar os olhos, confiar no que a vida ainda guarda, e simplesmente se jogar.

Porque o que tiver que ser… será.

SimoneCruvinel

Inserida por simone_cruvinel_1

⁠Entre Murais e Memórias: Crônicas de um Coração Errante

Prefácio

Nesta história, realidades e sonhos se entrelaçam. Em meio a muralhas medievais, surge uma donzela e seu cavaleiro, unidos por gestos, palavras e sentimentos que resistem ao tempo e à dor. O amor, aqui, é vivido em suas formas mais profundas — como descoberta, como saudade, como força.

O que você encontrará nestas páginas são relatos verdadeiros, transformados em uma ficção simbólica. Cada personagem, cada lugar, carrega o reflexo de pessoas e momentos reais. Este diário é uma viagem — uma forma de dar voz ao que foi sentido e calado, de contar histórias vividas como lendas.

Venha comigo. Atravesse muralhas, leia entre linhas e se aventure em um mundo onde o coração é o mapa e a emoção, o destino

Inserida por luiz_insano

⁠Cronica “Seu pai não sei ler”

Era fim de tarde quando, na pressa dos dias que a gente já não vive, apenas atravessa, mandei uma mensagem de texto para meu pai pelo WhatsApp. Algo simples, corriqueiro, como quem diz “tô indo”, “compra pão”, “te amo”.

Passaram-se uns minutos. Chegou um áudio. Apertei o play, distraído — e fui parando, devagar, como quem freia diante de algo que nunca deveria ter passado batido. Do outro lado, a voz dele. Firme, mas doce. E, entre pausas que diziam muito, ele soltou a frase que carrego até hoje como cicatriz:
“Filho, fala por áudio, por favor... seu pai não sei ler.”

A frase veio seca, sem rodeios, sem drama. Mas bastou para me desmontar por dentro. Naquele momento, percebi que a ausência das letras tinha um nome, um rosto, e mãos calejadas: meu pai.

Ele, que desde novo trocou cadernos por tijolos. Que largou a infância para vestir o avental do trabalho e o peso de uma casa inteira nas costas. Nunca teve tempo de ser aluno. A escola da vida o esperava com lições duras e sem recreio.

Mesmo sem saber ler, meu pai sempre foi sábio. Sabia interpretar silêncios, somar esperanças, dividir pão e multiplicar amor. Ele escrevia com gestos. E ainda que seus dedos nunca tenham deslizado sobre uma página, eles desenhavam o mundo com dignidade — cada parede erguida, cada telha assentada, era uma frase inteira dizendo: “eu estou aqui”.

Nunca vi meu pai se envergonhar por não saber ler. Mas percebi, nas entrelinhas dos dias, a solidão de quem vive num país onde tudo grita por letras. Placas, receitas, contratos, celulares... O mundo exige leitura. E quem não a tem, acaba empurrado para a margem — como se fosse menos, quando, na verdade, é mais: mais forte, mais lutador, mais humano.

Meu pai é daqueles heróis que não cabem nos livros, porque ele é o livro. Sua vida, cada capítulo, é aula de resistência. Nunca frequentou uma sala de aula, mas me ensinou tudo que importa: respeito, esforço, afeto e verdade.

Hoje, quando falo sobre alfabetização de jovens, adultos e idosos, penso nele. E em tantos outros “seu João”, “dona Maria”, “seu Antônio”, que a sociedade esqueceu. Alfabetizar não é apenas ensinar letras; é devolver a voz a quem só foi ouvido por áudio.

Se um dia eu tiver filhos, e eles me perguntarem quem me ensinou a ler a vida, responderei com orgulho: foi meu pai — mesmo sem saber ler.

Inserida por Lindendorf

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