Contos de Drummond o Girassol e o Jardineiro
O DALTONISMO DE DRUMMOND
Respeito toda poesia.
De angústia, tristeza e alegria.
E respeito também,
àqueles que dela fez-se o dom.
Mas vendo as pedras no caminho,
fiz-me um belo passarinho,
não descrito por Drummond.
Vasto também é o meu mundo.
De infinitos num só ser.
Mas as vezes me pergunto:
“Quem diabos era Raimundo
e o que Carlos quis dizer?”
Carlos Drummond de Andrade em um de seus poemas disse: Por muito tempo achei que a ausência é falta.
Eu penso diferente, não como sinônimos, pra mim elas se complementam e prefiro pensar assim.
A ausência pode ser definida como ação de afastar-se de casa ou dos locais os quais costuma frequentar. Já a falta pode se dizer que é a supressão da existência; privação, se tratando de esportes chega a ser até uma infração.
A ausência é também a certeza de que você viveu, experimentou, soube o que é e se te fez bem ou não. A falta, você só vai entender depois de viver a ausência.
Talvez não seja tão fácil entender e nem onde essa situação se aplica, talvez nem deva tentar, mas te direi como identifica-la.
Bem, se a ausência te fizer perceber que algo te falta, você saberá do que estou falando. Eu não estou sendo aleatória, não falo de bens materiais ou coisas vazias. Venho aqui falar do vazio/ausência/falta que por muito eu já senti e talvez você também sinta. E não se engane, nem sempre é saudade ou solidão. Falo especificamente do amor, do amor de Deus e da falta dele, da sensação de que nenhum tempo do mundo foi suficiente e da certeza de que não é. Sim, da certeza de que nada e nem ninguém no mundo tem o poder de fazer com que você nunca experimente o que é sentir falta do amor além dEle, por nem ter experimentado direito a ausência do mesmo.
Quando se tem Deus não sobra espaço nenhum que possa ser denominado vazio. Porque Deus supre todas as necessidades vazios e solidão e estar na presença dEle não te faz apenas cheia amor, te faz também transbordar.
Ser amado por Deus, mostrar o amor de Deus, falar do amor de Deus e amar como ele, sem ausência, falta, dor e nem saudade.
Das sete faces do desprezo
A Carlos Drummond de Andrade
Quando eu nasci, não teve sequer um anjo torto
Que me dissesse que a vida não é
Tão fácil o quanto parece ser
Disse: Vai, Valter, ser baiano na vida.
Ladeiras faz bem ao coração
Jovens apaixonados na esquina
Dizendo que não se apega a ninguém.
A tarde de puro sol, o perigo
É imprevisível mesmo que o dia
Seja azul.
O ser vestido de uniforme
Vai trabalhar no ônibus lotado
Sequer sabe se vai ser assaltado,
Acha que tem muitos amigos
No fim de semana.
O ser vestido de uniforme,
Mal sabe quando vai quebrar a cara.
Meu Deus, que sociedade de muita fé,
Que muito chama pelo Senhor,
Pessoas de muita fé e pouco amor.
Mundo mundo vasto mundo
Se eu me chamasse Carlos,
Eu seria outro poeta (?)
Nesse mundo vasto
Que maltrata meu coração.
Mundo mundo vasto mundo
Chega de ilusão?
Eu bem que vou dizer,
Esse mundo cheio de gente eu solitário
Em meu ego e vaidade
Vou me afogando
Sem sequer um abraço!
Ah, esse tal de amor
Tão escrito por Neruda
E, também por Quintana…
Drummond e tantos outros
Eu mesmo sou um fiel seguidor
Acredito em sua existência
O amor só o é
Só é verdadeiro
quando os amantes
moram um no outro
Com desejo e paixão
Amor… é flor …
e beleza no coração
(23/03/2019)
TINHA UM RIO NO MEIO DO VALE
(Parodiando Carlos Drummond de Andrade)
Tinha um rio no meio do vale
No meio do vale tinha um rio
Tinha um rio no meio do vale
No meio do vale tinha um rio
Tinha um rio...
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Nas cenas de minha infância passada
Que no meio do vale tinha um rio
Que tinha um rio no meio do vale
Tinha um rio...
Um rio de águas cristalinas
Um rio cheio de peixes...
Um rio que poluíram...
Um rio que assassinaram...
Tinha um rio no meio do vale
Que nunca me esquecerei.
LIBERTE-SE!!!
(Victor Bhering Drummond)
Você não precisa do melhor ou mais caro carro;
Precisa de asas para voar para bem longe quando te der na telha.
Você não precisa das melhores roupas;
Precisa aprender a desnudar-se para que quem eleja, conheça melhor a sua alma.
Não precisa das melhores ruas. Precisa apenas caminhar com liberdade e dignidade para ser quem você quer ser.
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Menos cobrança. Mais evolução da consciência. Liberte-se!
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Mestres
E se o mundo fosse canhoto...
Disse Drummond,
De vez em quando Deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo... respondeu Adélia,
Toda alma é uma música que se toca...
Retrucou Rubem Alves,
Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina...
Poetisou Cora,
A poesia não se entrega a quem a define...exalou Quintana...
Ser gênio não é difícil. Difícil é encontrar quem reconheça isso...definiu Millôr,
Isso tudo é bom a "Bessa"...finalizaria Braulio cordelizando com simplicidade.
Ser feliz sem motivo,
Já dizia Drummond
É a felicidade autêntica
Que não se deve abrir mão !
Felicidade é momento
Pode até pensar alguém
Que seja então um sentimento
Que não dependa de ninguém !
Se é de momento a momento
Que nossa vida é feita
Da felicidade pouco importa
Se não se sabe a receita !
Literatura não póstumas de Samuel Augusto
Nem JOÃO GUIMARÃES, ou CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE,
Nem CECÍLIA MEIRELES, ou MARIO DE ANDRADE,
Nem JORGE AMADO, ou LIMA BARRETO,
ou EUCLIDES DA CUNHA, ou MONTEIRO LOBATO,
Nem sequer AUGUSTO DOS ANJOS, nem ÉRICO VERÍSSIMO,
Nem MANUEL BANDEIRA, ou GRACILIANO RAMOS,
Está homenagem que fez fui Eu,
Samuel Augusto, à Literatura que ainda não Morreu.
“Amor hoje beija e amanha não beija”?
Receio que Drummond esteja errado
Pobre Carlos, que viveu sossegado
Não viveu o amor que traz o sossego.
O Amor que é Amor faz bem
é aquele que não vive só em crista e depressão
ao contrario, vive turbulências, mas mantem a direção
Amor anda em linha reta.
Meus caminhos
(Victor Bhering Drummond)
É por essa estrada desconhecida que vou
É neste caminho perdido que estou
Tentando me encontrar
É nessa trilha solitária que vou
Encontrando partes de mim
Que deixei soltas por aí.
Reconstruo cada uma delas
E sigo maduro, forte
Sendo eu mesmo,
Mas diferente
Porque a cada passou que dou
Revelo um novo eu de mim... (Estrada de Joinville a Rio Negrinho, Serra Dona Francisca-SC, Brasil)
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Ponte dos desejos
(Victor Bhering Drummond)
Seu rio caudaloso escorre sobre o meu
E juntos formam uma cascata de vida
Instrumentos de uma orquestra afinam-se
Para um grande recital.
É Terra, É Órion;
somos garoa de constelações.
Seu sol lapida minhas pedras
E meu céu devora as cores
De seu arco-íris
É fim de tarde
As cores invadem meu olhar
De um sentimento bom
É por-de-sol lá fora
E chuva de amores e desejos
Aqui dentro e nessa ponte
Onde deixei gravadas
As poesias desse entardecer
Amanhecendo dentro de mim.
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Pássaros ao entardecer
(Victor Bhering Drummond)
Sim, os pássaros voaram ao entardecer.
E sabiam que eu estaria exatamente ali
Com a câmera a postos à espera de seu revoar.
Buscava só uma casinha amarela, quase bucólica
Uma paisagem pra lá de conto de fadas
Um entardecer que revigorasse meus sonhos quando estou acordado.
Mas eles sabiam que eu precisava além de uma paisagem.
Que seria mais poético e encantador se junto com meus sonhos
Esse bando passasse e levasse junto meus desejos,
Para que além do cenário e do arco-íris, eles se tornassem realidade. (📷 @fabiolieblartndesign | Este cenário existe. É uma estradinha linda em Santa Catarina, ao pé da Serra Dona Francisca, chamada Estrada do Quiriri)
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Rastros de sangue
(Victor Bhering Drummond)
Deixei meu rastro carmesim pelas ruas
Sem feridas, sem desespero, sem drama.
Deixei meu rastro vermelho pelos caminhos.
Calma, não se preocupe,
Não estou de cama.
É apenas meu coração transbordando amor e paixão.
Facilitei as pistas para você me encontrar
Caso se perca por aí, na multidão.
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- Ah, mas quase ninguém lê poesia no Brasil!
- Não importa, importa que Drummond, Vinicius, João Cabral, Olavo Bilac, Castro Alves, Leminski, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Hilda Hilst, Cora Coralina, Adélia Prado e tantos outros estão guardados na memória afetiva de nosso povo. Seus poemas permeiam nossa identidade nacional, formam nossa alma enquanto nação, ainda que não tenhamos consciência deste fato.
Um povo sem poetas é um povo sem alma!
O homem e a ovelha - Victor Bhering Drummond
Parei pra alimentar a ovelha,
Cheias de silêncios, curiosidades e lãs
No frio que nos cercava
Na imensidão que nos admirava
Sabíamos que nada além do cheiro
Do Mato, da água correndo lá longe
Poderiam ser expectadores mais
Verdadeiros para aquele cumplicidade
Estabelecida entre o homem e o pobre animal indefeso.
A única coisa que nos separava era a capacidade dos meus versos de tocar seus pelegos. Entendi-me gente e ela na sua doce inconsciência de não se entender ovelha, permanecia ali tocada apenas pelo prazer de um objeto falante ser um instrumento para suas necessidades. E nesta conexão, percebi que só precisava deles: da simplicidade, daquele momento e da literatura escrita naquelas folhas ao chão.
(Colônia Olsen, maio de 2017)
Cabine Telefônica
(Victor Bhering Drummond)
Procurei a cabine mais próxima.
Não era para tentar contato
Te ligar, te encontrar.
Era para deixar ali rabiscados meus versos
Soltos ao relento, versando ao léu
Quem sabe nessa mistura rítmica
De pessoas indo e vindo
Entrando e saindo
Eles pudessem tocar mais corações
E assim mais vidas pudessem
Ser tocadas pelo ritmo das canções
Que faz adormecer as guerras
E despertar as paixões
Sobre cafés da manhã
(Victor Bhering Drummond)
Meu corpo pediu café da manhã
Minha alma pediu encontros
Minha existência pediu amores
Os amores pediram harmonia
Sentamo-nos todos à mesa
E celebramos essa tertúlia maravilhosa
De pedidos realizados e delícias
Tendo as araucárias como testemunhas curiosas.
(Pousada das Araucárias)
O menino do balanço
(Victor Bhering Drummond)
No seu vai e vem sem limites
Alcançando a altura das nuvens
Tocando no brilho dos sonhos
Voltando com seus pezinhos para a dura realidade
Insiste em balançar; porque no doce
Balanço, se embala no balanço do mar; e deixa que a loucura adulta
Fique lá fora tentando encontrar
Uma maneira de se comportar como ele; porque é apenas uma criança feliz se telestransportando na gangorra para a dimensão do não-presente (porque este é chato) e não-futuro (por ser incerto demais).
(Dia das crianças de um Brasil de adultos corruptos de 2017)
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Roda d'Água
(Victor Bhering Drummond)
Ela girava na direção das águas
Movia-se como um um mundo controlado por aquele universo de prazeres que corriam por suas entranhas
Trazia vida e movimento
Porque vida é energia cinética
Capaz de enfeitiçar e tirar do eixo
Até mesmo o mais pacato dos corações.
