Conto Policial

Cerca de 810 frases e pensamentos: Conto Policial

⁠.... A primeira vez que ele achou que Lua queria comê-lo foi em seu próprio enterro. Não no seu enterro definitivo. É que, no meio do choro da viúva, em pleno velório, ele – o defunto – acordou de mais um dos seus ataques catalépticos. Adiou a morte, portanto. Não é preciso dizer que foi um Deus nos acuda! O morto voltava ao mundo dos vivos! Depois um doutor de gaveta declarou, para a rádio local, que um ataque cataléptico não era coisa assim tão rara. Podia ser novidade lá – pr’aquela “gentinha de interior”... – De qualquer maneira, o “Seu Dino” ficou conhecido no lugarejo. Não é sempre que se tem notícia de um ataque daqueles, cata-o-quê, mesmo? Enfim! Não é todo dia que um vizinho nosso, da mesma cidadezinha no interior, morre e depois volta à vida


[trecho inicial do conto 'Chiclete de Lua', publicado pela revista Desenredos, Ano III, nº10, 2011]
http://desenredos.com.br/10prs_dassuncao_295.html

Inserida por joseassun

Aqueles doces contos de fada que embalavam nossa infancia,
por vezes parecem se reproduzir nos dias de hoje...
Algo apenas captado por almas romanticas...

REFLEXÃO SOBRE UM CONTO DE FADAS
Marcial Salaverry

Existem amores que parecem
sòmente existir
naqueles contos de fada,
que assim começavam...
"Era uma vez num longinquo País,
um príncipe e uma princesa que se amavam,
mas não se encontravam..."
Foi mais ou menos assim...
Eram dois amantes apaixonados...
Este amor foi assim surgindo...
Não foi por ninguem procurado,
mas aconteceu intensamente...
É normal que tenha assim tão doidamente acontecido?
Foi surgindo de uma maneira bem natural...
E de amores ficaram perdidos.
Como aconteceu?
De que forma nasceu?
Como saber?
Só se sabe que aconteceu.
Não adianta tentar compreender.
Aos amantes, só resta esse amor viver.
Não é possivel deixar algo tão bonito morrer...
Porque deixar esse amor fenecer?
Se é um conto de fadas, deve ser curtido.
Se é um amor vivo, palpável, ser vivido.
Se será eterno? ou apenas terno?
Como se pode saber?
Apenas... Vivendo-o.
Simplesmente esse amor viver,
e vive-lo intensamente,
e curti-lo inteiramente.
Enquanto existir, vive-lo completamente.
Se vai durar uma eternidade,
ou se amanhã deixará saudade,
como saber?
Apenas viver e sua magia sentir,
enquanto vida existir...
Enquanto esse amor persistir,
não deixa-lo fenecer.
E esse "Amor de Conto de Fadas" viver...
Sendo um Conto de Fadas, terminará assim...
"E viveram felizes para sempre,
unidos seja pela presença, seja pela alma..."

Marcial Salaverry

Inserida por Marcial1Salaverry

O encontro.

Em um desses dias despretensiosos eu o avistei na parada de ônibus, aquela cena nunca saiu da minha mente. Ele tinha uma distração interessante, as pessoas, o movimento que elas faziam ao seu redor, o meu olhar fixado e obsessivo não chamavam sua atenção. Eu fiquei ali, a observar, percebi que estava com a concentração voltada para um livro, Kafka, ótima escolha, certamente não era um leitor iniciante. Permaneci alguns minutos no mesmo local e ele também, nossas visões não se modificaram nesse meio tempo, a minha para ele, e a dele para o livro. Quando finalmente um ônibus de cor escura se aproximou, isso foi o bastante para rouba-lhe atenção, guardou o livro que estava em mãos dentro de uma mochila ao lado de sua perna esquerda e seguiu em direção ao ônibus, foi quando percebeu que o olhava, me lançou um olhar atento e um sorriso no canto da boca e foi-se. Ele nunca saiu da minha mente, dediquei alguns textos a ele, como este agora, voltei ao ponto de ônibus por alguns dias na tentativa incansável de reencontra-lo, mas nada foi possível.
Numa manhã de segunda-feira o despertador tocou às sete horas, o corpo me pedia mais cama, mas as obrigações me forçavam a sair da lá, por fim consegui levantar-me com a sensação de pesar cem quilos. Encaminhei-me para o banheiro, tomei um banho que durou menos do que eu esperava, tomei um café rápido e parti para a Universidade onde trabalhava, era professora do curso de Letras, especificamente de Literatura. Ao chegar lá nada me denunciou novidade, mais um dia normal, como durante aqueles últimos dois, foi quando avistei aquela figura que durante muito tempo se manteve viva em minha memória, fraca agora, mas viva, era o homem que um dia fitou meu olhar, não sei se ele havia me reconhecido, mas algo o deixou um pouco desequilibrado diante a minha presença.
- Olá professora Julia. É um prazer conhece-la pessoalmente, durante muito tempo acompanho seu trabalho e me sinto fascinado com tanta criatividade com a sua escrita.
Além de professora eu me dedicava à escrita, havia publicado dois livros, “Três contos de pura solidão” e “Cem anos de amor & dor”, romances clássicos.
- Olá, obrigada por acompanhar meu trabalho. Perdoe-me, embora me conheça devo dizer que não reconheço ou não me recordo do seu nome e/ou de você. – Além de uma boa escritora eu também era uma boa mentirosa, ele permaneceu presente em minha memória por longos dois anos.
- Não, claro. Que tolo! Não nos conhecemos, me chamo Gustavo, sou professor também, agora professor substituto aqui na Universidade. Irei substituir o professor Fernando na disciplina de Literatura Brasileira. É uma honra conhece-la.
- Que legal, um companheiro para discutir sobre literatura. Isso não pode ser melhor.
- Enfim, preciso ir para a aula, posso pagar uma cerveja hoje à noite para você enquanto conversamos um pouco?
- Sim, claro. – Aquela certamente seria uma oportunidade de contar-lhe tudo que havia acontecido há dois anos atrás no ponto de ônibus.
Logo depois das seis horas da tarde eu o reencontrei na sala dos professores, curiosamente da mesma maneira que teria visto há dois anos, cabeça baixa, lendo, a movimentação e presença de outras pessoas não chamavam sua atenção, nem que por um instante. Aproximei-me e o toquei, só assim pude roubar um pouco daquela atenção para mim. – Vamos?
Ele não conhecia a cidade, como presumi. Entramos no meu carro e levei-o a um restaurante famoso, mas calmo da cidade. Algo me dizia que o conhecia há muito tempo, não sei se pelo fato de muito tempo imaginar aquele momento ou se pelo fato de ele ter se mostrado à vontade demais, embora que ainda assim estivesse um pouco nervoso, percebi pela maneira que batia nas pernas com as pontas dos dedos. Ao chegarmos ao restaurante ele pareceu um pouco quanto curioso, mas não o julgo, senti a mesma sensação quando estive ali pela primeira vez, era um lugar um tanto quanto casual, demonstrava um pouco de cultura em sua decoração.
Quando sentamos em uma mesa próxima da varanda com vista para a cidade eu iniciei a conversa.
- Sinceramente eu não sei como dizer isso, mas hoje pela manhã eu não fui honesta com você, não uma foi mentira absoluta, mas uma meia mentira, se por assim posso classificar. Já conhecia você, mesmo que só de vista, uma breve vista. Há dois anos eu o encontrei no ponto de ônibus dessa mesma cidade, eu estava chegando para ensinar na Universidade e encontrei você em um dos bancos, com a cabeça baixa, lendo um livro de Kafka, nada tomava sua atenção, mas você me tomou muita, na chegada do seu ônibus você me lançou um olhar penetrante e um sorriso de canto da boca, aquela imagem ficou viva durante dois anos em minha mente, desejei encontra-lo por muito tempo e agora você “cai em minhas mãos” se por assim posso dizer, é estranho e ao mesmo tempo reconfortante. - Sem me dizer nada, apenas a me observar eu continuei. – Você permaneceu presente em meus pensamentos até o presente momento e hoje eu reencontro você, está comigo agora, existe destino maior que esse? – Por um instante eu só queria que ele me calasse com um beijo e/ou abraço, e assim fez, em um movimento minucioso ele me beijou, o seu beijo foi tão intenso, tão penetrante que por um instante ali eu desejei morrer, havia imaginado aquele instante por muito tempo, mas nunca havia chegado nem perto do que realmente aconteceu.
Por um instante ficamos ali, calados, apenas refletindo o que acabara de acontecer, mas o silêncio em alguns momentos se torna agressivo e nada confortante, então retornei a falar.
- Eu não peço que me entenda, nem muito menos que faça esforço para recordar de algum momento. Por favor, não. Só não me ache estranha e isso será de grande importância para mim.
Ele me olhou agora com um olhar diferente, um pouco assustado, mas com leveza. – Não seja boba, acho que eu esperava por esse momento tanto quanto você, sempre fui um grande admirador do seu trabalho e agora eu descubro que você sempre manteve em sigilo um interesse por mim. Enquanto eu, pouco me recordo daquele momento na parada de ônibus, sempre soube tanto de você. Você por outro lado recorda-se perfeitamente do momento, mas pouco me conhece, o destino parece brincar com nós dois, mas finalmente nos uniu.
Destino. Nunca acreditei nisso, sabe? Mas agora, percebendo que ele nos deu outra chance, que nos proporcionou outro encontro, agora eu percebo o quanto foi generoso conosco. Se assim posso dizer, o destino está ao nosso lado, e agora do seu lado não quero mais sair.

Inserida por thawanny_davilla

Théo, O Peixinho Azul
Théo é um peixinho azul, que vive no mar.
Ele está sempre sozinho, pois acha que no fundo do mar não pode ter amiguinhos. Sempre a cantar, ele brinca entre os corais, na beleza das estrelas do mar, cavalos marinhos, polvos e todas as curiosidades que existem na imensidão dos mares. Tudo é tão lindo e colorido!
Navegando entre as profundezas ele vê vários peixinhos laranja de longe a brincar, de repente Lucas um peixinho palhaço o vê, Théo assustado esconde atrás de uma pedra, e uma de suas nadadeiras agarra entre os corais, Lucas aproxima e vendo o desespero do peixinho azul, chama os seus amiguinhos laranjas;
- Ei pessoal venham me ajudar!
Os peixinhos palhaços que brincavam distraídos ouviram o chamado de Lucas e logo vieram ajudar. Num trabalho coletivo conseguiram soltar as nadadeiras de Théo o Peixinho Azul.
Théo ficou imensamente feliz e agradecido!
- Olá, eu sou o Lucas! Disse o Peixinho laranja, qual o seu nome?
Théo, timidamente apresenta- se aos novos amiguinhos e agradece a todos pelo resgate.
Lucas animado pergunta a Théo:
- Vamos brincar?
Théo sentia-se tão feliz com o convite que saiu com os novos amiguinhos a cantarolar.

Inserida por Valesca5

CORRENTEZA

"Embaço contos descidos emudecendo

Biômetros de aviventação,

Deposito no carreiro de cujus e decálogos contorcionistas,

Movimento o debulho da alfândega decrepitando abantesmas,

Novelo o incendimento alforrado do império das nesgas,

Calunio o tablado no incêndio homérico

Da quebrantação indistinta,

Desabrigo o pio votado por carrancas

Palhadas em domesticidades,

Depaupero o fosso envaidecido por acuômetros de saudação."

CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES

Inserida por CAROLINE__GUTERRES

⁠O Banquete do Rei Sem Paladar

Existia um rei que, desde o nascimento, carregava uma maldição: a incapacidade de sentir o sabor de qualquer alimento. Frutas maduras, carnes suculentas e vinhos caros eram, para ele, como mastigar o vazio. Enquanto outros se deleitavam com os banquetes no palácio, o rei sem paladar apenas os observava, incapaz de compreender o brilho nos olhos daqueles que mastigavam como se tocassem o céu.

Por anos, o rei buscou sacerdotes, médicos e curandeiras, desesperado para sentir o prazer que o mundo dos sabores prometia. Mas ninguém conseguia curá-lo. Em sua frustração, ele se voltou ao oculto. Numa noite sem lua, com tochas ardendo nas profundezas de seu castelo, o rei invocou um demônio. A criatura surgiu em meio às chamas, de olhos alaranjados como brasas, dentes serrilhados como os de peixes predadores, garras afiadas no lugar de dedos e um vasto buraco onde deveria estar o estômago.

– O que deseja, ó rei insaciável? – sussurrou a criatura, sua voz ecoando como um vento no vazio.

– Quero o sabor. Quero experimentar o que todos sentem.

O demônio abriu um sorriso pérfido. Do buraco em seu estômago emergiu uma esfera brilhante, que flutuava como uma joia viva. Ele a entregou ao rei.

– Mastigue isto, e conhecerá o sabor. Mas cuidado: o sabor traz fome, e a fome nunca será saciada.

O rei, tomado pela ganância, ignorou o aviso. Ele mastigou a esfera e, no mesmo instante, sentiu o êxtase. Pegou um pedaço de pão da mesa ao lado e chorou.

– Isto... é como mastigar o próprio céu! Nenhuma conquista do meu reinado jamais trouxe tamanha felicidade!

Ordenou que os cozinheiros do castelo preparassem todos os pratos possíveis, e passou dias comendo sem parar. No entanto, os sabores começaram a parecer iguais. Insatisfeito, mandou seus generais buscarem os melhores chefes do mundo, mas mesmo as culinárias mais diversificadas se tornaram banais para seu paladar.

Uma noite, enquanto vagava pelo castelo, sentiu um aroma novo e irresistível.

– Que cheiro é esse? – perguntou com os olhos arregalados.

– Um dos cozinheiros sofreu um acidente, meu senhor. Ele se queimou enquanto cozinhava – respondeu um guarda.

– Queimado? É esse o cheiro? Tragam-no até mim! – ordenou o rei, salivando enquanto lambia os próprios lábios.

O cozinheiro foi levado até ele, ainda ferido. Sem hesitar, o rei mordeu o braço do homem, saboreando enlouquecidamente. A cada mordida, seus dentes cresciam, suas garras se afiavam e sua força aumentava.

– Mais! Quero mais! – rugiu o rei.

Os guardas, apavorados, trouxeram outros servos. O rei devorou todos, um por um, até que não restasse ninguém no castelo além de sua esposa e filha.

De seu quarto, a rainha percebeu os passos pesados e os gritos do monstro que seu marido havia se tornado. Ele arrombou a porta, os olhos brilhando como um demônio faminto.

– Que cheiro é esse? É tão doce... tão puro...

– Não! Pare! – gritou a rainha, segurando sua filha atrás de si.

Em um ato desesperado, ela atirou uma lamparina acesa contra o rei. O óleo escorreu por sua pele, e as chamas começaram a devorá-lo. Mas, para sua desgraça, o rei sentiu o aroma de sua própria carne queimando.

– É o cheiro mais divino que já senti...

E, movido pela fome insaciável, o rei passou a se devorar, mesmo enquanto gritava de dor a cada mordida, ele era incapaz de cessar.

-Pare! Não faça isso com você! - Gritou a rainha enquanto chorava.

O rei se devorou até que não restasse um único pedaço de quer, deixando sua rainha e filha traumatizadas no imenso e vazio castelo.

Inserida por OgaihtSuil

Caçadores de Vampiros
⁠" ... guardar seus mais sombrios segredos lhes daria a força necessária para empunhar a espada da justiça nas mãos e defender seu lado humano. Mesmo que isso tivesse que fazer deles caçadores de vampiros."

Conto do livro "Lendas de Vó - O Livro dos Contos", no Wattpad
Kate Salomão

Inserida por kate_salomao

" ... ⁠temos que admitir, o medo é uma ferramenta instintiva de proteção e o mistério que envolve o desconhecido na mesma proporção intimida ... excita."

Trecho do conto "O Homem Sem Medo", no livro "Lendas de Vó - O Livro dos Contos", no Wattpad
Kate Salomão

Inserida por kate_salomao

#Não #é #a #Branca #de #Neve...

Nem a Dona Baratinha...

Muito menos o Malvado Favorito...

Ou um lobisomem albino...



Digo eu...

De todos os contos de fadas...

Gosto mais do Chapeuzinho...

Não da garota boba...

Prefiro o lobo mau faminto...



De tocaia na estrada...

Vai saber o que lá pensava...

Quando viu a garotinha...



Vestidinho vermelho...😘😘😘

Sozinha na estrada...

Cantando despreocupada...



Na cesta de guloseimas bem farta...

Muitas flores e frutas...

Doces e marmelada...



O lobo danado...

Com a boca já cheia d'água...

Enganou a menininha...

Que naquele tempo...

De outrora...

Donzela ainda tinha...



Correu para a casa da vovó...

Que há muito estava na seca...

Sem perda de tempo...

Pulou a cerca...



Comeu a velinha...

Bem rapidinho...

Sem piscar...sem carinho...

Deixando para sobremesa...

A gostosa da netinha...



O lobo só errou em uma coisa...

Acho eu, com licença, vou opinar:



Se fosse eu o lobo...

Pegava antes a menininha...

Comeria também todos seus doces...

Sem pestanejar...



Como sou guloso...

Bem sei e é fato...

Logo após, com certeza...

Comeria em segredo a velinha...

Sem reclamar...



E que fique registrado...

Em cartório assinado...

Falo bem esclarecedor...



Pegava também...

No machado do lenhador...



E assim termino essa estória...

Contada por esse lobo...

Sua tocaia ?

Nem de longe é a estrada...😂😂😂

Lobo esperto....

Tem pousada...



Sandro Paschoal Nogueira

FADA PLUMINHA

Por onde anda seu marido?
Já não tinha mais o que ver
Caminhou por uma linda estrada
partiu, cessou de viver

O homem, foi honrado
quando em vida, sempre humilde
Sua esposa não deixou só
a bruxa, viúva, Matilde

Era mãe de duas filhas
amor pra uma, pra outra nada
Assim vivia a filha Clotilde
e Florença, a enteada

Pra Florença, só trabalho
apesar de seu esforço
Pra legítima, preguiçosa
deseja um belo moço

A beira de um fonte
Florença sempre ia fiar
Após um súbito cansaço
na água o fuso foi parar

E agora, o que eu faço?
Pensou Florença assustada
Se eu volto sem o fuso
Matilde fica revoltada!

Se esforçou para pegar
mas na fonte ela caiu
Muita água, pouco ar
desmaiou de tanto frio

Em um jardim maravilhoso
a jovem moça despertou
Vou fazer um ramalhete
a primeira coisa que pensou

Ao andar pelo jardim
escutou com atenção
A voz vinha de um forno
quem falava era o pão

- Florença, me tire daqui e me coma
será uma satisfação!
- Se demorar mais um minuto
virarei um pobre carvão

A menina agiu rápido
comeu o pão, não deu bobeira
Eis que surge uma outra voz
dessa vez, a macieira

- Colha aqui minhas maçãs
sei que devo merecer
- Estão maduras e pesam muito
não prestarão se apodrecer

Sem se quer pestanejar
atendeu e nada mais
Colheu todas e comeu algumas
dividiu com os animais

Continuou a caminhar
e encontrou uma velhinha
Se tratava de uma fada
a velha, fada Pluminha

A fada sacudia os travesseiros
e caia neve de verdade
Mas a força pra sacudir
se perdia com a idade

Vendo o esforço da senhora
se ofereceu pra ajudar
E na casa da velha fada
por um período foi ficar

O tempo foi passando
Florença não precisava mais de explicação
Fazia todos os afazeres
no sorriso, satisfação

Abriu os travesseiros na janela
e na chegada do inverno profundo
Sacudiu os travesseiros
e fez nevar em todo o mundo

Veio então a primavera
mas era chagada a hora
Com a benção da velha fada
se aprontou e foi embora

- Espere minha querida
sei que parece clichê
-Eu achei isso no lago
acho que pertence a você

Agradecida pegou seu fuso
e voltou sem acreditar
Mas no meio do caminho
seu vestido sentiu pesar

Olhando para suas vestes
se deparou com um tesouro
Viu os trapos que vestia
se transformar em puro ouro

Chegando em sua casa
contou o que aconteceu
Sua irmã e sua madrasta
do coração quase morreu

Se o que dizes é verdade
também posso conseguir
E os passos da meia-irmã
Clotilde decidiu seguir

Foi na fonte, jogou o fuso
fingiu até se afogar
Acordou em um jardim
soube que era o lugar

Viu o pão pedir ajuda
deixou que virasse carvão
Disse a pobre macieira
- Seus frutos apodrecerão!

Entrou na casa da velha fada
mas nunca quis ajudar
E nesse ano o inverno
nem se quer ousou nevar

É chegada a primavera
a moça decidiu partir
Vou ganhar o meu vestido
pela porta vou sair

No caminho olhou pra roupa
estava da cor do azeviche
E pela sua ingratidão
recebeu todo aquele piche

Antes que Clotilde voltasse
com seu vestido divino
Florença saiu de casa
era dona do seu destino

Inserida por EricJoLopes

A Flor do Asfalto 🌹

Me surpreendo quando vejo um caso impossível de
Se acontecer ,ou Pouco Provável,

uma Rosa nascer em um Asfalto de um morro , porque vemos mais é mato e sujeira não é mesmo?!
Mas uma coisa que me surpreendeu foi A onde ela Nasceu ,No canto do Asfalto,Bem Ali no Final da rua Correndo todos Os Riscos possíveis , sol , chuva ,Mas um dia Passando eu Reparei , Como uma Rosa pode nascer Assim , em um Asfalto tão forte que não parece ter fim ,depois eu parei é pensei melhor , as condições á onde ela nasceu não deixaram ela crescer melhor , mas por vontade própria ela quis assim ,Mesmo morando em um lugar onde não foi bem tratada ,ou até mesmo o seu lugar de moradia !mas Ali estava com toda Alegria,Porque sua força de vontade não ti impedia ,O segredo da vida é deixar Fluir , Mesmo que o tempo passe , ainda vai existir começo meio é fim.

Boa tarde.🌹

Inserida por john_campos_1

Então foi isso que eu ouvi quando fechei os olhos: o silêncio.
O silêncio de tudo que me era desfavorável, desnecessário. De tudo que me era contrário, oposto, adverso, vulnerável. O silêncio de um coração, que mesmo pulsando fortemente pelo abismo, não me traziam sons, apenas sensação de medo e fraqueza. O silêncio que me acalmava por dentro, cicatrizando feridas de abalos imagináveis causando pelo velho eu.
O silêncio permeava como voltas sem fim.
O silêncio nada mais era que a minha aflição agoniante de está perdido no que fui um dia e que no fundo continua existindo dentro de mim.

Inserida por harliesdhascar

Vlad

O órgão ecoa aos quatros cantos do recinto; preparo o cálice de sangue para ela, ela sorri com um olhar lascivo, desejando minha carne, pois a alma não havia. Recitando poemas sem sentido, demonstrando que é sábia, queria convencer que era mais que as demais. Querida foi Justina, aos méritos peculiares, parábolas aos ventos vorazes. Fácil de transparecer ao foco pleno de desejo, serena, transmite a sintonia mais bela e clássica de fome aos meus ouvidos. Façam a alegoria, todos estão servidos, a noite não é tão escura como costumam dizer.

Inserida por omalveso

Na minha birra profunda, quis fazer este dia sem fim,
Pensei comigo:
Existe tanta maldade agora, então melhor ficar por aqui,
Enquanto nos resta alguma reserva de amor, carinho e pudor.
O amanhã é incerto, distante e sem sol
Prefiro o calor permanente,
Faço birra,
Na teimosia obstinada em ficar por aqui,
Tudo isso para sustentar à vontade de fazer-me eterno,
Não gosto de incertezas, quero abraçar o que já existe longamente,
Talvez por medo, fraqueza ou acumulo de renitência,
Luto para ficar aqui, pelo que já existe,
Não quero cair na pecha do racional, e ser horrorosamente implicante,
Talvez precise de socorro e Fé,
Dizem que através dela, não precisarei conservar medo do amanhã, afinal, à estes, tudo já existe na convicção.
É isso que os de Fé vivem declarando:
Não é preciso temor.

Inserida por edduardomenddes

⁠ÉRIDA

Sem chão nem Fé, me vi flagelado
bem apegado a um Amor tinhoso.
Devaneando, morto, ao Sol do Descaso,
vi o mundo ruir. Abismo vultoso.

O bailar de Érida, Corpo equilibrado,
vinha mostrar seu Passo virtuoso.
Era o Baile corrente, aclamado,
tecido nos Saltos sem pouso.

E veio o Sonho: e foi desperdiçado!
E veio a Morte: o luto renovado,
o espinho encravado em meu pé!

Tudo indicava o Sol! Fiquei embaixo,
na Prisão que estive e em que me acho,
a Sonhar e a bailar, sem chão nem Fé!

Inserida por RomuloBourbon

Conforme sua evolução e sua fé, seu compromisso.
Se a idade está correta em ter passado por um acreditar que não tinha conhecimento, este não existe
Então não tem nada além de um conto.
Procure sua fé a onde se sinta bem, pois traços de passagens anteriores, a onde os cultos são oferecidos objetos embora seja apenas referência também tem seus valores!
"Cada um deve buscar conforto a sua escolha".

Inserida por Sergio-dos-Santos

ESPELHO, ESPELHO MEU

Espelho, espelho meu,
Responde aos meus devaneios:
Quem conduz a minha vida
São meus desejos e anseios?!

Espelho, espelho meu,
Esclarece a mim meu destino:
Os frutos das minhas conquistas
Virão dos meus sonhos divinos?!

Espelho, espelho meu,
Tira de mim uma dúvida:
Quem merece o meu amor
É quem deu a mim mais calor?!

Espelho, espelho meu,
É verdade o que agora digo:
O meu amor, meu amado,
Já está vindo a caminho?!

Oh, meu espelho!
Oh, espelho, espelho meu!
Tantas respostas me destes,
Mas nenhuma me convenceu.

Eu mesma, por mim somente,
Resolvi seguir em frente.
Vou levando a minha vida
Tão sozinha e simplesmente,
Que até o mais mágico espelho,
Para mim se fez indiferente.

Mesmo que queiras mostrar
O destino dos planos meus,
Não vais nem adivinhar
O que a vida me prometeu:
Me abrir portas e janelas
Pra que eu possa contemplar
As vilas e flores tão belas
Por onde eu hei de passar.

De ti não vou mais precisar,
Mas de força e de coragem,
Pra encarar essa vida
Sem medo e com muita vontade,
Porque só de mim que depende,
Minha própria felicidade.

Não pense que eu sou ingrata
Nem dei a você seu valor,
Mas, agora, meu nobre espelho,
Está em mim descobrir quem eu sou.

Agradeço todos os conselhos
Que sempre esteve a me dar.
Mas preciso te deixar livre,
Pra minha fortaleza entrar
E mostrar os novos caminhos
Os quais só eu vou trilhar.

Nara Minervino

Inserida por NaraMinervino

AS VERDADES DA HISTÓRIA

Pode-se contar muitas histórias;
Pode-se conta-las do meio pra frente;
Ainda, contar-se pela metade...
Mas, é difícil ocultar o princípio,
E fugir-se das consequências do fim.

Toda história tem suas trutas,
Tem seus meios secretos...
Seu tempo de enleios,
E sua estampa de encanto.

Um personagem que é herói,
Outro que é o vilão, o atoa.
Alguns são encontrados no acaso,
Muitos não têm nomes...
E a maioria é obscura.

Inserida por REGISLMEIRELES

O mistério do homem misterioso
Um homem misterioso, andava pelos cantos e escondido nas sombras, com suas roupas largas e com seu chapéu na tentativa de encobrir a face. Um homem que ninguém nem imaginava o que poderia ser, ninguém nunca nem imaginaria o que se passa pela cabeça daquela pessoa, talvez um ator famoso, que espera viver uma vida normal, que se esconde dos holofotes e de paparazzi, ou então um cientista desconhecido que em seu laboratório secreto, faz pesquisas e descobertas a cada dia, e que se esconde por ter criado um mostro, ao colocar ingredientes errado quando tentava fazer a receita de bolo que sua avó o havia dado, oh Deus, que tentativa frustrada. Ou talvez ele devesse ser um robô, que era manipulado por agentes do FBI, que tentavam observar tudo e todos, e por isso e tal homem, por isso o mistério, por isso ele caminhava pelas sombras. Ou então ele era apenas um simples homem, um contador de histórias, um homem que andava pelos cantos, perdido em pensamentos, imaginando diversas histórias e contos que poderia criar, sonhos que tentava se lembrar para poder escrevê-los no papel, um ogro, uma bruxa ou até mesmo um dragão, seu sonho podia ser qualquer coisa, ter qualquer encanto mágico, e era isso que o deixava com uma pulga atrás da orelha, essa devia ser a causa de todo mistério. Por algum motivo ele era misterioso, mais isso cabe a cada um usar a imaginação e inventar histórias sobre a possível história desse tal homem, sobre o mistério.

Inserida por laura_bernardino

O Homem e o Abismo


Um homem tinha sua casa à beira de um abismo. E, por temer o abismo, um dia pensou em se atirar nele. O homem saiu de sua casa e caminhou serenamente até a beira do abismo, e olhou para dentro do abismo, pretendendo se atirar no abismo, o que ele julgava ser a solução para os seus problemas. E os seus problemas eram, em sua totalidade, o medo do abismo. Após um longo tempo à beira do abismo, olhando para dentro do abismo, pretendendo se atirar no abismo, o homem decidiu não se atirar no abismo, e voltou para sua casa.

A casa, bem construída em terreno firme, tinha uma horta e um cercado para as galinhas, tinha água para a plantação e pasto para o gado; o tipo de lugar onde nada de ruim tinha como acontecer. Mas tinha o abismo. E tinha o medo do abismo. E, desde então, inúmeras vezes, o homem caminhou até a beira do abismo, e olhou para dentro do abismo, pretendendo se atirar no abismo. Todas as vezes, porém, o homem decidiu não se atirar no abismo, e voltou para sua casa. Todas as vezes, ele decidiu, sabiamente, viver. Todas as vezes, menos uma. Uma única vez, o homem se atirou no abismo.

Inserida por CarlosAlbertoSilva

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