Conflito Comigo Mesma
Anjos caídos todos no esquecimento...
Mesma despedida de suas lamentações...
Os flagelos são incomuns para muitos
Eternos para outros; verbetes com veneno
Sempre um gole de bela dona
Corre entre as veias da alma se dispersa.
Igualmente uma sombra do que somos.
Você jamais deve se apegar a uma doutrina, pois a mesma pode estar totalmente baseada em algo falso.
Sabe, é sempre da mesma forma
A gente se esbarra e se olha
Esquece e relembra
Isso já passou da nossa meta
E virou lenda
Somos caminhantes, peregrinos a caminho... E nem toda caminhada tem a mesma intenção. É preciso acordar para nascer de novo.
PÃO DE ILUSÃO
"Dona Maria vai à mesma padaria há 43 anos e alguns dias. Essa data traz a agonia inventada pela espontaneidade da vetustez. Alguns móveis da padaria, ao longo da modernidade, foram trocados por mármore gelado e mogno lustroso. Os donos do estabelecimento ainda não foram trocados. O padeiro continua com um semblante frio - tanto quanto o mármore - e a balconista, com a sua pele lustrada pela temperatura dos pães, estende dedos grossos para devolver o troco. Em todos esses anos, os formais comprimentos nunca foram trocados por nenhuma amizade com túnica mais interna. Dona Maria é apenas mais uma velha assídua que sempre compra o mesmo bolo de trigo. Os que estão na padaria, também são apenas os mesmos, apenas são, sem muitas túnicas internas, são superficialmente apenas duas almas sem recheio que Dona Maria vê ao longo de seus 43 anos. Por casualidade, há muitos calendários, Dona Maria vê os mesmos rostos, os mesmos objetos, come as mesmas comidas, veste os mesmos vestidos que cheiram a naftalina. Diga-nos, Dona Maria, diga como era o sol naquela década. Diga-nos, diga com dignidade como as pessoas se trajavam, nos diga sobre os programas televisivos, diga-nos se os corpos eram em preto e branco, diga se havia medo de ter esperança. Conte-nos, conte sobre hoje, conte sobre excesso de cores. Conte-nos como contas as moedas do cofre que guardas em cima da geladeira, qual valor tem a mudança. Para Dona Maria, a dinâmica do tempo não lhe foi muito generosa. Dona Maria aguarda, no cume de sua demência, que nada possa mudar, pois envelhecer é um fenômeno agudo, que esculpe pés de galinha e rugas sem muita cortesia estética. E ela inventa todos os dias mais um dia de monotonia, para que não alcance o desespero de um dia ter de que se reinventar. Dona Maria sabe que a eternidade não se vende em nenhuma padaria, mas que a alegria da ilusão lhe traz a sensação de poder ter desenhar a vida que se quer levar."
Cada dia que passa me observo mais expansivo pois... Ainda que eu beba da mesma torneira, nunca me vejo no mesmo lugar.
Se uma pessoa se irrita quando você age exatamente da mesma forma que ela age com você, é por que era irritação que ela queria que sentisse; Da mesma forma, acontece quando ela se alegra.
Tenho medo de te amar,
Pois eu não quero amar nem mais,nem menos que você.
Quero te amar na mesma medida do teu amor.
Deus criou o homem e a natureza na mesma proporção
Com sábios limites em suas vidas
Sejam elas racionais ou não.
Cada pessoa desperta algo em nós. Não somos a mesma pessoa com cada um de nossos amigos. Isso não significa que somos falsos, não fazemos esforço algum para exprimirmos tais emoções. Vem de dentro, é espontâneo. Há pessoas que nos arrancam sorrisos, outras nos fazem refletir sobre questões comuns, e outras nos fazem sentir confiantes, leves, amados. Nos mostramos diferentes em cada situação. Ora somos extrovertidos, ora deprimidos. Nunca uma coisa só. Somos um misto de emoções, e de sentimentos intensificados e reprimidos. Somos uma fábrica de pensamentos, que refletem no nossa maneira de agir. Por vezes, queremos agir no calor do momento o que nos leva, muitas das vezes, a dolorosas frustrações. Nosso inconsciente é um dos nossos maiores inimigos. Não pedimos para pensar no que já está sendo pensado. Não temos controle nas lacunas do nosso inconsciente. Apenas uma consciência firme, sã e honesta, nos guiará pelos caminhos íngremes e tortuosos desta vida...
A MESMA SORTE
Eu quero a mesma sorte dos casais que celebram
O amor em um jantar-cruzeiro com "Marina de Paris",
Descobrindo a cidade Luz enquanto saboreiam um refinado menu
Para aqueles que pelejam no Zimbábue em condições subumanas
E se espremem em minúsculas cabanas
Feitas de barro
Com seus filhos desnutridos e sedentos.
Ir até o continente africano nem precisa.
Quero essa mesma sorte rica para os brasileiros
Ensacados numa bolsa de codinome família.
Esmola que lhe estendem para lhes comprar o dedo
Qualquer um deles que vá apertar a tecla
Que garanta para os do poder o sustento, que sustento!
Tenham tento...
Uma preciosa caixa com milhares de aumento
Dois?
É apenas um nome simples, mas que guarda uma inimaginável
Montanha de dinheiro.
Que dá até pra comprar aviões.
E outros, vão extorquir esfoliar o povão e se refestelarem
Com a barriga cheia em Planaltos e planícies
Com suas esquisitices
De se autoproclamarem salvadores da Pátria Amada.
Então eu quero a sorte dos mandachuvas estendida
Para cá, para os que ficam do lado de fora do muro das mansões
Para os que vagam nas ruas
Moram em casebres
E sobrevivem de lixões
E se enjaulam em prisões.
Não vou aceitar menos, nem para tal
Proponham-me nada menor do que isto.
E tenho dito.
O homem é o único animal que é capaz de destruir seres da mesma espécie sem nada a ganhar e ainda é chamado de racional.
