Coleção pessoal de marialu_t_snishimura

281 - 300 do total de 489 pensamentos na coleção de marialu_t_snishimura

Boca azul

A pedra mostra -me uma boca azul
A boca feito de montanhas brutas
Côncavas rochas e solitárias grutas,
Voa pássaro no céu de norte à sul!

Eu também quero voar nas alturas
Amar o infinito da glória neste vôo
Semear alegria á tudo que perdôo
Abre - me as asas sem amarguras!

Sem o mal vejo suspenso o oceano
O tudo no meu universo hei de unir
Nem que o desejo for um engano!

Farei em toda pedra um jardim florir
Atravessarei a gruta do teu desengano
E neste tudo enfim meu fim à possuir!

Bereré

As campanhas de eleição
Não passa de ato ceráceo
Esse de promessa em vão
Que se crê apenas um nécio!

Ainda se põe fazer bereré
Não vêem que andam de ré
Ao eleger qualquer candidato
Que fala de olho no mandato!

Tudo que falam é coerente
Não é atoa que engana a gente
Mas, vou dizer uma real:

- A mudança é o ideal!
O jeito é passar o pente,
Pra fazer um Brasil diferente!

Perigeu em órbita

Perigeu meu cosmo em órbita
Entre os períscios, projeto de luz
Hastilho as estrelas que reluz
No faetone de uma reta!

Meu giro certo feito falena
Pouso no céu faisqueira
E na terra todo o bem conjuro
Sem rasto de mal ratinheiro!

Sou ninféia de dons celestiais
Em fradice ensina os frades
Eu não tenho mais que ais!

Dado que, conto meu passo
Que contérmina não se escondes
Á ser livre e conter-me no espaço!

O novo déu

Déu do cum-quibus
Buscaram os urubus
Co'a caça na mata
Balburdiava a floresta!

-Isso lá é campanha?
Resmungou o sabiá!
-Para! Só acompanha!
Interveio o velho preá!

Temos que escolher?
Perguntou o coelho!
Temos! É um dever!

O urubu pressionando:
- O dever é um direito!
Acabou se gabando!

II

E daí que na floresta
Depois de toda a festa
Veio a torta do repolho
Trazido pelo boi caolho!

Eita! Que tudo tinha gosto
Dos prazeres dos deuses
Fartaram-se todos eles,
Depois viera o desgosto:

- C'o pum a atmosfera poluíram!
Passou a chover reclamação!
Até greve, os bichos fizeram.

Só que depois de toda confusão
Esqueceram do que reclamaram
Estavam prontos para nova eleição!

A felicidade interna

Vou tentar um poema engraçado
Para dar de presente a um amigo
Que põe o humor no seu calçado
Ou tenta fazer da lua seu abrigo!

Contudo, tudo o quanto consegue,
É ir ali onde a horta faz convite
Daí colhe repolho, batata e segue,
Come tudo e se farta com apetite!

Depois disso a felicidade aperece
No bom senso ele tenta o drible,
Porém, o inevitável acontece:

- A felicidade interna sai no puum...
A alegria é pra ele algo incomum
E a sequência prossegue: pum, pum!

Literatice

Em se tratando da coruja
Retratei-me no argumento.
O literato insigne me corrija,
Se necessário, faça relato!

Coruja da minha literatice
Que pra muitos é chatice
Está coisa de obra literária
Á ser sebo de ordem etária,

Tem o "que" de displicência
Mas, na atual circunstância
Não quero fazer relevância!

Ative-me visionária futurista
Sem contudo perder a vista!
Não retalhe um ser de aprumo,

II

Em todo fazer, há conquista!
Senão há que ser taciturno,
Sem imaginação, só infortúnio,
Do tipo que se torna um basta!

Do basta, basta a tramela
Que fecha porta e janela!
É preciso ter a coragem
Até para ser pó de aragem!

Sou ainda tão pequenina
Lá do resgate da minha fé
Não que o meu eu menina

Seja coisa de saudosismo,
Ou outro do nervo do seu pé!
Lanço cá o amplamismo!

III

No mundo de homem boné
Todo feito e coisa de mané
Ficam sonhando com efeito
Da cirurgia dentro do peito!

Do tipo que gosta de engano,
Que vive entrando pelo cano
Nadando no contra da maré!
Andar pra frente e não de ré,

Significa enfrentar o absurdo
E colocar vista no que anseia
Pois, afinal no tudo do mundo

Tem espaço pra tudo que creia!
Creia em Deus e em ti também
Coloque na trilha o seu trem!

IV

Porque se há dizeres assim:
- Se não escolhes, outro fará!
Pois então, não escolha o será
Escolha ser o sim do mocassim,

Ao invés de chinelo de corda!
Apesar de que a crise assusta
Mas, não desista da sua luta
Que tudo há encanto! Acorda!

E daí, que se tem idade na nuca?
Velho (a), novo (a), não importa!
O que importa é ter muita cuca!

Isso cá com os botões que tenho
Deveria evitar álguma resposta,
Contudo, só no riso me contenho!

V

Visto que, o riso é algo displicente
Prefiro a precaução do silenciamento
Onde ordeno o meu pensamento
Na forma, deveras, a mim atraente!

Não quero discutir conduta
Cada um tem sua menuta
Na chave da consciência
Mas, há sempre uma advertência:

- Sabedoria!
Daí a fazer consultoria
Verificada alguma obra,
Há que dispor-se como cobra?

Nem sempre há, que ser um ás!
Faças o que te realizas e gostas
Afinal, sejas um visionário (a) da paz!

A contracifra

Na contracifra de um ser
Que escrita tem cada um?
Na minha alma queria ver
Os olhos de um mutum!

Pusera contice no vento
Deleitou seu pensamento
O auça andando pra traz
Feito gente que mal faz!

Bem - querente tem a flor
Tem o raio do sol radiante
E a sinceridade do amor!

Qualquer intento do mal
Repudiais fervorosamente
Dissipais o demônio com sal!

Recordação

No que pode assentar a lembrança
De tudo o quanto a experiência faz
Ao que prove para si, ser capaz
Reside o crescer de uma criança!

Depois, eis que vem a adolescência
Em que o espreitar esta na esperança
Do futuro de paz, amor e ciência
No anseio da harmonia e da bonança!

Se faz única cada expectativa
No qual cada um tem seu viver
Naquilo que a teu olhar cativa!

Assim se desperta o merecer
Cada um na sua imagem atrativa
Posto a crescer, recordar e viver!

Soneto da criança

Pula, pula num pé só
Gira, ri fazendo careta
Solta pipa sem fazer nó
Noutra é só cambalhota!

Criançada de barulho
Brinca de todo o jeito!
Trás o mundo no peito
Apronta no piscar de olho,

O mundo quer na mão!
Criança pode fazer tudo
Enquanto for por ilusão!

Porque depois crescido
Não pode fazer mais não!
A não ser aí, seu feito mudo!

Princesa neutra

Por onde quer que alcance o olhar
À observar milhões de pintinhas
piscando para todo o céu iluminar,
as estrelas brilham quietinhas!

Se por um acaso a lua vier interromper
recobrarei as estrelas sem esconder.
A lua irá ficar ali a meu lado na dela,
mas, saberá que a estrela, que é bela!

Uma a uma brilha sem ofuscar a outra
formando uma grande constelação!
Nenhuma não brilha egoísta do contra.

Estivera eu por conta da imaginação...
do pequeno príncipe, a princesa neutra;
do seu pequeno grande mundo, a ilusão!

O sorriso

Salve, salve a alegria sincera
que se manifesta espontâneo,
no sentimento por onde opera
nas cavas de um olhar ingênuo!

Ora que se puser o outro libertar
a igualdade do sorrir no reflexo;
é afeto que ao outro pode doar,
todavia, um sorriso é complexo!

Pois, se não houver ingenuidade,
por conseguinte, é cruel e severa
ao que o rir ao por fé da maldade;

Entre o que não se põe a palavra,
ao suposto, da própria verdade,
do que impiedoso ulcera e lavra!

Somente poemas

Somente poemas eu quero aqui,
poemas e mais poemas, apenas;
poemas aqui, poemas por aí,aí,
aí poemas, perto de ti poemas,

perto de mim muitos poemas,
traga poemas de todos os tipos,
que seja seus próprios poemas,
poemas belos e bem bonitos...

-Bonitos? De alguma forma bonito!
Os poemas são canções, músicas.
Em poemas e canções eu acredito,

acredito, acredito e acredito, é isso,
é isso, isso, é isso mesmo repito!
Poemas apenas, nada mais além disso!

A força da luz

Tudo, tudo mais que o tudo do tudo
vai indo, indo e vou vendo o tempo,
tempo de tudo no meu indo e indo,
de repente tudo para no céu límpido!

Tanto, mais tanto azul e mais azul,
lindo, o mais lindo azul celeste,
encobre a terra do norte ao sul
e no centro uma luz transparente!

A luz tão forte, mas tão forte e forte
mas, doce, serena, toca- me e sinto...
Sinto, sinto a luz, a luz puramente!

É assim na força que a luz emana,
que sinto - me composta e triunfante,
é assim que sou eu vida humana!

O eco da notícia

Olhem, olhem a notícia no jornal!
Ela é polêmica, má e ordinária;
Vejam! A notícia nacional!
Vejam, leiam é extraordinária!

A notícia esplanada toda,
espalhada feito folha no vento,
o povo no olho se farta da danada
e a notícia corre o cumprimento...

No intento declarante mais alerta:
- Perigo, cuidado! Não caia, caia,
caia, caia, no eco o tudo desperta!

De repente restou no eco: - Caia!
O eco para, parada caia e atenta..
- ...aia caia! Atenta a aia, o caia!

Fio de pavio

O três sons iguais nas três palavras
foi traduzindo uma tragédia o vulcão;
Levantou ondas as placas tectônicas,
lavas ardentes as entranhas do chão!

Nenhum deles salvaram-o pelo dom...
Nem tsuru, tsunami, nem Mitsubishi!
Vixi! Na catástrofe dispersou o som
o alvoroço de gritos, muito triste, vixi!

Os bens caros, os carros, até navio
foi levantado feito papel e papelão,
nas ondas do mar alvoroçado e frio!

Mas, se três sons insite o brasileiro
é que ele apita no vulcão seu assobio,
ria lacônico do que fora o estrangeiro!

A reencarnação na flor

Matizes e nuanças em luz e esperança
em cada florescer da semente nascida
ainda que há as flores que não se lança,
outras evocam imperando cor definida!

Tantas quantas químicas e descobertas
que imita, que reproduz tenra e vigorosa,
os matizes na fibra tingida das mantas
tão bonitas quanto a flor mais charmosa!

Se fosse assim eu também reproduzida,
queria ser pintura de mim ainda criança
ou ainda aquela alma sem ser nascida...

Possivelmente ainda na fila a reencarnar
aos quantos poderia ser uma planta vinda
e estariam na flor pelo reencarne a esperar!

Instinto selvagem

Cuido de mim que sou onça selvagem;
O meu rugido estronda floresta afora,
passos velozes deixo sobre a aragem
e sobre as árvores fico pra por a mira...

Pois, da justa forma que me caçam, caço,
a generosidade é somente da natureza,
pelo instinto que fez livre sem duro laço
na selva sem mestrado da cruel certeza!

Em que no tudo se foca a padronização
do quanto mais se pode, mais se explora,
amansa, amassa e no dito, a regra, a lição!

No mais cuido de minha vida de onça
dos outros animais, cuidam a criação...
Entre uns, se extinguem nalguma lança!

Ponto de partida

Ao novo ano, no tsuru pedidos escrevi,
em suas asas escrevendo lembrei de ti,
desejei pra ti que gosta da poesia daqui
muita saúde, paz, prosperidade e parti...

Fui pra bem longe e deixei - me voar,
no meu vôo, o vento e a tempestade,
o bem e também sem querer magoar,
alguns resquícios de pura maldade!

Dos olhos caíram algumas lágrimas...
Nos meus lábios também sorrisos vi,
houvera ternura e talvez duros dramas!

De tudo guardarei grato aprendizado;
Não quero ser mais, que meus poemas,
no mais agradeço a todos que tem lido!

Velho Ano Novo

Quão novo é o velho Ano Novo?
O que te reservas a nova posse?
Se de repente ludibriando o povo
a inevitável politicalha acontece!

Abrigada a negociata no ministério
sem liberdade, poder, nem mando,
se ao povo não esconde o mistério,
a velha ditadura de firme comando!

Presumimos o novo velho tempo,
em que de novo o engano aborrece
e nem tudo na virada passa limpo!

Depois do brinde em tom de agrado
a nova liderança acenta no campo
e também nova grama e novo gado?

Cego estigma

Barragem explodida de lama impura,
desce o morro derrubando meu tudo,
me fere, mata, destrói e ver, me apura,
embora, sobrevivente deste absurdo!

O que ignora lama enfurecida de vício?
Se sou pessoa, sou criança, sou a cria;
sou planta, sou animal, menos seu cio!
A tua soberba gananciosa é vil autoria,

desta lama desastrosa que me vitima,
me faz órfão desta miséria do mundo,
onde tua ganância, a ambição estima!

Na minha inocência te mostro a língua,
a esta escorrida lama de cego estigma,
em que o poder aumenta e não míngua!