Coleção pessoal de gnpoesia
E da janela de seu quarto esfumaçado,
A menina ucraniana via mísseis a cintilar sua cidade.
E sorria, pois não sabia que a morte também brilhava,
E ficava a sonhar, estrelas cadentes a se lançar ao mar.
E depois mais nada, nem estrelas, nem sonhos e nem mar,
E tudo virou história novamente...
E nas minhas buscas aventureiras, no curso de medicina, busquei entender o coração pela ciência, já que o entendia apenas pela poesia, até aprendi o ciclo cardíaco, mas, as minhas anotações revelavam apenas poesias, e poesias sem fim...
O amor perscrutei mas saudades inoportunas - e me perdia aos poucos nas estradas, a buscar estrelas em cada canto de Uiraúna!
No beco da sala espacial a noite se afunilada, pois juntava estrela com lua e uma avenida por um beco se apaixonava.
E viajava nas asas das graúnas
Da revoada que partia da Catedral
E do céu o coral de Uiraúnas
Poetizando
As ideias dialogam, sem o compromisso com a verdade. Quando alguém discorda, o sol nasce no horizonte, entretanto, ao concordar, as ideias morrem. E você pode me perguntar, mas, existe a anuência das ideias até por seguridade das relações humanas? Concordo, porém, é uma concordância aparente, não existe a anuência de ideias, o que temos é apenas o bom senso de limitarmos.
A verdade não se conta, se busca, se busca e se busca além das limitações humanas.
E todas as poesias rasgaram-se
em lágrimas, café, ron, cheiros e mais cheiros
e falavam do sensacional que oblitera o espetacular
e nada tenho a mais nem a menos, apenas desejos
do nada amanhecido depois de um luar
as pessoas conversam, caminham, correm
a hora passa descontinuamente
e nada vem a mais, nada vem a mais,
e sua lembrança me insinua, desesperadamente.
E corro pra janela e nada vejo
ligo o rádio e nada escuto
está tudo parado a descansar?
Há ruídos,
É o nada, em desespero, a cantar.
velejei em mar aberto por uma densa expectativa em pescar amores, resisti a ondas revoltas, frios e tempestades,mas, em um certo limiar do tempo consegui abrir os meus olhos ressecados e tímidos, vislumbrei a luz do sol e na praia cortejavam-se todos os meus amores a contento e acompanhados, então sorri, e uma brisa serena descaminhava o navio para uma outra direção, agora em mar sereno enxerguei um horizonte, águas azuis e um céu anoitecendo e me cobrindo pouco a pouco de um denso véu de estrelas, e sob o amparo da lua consegui dormir sem esperar o nascer do sol pois ele já tinha amanhecido dentro de mim.
Assim defino amor, nesse momento da existência!
Há um olhar envergonhado que se fecha
e palavras caladas que não sabem nada dizer
escuta a tua canção, um amor que não se deixa
mas se abandona sem nada mais pra fazer.
E ao léu há poesias e nostalgias
mas você está no outra lado da melodia
e nada posso fazer a não ser o estoque de rebeldias,
e vou me esquecendo extasiado em pleno dia.
Já que não posso falar pela dor,
Vou escrever e reiventar um grande amor.
um grande amor.
me canso dias e dias,
e no sereno da noite,
o sol vem logo cedo clarear,
o que era escuro, frio, feito açoite.
Mas tudo é vazio,
sem você,
cadê ao menos o amor vadio,
que enlouqueceu e logo esqueceu.
Não sento ao lado da fidelidade
pois nada é de verdade
e escorre pelas idades
e nada nasceu.
Não sou e nem fui,
não ando e nem cheguei,
tudo é um nada que flui,
até o sombrio desejei,
algo desprezado ao léu morreu.
Caro amigo,
Como dizia os conservadores cardeais italianos na década de 50 - "com o coração dançando no peito", o exorto no crepúsculo de 2021 com a mesma nostalgia, como se o coração dançasse em meu peito, para que no ano vindouro, você retire os seus sonhos do campo imaterial das ideias e os concretize na práxis racional da realidade, uma aparente inversão da metafísica aristotélica, e que seus dias sejam felizes, pois as lágrimas vão vir fragilizar a sua alma mas o seu sorriso será farto e tudo renascerá em 2022.
Com afeto,
Geraldo Neto.
Às 18h do último dia de 2021.
E a tarde tem cheiro de café,
com sabor de pão amanteigado,
e nas noites vazias só resta a fé,
de Lázaro esperançado.
Mas no céu tem estrelas a reluzir,
luzes mossoroenses em promoção,
dá até para comer um açaí,
depois de dois hambúrgueres por um vintão.
E do meu carro se borda o futuro,
pelas vontades de nossas invenções,
Lázaro ascendendo no escuro,
a luz que alumeia nossos corações.
E nas voltas tão esperadas,
nos caminhos mais medonhos,
vai e vem dois psicopatas,
empreitando realizar sonhos.
Se a morte me visitar apressadamente, esperarei com a bagagem de todos os meu sonhos nas mãos e garrafas de vinho para entorpecer um pouco, mas, não hesitarei de ir, apesar de tantas obra pra concluir, enfim, não sou privilegiado e não posso pedir para esperar.
O meu legado não é exemplo para as pessoas que considerei indispensáveis em minha existência e os meus maiores problemas sempre pairou sobre dois vieses - amar demais e sonhar, sonhar demasiadamente, cansei um pouco, e a gente silencia, pensa, silencia, e continua em silêncio e assim vai.
Ainda bem que sou uma exceção, conscientemente, um caso atípico, e se um dia eu fosse aconselhar o meu afilhado, diria: Gabriel, ame e sonhe, entregue-se ao amor e acredite em seus sonhos.
É isso, é como uma frase escrita em um livro de anatomia que ganhei e dizia referindo-se a antiga proprietária do livro:
- "não tiveres sorte, triste amplexo"!
O sol vai nascer,
em noite estrelada.
Mas por que o sol vai nascer,
se ainda é madrugada?
Amanhece de uma vez,
não tenho sereno para você.
É? O meu cigarro ainda tem chama.
poxa, aqui não tem fósforo!
E aquela lua espreitando?
espreitando não sei o que.
Ainda é noite?
olha o vermelho, não vês o sol?
Sol?, é apenas o que você queria ver, reluzindo.
A noite é ensolarada com você.
acabou o cigarro, e já se vou.
e o eterno se vai?
Se vai, dormindo.
O sol depara-se com o limiar da noite
A noite se demasia com a madrugada
A madrugada em terno açoite
Amanhece na solidão do nada.
A lágrima caída no papel - sugou,
o riso se acabou ao meio dia,
o coração distraído pulsou,
se vai amores que a razão enganou.
Há horizonte no mar inquieto,
e luz no arrebol,
- a espreita do nascer do sol!
O que não tenho e desejo
É que melhor me enriquece.
Tive uns dinheiros - perdi-os...
Tive amores - esqueci-os.
Mas no maior desespero
Rezei: ganhei essa prece.
à sombra do meio dia se espera a noite,
uma noite escandalizando-se em estrelas, luas e segredos.
sem o enredo de um teatro vulgarizado.
à saudade da partida se espera a chegada,
a volta ou o nunca mais de um nunca a mais infinito,
e coisas se guardam na mente de anônimos apaixonados.
Olhos se fecham, corpos se entortam e um único gemido dilacera,
em cada um - uma espera.
A brisa confidenciou que o horizonte desvenda o infinito, o que há de mais belo no universo, agita o mar e perfuma as flores, levanta a poeira e amanhece os amores, é o início e o fim aos gritos, escandalizando envergonhados mistérios entre montanhas inocentes e noites adornadas de estrelas.
sou horrível, não me posso se dá ao luxo de amar e nem ser amado, não posso ter alguém pra cuidar e beijar com gosto de amor e com o prazer de dois enamorados, sou algo e mais nada...
O beijo não encontrou os lábios e mais nada. A lua não brilhou pois não tinha céu, mas, as estrelas reluziram por ser apenas estrelas, e o céu se tornou de repente um adminículo no alvorecer, pois entre a luz e o escuro, nada se sobressai a não ser o sereno, o beijo são confidências para um nada que se transforma em prazer.
às vezes tenho a sensação que o mundo tem medo de mim, não sei se medo seria a palavra mas um afastamento de todos, a cada dia fico só, é bom ser só pois ninguém te julga e muito menos exige algo, o prazer também emerge a flor da pele, o mundo gira e se afasta de mim... mas o mundo não para e isso é o que importa, tudo está bem, o sol espreita o horizonte e as estrelas brilham...
Não exija nada, o mar beija e abandona a praia todos os dias e sempre permanece um belo cenário de amor...