Coleção pessoal de gnpoesia
Ofereço-te uma xícara!
As tardes espreitam a noite e a noite me relembra a madrugada e um céu sem estrelas e sem lua, ruas vazias e mais nada.
A brisa suave do horizonte traz-me a felicidade dos deuses do prazer, a sensação vadia de que perdi você.
O amor tem um sabor de existência e esse gosto vem do doce de um beijo ou do encanto de um sorriso e até mesmo do silêncio do entreolhar.
A gente se entreolha, isso é um máximo, os olhares não dizem nada pois escondem por trás da timidez a voracidade de corpos sedentos e de almas com aparência inocente pois o amor é inocente, ensina as trilhas do prazer desnudo.
Ofereço-te uma xícara, esbanje suas lágrimas para que seja o meu café das tardes miseráveis onde desejava o teu corpo e o teu beijo, a essência de mil loucuras e de minhas ternuras obsessivas, o aroma de meus dias ansiosos e o café de minhas tardes solitárias onde eu bordava novas paisagens de amor enquanto você galanteava confidências no leito quase perfeito da glória.
E nessa rotina entre o tudo e o nada, sem saber o que é o amor, nada mais importa - um sorriso a toa, a saudade sem passado e um desprezo, desprezo?
- Que beba água de pote, só entendo de amor e é de amor o que me adorna.
A madrugada uiva vãs noites,
e as ruas vazias discursam encrespações,
ao longe já se ver os poemas de dois corações,
e o seu dilema que me atira açoites.
Há outros beijos e outros nortes
que na noite turva se cultua
o adeus de minhas mãos nuas
e o alvitre impecável de nossos corpos.
E no infinito já se ver
outros caminhos sem você
um prazer que aos poucos se desfaz,
Meu amor, adeus, pra nunca mais...
Ao te contemplar ao longe na madrugada, assim, tão ao léu, não posso dizer que te amo, nada posso, a não ser lacrimejar a noite e me perturbar com o frio do sereno de uma madrugada sem fim...
Pelas mãos que arrancam legumes do chão
Na bravura de Maria queimando o carvão
No suor de meio dia esperançando o trovão
A vida é o hoje de um agora mais não
E no cume do prazer,
Em sua espera - desesperadamente,
Os pedaços pude juntar,
Para formar você,
Eis, pois, o intervalo,
Entre a paixão e a razão de viver.
E o sol entardeceu de repente,
No céu amarelado de uma aurora que se vai.
As estrelas luzindo a noite docemente,
E o aceno de quem não volta mais.
A manhã se dilui no orvalho,
As flores caídas adornam causalidades.
As águas se vão lapidando o cascalho,
E a alma se nostalgia na sau-da-de.
As estrelas estilhaçam o céu,
A lua quase cheia amanhece a escuridão,
E desce sobre a terra um denso véu,
O prazer ente o acaso e a razão.
E o céu encobre o universo,
espargindo luzes faceiras,
reluzindo os amores controversos,
por debaixo de um denso véu de estrelas.
E eu canto a poesia das invenções,
que encenou as suas melhores versões,
de um amor que meu amor viveu.
Ao desencanto de encantos perfilham,
As vagabundas desalmadas,
alardeando pelas ruas abandonadas:
- as estrelas brilham, ainda brilham,
ainda brilham essas ruas desoladas.
Aos céus elevo o meu canto
ao encanto dos anjos, oferenda a Zeus,
Um amor que meu amor viveu.
E canto a nostalgia de uma vez
inebriado por teu olhar em fantasia
que timidamente ousava, talvez
O brio insano dos olhares em demasia.
E o teu corpo salpicado de ilusões
que os meus sonhos salteavam
Poetizando mil corações
que ao redor do seu se despedaçavam.
E do teu olhar, daqueles breves olhares
que o tempo cintilava junto aos meus
Se vai as visões inebriadas e desesperadas,
Do meu olhar procurando o seu.
E eu canto a poesia das invenções
que encenou as suas melhores versões
De um amor que meu amor viveu
E já dizia as vagabundas desalmadas,
Que saíam gritando pelas ruas abandonadas:
- as estrelas brilham, ainda brilham,
ainda brilham essas ruas desoladas,
Aos céus elevo o meu canto
ao encanto dos anjos, oferenda a Zeus,
De um amor que meu amor viveu.
Voltei a beber só, nunca deveria ter deixado. Não tenho atratividade para reunir bons amigos em um dia incomum, principalmente em chamá-los para beber e conversar besteiras que fazem bem.
Eu estava bem quando bebia só, pois não criava vínculos com ninguém, ouvia minha música, escrevia versos que só o meu ego elogiava, chorava, revia fotos antigas e de pessoas queridas que já se foram, um oásis a meu gosto.
Mas não tenho raiva e nem rancor das pessoas, cada um faz o que quer e o que gosta e deve está com quem se sente bem, o problema não está no outro, está em mim!
Então, que o destino me deixe comigo mesmo, também sou feliz assim, e hoje recomeço a timidez das antigas e de minhas infindas tardes incomuns ao beber trancafiado em meu escritório em um dia de segunda ou quarta-feira, como se o mundo lá fora desmoronasse.
Mas, no final de tudo eu me sinto feliz pois tenho a certeza que receberei uma mensagem: "está com quem aí, está bebendo?", minha mãe - como essa indagação me faz bem, pois ela pensa que tem um filho normal...
28/04/2021 - quarta-feira, mês de esperas!
O sol rompe o horizonte com seu esplendor, e insulo amanhece principiando o alvorecer, sem lua, estrelas, em um céu guiador, para toda imensidão vermelhecer.
Ousadamente, apartado, o sol ergue o amanhecer.
Caetane-se,
pois a música fermenta mijando cerveja,
E da vida pensar o que se quer e o que menos deseja,
ouvir reiteradamente, a luz perfeita,
a luz de tieta,
e o que se pode prosperar,
bom de sal e de gosto,
é ouvir Cateano Veloso,
e que todos caetane-se
que tudo se ajeita.
Dia empós dia: Na vida, tudo se ajusta, pedir uma panqueca na lanchonete e o garçom trazer-lhe lasanha; comer dois pães com ovo e café amargo; pedir pastel de queijo e trazerem de frango; Ah! é um drama prazeroso, pois no final vê-se a barriga cheia e um sorriso – irônico, mas um sorriso.
Uma rosa branca, dourada pelo sol,
Principiando o orvalho,
Serenando a vida.
A rosa branca,
Pura e sem fragrância,
E sem jardim,
Adornando o silêncio.
A rosa branca que se esvai,
Amarelando-se com o tempo,
Embranquecendo a saudade,
Saudando o silêncio.
Na lentura que serenou o orvalho,
Nasce a flor de gredelém,
serenando de prata, Belém,
vivificando a nascente do Arrojado.
Do luzeiro, a invitação da sabedoria,
À juventude e suas singelezas,
De Uiraúna a sacerdotal poesia,
De ser encoberta por um denso véu de estrelas.
A Ordem DeMolay bordou,
Em cada canto um sentido de viver,
De Molay Uiraúna herdou,
A lealdade e a ousadia de ser.
Uma história de glória se escreveu,
Da Catedral, louvam o capítulo amado,
E dos sertões és o prodígio que nasceu,
O Capítulo Belém do Arrojado.
E na contagem da altivez,
o número é sete, meia, três.
A obrigação de esquecer é uma imposição da natureza e da cultura, esquecer, talvez, não por nós mesmo, afinal, amar é perder e ser feliz é perder-se.
Não sou um revoltado da vida, apenas sou inquieto com a injustiça das pessoas que nos rodeia, aquelas que pintou junto comigo a obra de arte do prazer.
E o pensamento inconstante, em suas fases felizes, trouxe, enfim, um anjo sublime, de traços jamais desenhados e de um horizonte, assim, de um horizonte jamais poetizado, encontrei-me com um anjo de palavras fáceis mas de uma oração transcendental, que beleza inimaginável, o pensamento de Kant jamais desmentira tamanha magnitude, ressuscitaram poetas para descrevê-lo, lábios sussurraram músicas, o sublime, realmente, é intocável, as desoras fez-se nas alturas de um mar calmo uma brisa que te arrebenta em faíscas de ilusões que se unificam e por aí ficam, e se fez ondas e um silêncio ousado que uniu o céu e a terra e o anjo sublimou-se em um oceano desconhecido a espelhar o céu no zênite da imponência do universo de superfície a dentro , mergulhou, para que um dia almas vazias fossem contemplar o mar.