Coleção pessoal de Arcise

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Não precisamos cumprir esses requisitos para nos sentir aceitos

O sofrimento da separação é passageiro, mas os rótulos permanecem com quem convive ou não com a gente. Nesse caso não houve tempo para aceitação, a jovem se matou porque não suportou a rejeição do ser amado.
É sempre um mau sinal quando passo um tempo sem escrever, mas mexeu demais comigo o fato de você morrer pelo outro. Não, não a culpa não é do amado, a culpa nem é das expectativas ou do sofrimento de não o ter. A culpa é a confusão mental da paixão incondicional.
Estar com a família era adoração e mediante tudo isso parecia insensibilidade dos sentimentos. Não há cantinho de luz que resgate o desenvolvimento do ser humano por ele mesmo.
No final decidi por não contar como me chocou a atitude dela. Ligar a alma humana com o divino é um processo natural e contínuo, nascemos para a felicidade e nem dinheiro, nem amor aumenta o seu grau de felicidade que vem de dentro.
Atração pelo céu chegou, chegou a vontade de parar de crescer e ir para m lugar onde todo o sofrimento terreno acaba. Ninguém tem o complemento que lhe falta, mesmo que existisse constante disputa dentro do lar para mostrar quem é melhor, não somos iguais, nem melhores, nem piores, nem grandes, nem pequenos. Somos a confusão de nós mesmos e a interpretação, nem sempre justa do que está dentro.
Achava que eu vinha me tornando sentimental demais. Estava com medo de passar por isso. Se aconteceu com ela, pode acontecer comigo, com os meus, com as pessoas mais próximas. Desta vez não quero mais errar. Não quero ser inflexível, não quero consertar o seu passado.
Quero a simplicidade da urgência de uma vida bem vivida. Ninguém jamais poderá interferir na minha atitude mental. Tenho que abstrair aquele tédio antigo, que vai e volta. Houve um momento crucial em que ela poderia ter voltado atrás, mas ela não percebeu o tanto de amor que tinha ao redor.
Estava sonolenta para muitas coisas e acordei para investir nos relacionamentos. Lembrar de todas as pessoas e o começo de nossa amizade. Dar amor e corresponder a todas as emoções.
Fazer com que os relacionamentos deem certo em todas as áreas, no trânsito, no trabalho, na faculdade, na vida. É completamente inaceitável alguém conviver conosco e não sair um pouco mais feliz.

Essa coisa de destino é papo furado

Devo dizer em minha defesa que eu estava bêbada e por isso fui compulsiva em ti ligar. Quase desmaiei de tanta emoção quando você atendeu, mas me deu um nervoso em saber que você me conhecia e que sabia que tudo isso só estava acontecendo por causa de birita.
O perdão anda de mãos dadas com o verdadeiro amor e apesar de tudo de ruim que me fizeste eu ainda pensava em ti quando tinha álcool no sangue. Mesmo de longe não dava folga.
Estava desacostumada a receber ordens, quando você me disse de uma maneira firme e até um pouco bruta, que era para eu desligar o celular e ir dormir. Eu estava feliz até então, foi quando uma chuva de sobriedade baixou em mim.
Certas ideias funcionam para uns e não para os outros, sei de muitos casos de reconciliação que vieram de uma cachaça. Senti alívio de não ter falado nenhuma besteira que me arrependesse, porque besteiras triviais, falei.
Sempre fui subjugada pelo fato de não ter ciúme e inveja. Já tive inveja, mas internalizei que só eu posso determinar a minha história e as pessoas são merecedoras de que possuem tanto no campo personalista quanto no âmbito material e espiritual.
A cada minuto o ambiente fica mais pesado, a vida e a morte são a mesma coisa vista de outro prisma. O excesso de independência incomodou, incomoda e incomodará. Sou livre e sempre soube que ele não era o homem de minha vida.
Viria mais tarde o romance, sem forçar que os temperamentos mudem, que um se adeque ao outro, que o passado volte como mera alternativa. Fiquei longe das lágrimas, estava minimamente atraída pela alegria de viver levemente.
Tudo finge 100% felicidade, a vida não é uma linha reta. Não existe sangue frio o tempo todo, o sangue fica quente também. É importante ouvir, compreender sem discutir, absorver o que a vida quer ensinar.
Me deixava levar pela lábia do ex, viciada em redes sociais e não conseguia ter uma vida normal. Aprendi a desenvolver o senso crítico e cultural, cuidei da carreira, fiz pose de respeitável. Eu tinha transtorno de ansiedade, uma cobrança por felicidade 24 horas.
Está em contato com sua espiritualidade me ajudou e muito. Obriguei o coração a deixar de sentir algo que estava sentindo e ser mais racional. Todo mundo precisa lidar com as consequências.
Somente a pessoa que corre risco é totalmente livre, não há como negar a sensação de satisfação do amor conjugado de plenitude e aceitação de nós mesmos e do outro. Destino a gente ajuda a construir.

Para que minhas declarações sejam relevantes

Não cabe mais ninguém se incomodar com minha solidão. Não sou voltada as convenções sociais, sei unir harmoniosamente intuição e coração, no entanto, ter um par atualmente é uma opção inexistente.
Chegou ao fim meu relacionamento, dentre tantos outros. Eu tinha a sensação que éramos uma família inabalável, me peguei de calças curtas, mesmo que faltasse paixão e interesse.
Segui a regra de ser feliz. Por motivos muitas vezes, aparentemente banais nos digladiávamos querendo ter razão, consequentemente os outros passaram a gostar mais de mim porque eu era aquela mulher que não perdia nunca.
Algo havia mudado dentro de mim, não podia continuar a ser amiga. A leitura que eu entendia era que era preciso curar o coração antes de pensar em amizade. Se ame! Eu falava para mim todo santo dia. O meu valor vem de quem eu sou.
Não canso de me impressionar com a inteligência da mente humana, a gente cria felicidade onde não existe e cria problemas onde não há. Seja aquilo que você espera encontrar em seu parceiro.
Por vezes fui arrogante e sabe tudo, sei enxergar cada defeito e sei também que falta vocação para estar acompanhada. A famosa poupança para os dias mais difíceis só funciona comigo se for recíproco.
Acho que o casamento morreu antes de ter nascido. Queria ter ido embora dia sim, dia não. Homens são homens. Sempre acham que devem ser servidos e que não precisam ser parceiros, basta uma ajudinha de vez em nunca.
E as mulheres vivem em perpetuo estado de contentamento, são assim mesmo, dizem elas. Não cobram atenção e dedicação pois o mundo está hiperconectado mesmo. Eu me sinto honrada por ter a responsabilidade de escrever sobre isso.
Casamento é a oportunidade de ser e fazer o melhor a cada dia, mas também de receber essa reciprocidade quase nunca existente. Falta até elogios nas relações, falta o néctar dos deuses.
Rarefeita estrutura tão sonhada por muitas de nós, com vínculos profundos de uma parte só. Mantive segredo sobre tudo que me incomodava, não queria acabar com o sonho dos outros, deixei a regência mental e espiritual fluir, mas a solidariedade emocional falou mais alto.
Casamento não é para quem escapa dos controles, para quem não tem paciência ou fácil perdão, para quem tem senso de justiça apurado, barra quem se ama demais.

O momento emocionante virá

Me senti muito sozinha, tinha como finalidade de vida, a doce comunhão comigo mesma. Ser meu anjo da guarda, continuar forte, segura e independente. Ser rebanho da felicidade. Era extremamente temperamental e brigava sério por qualquer bobagem, precisava eliminar isso.
Escrever e comer só quando há apetite pensava eu, sempre fui da escrita, dizer tudo que me vinha a mente, decidi adotar uma conduta diferente, responsabilizar-me por meu destino.
O futuro que eu imagino era motivo de fofocas e sabia o que diziam ao seu respeito, eu estava ostentando uma vida que era a minha vida, mas tinha que estabelecer um limite em algum ponto.
Me afastei de uma instituição espiritual por ter opiniões diferentes dos dogmas e melhorei minha relação com o dinheiro. Por um instante tive medo de ser quem eu era e afastar as pessoas da minha vida.
Não costumo seguir meu próprio conselho, sou institucionalizada como cabeça dura, prezo a arte da autenticidade e não tenho tempo para construir um relacionamento legal e agradável e a pessoa sumir fugindo do compromisso.
Disfarço em vão que não me incomodo. Sou rodeada da indústria fornada por pessoas que julgam a maioria das mulheres levando em conta apenas a sua aparência, tudo nascendo de um processo inconsciente.
Não quero entrar de novo num beco sem saída. Há algumas coisas que eu aceito bem, outras não, mas não posso passar a minha vida inteira com o amargo ressentimento. Depois me mostrei a pessoa problemática que sempre fui.
Andava depressa. Nada de fato é definitivo. Nunca estranhei quem se diferenciava. Quanta dignidade quando você abre mão em trabalhar para alguém que não gosta ou para uma empresa que não a agrada. Minha vida era essa, mas as coisas iam melhorar.
Os sonhos de Deus se embalam. Vai levar muito tempo até que eu me interesse por outro homem. Comecei a fugir do apartamento sempre que podia, não podia estar só. Pessoas problemáticas atraem pessoas problemáticas, você é o que você vibra.
Tontura, mal-estar e vômito eram constantes, a falsidade me rodeava, para dizer o mínimo. Desde que me conheço por gente, eu procurava ser simpática e sincera, tanto é que fazia amizade com facilidade.
Sempre achei que o homem estava muito perto de Deus e essa é minha eterna esperança que dias melhores virão.

Fiquei grata por eles irem direto a esse ponto

O consumo necessário para as nossas atividades essenciais era o que eu precisava entender e sempre foi uma daquelas perguntas que é melhor não responder, porque a gente reflete sobre o próprio potencial de gerir a vida.
Pessoas gostam de ver perigo onde não existem e é muito salutar superar a si mesma, evitando guardar segredos de coisas percebidas por todo mundo. Querer é poder e eu queria muito mudar minha forma de consumo. Quero ter um consumo que não destrua o planeta.
Não tenho tempo para indisposições, não tenho um modelo familiar para seguir, acho que ser sustentável é fazer o mundo girar de forma leve e transformar a casa de dentro e a casa de fora.
Sempre me mandavam ir à luta, mas às vezes a gente não tem o norte, falta parte da gente que precisa se conectar, falta acabar o medo das pessoas, falta música, poesia, teatro, filosofia e cabeça cheia de ideias.
O meio ambiente precisa ter sucesso, não podemos administrá-lo ao acaso. Minha existência ficou desaconchegante com tamanho desperdício de recursos naturais e materiais.
As oportunidades são dadas a todos, a preservação deve ser nosso ponto chave. Poderia desdificultar meu problema, mas penso que as coisas devem dar certo desde a primeira vez.
Quase me desemocionou ter a sensação que estou lutando sozinha ou que sou uma gota no oceano, mas sei que por mim o meio ambiente fica menos poluído. Talvez o mundo tenha me reservado uma situação mais segura, estável e tranquila, mas sou inquieta, quero o mundo transformado.
O tédio gera grandes ideias, eu me achava pronta para conquistar o mundo, eu estava maravilhada pela grandeza dos oceanos e mares, pela terra, fauna, flora e animais. Isso é demais para a torcida contrária que tanto faz e que não se preocupa com as futuras gerações.
Alguém me disse que ter uma vida ecológico seria fácil, não, não é. A gente tem que carregar copos, pratos e talheres por onde anda, temos que abrir mão dos descartáveis e percebemos que vale a pena o esforço.
Tudo que desejo na vida é alcançar o modo simples de me comportar sustentavelmente. Falta do lenço para enxugar as lágrimas que escorrem quando vejo um animal marinho falecido por ter engolido plástico.
A vida é assim, dificuldades e facilidades, perdas e ganhos, erros e acertos, encontros e desencontros, realizações e frustrações, não há nenhuma questão envolvendo só altos ou só baixos.
Sempre fui ensinada a não depender dos outros, mas preciso me unir e dar as mãos para salvar o planeta. Ficava impossibilitada de me sentir à vontade em ambientes abertos e públicos mediante tanta sujeira.
Fui apresentada a vários projetos e tive pessoas que me disseram, na real, o que devemos fazer. Cada um de nós deve ser a Preservação que quer ver no mundo.

Viagem ao seu interior

Era como tentar não pegar no sono, mesmo estando com sono incontrolável, tinha choro compulsivo, uma parte de mim combatia a deliciosa entrega do autoconhecimento, outra parte de mim derramava lágrimas da descoberta da dor na alma.
A vida é um retrato perfeito do nosso estado de espírito parida no próprio tempo. As histórias de família que tenho para contar tem uma ligação física e hoje entendo o porquê do caminhar sozinha é uma ótima maneira de entrar em contato com a gente mesma.
A desordem gera relacionamentos doentios e é preciso estar preparada para tudo que vem. Nas minhas experiências amorosas, pude perceber que sempre achava que era o último cara legal que restou no mundo e nisso aceitava abusos.
Muitas experiências jamais cheguei a ter, mas aprendia bastante com tudo que via ao meu redor. Comecei a desvendar os significados dos olhares e é impressionante como as pessoas te olham de cima a baixo sem disfarçar.
Desabafei minha própria vulnerabilidade pelas redes sociais, a gente é o que é e o que transparece ser. Eu me sentia bonita e notada até ter minha autoestima minada por julgamentos.
É difícil me separar de tudo que alimenta a minha mente. Enfim, voltando a história, providenciei uma lista longa e detalhada de todos os motivos pelos quais eu precisava me conhecer e me fortalecer.
Busquei a dúvida, o questionamento sobre Deus, a sabedoria, não entendia as surpresas da vida. Nada se pode pedir para quem conhece nossa necessidade antes de nós mesmos e foi assim que fortaleci minha fé.
Eu não sabia me relacionar comigo mesma, não me amava, não comia nem menos, nem de vagar, meu lado físico e astral estavam em decadência, estava vivendo acima das minhas possibilidades, queria ser o que não me pertencia.
É um instinto de sobrevivência, uma maneira de ser aceita. Sempre fui ativa e facilmente impaciente, por poucos segundos, senti pena das pessoas que minaram meu coração e minha boa vontade. Comecei a confundir raiva e agressividade por paixão e amor, um desejo de salvar quem me maltratava.
A palavra cravada no meu coração se chamava sacrifício, gostava mais dos outros que de mim, gostava mais do inútil que do útil. Nada com o que eu pudesse lidar sem me machucar.
Vinte anos do mesmo amigo e mesmo assunto, eu não tinha evoluído e isso me fez sofrer. Gostaria de fazer uma viagem sem escala, rumo ao domínio pleno da mente e do espírito.

Quando uma determinada vivência física não tem mais nada a ensinar

Pareci tão aliviada e realmente estava. Acredito que precisava viver do modo que vivi para adquirir as experiências necessárias. Sempre o medo dominava minhas emoções, às vezes era coisa da minha imaginação, uma ironia social.
A pedagogia da vida estava sempre alerta a tudo que me acontecia, eu precisava aprender, nada fazia sentido se eu não aprendesse o que ela queria me ensinar. Eu acreditava que o tempo era capaz de apagar meus ressentimentos, mas não era tão simples assim.
A gente não separa o que está dentro do que está fora e faz umas confusões. No amor nada é destruído para sempre, a vida segue o estado da alma, até que surge alguém mais interessante, um emprego melhor, troca de casa e a vida familiar fica nos trilhos.
Não adianta muito se sacrificar, evitar fugir da rotina já escrita, ter vergonha de admitir que certas atitudes acabam com a gente. Mantive as amigas e as atividades de lazer om elas.
Lei é lei, vale para todos. Opa! Opa! Era para ser assim, nada disso consegue preencher-me quanto tem injustiças ao redor, quando alguém é prejudicado. Com o tempo a gente obtém os anticorpos para separar o que lhe faz bem ou não e é disso que eu estou falando desde o início do texto.
Mando mensagem ao mundo que o aprendizado foi concluído quando assimilo o que realmente tinha para assimilar. Coloquei os pensamentos em ordem, não era a maneira mais correta de argumentar
Apesar do fato de eu ainda estar apaixonada pelo meu ex, nunca consegui criar um laço nem com ele mesmo. Estou morta de saudades, mas orgulhosa demais para qualquer atitude.
Levanto uma sobrancelha, não convencida do que ouço, não sei disfarçar se sinto cheiro de mentira no ar. Não é poder nem vontade de predomínio, na verdade é um medo gigantesco de ser enganada.
Divido minhas propriedades, dando boas gorjetas, colaborando com boas causas, ajudando amigos e familiares, poderia ter mais dinheiro do que o pouco que tenho, mas nem lembro disso porque minha natureza é generosa, vocação de toda a vida.
Parece estranho nunca mais encostar no corpo do outro, nem ter sensações invasivas e sufocantes. Nunca senti algo igual por mais ninguém, mas ele ficou insuportável quando a religião afetava todas as nossas ações e reflexões, inclusive as minhas que não tinha uma visão tão fundamentalista.
Segui em frente com o sentimento de que aprendi onde consigo me adequar e onde não há a menor chance.

As injustiças acontecem

Onde eu errei com ele? Vamos ter orgulho do que conseguimos conquistar, deu certo por um determinado tempo. Fizemos um ótimo trabalho desperdiçando o tempo um do outro. Precisava fazer um esforço consciente para alcançar a felicidade.
Viver um relacionamento e um casamento não resolve a vida de ninguém, me arrependi de não ter sido mais tolerante. Pensei na separação como uma chance de conseguir coisas melhores.
Eu me senti muito diminuída, nada em mim prestava, minha autoestima foi a zero. Se estiver tudo bem eu entendo, só não quero fazer parte do processo de que o outro precisa estar mal para que eu fique bem.
Eu era a mesma criatura, mas sem os mistérios, sem o cheiro, sem o encanto no olhar, sem a eletricidade, sem os beijos, os chamegos. A gente vai estreitando a distância e se adaptando a frieza.
A gente pede carinho, pede afago, pede postura, quer receber atenção, bondade, mas evita se comprometer, evita se doar. Prometemos de joelhos e não cumprimos. Somos a coragem de cobrar o que não fazemos.
Na verdade, estou cansada de ver uma vida feliz e perfeita nos outros, uma realidade distante de mim que sou uma humana complicada. Enquanto procurava o firmamento, encontrei estrelas desconhecidas. Boas estrelas.
A mulher cansa de dar sem receber, hipoteticamente falando eu disse sim a várias coisas que deveria dizer não. Não podemos nos olhar com os olhos do coração. Eu me sinto muito bem comigo mesma e com meu peso no momento, mas nem sempre foi assim.
Busquei no parceiro aceitação e acolhimento, meu toque feminino deixava marcas em tudo, o beijo não tinha gosto certo. Você descobre que todas as coisas boas da vida são de graça, estão ali a nossa disposição.
Vivi com verdades distorcidas. Nunca tinha sido tão infeliz num relacionamento como agora. Decidi pela separação e lidei com ela me ocupando. Quanto mais se dá, mais se recebe, a bondade volta, o amor preenche, a vida fica leve e feliz.
Nada vale o sacrifício de sobrecarregar a vida de felicidade mentirosa. O mal não tem cura, não se multiplica maças podres. Eu acreditava que ele era apaixonado por mim, assim como eu era, mas depois vi que ele tinha preguiça em me fazer feliz.
Deixei-me ir embora numa boa, com amigos íntimos capazes de me fortalecerem e que sempre me valorizaram pelo que sou e não pelo que tenho. Foi assim que segui a estrada pela qual conhecia o caminho.

Já cristalizei uma filosofia própria

A coisa que mais penso é minha família, tive tropeços vencidos e descobri que não posso falar o que penso. Sempre respondi com os olhos marejados de amor, aprendi muito com os próprios erros.
Quando se trata de comida eu sou muito ousada, desculpa magoar você, mas experimentaria cachorro e gato da mesma forma que como boi e vaca. Os animais devem ser tratados com respeito, eu os amo e os respeito, mas sou adepta a proteína animal.
Simplesmente não pertenço a nenhum grupo, tenho uma porta secreta de planos e sonhos irrealizáveis, sou do velho ditado, nada se cria, nada se perde. Vi meu casamento considerado perfeito terminar e reaprendi a ficar só.
Conforto, carinho e paixão não foram suficientes, éramos viciados em comida. Nem de longe, eu pretendo falar em nome de todas as mulheres, nem de longe acho que casamento não presta.
Dormia no escuro e com silêncio, não posso fazer mais isso, tenho medo. Parece que essas coisas só acontecem com pessoas que não possuem autoconfiança, então coloquei as pernas pro ar e comecei a treinar a autoestima.
Eu poderia ser boa de inúmeras maneiras, sempre vão dar palpites. Ninguém entende que gosto de ficar sozinha, é uma expectativa em cima da outra, às vezes me sinto uma idiota, mas penso que o futuro é apenas um sistema de probabilidades.
Tracei uma aventura e chamei de amor, foi uma escolha e um caminho errado. Tenho só uma dica: nunca fale mal da minha mãe. Mãe é sagrada. Quando já não é suscetível da influenciação por mais ninguém, A mãe entra em destaque com a perfeita maturidade da inteligência.
Passei por várias consequências de minha fragilidade, eu não me importava, não me conhecia, eu era uma sopa de emoções. Minha lição foi: Dar-se muito, só se for com retribuição.
Era uma pessoa segura, ímpar, seguia conselhos, magnética demais, confiava de olhos fechados, vivia atrás das pessoas e fingia ser o que não era e sentir o que não sentia. Internalizava a maior parte das forças do universo.
Aprendi a rezar com alegria, o perdão não fazia parte do meu caráter, não gostava de perdoar, preferia passar a bola para Deus. Perdi as contas de quantas vezes pus um sorriso desnecessário no rosto.
Diante de tudo que vivi, resolvi adotar a filosofia de cada dia de cada vez, hoje sendo melhor que ontem e amanhã melhor que hoje.

É melhor eu não contar nada

Talvez eu escolha a mesma vida, mas tem que ser uma escolha, não o acaso. Ele escolheu casar comigo e eu aceitei. Sempre foi assim, eu sempre aceitava amar quem já me amava. Nunca lutei por quem meu coração derreteu. Por isso nunca deu certo.
Eu estava inquieta por outra razão, aliás, muitas razões, assumi um compromisso comigo que deveria ter me tornado um eu, antes de ter me tornado um nós, no entanto, as coisas não caminharam assim tão facilmente.
Dissemos sim para casar, dissemos não para outras escolhas e é aí que causa a dúvida. Sempre escolhi o direito de ter a vida que quero, independentemente de estar acompanhada ou não.
Eu fiquei um longo tempo acordada, pensando em como agir com respeito e retorno, sem me autoconfrontar. Jamais serei uma esposa como as outras, o destino me mostra que a história é verdadeira e possível
Tomei decisões irreversíveis que poderiam parecer insuficientes ou incompreensíveis. Muitas vezes ouvi que uma pessoa como eu, sempre morre sozinha. Só porque pensava que é errado ter filhos por necessidade.
Sou do tipo que pensa que pessoas não aliviam a solidão e sim autoconhecimento. A única forma de salvar o casamento é desistir dele, é viver sem a pretensão de que ele exista.
Tenho medo de escutar e não ouvir, tenho medo dele se sentir melhor sem mim, não se pode contar com ninguém essa dependência afetiva, logo eu, que sou da casta das mulheres independentes.
Fiquei mais velha e queria renovar meus velhos relacionamentos, raramente nos damos conta que estamos cercados por coisas extraordinárias e que essas coisas se chama: sol, luz, paz, saúde...
Nada é tudo, tudo é nada, vida em ondas que vão para cima e para baixo. Consuma sua vida. O vinho me deixava mais livre de dizer o que eu pensava e eu pensava alto com frequência.
Nunca tive coragem de mudar minhas convicções, minha vida consiste no legado que quero deixar para a eternidade. Às vezes me sinto velha demais para começar tudo de novo.
A fé me inspira, mas me oprime também, eu não compreendo e entendo, mas o direito do milagre é quando confiamos que o inesperado aconteça, é parte da história, mas não é tudo. O amor também é um milagre, o amor tem sua própria voz.
Experimentar outras aventuras, viver outra vida, totalmente diferente. O universo sempre nos ajuda a lutar por nossos sonhos, basta aceitar a vida que escolheste. Nisso eu aprendi, que a relação ideal é aquela não necessária para sobrevivência de cada parceiro para se relacionar plenamente com o outro você precisa se relacionar consigo.
quantas verdades consegue suportar? Melhor não contar.

Sei que não gostam da minha atitude

Escolhi minha vida, desejei aquilo que é necessário e depois amar, perdi minha própria companhia, mas descobri que os limites podem ser estendidos, jamais me permitira amar uma mulher, porém não morro de amores pelo casamento convencional.
Os homens já espezinharam meu amor, já compartilhamos um momento sagrado, acreditei que deveria saber tudo sobre o seu passado, me preocupava quando ele se atrasava. Quando faço a mesma coisa, sou repreendida, parece que ele quer ser meu dono.
Não pertenço a nenhum lugar, tenho minhas formas secretas de tolerar a solidão. Gostaria de estar vivendo aquele momento único de ser plenamente feliz comigo mesma, porém, sou acometida de um medo. Saber que ao morrer meu corpo pode não ser descoberto até que o mal cheiro se instale. Eu piro!
Meus pensamentos tirou o encanto da minha vida quase perfeita, eles nunca me conheceram, só me usaram. Meu desejo fazia eu precisar dele ou deles. Eles eram mais gentis e generosos, os milagres acontecem à nossa volta quando há um interesse por trás.
Entendi todos os significados pessoais, amizades cujas pessoas se unem para um ideal mais elevado, eu deixava um tiquinho de mim sempre que me voluntariava por uma causa nobre. Tinha uma certeza: não queria desperdiçar minha vida.
Só amo quem tenho por perto, ficaria contente se ao menos duas pessoas gostassem do meu texto, nunca pareci tão séria ou íntima para um último adeus ao pé da cova. Tinha outra certeza: O amor só consegue sobreviver quando existe esperança.
Sempre fui a fraca parecendo forte, são poucos os homens que são efetivamente bom pai e bom esposo, a tarefa de pai é irrenunciável, e a cabeça vai se enchendo de coisas sem sentido: Algumas pessoas usam enterros apenas para socializar e nem pensam em quem acabou de morrer.
Lágrima não é privilégio de mulher, as mulheres estão mudando também, a gente se coloca na linha. Sempre tenho remorso por uma experiência negativa, todo mundo quer facilidade, uma sociedade medicalizada, mas para mim, a ignorância é sempre um risco maior.
Revivo um passado de relações difíceis e cheio de preconceitos. O sentido humano tem poderes que nem sempre é explicado pela lógica, estava brigada com alguém, brigada comigo mesma, brigada com a vida. De uma hora para outra resolvi aproveitar a oportunidade e apagar sentimentos ruins da memória.
Sempre é muito fácil se depreciar e colocar nas outras qualidades que não lhe pertencem, o silêncio é um sinal de que as coisas não vão bem. Procurei conhecer a minha verdade, os sinais de Deus mostram o caminho.

A qualidade dos conflitos desqualificava as histórias

Escrevo sobre a minha vida e sobre a forma como vejo e experimento o mundo, algumas coisas são universais. Tirar férias por exemplo, é segunda coisa feliz na carreira. O processo de resolução de conflitos não é acelerado quando somos impulsionados pela raiva.
Eu estou bem resolvida comigo mesma e com o meu passado, briguei muito e estou plena de paz, são essas pequenas coisas que a gente nunca esquece. Existe um momento que precisamos pensar se vale a pena tanto esforço, tanto desgaste.
Estar só foi algo essencial para o autoconhecimento. Resolvi parar, pensar, processar, rever, dar sentido as coisas sem pé nem cabeça. Comecei a fugir das minhas crises sempre que podia.
Andava zangada comigo e com razão, manifestava minha raiva de forma expressiva e tocante. Surgia do nada uma sede de justiça e uma vontade de mudar o mundo do meu jeito.
Porque tudo de Deus se eleva, tudo é controlado por Ele. Adquiri o patrimônio do bom senso por conta própria, coloquei-me em várias situações desagradáveis que todo mundo se mete.
O que ocorre de um jeito ou de outro é a falta de paz, cada pessoa tem suas próprias necessidades de mudança, usava meu saber intuitivo para sentir amor pelas belas causa. Tinha vontade de fazer coisas incríveis.
Sempre me dei ao trabalho de me ofender, criava minhas próprias dificuldades, uma perfeita desmaterialização da previsibilidade lógica de dizer o que pensava a todo custo, inclusive com fugas da realidade.
Estamos preparados para ser bons consumidores, mas não para sermos bons pais. Fico imaginando a mulher que eu desejava ser. Eu preciso te dizer uma coisa da maior seriedade: tenho me surpreendido comigo mesma.
Vai levar algum tempo até eu me acostumar a ser aquela colega prestativa e imparcial, minha família me ensinou a pensar grande, estava curada interiormente sendo realista. Não se pode esperar que alguém vá além do seu próprio potencial.
Nem todas as pessoas encaram de forma positiva os momentos em que estão sem um par, felicidade existe com você mesma, acredite! Chego a esquecer a ferida aberta em meu orgulho quando resolvo conflitos de forma coerente e pacífica.

Minha união com Deus

Sim, foi num momento de aflição, foi num momento de dor que o Amor se revelou a mim. Ainda bem que minha péssima aparência não durou para sempre, todos os efeitos negativos da depressão eu tive, duvidei até de quem eu era.
Os homens não querem se comprometer com uma mulher para o resto de suas vidas e foi esse o gatilho da depressão, se não fosse uma doença, eu diria que foi um motivo torpe. Parei de usar o intelecto e a sabedoria. Não é de admirar que eu me sentia tão pra baixo.
Não entendia que o cuidado com o corpo sobre o controle inteligente da mente era uma arma eficaz, deixei que a mídia me dissesse que eu estava gorda, magra, cafona e um monte de ideias repetidas de forma “básica” e fartas. Lia, praticava e repetia tudo que a indústria dizia por trás da mídia.
Qualquer pessoa pode se casar hoje em dia, mesmo sem ter vocação. Casamento é um caderno em branco para ser vivido e é preciso renúncia, cometer os próprios erros para então aprender a lição. Melhoramos nosso autoconhecimento e nossa qualidade de vida, na medida que nos encaixamos entre fazer e ser feliz.
Tuitava todo pensamento bobo que me vinha a mente, não tinha concentração de mim mesma. Descobri que a gente não pode confiar numa pessoa que não tem maturidade porque sabe que ela não vai tomar decisões acertadas. Estabeleci limites aos 46 anos e pela primeira vez na vida.
Fui imatura, não soube lidar com as responsabilidades e gastava todo meu dinheiro movida por meus sentimentos ao invés da razão. Alguém me ensinou a relaxar para reconhecer o que somos independentemente da agitação de nossa vida.
A gente deixa de ouvir ou falar movida por impulsos ou emoções momentâneas o que nos proporciona um autoconhecimento fazendo-nos viver em harmonia, mas isso é tão difícil. Quando você não pensa, alguém o faz por você.
Entendi que a forma mais elevada de oração é a meditação, nela internalizei que para que as pessoas confiem em você, precisam ver que é capaz de pensar por si mesma. Tive necessidade de silêncio, contemplação, recolhimento, oração, além de meditar todo dia.
Sou capaz de dizer se uma pessoa é madura ou não apenas pelo seu jeito de falar, eu me observava e estava longe de ser madura, já sofri muito por causa dos escrúpulos alheios, talvez a culpa seja mais uma vez da mídia que sempre nos faz sentir inadequadas com o que vestimos ou com nossa aparência. Estar confusa e triste e ainda se sentir feia e desconexa é pisar no terreno do nada.
As mulheres gostam de gastar e eu não muito diferente da lógica, estourei os cartões. Depois do arrependimento, uni a espiritualidade ocidental com a oriental e fui refletir quando olhava para o meu guarda roupa cheio e pensar: não tenho nada para vestir hoje.
Deus tudo vê e provê, depois do tratamento terapêutico de aceitação entendi que a mulher madura sente prazer em envelhecer, isso ensina quem é você, mostra seus limites e o faz relaxar profundamente. É muito comum ver poucas pessoas com muitas responsabilidades e muitas pessoas com poucas, mas não conseguimos mudar o mundo.
Passei por uma experiência deliciosa e de profunda quietude, mudei algumas atitudes, sempre me esquecia de devolver as coisas que tomava emprestado, mas o mais incrível foi sentir a qualquer momento, sem esforço pessoal, a presença de Deus.
Essa intimidade mantinha meu coração limpo, uma sensação de justiça, devoção e amor, uma interiorização de ser você mesma, de saber que o todo poderoso sempre está cuidando de mim e de você. Seja qual for seu papel nessa vida, faça bem feito.
Tudo depende de Deus, muitas pessoas fazem bem a outras, esperando receber algo em troca, mas é preciso não prestar muita atenção às coisas matérias, praticar o desapego. Nada impede o ser humano de dar Amor, nós conhecemos e cremos no amor que Deus nos tem.

Se consigo ajudar uma só pessoa a viver melhor, isso já justifica o dom da minha vida.

Cresci feliz e o povo dizendo coisas

A discriminação fazia parte da rotina social, às vezes de forma banal. Passamos a vida inteira perdoando, era brincadeirinhas aqui, disse me disse ali. Não esperava o mundo vir até mim. Eu deveria ir ao encontro do mundo. Ser negra era difícil.
Dois anos ou mais para se curar e construir uma nova vida e todas as feridas abertas pelos palpites para um cabelo melhor, clareadores de pele. Vivia esperando a ocasião propícia para revidar, mas nunca conseguia.
Tudo de bom e de ruim que consiste em minha existência era fruto do meu tom de pele, ou eu era a representatividade das negras (sim, eu tinha dinheiro), ou era uma pena eu ter nascido dessa cor.
Vós sois bons quando vos identificais com vós mesmos era meu lema, tinha aflição em estar desarrumada, tinha medo de não ter amor e me sentir um nada. Comecei a ter cansaço, ardência nos olhos, ansiedade, déficit de atenção e problemas de memória.
Ser mulher negra te faz ter dificuldades em arrumar marido, quero muito contar... Não eram os carinhas, era a tia, a irmã, a sogra ou qualquer outra pessoa que exercesse influência e fosse completamente preconceituosa.
As crianças são boas observadoras, uma vez uma me disse: tia, não tem bonecas da sua cor. Expus meu coração para todo mundo ver, um dia aqui outro ali, eu ia sobrevivendo, me fortalecendo e me amando.
Um desafio de todo dia, não era fácil saber que muitas coisas respingam em ti, o medo faz com que tenhamos vergonha de mostrar nosso afeto, de pegar na mão, de beijar o rosto.
Coisas passivamente ofensivas eram relevadas, parecia tudo naturalmente comum, eu não fazia nada porque tudo era tão comum. A felicidade está sempre ao nosso alcance pois depende de nós, mas não era bem assim.
Sempre tive facilidade em me expressar, mas a gente só percebe certos racismos quando aprofundamos reflexões, quando percebemos que fomos constrangidas. Existe uma falta de compensações e pouca consciência de raça.
A pressão é grande para termos padrões brancos, cabelos lisos, maquiagens mais claras. O nosso universo era esquecido por todas as indústrias, até pouco tempo atrás. Pessoas de fibra, confesso que me sinto irritada com a lista de coisas que tenho que fazer para fugir do estereótipo de bandido, empregada, faxineira. Hoje me imponho.

Não é que eu esteja planejando mudar minha vida inteira

Tenho muitos sonhos, não sou presa a pessoas ou coisas, tem coisas que não tem como fazer, mas sempre faço um inventário mental de tudo que falavam sobre ele. Como meninas grande, eu chorava.
Há pessoas que não sabem ser aprendizes, gostam sempre de ser professoras, quantas horas de sono já perdi pensando nas coisas que me preocupava, sem desistir eu tinha que vencer a mim mesma.
Quando ganha algum dinheiro ele volta a atenção para gastá-lo, não tem reserva de emergência, ah, péra! A reserva dele sou eu. O tempo que passo em silêncio me alimenta e me faz tomar coragem.
Sempre me dizia coisas que eu nunca tinha deixado ninguém dizer, me ofendia no fundo da minha alma. As pessoas que se casaram com o primeiro amor, dizem que perderam algo importante, não viveram tudo que tinham para viver, eu tinha sempre essa sensação.
A esposa, em particular, vive a morte do casamento dela tentando ressuscitá-lo a qualquer custo. Sou mais forte do que supus mesmo perdida em mim mesma, não imaginava que fosse me importar com o amor saindo pelo ralo.
Somos carne do pai que nos sonhou, levava a vida reclusa, acho que a decisão mais sábia é manter-me serena apesar dos pesares. Sempre dizia isso porque achava interessante. Vivi feliz por muito tempo.
Pensava que era uma coisa e era outra, não dava para entender o meu mundo emocional, sempre estava achando uma desculpa para não assumir a responsabilidade pelos meus atos, principalmente pela minha omissão.
Eu me esqueci completamente de como eu era, não consegui resistir ao impulso de ficar como estava, simplificava minha vida. Não tinha uma forma de vida feliz, mas não tinha resistência para mudar tudo.
Não demonstra empolgação que eu esperava ao me ver, nem eu. Tudo é como precisa ser, para crescimento e evolução, às vezes somos incapazes de dar valor ao que de fato temos, somos humanos.
Legal mesmo é valorizar o que temos, construir uma relação leve, não mentir para si mesma, nem para os outros, aprimorar a paciência e evitar papo-furado ou fingimento. A gente promete mudar nosso comportamento em certas coisas e não em outras.
É um divisor de águas nos conhecer, saber que o mundo existe e está nos olhando, evitar levar as coisas para o lado pessoal. Vamos mudar aos pouquinhos, de degrau a degrau até a felicidade chegar.

Tens sogra?

Então, você é a única que me entende. Você me entende quando me chateio com as pequenas alfinetadas, com as overdoses de conselhos, quando ela diz que aquela comida estava gordurosa.
Quando diz que pareço doente, quando soterra meu talento, quando reclama do meu cochilo a tarde, quando diz que minha prece não é forte e que minha vida é um mamão com açúcar.
Tinha o dever de pensar da mesma forma que os humanos da casa dela, essas implicâncias atingia meu estado mental. Decidi cortar relações para sempre. Enquadrei-me na vida espiritual.
Comecei a fazer atividades física durante o dia, me livrei de histórias de família terrivelmente decepcionantes. Vinte e nove anos de casamento e muitas lições aprendidas e decoradas, inclusive a de se desviar da sogra.
As crianças não eram bem-vindas em sua casa, eu me esforçava para boa convivência, mas quando mexem com os nossos filhos, fica bem difícil. Estava sem força, sem alegria, desanimada, sem vida e sem solução.
Um beliscão me fez despertar, eu não precisava conviver, precisava estar sã, esperei o tempo passar para poder se desvencilhar da sogra. Sempre tive um gênio ruim, mas sou adaptável, sei reconhecer meus erros e pedir perdão quando necessário.
Ela sempre falava com o objetivo de me deixar sempre ciente que ele merecia mulheres mais bonitas do que eu, não posso perder tempo tentando mudá-la, na fase do namoro ela me achava o máximo. Talvez tenha se decepcionado porque não sou empregada do filho dela. Somos parceiros.
Eu nunca me senti superior aos outros, mas me tornei forte e preparada para conseguir o melhor da vida, para lutar por mim e pelos meus. Tenho uma vida interior complexa, tenho questionamentos exagerados.eu e meu marido estabelecemos as regras da casa e nelas não contêm palpites de sogra.
Voltei às nossas vidas sem as intromissões, continuo respeitando a minha sogra, acho trágico e cômico não reconhecer o próprio destino, não saber ficar no seu lugar. Sou de perdão, busco a eternidade, mas não me misturo mais.
Eu fui capaz de viver a vida como eu nunca consegui, minha vida estava um barato, brigas não existiam mais. Antes quando tínhamos algum desentendimento ele simplesmente sumia, não dizia onde estava e se limitava a dizer que foi arejar a cabeça, tudo por influência da mãe.
Resolvi não reclamar e agir.

Deixei minha amargura e meu rancor para trás

Alguém quis que eu terminasse com ele, eu não queria. Sei que existe muita gente sincera e ele era um desses. Pensando nos amores que tive, ele me parecia uma pessoa incrível.
Minha raiva não afetava o meu amor por ele, apesar dele ter me traído, revelou o amor que estava adormecido. Ele alterou o comportamento por minha causa, posso sentir o esforço que ele fez depois que se arrependeu.
O novo sempre me assusta, então o perdão foi uma possibilidade, um mecanismo social e não foi à toa, estava satisfeita por estarmos nos unindo ainda mais, grilaram mil coisas na minha cabeça, mas a qualidade do relacionamento saltou aos olhos.
Segurei a onda das crianças, elas ficaram muito tristes com nossas crises familiares, mas erámos uma família que brincava e nos fazíamos rir. O difícil é acreditar em mim depois de tantas decepções. A autoestima elevada vai lá pra baixo.
Mesmo e nas pessoas ao meu redor julgando e criticando eu ainda tinha a confiança que vem do meu interior. Eu não falei nada, não fiz exigências, não gritei, não impus posições. Os tempos mudaram e eu percebi seu arrependimento. É claro que não terá terceira chance.
Várias vezes ele disse uma coisa e fez outra, então não é por esse caminho. Sei o poder que eu tenho, sei que alguém parceira como eu ele jamais encontrará, alguém que lute por ele e com ele.
O que de melhor os miolos pensaram eu tentei internalizar, usufruir a beleza que estava todo dia ao meu alcance, a beleza interior. Precisávamos transformar juntos o nosso relacionamento chinfrim.
A primeira opção era terminar um relacionamento e a segunda era modifica-lo, optei pela segunda por ser a mais trabalhosa para mim, percebi que se fosse jogar fora qualquer relacionamento por deslizes, ficaria sozinha para sempre.
Dá para sentir a tempestade se formando por dentro, eu não era assim, nunca fui de perdoar fácil, às vezes eu acho que sempre me preocupei um pouco demais com a opinião alheia.
Era um relacionamento bom, intenso, alegre, feliz. Temos uma filha de seis anos, não sei porque eu me abri a possibilidade do perdão e acredite, acho que fiz a melhor escolha.

Eu decido o que quero dar e receber

Meu interior parecia um circo sem alma, aparentemente uma coisa não tem nada a ver com a outra, eu parecia bem, mas algo me incomodava, o reino da confusão interior nascia aqui dentro de mim.
Tive que deixar minha alma conversar comigo, eu me perguntava quem eu sou quando ninguém está olhando. Parecia que tudo era bom, bonito, útil, embora não seja a opinião do temperamento da maioria.
Não guardei mágoa e nem rancor de ninguém, eu não era uma garota passiva, tudo que eu contemplava ao meu redor é o reflexo materializado do meu desejo como indivíduo, como dizem por aí “O homem não empresta suas asas a outro homem”.
Nós somos os únicos mamíferos que bebe leite depois de adulto e isso faz com que eu pense que a gente faz muitas coisas por convenções, sem ao menos se questionar o porquê.
Não tenho dívidas do quanto tentei mudar, me encaixar, estar bonita apesar de todo esforço para não ser, queria pelo menos ser melhor daqui há dez anos. Quando eu me olhava no espelho, eu enxergava a minha alma.
Como tudo que está no prato, sempre fui assim, mesmo que o olho fosse maior que a barriga, sei lá, não sinto só sabor de comida, sinto sabor de amor, de amizade. Eu comecei a me sentir livre, aceitei que as coisas acontecem como ela acontece.
Sempre tinha uma carta na manga, a ideia de recomeçar é esmagadora, a gente tem dificuldade em mudar, mudanças doem, a natureza vai copiando o homem e se transformando cada vez mais lentamente.
Emagreci e fiquei esquelética, alguns caras insistentes que querem dar em cima de você mesmo com alguns nãos e ainda nos responsabiliza por aquilo que eles fazem, cheios de referências diretas e indiretas.
Eu precisava gostar de ficar sozinha, eu ansiava por analisar aqueles papéis que guardava a sete chaves desde a juventude, meus diários me ressuscitavam como ser humano.
Minhas palavras tinham sido difíceis de ouvir, conhecer a nós mesmos é algo de muita profundidade. Eu não parecia ficar emocionalmente próxima de nenhuma das duas mulheres que me amavam: minha mãe e minha filha. Saudade desse ofício de dar e receber amor.

Nunca houve nenhum ato prepotente por eu ser mulher

É no presente que vivemos, não dá para ficar olhando para trás e pensando no que pode acontecer lá na frente, isso engessa a minha capacidade de pensar. O médico proibiu qualquer emoção, eu estava me controlando por dentro. Mas sou observadora e nunca deixei homem nenhum achar que era meu dono.
Ser eu mesma é a coisa mais importante do mundo, sempre pensei assim e por isso picotava fotos que não gostava. Eu nunca tive dificuldades para me defender, eu sabia o que queria até na escolha de mudas, quando o vendedor queria me empurra algo diferente, plantinhas que não me agradavam.
Impossível era eu não passar o dia inteiro falando sobre mim mesma, não tinha nem método, nem freio nenhum, a gente fala muito para internalizar algumas coisas, como descobri que Casamento não realiza totalmente e que eu passei a vida na sombra dos outros.
Só faça o que você tiver de fazer, era meu lema, exponha seu potencial, era minha meta de vida. Ontem estava pensando no amor instantâneo que todas as mães sentem pelos filhos, tomo susto com essas ondas de sentimentos que invadem as mães, mas não podemos confundir amor incondicional com amor marital.
Sempre haverá no mundo quem trabalhe no mesmo serviço por metade do salário, isso é uma afronta, a quem merece cada centavo que ganha. Assim também é o fato de ter sempre alguém capaz de casar com alguém medíocre. O papel do AMOR é encher a nossa necessidade e não o nosso vazio.
Minha certeza era que se desse brecha para homens machistas, isso ia acabar bem, minha intuição gritava quando algo assim aparecia. Sempre quis caminhar junto com alguém e juntos agradecer a Deus. Comecei a preparar meu espírito para nunca me aproximar de gente que põe a minha vida em risco.
Sou capaz de me manter lúcida e coerente em momentos de ira, viver a meu lado tem suas vantagens, sou compreensiva e entendo que é necessário deixar o outro brigar sozinho, até a raiva esfriar. Um passo de cada vez, e o silêncio soa como um trato. É necessário ser honesto um com o outro.