Minha união com Deus Sim, foi num... Arcise Câmara

Minha união com Deus

Sim, foi num momento de aflição, foi num momento de dor que o Amor se revelou a mim. Ainda bem que minha péssima aparência não durou para sempre, todos os efeitos negativos da depressão eu tive, duvidei até de quem eu era.
Os homens não querem se comprometer com uma mulher para o resto de suas vidas e foi esse o gatilho da depressão, se não fosse uma doença, eu diria que foi um motivo torpe. Parei de usar o intelecto e a sabedoria. Não é de admirar que eu me sentia tão pra baixo.
Não entendia que o cuidado com o corpo sobre o controle inteligente da mente era uma arma eficaz, deixei que a mídia me dissesse que eu estava gorda, magra, cafona e um monte de ideias repetidas de forma “básica” e fartas. Lia, praticava e repetia tudo que a indústria dizia por trás da mídia.
Qualquer pessoa pode se casar hoje em dia, mesmo sem ter vocação. Casamento é um caderno em branco para ser vivido e é preciso renúncia, cometer os próprios erros para então aprender a lição. Melhoramos nosso autoconhecimento e nossa qualidade de vida, na medida que nos encaixamos entre fazer e ser feliz.
Tuitava todo pensamento bobo que me vinha a mente, não tinha concentração de mim mesma. Descobri que a gente não pode confiar numa pessoa que não tem maturidade porque sabe que ela não vai tomar decisões acertadas. Estabeleci limites aos 46 anos e pela primeira vez na vida.
Fui imatura, não soube lidar com as responsabilidades e gastava todo meu dinheiro movida por meus sentimentos ao invés da razão. Alguém me ensinou a relaxar para reconhecer o que somos independentemente da agitação de nossa vida.
A gente deixa de ouvir ou falar movida por impulsos ou emoções momentâneas o que nos proporciona um autoconhecimento fazendo-nos viver em harmonia, mas isso é tão difícil. Quando você não pensa, alguém o faz por você.
Entendi que a forma mais elevada de oração é a meditação, nela internalizei que para que as pessoas confiem em você, precisam ver que é capaz de pensar por si mesma. Tive necessidade de silêncio, contemplação, recolhimento, oração, além de meditar todo dia.
Sou capaz de dizer se uma pessoa é madura ou não apenas pelo seu jeito de falar, eu me observava e estava longe de ser madura, já sofri muito por causa dos escrúpulos alheios, talvez a culpa seja mais uma vez da mídia que sempre nos faz sentir inadequadas com o que vestimos ou com nossa aparência. Estar confusa e triste e ainda se sentir feia e desconexa é pisar no terreno do nada.
As mulheres gostam de gastar e eu não muito diferente da lógica, estourei os cartões. Depois do arrependimento, uni a espiritualidade ocidental com a oriental e fui refletir quando olhava para o meu guarda roupa cheio e pensar: não tenho nada para vestir hoje.
Deus tudo vê e provê, depois do tratamento terapêutico de aceitação entendi que a mulher madura sente prazer em envelhecer, isso ensina quem é você, mostra seus limites e o faz relaxar profundamente. É muito comum ver poucas pessoas com muitas responsabilidades e muitas pessoas com poucas, mas não conseguimos mudar o mundo.
Passei por uma experiência deliciosa e de profunda quietude, mudei algumas atitudes, sempre me esquecia de devolver as coisas que tomava emprestado, mas o mais incrível foi sentir a qualquer momento, sem esforço pessoal, a presença de Deus.
Essa intimidade mantinha meu coração limpo, uma sensação de justiça, devoção e amor, uma interiorização de ser você mesma, de saber que o todo poderoso sempre está cuidando de mim e de você. Seja qual for seu papel nessa vida, faça bem feito.
Tudo depende de Deus, muitas pessoas fazem bem a outras, esperando receber algo em troca, mas é preciso não prestar muita atenção às coisas matérias, praticar o desapego. Nada impede o ser humano de dar Amor, nós conhecemos e cremos no amor que Deus nos tem.