Coleção pessoal de Arcise

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A grande maioria posta tudo sem nenhuma reflexão

O mundo das Fake News, o que acaba com a vida de muita gente, o que mostra ao mundo relacionamentos intoleráveis em que quem ler toma partido do certo e do errado.
A notícia que deve ser noticiada primeira, sem nenhuma fonte confiável, sem a credibilidade dos amigos, cheia de preconceitos e pressões, sem lucidez e com muita coragem e ousadia para destruir ou manipular.
A tua história pode mudar o mundo se for verídica, mas enganar as pessoas mesmo que seja com boa conversa e bom humor não é nada ético, essas matérias sem roteiros, só querendo likes.
Já existe até a estática das pessoas afetadas por falsas notícias e o impacto que causam em suas vidas, amizades destruídas, milhares de pessoas sendo juízes das “histórias”.
A única garantia é que é um caminho sem volta, depois que a verdade vem à tona não atinge o mesmo número da mentira contada, o número de compartilhamentos são menores.
Eu aproveito para dizer, na dúvida não compartilhe, não julgue, não perca a elegância e nem seu autocontrole, você pode estar sendo usado para massa de manobra, para interesses ruins e ordinários.
É difícil acordar do pesadelo de ter sua imagem íntima vazada, ou virar meme por ser “feia” ou “sem graça”, fazer humor em cima da desgraça dos outros não é engraçado. Tome distância disso.
Tente ficar atento, até que o bom senso fale mais alto, você não é bobo, não é perdido nos próprios pensamentos, você saberá identificar uma falsa notícia, geralmente não é noticiada em outros lugares.
A internet pode e deve se reinventar, mas sem confundir, sem tolher a expressão da liberdade e da verdade, deve ser notada por coisas positivas, por respeito ao jornalismo de verdade, tão raro e escasso hoje em dia.

Emagrecer para chegarmos ao peso ideal

Eu não sou uma mulher religiosa, mas me arrependo da ausência de tradições em minha vida, uma delas a disciplina. Para justificar isso informo que pela milésima vez voltei ao pior peso da vida.
Menina inquieta, que não sente fome, isso mesmo que você leu, eu deveria ser magrinha-palito porque não sinto fome, mas como com os olhos, como com o coração, como com a vontade, como porque tem comida em volta, como por prazer.
Não precisa, não precisa dessa quantidade toda, mas eu gosto, gosto de pratos cheios, gosto de repetir, gosto da sensação de barriga tufada, às vezes vomito e passo mal involuntariamente.
Nada disso deveria ter acontecido, mas aconteceu, o efeito sanfona novamente me pegou, faltou consciência, faltou educação, faltou bom senso, posso rever na minha memória todos os meus acertos e todos os meus deslizes conscientes.
Infelicidade afetiva, bora comer, alegria, bora comer, ajudar os animais, bora comer, se sentir a melhor pessoa, bora comer... Lembro das coisas que fui capaz antes de adquirir consciência, remédios, shakes, neurose com a balança.
Eu comia alguma coisa e já me culpava, precisava de tempo para absorver a minha jaca, a vida era cheia de sacrifícios pessoais e nada fiz para expandir a consciência. O equilíbrio não tinha importância.
Aprendi a tirar vantagem, fazer as substituições de maneira esperada, me controlar no casamento deste fim de semana e aprender a não ser tão inconveniente comigo mesma.
Magra feita um varapau não é meu propósito de vida, nunca vou desistir de mudar a mim mesma, de me adequarem prol da qualidade de vida, de parar com as justificativas de agir e de escolher.
Meu corpo deveria ser meu jardim tranquilo, meu mundo maduro, preciso ser tolerante e rígida ao mesmo tempo para as minhas escolhas sensatas, preciso sentir prazer em admirar o ceú e contemplar as estrelas, não num prato de comida.
Preciso me imunizar de tudo que me faz mal, principalmente das escolhas alimentares erradas.

Não compre de forma alienada

Quando alguém tem uma meta clara é capaz de superar os próprios limites, eu sou tua amiga e posso dizer que as consequências de gastar sem consciência é desastroso.
Os altos e baixos emocionais não devem levar ninguém aos shoppings, não deve ser a explicação coerente para as compras compulsivas, a vida anda caótica demais, atribulada demais para fazer do dinheiro o simbolismo da vida.
Vou viajar daqui a poucos dias, gosto de gastar com viagens planejadas, conhecer pessoas gracinhas de vinte e poucos anos ou de sessenta e cinco, gosto de me sentir dona de mim mesma e isso eu consigo viajando.
Revivo cada viagem desde o começo, parece histórias de filhos que posso contar uma a uma. Eu olho para frente e só me vejo viajando mais e mais, dentro das minhas possibilidades é claro.
Fui educada sem sensibilidade, a pobreza foi me apresentada logo cedo, os meus pais queriam me ver felizes com pouco, não me muniam de “tudo que eles não tiveram”, a exceção era a educação.
O dia mais incrível de todos, foi o dia que encontrei pessoas hansenianas, sorrindo para a vida, sem precisar de apetrechos tecnológicos, sem contemplar a música romântica, o fato de existir em meio ao caos e ao preconceito fazia de cada um vitorioso.
Eu me deixei escolher por essa vida mais simples, pela necessidade de partir para o essencial, para desenvolver a arte da tolerância e da solidariedade, o resgate da confiança, o ficar calada sem revidar, era isso que eu estava acrescentando no meu carrinho de compras.
Gosto de falar de assuntos que não envolvem dinheiro, que não atraem novidades da hora, mas que impulsionam a vida, gosto de falar de essência, do ser, do existir, do sentir, do absorver, da gentileza, da simplicidade da vida e dos sacrifícios que podem significar alguma coisa. Quero estar abastecida dessa pequenas lições.

Fazendo de você uma pessoa que ninguém quer para casar

Você está diferente, disse ela, e minha amiga disse um dia antes, “se a relação não sai do lugar, então não é namoro”. Estava começando a ficar paranoico, era amor não correspondido?
Fazia tanto tempo que não te via, será que eu não correspondi as suas expectativas? Me senti entorpecido de tanto cansaço e ansiedade. Ela riu e até encolheu a barriga, sabe-se lá por que.
Se a pessoa não me passa segurança eu já quero pular fora, refletia sobre o que estava acontecendo e aonde isso ia me levar. Preferi não contrariar a pessoa, talvez eu não seja uma boa pessoa para constituir família.
Estava num lugar incrível, às memórias dela me vieram à cabeça, achei que ela estivesse interessada em alguém, isso me deixou ainda mais inseguro. Uma conversa que já deveria estar encerrada tem vida própria e recapitulei cada palavra que ela disse, sem sucesso, embaralhou minha cabeça mais e mais.
Eu vivia de consumo sustentável, já tinha pensado em suicídio, ficava com garotas uma vez por semana e quase sempre o assunto acabava quando eu mais queria que tudo desse certo.
Sempre fui muito seletivo, ficava com qualquer uma, mas nunca namorei quem me foi muito fácil. Não gostava de “Amor” em troca de nada. Eu precisava de um contexto, de um ponto de referência.
Pensava antes de reagir e não reagia antes de pensar, estava na direção certa, relembrava os momentos vividos, algo mais substancial, sem me importar demais, sem relógio batendo desordenadamente, sem pressa.
Me diverti às pampas, não me colocava no lugar de ninguém, não me desfiz dos meus sonhos, nunca fechei portas totalmente, amo ser homem e másculo, um sujeito difícil de aguentar.
O sentido de viver é ir se adaptando, ser atento ao esforço, reconhecer a bondade e ser grato a Deus, Sem saber como me sentiria hoje. Tudo está mais intenso, guardava as coisas para mim, minha intenção é me divertir, dormir bem e perder peso. Não sou homem para casar, não agora.

Uma coisa rápida e pouco considerada é o desamor

Reconheci meu problema de raiva e aprendi a dominá-la, sim, não dava para viver o resto da vida com sentimentos negativos dentro de mim, ódio, raiva e rancor não eram sentimentos que eu queria ter na bagagem.
Vocês dois nunca deveriam ter se casado era a frase que eu mais escutava, talvez essa afirmação seja verdadeira, talvez não, apesar dos percalços eu aprendi bastante com essa experiência.
Parei de ser educadas quando estava acompanhada, a energia não era boa, eu não me sentia feliz e era um saco tentar entender aqueles turbilhões de sentimentos confusos que nada tinha a ver com os meus propósitos iniciais.
Gerações e gerações de gente que não trabalha era uma realidade tão diferente, gente que se acomodou e deixou de buscar emprego, gente que se escora em outra pessoa para ter vida boa, gente que acha que o universo gira em torno do umbigo.
Ótimos retoques foram se moldando nos meus pensamentos, eu pensava em tudo ao mesmo tempo e sentia tudo com muito mais intensidade, eu agia com naturalidade, mas ao mesmo tempo ficava chocada em perceber algumas coisas. Parecia julgamento.
As roupas de gorda já estavam apertadas, fiquei no meu maior peso, descobri nessa fase que gosto de elogios, me definir como pessoa significava simplesmente tomar o controle do meu corpo.
Às vezes não me importo com as histórias ou necessidade das pessoas, parece que a minha é mais importante, sei lá, é tudo estranho, acho que dava impostância exagerada, talvez seja a nossa cultura de ser feliz com par.
Tentei assumir o grande sentimento que os unia: o respeito, tentei que fôssemos independentes, que cada um pudesse seguir sua vida com admiração ao outro, tentei primeiro salvar o casamento para mais tarde não ficar com sentimento de culpa, mas isso não funcionou.
Por fim, todos os resquícios de ex-marido foram “cirurgicamente” removidos pela psicóloga, que levou para longe os meus pensamentos, que me fez parar de me manifestar cada vez que discordo de algo, eu achava isso salutar e ela acreditava que não levava a lugar nenhum. A paz que sinto hoje é mais potente que a força do raio de sol.

Somos submetidos a um intenso foco de tensão

Você não é esse tipo de pessoa que eu imaginei, você não é tudo que sonhei, eu me perguntava se poderia haver algo mais entre nós porque eu te achava maravilhoso e tinha tudo para me fazer feliz.
Você ao invés, não perdeu oportunidade de me explorar, me amarrar numa situação que eu não queria, percebendo que eu vinha de um casamento fracassado me deu a sensação de proteção.
Eu não vi os sinais, se vi, os ignorei, eu tinha muitos aborrecimentos frequentes e eu achava que era coisa de intimidade, que isso fazia parte do pacote. A comunicação era péssima estávamos mais preocupados com beijos e amassos.
Vivia num mundo feito de aparências e não percebia, eu me sentia a celebridade em estar com alguém legal, gentil, bonito e que não usava nada por baixo, eu me sentias confortável nessa relação em que eu não conseguia impor nada a ele.
Escolhi percorrer caminhos em harmonia, de vez em quando erguia as sobrancelhas, mas não dizia nada, estava me transformando num tipo de pessoa que não desejava ser.
Ele tinha um filho, estava livre emocionalmente da mãe do garoto e isso não diminuiu em nada meu sentimento sobre ele, nunca mais precisei de dieta, ele não me elogiava, mas também não criticava.
Sentia-me afogada no medo e na solidão mesmo estando acompanhada, eu era mandona e truculenta, isso afetava minha neutralidade até então assumida. Não era um segredo de estado, mas também não é um tema aberto para debates expor assim meus piores defeitos.
Apesar de exausta, nem sequer pensei em me separar, coisa de mulher que tenta a até a última gota de água no deserto. A necessidade do relógio biológico e as exigências dos relógios sociais me fizeram tomar a decisão mais desgastante perante todos, a que eu não iria ser mãe, seria a mãe do filho dele, sem me importar que o filho já tinha mãe.
Ele se sente mal por perceber que eu não estava inteira, que algo não encaixava e que eu preferi ir ao Rio de janeiro sem ele, precisava encerrar o ciclo, mas nunca fui acostumada a decidir muito com a razão, eu era movida pelo coração e pela vontade de dar certo.

Vários gatos em casa e a gente conversa como se fossem crianças

É difícil não tratar como filhos, eles possuem um valor inestimável, nos causam apego e em poucos minutos no tomam o coração cheios de amor, são engraçados e teimosos.
Encaro sem trauma o sofá imprestável, antes eu era o suprassumo da chatice com as coisas de casa, nada poderia ter nada arranhado, enferrujado, quebrado, sujo, tudo era descartado para o lixo, hoje revejo que por trás de cada arranhão no sofá, cheiro de xixi, há um serzinho carinhoso e cheio de amor.
É óbvio que eu não ia facilitar as coisas, desde sempre tentei estipular regras civilizatórias, algumas muito eficazes, outras que desisti por cansaço físico e mental.
Gatos nunca querem se sentir cercados de carinhos e abraços como nós humanos, são mais na dele, querem fazer só o que sentem vontade, são de momento, perdoam fácil a nossa invasão de privacidade.
Prestam atenção a tudo, miam por comida o tempo inteiro e de vez em quando aparecem roçando em você como se nada tivesse acontecido, são soldadinhos do bem.
A gente sai contando as presepadas, pensando e relatando o que fizeram e deixaram de fazer, o mundo dos gatos tem muitas possibilidades: ciúmes, posses do que nem é deles, carinhos inesperados, lambidas de surpresa e o óbvio despertador automático.
Quase tudo na vida melhora quando temos um gato, a gente lembra deles no trabalho, no mercado, na feira, na hora de comprar móveis, e pasmem, até na hora de arrumar um namorado porque não dá para ouvir o amor falando “passa, passa” pro seu bichano preferido, pro seu filho de quatro patas.
No mundo de hoje, é bem comum amar e respeitar os animais, mas tem muita gente escrota que trata animal como lixo, que se acham naturalmente superiores, animais são seguros, afáveis e seres penetrantes que nos conquistam a cada dia.
Vivo recordando momentos únicos vividos com eles, uma arranhar a porta quando custo a acordar, o olhar murcho quando estou doente. A qualidade de vida que ganhei com a presença da Thiffany e do Kadu em minha vida é indescritível. Mamãe ama os nhenhens délha pá shempi.

Essência do viver

Tinha sempre escolhas sensatas e educadas, estava ainda solteira aos 43 anos, nunca tinha me casado, parecia que a felicidade em par não tinha sido feita para mim.
Queria um casamento feliz, mas não com marido sem graça. Tive namorado por várias vezes, fiquei noiva três vezes, mas o relacionamento acabava se deteriorando, eu sempre queria receber mais dele e nunca me senti amada o suficiente para o “Sim Definitivo”.
Quando está muito quente e quando ouço aquelas músicas, sempre trago lembranças do passado do “e se tivesse casado com um dos noivos”, mas breco o pensamento e falo sobre liberdade.
Precisava viver um dia de cada vez, entender que não era para ser senão teria sido, que mesmo que eu amasse massagens e roupas bonitas não poderia tê-las sempre que quisesse.
Meu estoque de lágrimas se esgotou e eu pela primeira vez na vida me sentia solitária, o velho ditado “a união faz a força” não causava efeito, então resolvi partir para a realidade e sair da ilusão.
Todo mundo pisa em ovos a minha volta, como se eu fosse desabar a qualquer instante, como se a solidão me deixasse depressiva, como se eu ainda me conectasse com todas as pessoas que amei, como se o elo não tivesse desfeito.
Tive muitas trocas de experiências, aprendi e ensinei com os meus relacionamentos, chorei e fiz sofrer, alegrei-me e fiz sorrir. Na minha família temos o hábito de pôr para fora nossas mágoas e isso faz com que eu ame cada relacionamento que tive de maneira bem diferente. Não voltaria com nenhum deles, mas desejo sucessos amorosos.
Os homens se sentem atraídos por mulheres bonitas, jovens e com corpo em forma o que não é o meu caso, além do mais considero isso irrelevante, a vida às vezes se torna fácil e sem complicação, é o que eu acho.
Obviamente que eu amei, ops, amei, mas tinham dificuldade em assumir compromissos, o que busco mesmo não é a companhia, o casamento, o contato físico, o que busco é a essência de viver, algo que revolucione a minha existência.

A ideia de um grupo de apoio me dava arrepios

Descartar o orgulho foi o primeiro assunto do dia, o assunto em pauta teve várias reflexões e muito choro, era a primeira vez que alguém me dizia que as minhas atitudes era de alguém orgulhosa e que não dá o braço a torcer.
Não tenho ex-marido, nem filhos para lhe fazer concorrência, sou solitária e talvez por isso tenha entrado no mundo da carência chamado drogas, e com as drogas me veio a adrenalina do risco e a vontade de ganhar dinheiro. Hoje em dia se fala cada vez mais do mundo exterior e bem menos de si mesmos, foi nessa linha que comecei a traficar.
Carente sim, frágil certamente, burra nem tanto. Troquei de carro velho para um carro caro de sete lugares, não vou divulgar a marca, pois não ganhei um centavo de desconto. A concessionária nem quis saber por que estava pagando a vista e de onde vinha à origem do dinheiro, mas aumentou em cinco mil o valor do carro inventando desculpas.
Cometi um erro gravíssimo, cheirar e traficar, você é enganada de todas as formas e isso fez com que eu levasse três tiros para eu me espertar da brincadeira. O vício das drogas é uma doença iniciada por emoções distorcidas.
Tenho medo até de escrever sobre isso, parece um mundo imaginário, ninguém se assume, ninguém quer saber, as pessoas começam a te olhar torto como se de fato você fosse um fracassado.
Eu não uso nada há anos, faz tempo que parei, mas ainda sou uma recuperanda porque a sensação e o barato que eu sentia era muito bom, porém o preço era alto demais, preço de vidas destruídas em overdoses, preços de furtos para ter a encomenda necessária, preço dos tiros e prisões e o preço mais alto de todos que é a dependência de não ser dono da própria existência.
Dizia eu aos meus botões “quero ser livre”, quero meus pais vivos, minha família em segurança, minha vida de volta, quero estar cercada de amigos. Me abstive de algumas coisas em função de outras, mas nada daquilo era justo, certo, bom e verdadeiro.
O grupo de apoio era potente como a força de um raio, um despertar, um segurar a mão, o grupo social movido pelos mesmos interesses, pela ansiedade de não saber explicar como se chegou ao fundo do poço, quem nos meteu ali, um grito de socorro. Foi assim que ressuscitei!

A base de sustentação

O homem que existia na minha vida não era o homem que eu conheci, as coisas pelas quais acreditei não existiam mais, conformei-me com o mundo desconhecido dos sentimentos.
Refinei meus pensamentos em tudo que era positivo, coloquei emoção no dia a dia, me posicionei diante dos acontecimentos, não me calei, nem me acovardei, também não fui radical, apenas quis expressar meu descontentamento.
Tem coisas que até enjoa a gente, as mesmas chateações, as mesmas reclamações, as mesmas injustiças, a cinta modeladora que você não deveria ter comprado, mas que te ajuda a colocar a postura em ordem.
Conhecia de cor e salteado todo o palavreado, da hora que chegava do trabalho até a hora de ir dormir, nada foi fácil para mim, tudo na minha vida exigiu-me esforço, meus desejos não eram satisfeitos rapidamente ou espontaneamente, foi luta, trabalho, conquista, intenção.
Eu tinha amigas tanto casadas quanto solteiras que não param de falar em homens, o mundo começou a girar em torno disso e só eu que não tinha percebido, não me interessava saber o que eu já tinha observado.
A minha extrema necessidade era manter meu estado de saúde equilibrado, sendo ele a minha alma gêmea ou não eu precisava desligar o modo multitarefa cheio de contradições e sem referência ao senso comum.
Eu tinha pouco tempo para processar tudo, o papel das mulheres era tolerar esse comportamento passivo-agressivo, estimular interesse, energia e prazer, mudar a rotina e blá blá blá.
Há algo mais importante que a própria dor? A dor dos outros? Seus problemas? Nunca desista de ninguém! Nunca desista de si mesma! Tá esquisito? Esquece ele por um tempo. Nem pense em separação, que traz despesas e amolações.
Acho que em parte parece mais fácil jogar tudo para o alto e seguir, balançar a cabeça para um lado e para o outro formando um não, e com a expressão do meu total desinteresse, mas a sustentação do amor deve estar ligada a Vontade e a Vontade manda e comanda tudo, mas só dá certo se a Vontade de Construir tiver o alicerce recíproco.

Uma vez na vida

Despersonalizar ideias de preconceitos deveriam ser primordiais pelo menos uma vez na vida, ninguém conhece cada história, cada sentimento, cada emoção, cada trauma.
Sentia-me lerda de vez em quando, sentia-me letárgica por tantos julgamentos que tive que escutar ao longo da vida, branca, filha de pai preto, fora todas os tipos de piadinhas que envolviam a suposta traição de uma mãe branquela pela qual eu puxei a cor.
As nossas crenças não justificam nenhuma superioridade, os nossos julgamentos não nos fazem melhores que ninguém, as nossas dúvidas são apenas dúvidas, são maneiras tortas de nos levar a reflexão.
Por trás de muitos comentários, ele se interessa pelo meu bem-estar, diz que gosta de mim, que quer me ver feliz, diz que nada importa, o que os outros falam, mas não o vejo se colocando no meu lugar.
Tive uma filha e nunca mais tive coragem de conceber outro filho. Eu queria no mínimo uns quatro, ia amar ter família grande, gente correndo pela casa, brigas e união, gritarias e silêncio (ok, só na hora de dormir), mas esse mundo cruel que acompanhamos pela internet sufocou meus planos.
Alguns dias são melhores que outros, isso eu não tenho dúvidas, alguns momentos são infinitamente mais felizes que outros, o meu emocional eu traduzo como sendo a poesia com liberdade.
Não admito violência física nem emocional, não consigo acreditar que alguém ousa falar de amor machucando alguém com palavras ou tapas, ser linda e ganhar um murro, ser inteligente e ganhar chutes... é uma matemática que não fecha.
Podem me definir como bem entenderem, podem dizer que uso disfarce, que por trás dessa vida segura existe fragilidade e choro, sou de quebrar o silencio ou ele me sufocaria.
Eu demonstro intimidade emocional, ele porém, começava a apresentar sinais de doenças, um monstro que bate em mulher não é normal, tudo iniciava com a língua maldosa e depois as consequências aparecia.
Perceber a forma abusiva em que eu era tratada levou muitos anos, eu acreditava nos arrependimentos, eu acreditava em choros, em promessas, em espíritos ruins que queriam destruir meu relacionamento.
Só consegui me libertar quando pelo menos uma vez na vida percebi que eu merecia amor e não pedras no caminho.

Estamos resolvendo nossos problemas externos, mas não os internos

A gente sempre tem inspiração para um monte de coisa, o que vamos fazer com a casa, que cor pintar as paredes, qual esmalte comprar, qual roupa usar no fim de ano, a gente esquece de olhar para dentro.
O futuro precisa desse dentro reconhecido. Alguns caminhos levam a depressão e entre os vários motivos da pasta de entrada dessa doença é não se conhecer. Às vezes a gente não encontra palavras para dizer o que pensa, outras, não tem determinação para atividade física, outras vezes explode por qualquer coisa.
Perguntas que aprendi a não fazer até porque ninguém as compreende, dentre ela você cuida do seu interior? Está tudo sempre bom para ti? O relacionamento conosco tem que evoluir.
Nossos afetos e nossos valores éticos precisam ser aprofundados, a gente tem sempre uma ótima justificativa, eu acho que o estudo da vida deve partir das experiências concretas.
Tenho muitas qualidades que não consigo encontrar facilmente em todo mundo, estou sempre pronta a falar a verdade, a discutir a relação, a não achar tediosa a companhia de mim mesma.
Sou jovem para os padrões quarentões da antiguidade, quando nasci morta e tiveram que me ressuscitar não sabia que o pior dia da minha vida já tinha passado e quando a minha mãe me contou com aquele sentimento intenso e com os olhos marejados eu ressignifiquei a minha vida.
Sua gigante aflição e nossa história de vida fez de mãe e filha uma coisa só, papai participou ativamente, rezando na sala de espera, mas sem saber que a filha lutava por sobrevivência enquanto mamãe morria por dentro.
Não se trata apenas de uma questão emocional, eu tinha motivos para ser ansiosa, fui desde cedo mais instinto para resolver meus conflitos de vida ou morte a desenvolver a arte de pensar.
Numa relação ninguém é mais importante que o outro, aceito meu pai como ele é, minha mãe como é, meus irmãos como são, um dia vou olhar para trás e me arrepender de tudo o que fiz ou deixei de fazer que não me agregou, que não me evoluiu, que não me impulsionou.

A beleza não tem nexo

Talvez seja uma construção diária, um aprendizado, um olhar externo, talvez seja uma recusa de padrões, ou ainda ser metódica no cuidar ou no olhar, a beleza não é a moça ou o moço bonito da noite de sábado.
Podemos deixar passar a pessoa maravilhosa que está ao nosso lado sem ver a beleza que existe nela, podemos só perceber anos mais tarde, ou significativamente quando estivermos mais velhos.
O marido tem estado distante, reclama do peso, das rugas, das manchas, ele também está gordo e acabado, mas eu ainda o vejo belo, não é cegueira, é apenas a visão do todo, a beleza da essência.
Não viemos a este planeta a passeio, não acredito na teoria do acaso, a natureza é tão bela, as belezas naturais são tão intrigantes, a arte é tão notória, a gente em constante evolução.
Eu não acredito em quem me rebaixa, eu não acredito em quem tem sempre algo negativo a dizer, em quem só sabe falar de si, nem quem não foi educado para enfrentar um não firme e decidido.
Valorizo as potencialidades, valorizo o sentimento especial e a autoestima de quem dá grandes saltos, valorizo a capacidade de chegar na adversidade sem nível de ansiedade.
Nunca durmo bastante, não tenho nenhum hobby, me deixo contaminar pelo que os outros pensam de mim, minha mente não tem livre arbítrio, meu coração partido não é exclusividade minha.
As pessoas amam o individualismo e se preocupam pouco com o bem-estar dos outros, falar que não sou bela, que não tenho nada a acrescentar, falar que sou supostamente inferior.
A ilusão é poderosa para afundar alguém, a minha resignação com autenticidade deveria ser previsível. Diante de percalços, escolhi não ser mãe por achar que não aguentaria um terceiro aborto, eu me sentia feia e inapropriada, eu não me sentia digna. Hoje, depois de me reconhecer como sou e me amar com cada ruga, cada grama, cada excessos ou faltas eu acerto em dizer que o belo que vês é o belo que está dentro de ti, e a feiura que insiste que tens em mim reflete dentro de você.

Faça brilhar seu estilo de vida

Você não precisa se obrigar a gostar das coisas do outro, basta aceitá-las, você não precisa ofuscar ninguém para que sua alma brilhe, você não precisa ser indiferente ou se achar superior.
Não conjugue o verbo consumir com toda intensidade, não compre coisas com muitas embalagens, troque supermercados por feiras, as nossas atitudes anteriores também contribuem para uma vida com mais luz e amor.
Meu verdadeiro propósito é ser lida, fazer alguém feliz com meus textos, fazer alguém refletir, fazer as pessoas refletirem sobre a sua luz, seu potencial, suas qualidades, seus propósitos.
Se não visto uma coisa há anos, nunca vestirei novamente e é importante doar para quem não tem, eu fico chateada com a mentalidade de doar apenas o que está estragado, o manchado, o rasgado, o descosturado, o sapato muito velho. A gente deve dar sempre o nosso melhor, a nossa melhor versão quer em roupas, quer em palavras. É desse brilho que estou falando.
Escolhi viver com menos, escolhi viver passeando, curtindo a natureza, viajando, escolhi viver na essência, escolhi uma forma prática de viver sem muitas escolhas a fazer, sem muitas peças para escolher, sem muitas dúvidas do que usar.
Todo discurso de que alguém havia sido cuidadoso, delicado e amoroso era da boca para fora, mas eu não gostava de falar mal de ninguém, eu não curtia ter sido íntima de alguém e agora destila ódio, acho feio!
Sou da promoção do diálogo e não dificultá-lo, sou do olho no olho, sou da verdade, da justiça, da bondade, não sou perfeita, não é isso apenas quero viver intensamente sem raivinhas no coração.
Não sou de botar o choro para dentro, de amargurar o coração de me sentir infeliz por qualquer coisa, não sou de me lamentar e nem achar que eu não sou merecedora de nada, sou muito pé no chão.
O importante é a sensação de bem-estar, o brilho nos olhos, o olhar com bondade e evitar o julgamento a todo custo. Aprendi que 90% das nossas brigas são frutos do nosso egoísmo. Seja Brilho, seja Luz!

Missa Comunitária

Tem gente que se ofende em se cantar parabéns em missa comunitária, alguns acham falta de respeito, outros acham um absurdo sem fim. A minha opinião é que infelizmente não estamos preparados para a morte, tudo nos ofende, tudo nos é roubado, tudo é malicioso.
Na vida é assim, uns nascem, outros morrem, uns choram, outros sorriem, uns enlutados e outros agradecidos. Esse vai vem, altos e baixos faz parte do nosso dia a dia. A palavra de ordem é tolerância.
Tolerar que o padre pode se sentir feliz com o novo ciclo de vida de quem está aniversariando, assim como pode se sentir triste pela pessoa que partiu. Uma coisa não anula a outra. Missa comunitária, além de referenciar a Deus sobre todas as coisas, também deve estar em sintonia com os anseios da comunidade.
Sou fã de dar Graças a Deus pelo dom da vida, me sinto contemplada na minha paróquia quando recebo bênçãos, parabéns, desejos de felicidades, abraços, qualquer manifestação de carinho e gratidão pela minha existência.
Também choro e me sensibilizo pelos que partiram, na verdade penso na morte todo santo dia, penso e rezo para ter uma boa morte, rezo pelos meus, rezo sempre que passo perto de algum acidente ou sei que alguém se matou.
A cada dia que passo me conscientizo que nossa vida não é essa, nossa vida é eterna e distante dessa dimensão terrena, todas essas pequenas chateações não chegam onde nosso ente querido está.
A vida nos dar várias oportunidades de amar e ser amado, de compreender e ser compreendido, de cair e levantar, a vida nos dá sinais claros que é muito bom viver aqui em harmonia com os outros.
A vida é um presente terreno e a morte é um presente divino, é difícil de entender mesmo, a gente se apega a matéria, ao corpo, a presença, as sensações egoístas que nos fizeram feliz, a gente fica querendo eternizar felicidade.
Não estou minimizando dores, perder quem se ama é um baque totalmente dolorido e se a gente não tiver equilíbrio emocional a gente se desestabiliza de vez, a gente perde a caridade, a gente se sufoca com coisas ruins.
O legal de tudo isso é o aprendizado de sempre, não é fácil, nunca foi e nunca será. A gente não desliga de quem a gente ama nunca, tudo é motivo para ficar triste, tudo tem a sensação de vazio, de perda eterna, de vácuo, tudo parece sem sentido. O importante é recomeçar.

Eu sinto que não pertenço a este lugar

Sou uma máquina de jogar coisa fora, não sei ao certo quem eu sou, vivo numa sensação incomoda de vulnerabilidade, é a cultura do instantâneo, a relação poderia ser chamada de amizade, mas não era.
Muitas pessoas que faziam parte do meu convívio social passaram a evitar, a palavra mãe trouxe à tona emoções amargas de abandono, não dava para mudar o início da vida que foi cheio de informações desconexas.
Sou um ser espiritual, estou desapontada e chateada, não consigo imaginar outra pessoa sentindo da forma como me sinto, estou doente sem recuperação rápida, me sinto tão humana, embora o mundo não acredite.
Foi difícil obter a serenidade, nem percebi o poço profundo que eu estava, por um momento tive a calma que eu precisava, não quero parecer mal-educada, mas isso é só uma confusão das ideias.
A melhor maneira de saber o que queremos de verdade é nos livrarmos do que não queremos. Decidi morar sozinha, assim tinha chance de ser bem-sucedida “nas relações”, uma atitude nada nobre.
Nunca fui o lado feminino da humanidade, nunca aprendi a renunciar, sempre fui de fazer as coisas quando posso e na hora que posso, por uma época me incentivaram a explorar a veia literária que pulsa em mim.
O meu sonho era ter quarto igual de hotel, achava que quanto menos entulho em casa, menos entulho na cabeça e na alma, vivia quebrando barreiras difíceis, não conseguia me impor como indivíduo e se raramente conseguia, era uma vitória.
Por anos todas as escolhas que fiz não eram minhas, eram ordens disfarçadas de escolhas, por muitas vezes me sentia a criança aprendendo a educação formal, com medo de falar com franqueza, com medo de ser julgada.
Foi difícil ignorar meus sentimentos por tanto tempo, minha mente nunca parava quieta, esse é um dos riscos mais maravilhosos da vida a progressão da nossa mente, se uma mentira recebe atenção suficiente, ela pode crescer e ferrar a sua vida. Abracei o presente e decidi pela felicidade.

Feliz Dia dos Namorados

A gente sabe que o namoro é bom quando pensa: Ele bem que podia se mudar para cá.
A gente sabe que o namoro é bom quando as diferenças nos unem e complementam.
A gente sabe que o namoro é bom quando comer, dormir e rir são coisas prazerosas.
A gente sabe que o namoro é bom quando emagrecemos ou engordamos juntos
A gente sabe que o namoro é bom, quando queremos que dure 60 anos ou mais.
A gente sabe que o namoro é bom, quando a gente se aceita e não se cobra.
A gente sabe que o namoro é bom quando ficamos um pouquinho parecido com o amado nas atitudes.
A gente sabe que o namoro é bom, quando gostamos dos mesmos acontecimentos sociais.
A gente sabe que o namoro é bom quando a pessoa é atenciosa e de bom coração.
A gente sabe que o namoro é bom quando a gente enfrenta a frieza do mundo com amor.
A gente sabe que o namoro é bom quando numa noite de sábado a gente curte o nosso par independente de programação.
Seja feliz! Namorar faz bem!

Antes de morrer quero assumir o controle da minha vida

Meu coração grita de dor, pareço perdida, talvez eu possa mudar de ideia em algum momento, nunca gostei de autopromoção, sou avessa a esse comportamento, não sou de regras, uso maquiagem quando quero.
Embora ainda estivesse totalmente perplexa com perdas de sono, muita negatividade já tinha se tornado um hábito para mim, nada para mim era muito sério ou íntimo, eu só pensava no último adeus.
Chocada demais para reagir, sempre estive à disposição para tudo que precisar, algumas pessoas usam enterros apenas para socializar e nem pensam em quem acabou de morrer, é muitas risadas e piadas.
Os sábios eram irritantes, com uma liberdade sempre no caminho, com o mundo de facilidades, eu sou da geração medicalizada, meus sentidos humanos têm poderes que nem sempre é explicado pela lógica.
A simples menção a um presente me afetava de tal forma inimaginável, como se eu não fosse digna de nada. Sempre tive que esperar um pouco mais para subir mais um degrau, era difícil assumir o controle do meu destino.
Toda uma época de minha vida que eu achava ter apagado da memória não tinha sido, sempre é muito fácil se depreciar e colocar no outro qualidades que não lhe pertencem, a gente não é só medo, a gente é um manual.
Fiquei constrangida, eu estou fazendo o que posso para salvar a gente, chega de autocomiseração, agora eu me sinto muito grata por todos os foras do universo, abro mão daquilo que cumpriu seu propósito.
A única coisa que eu não consigo fazer é descartar emoções antigas, ensinei um bom caminho para meus filhos, onde eles pudessem moldar sua personalidade, mas esqueci de aplicar esses ensinamentos para mim.
Precisava de alguns instantes para processar tudo, relacionamentos, amor, gentileza. Estou aprendendo a agradecer tudo que conquistei, você mal fala comigo e agora quer consertar o nosso relacionamento, assim eu desacelero.

Eu sei bem como é ver a pessoa que você ama lhe dar as costas

Fiquei quieta, agi sem firulas, tornei-me gentil e sorridente, mesmo parecendo perdida, na época fiquei sem saúde, meu amor não era condicionado a nada, amava gratuitamente, não conhecia a cara do preconceito.
Eu não me livrei de nada, valeu a experiência, eu fico querendo compreender todo mundo e institivamente dou um passo para trás, a vida continua o amanhã será melhor, mesmo sem saber se isso de fato é verdade, nunca questionei.
Comecei a repetir o processo mental de que tudo ia terminar bem e repetia esse processo seis vezes por dia, ora estava eufórica e cheia de possibilidades, ora estava pedindo explicações adicionais para o meu coração.
Reconheci a gentileza do homem que estava indo embora, esse livro eu já tinha lido, curtir e ir embora em seguida já fazia parte do meu repertório, senti uma pontada de raiva por ter sido feita de boba novamente.
A mentira me protege, por vezes eu vivi uma inverdade feliz, viajar juntos e curtir como se fôssemos felizes, me sentir amada e amar mesmo fora das medidas, a insistência em não ajudar nas atividades domésticas porque estava sempre cansado.
Cada traição eu me sentia oprimida, eu estava entre a maioria das pessoas que busca saídas rápidas e cômodas para seus problemas, eu queria ser feliz, desaprendi a ser espontânea.
Com o tempo a gente vai se desapegando das pessoas, até roupa nova doava sem pena, estava cansada de ser diminuída com essas representações ridículas, eu me importava demais com a opinião dos outros, todo mundo era feliz no amor, menos eu.
O livro da minha vida não tinha uma boa história de amor, ter consciência disso era meu primeiro passo no processo de cura, eu não estava nesse mundo por causa de ninguém, as lágrimas faziam parte e serviam para lubrificar a minha visão.
Ninguém lê o meu mundo, eu apenas vivia reagindo aos acontecimentos, o questionamento “será que sou digna de ser amada” sempre me assombrava, passei a economizar dinheiro, passei a compreender a importância de ser feliz sozinha, de manter a casa e a vida cheirosas. E depois que passou a fase do autoconhecimento veio a transição de uma vida cheia de alegria.

A confiança exige correr riscos

Respeito quem pensa de modo diverso, mas eu jamais queria gratidão no amor, alguém sem sentimentos atuais que se sentisse grato por tudo que fiz e estivesse comigo por esse motivo.
Perceber as pessoas por trás das obras não é tão simples quanto parece, sou intensa no amor, mas não quero cobrar dívidas, não estou falando que reciprocidade não é coisa boa. Amo e faz bem, mas reciprocidade com sentimento.
Namorei cinco anos cheios de idas e voltas, custei a entender que era costume, medo do novo, pavor de não gostar da minha própria companhia, pânico de conhecer a mim mesma.
Estou sempre me sentindo envergonhada, quando recebo coisas sem ter feito nada, quando não é justo, quando parece que eu não tenho o merecimento de tais agrados. Sou da geração que precisa suar para conquistar.
Eu não estava preparada para ser traída, nunca me passou pela cabeça tamanha falta de respeito. Poxa! Eu só dei amor, fui sincera, leal, parceira, talvez boba, talvez besta, talvez melosa demais.
Os sinais estavam claros, eu é que não vi. Ele se expressava sem dar atenção aos meus desejos, sempre tomava suas próprias decisões sem se importar comigo. Era intrometido e sufocante.
Uma das vantagens de ser traída é poder palpitar com propriedade sobre o tema, algumas mulheres nunca se adaptam ao fato, outras tiram de letra. Não estou minimizando a dor de ser sacaneada, estou apenas não me importando com a atitude do outro. O que me importa são as lições que aprendi.
Apesar da decepção ele continua sendo alguém que você amou e teve momentos felizes, apesar da decepção me sinto incapacitada de processar sentimentos internos misturados com raiva, rancor e ódio.
Se por um azar você mantém esse relacionamento, você acaba se perguntando o tempo inteiro que vantagem você toma disso, você não desliga quando ele viaja a trabalho, você cobra respeito e impõe leis. É um trabalho árduo de nova composição do seu ser.