Quando uma determinada vivência física... Arcise Câmara

Quando uma determinada vivência física não tem mais nada a ensinar

Pareci tão aliviada e realmente estava. Acredito que precisava viver do modo que vivi para adquirir as experiências necessárias. Sempre o medo dominava minhas emoções, às vezes era coisa da minha imaginação, uma ironia social.
A pedagogia da vida estava sempre alerta a tudo que me acontecia, eu precisava aprender, nada fazia sentido se eu não aprendesse o que ela queria me ensinar. Eu acreditava que o tempo era capaz de apagar meus ressentimentos, mas não era tão simples assim.
A gente não separa o que está dentro do que está fora e faz umas confusões. No amor nada é destruído para sempre, a vida segue o estado da alma, até que surge alguém mais interessante, um emprego melhor, troca de casa e a vida familiar fica nos trilhos.
Não adianta muito se sacrificar, evitar fugir da rotina já escrita, ter vergonha de admitir que certas atitudes acabam com a gente. Mantive as amigas e as atividades de lazer om elas.
Lei é lei, vale para todos. Opa! Opa! Era para ser assim, nada disso consegue preencher-me quanto tem injustiças ao redor, quando alguém é prejudicado. Com o tempo a gente obtém os anticorpos para separar o que lhe faz bem ou não e é disso que eu estou falando desde o início do texto.
Mando mensagem ao mundo que o aprendizado foi concluído quando assimilo o que realmente tinha para assimilar. Coloquei os pensamentos em ordem, não era a maneira mais correta de argumentar
Apesar do fato de eu ainda estar apaixonada pelo meu ex, nunca consegui criar um laço nem com ele mesmo. Estou morta de saudades, mas orgulhosa demais para qualquer atitude.
Levanto uma sobrancelha, não convencida do que ouço, não sei disfarçar se sinto cheiro de mentira no ar. Não é poder nem vontade de predomínio, na verdade é um medo gigantesco de ser enganada.
Divido minhas propriedades, dando boas gorjetas, colaborando com boas causas, ajudando amigos e familiares, poderia ter mais dinheiro do que o pouco que tenho, mas nem lembro disso porque minha natureza é generosa, vocação de toda a vida.
Parece estranho nunca mais encostar no corpo do outro, nem ter sensações invasivas e sufocantes. Nunca senti algo igual por mais ninguém, mas ele ficou insuportável quando a religião afetava todas as nossas ações e reflexões, inclusive as minhas que não tinha uma visão tão fundamentalista.
Segui em frente com o sentimento de que aprendi onde consigo me adequar e onde não há a menor chance.