Sei que não gostam da minha atitude... Arcise Câmara

Sei que não gostam da minha atitude

Escolhi minha vida, desejei aquilo que é necessário e depois amar, perdi minha própria companhia, mas descobri que os limites podem ser estendidos, jamais me permitira amar uma mulher, porém não morro de amores pelo casamento convencional.
Os homens já espezinharam meu amor, já compartilhamos um momento sagrado, acreditei que deveria saber tudo sobre o seu passado, me preocupava quando ele se atrasava. Quando faço a mesma coisa, sou repreendida, parece que ele quer ser meu dono.
Não pertenço a nenhum lugar, tenho minhas formas secretas de tolerar a solidão. Gostaria de estar vivendo aquele momento único de ser plenamente feliz comigo mesma, porém, sou acometida de um medo. Saber que ao morrer meu corpo pode não ser descoberto até que o mal cheiro se instale. Eu piro!
Meus pensamentos tirou o encanto da minha vida quase perfeita, eles nunca me conheceram, só me usaram. Meu desejo fazia eu precisar dele ou deles. Eles eram mais gentis e generosos, os milagres acontecem à nossa volta quando há um interesse por trás.
Entendi todos os significados pessoais, amizades cujas pessoas se unem para um ideal mais elevado, eu deixava um tiquinho de mim sempre que me voluntariava por uma causa nobre. Tinha uma certeza: não queria desperdiçar minha vida.
Só amo quem tenho por perto, ficaria contente se ao menos duas pessoas gostassem do meu texto, nunca pareci tão séria ou íntima para um último adeus ao pé da cova. Tinha outra certeza: O amor só consegue sobreviver quando existe esperança.
Sempre fui a fraca parecendo forte, são poucos os homens que são efetivamente bom pai e bom esposo, a tarefa de pai é irrenunciável, e a cabeça vai se enchendo de coisas sem sentido: Algumas pessoas usam enterros apenas para socializar e nem pensam em quem acabou de morrer.
Lágrima não é privilégio de mulher, as mulheres estão mudando também, a gente se coloca na linha. Sempre tenho remorso por uma experiência negativa, todo mundo quer facilidade, uma sociedade medicalizada, mas para mim, a ignorância é sempre um risco maior.
Revivo um passado de relações difíceis e cheio de preconceitos. O sentido humano tem poderes que nem sempre é explicado pela lógica, estava brigada com alguém, brigada comigo mesma, brigada com a vida. De uma hora para outra resolvi aproveitar a oportunidade e apagar sentimentos ruins da memória.
Sempre é muito fácil se depreciar e colocar nas outras qualidades que não lhe pertencem, o silêncio é um sinal de que as coisas não vão bem. Procurei conhecer a minha verdade, os sinais de Deus mostram o caminho.