Coleção pessoal de Arcise

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Meu cabelo está brilhoso e bem tratado, o corte ajudou, pode parecer pequeno, mas pequenas migalhas dadas ao cabelo fazem uma enorme diferença.

Uma expressão divertida é quando eu tento concatenar as ideias e entender as leis fundamentais das relações não saudáveis.

Destruí sua vida familiar

Quem quer pisar em ovos pelo resto da vida? Quem quer ter vida de solteiro estando recentemente casado? Quem culpa os outros pela própria angústia?
Caminhar a dois não é tarefa das mais fáceis, é um exercício diário em companhia, nada parecia muito gentil, parece que eu não estava com aquela força toda para amar, estava cheia sendo guiada pela ansiedade, a irritabilidade, a impulsividade. Eu era ágil para brigar, tínhamos um tratamento difícil a minha forma de me relacionar era diferente da dele.
No início éramos companheiros inseparáveis, depois observamos o nosso lado incompatível, nossos segredinhos viraram chantagens, não havia consciência na construção de uma família. Aquela pessoa verdadeiramente atenciosa não existia mais.
Não conseguia deixar de me preocupar por conta das brigas de que eu não passava a figura de mulher séria, dedicada ao lar, que ele não tinha confiança em mim, que eu soava arrogante, pavio curto e instável.
Sempre sonhei em felicidade sem esforço, boa demais para ser verdade sem as instabilidades e inseguranças, talvez porque quando eu amo eu fico mais segura que uma rocha e não precise de controle para ser fiel.
Não me preocupo em controlar ninguém e odeio ser controlada, minhas credenciais são fidelidade e lealdade, porém sou dispersa curto os amigos, boas gargalhadas, se você não quiser me acompanhar em eventos pode ficar, noto as diferenças mas consigo compreendê-las.
A atmosfera entre nós mudou para pior, o tom era hostil e impaciente, típico de apatia ao primeiro olhar, com o tempo ficou tudo muito recíproco, era difícil ser boazinha com quem te despreza. Sentia uma saudade imensa que apertava o peito do tempo que nos conhecemos, do tempo em que você me achava metida e certinha e fazia tudo para me conquistar e me fazer feliz.
Sempre sonhei viver uma vida repleta e gratificante, mesmo sem você, o ideal seria que fosse com você, mas já que isso não era possível, já que com você eu vivia com a cabeça atormentada, eu não tinha paz...
Nessa ocasião percebi que sou mais forte do que pareço, que nem todo amor é importante, que senso de humor deve fazer parte da vida familiar, que nem todos os casamentos dão certo, que eu não poderia te colocar como a pessoa mais importante da minha vida sendo tão infeliz.
As minhas atitudes mudaram, sei disso, adorava meu trabalho, minha voz alegre era minha marca registrada, era evidente que eu me sentia bem comigo mesma em todas as áreas da vida, menos em uma.
Infelizmente o divórcio se tornou um câncer social, eu mesma já aconselhei várias pessoas a ficarem juntas, a procurar um terapeuta, a aprender a lidar com os sentimentos, sendo franca e torcendo pelas relações, mas quando você se ver completamente infeliz o discurso do felizes para sempre muda de figura.
Eu fui um pouco além da conta no meu limite de tolerância, cada palavra era uma possibilidade de união, depois entendi, por mais que gostássemos um do outro, eu ia para a direita e ele para a esquerda, o que mais pesou foi ter a ideia de que ele era uma pessoa desprovida de compaixão.
Um beijo longo e intenso e uma despedida, destruí seus sonhos de uma família, voltei atrás no meu sim, transformei meu sim em não, mas eu precisava continuar com sentimentos lindos ao seu respeito para sempre, eu precisava me livrar dos ressentimentos e tornar minha vida mais pura e mais alegre.

Feliz Natal!

Um Natal sem destinos
Um Natal com gente que a gente gosta de ver
Um Natal com várias gerações
Um Natal sem dificuldades
Um Natal sem fugas
Um Natal sem julgamentos ou sentenças
Um Natal com você
Um Natal longe da nossa terra
Um Natal com as coisas em ordem
Um Natal sem desentendimentos familiares
Um Natal humano
Um Natal sem cartas na manga
Um Natal rodeado de amigos para todas as horas
Um Natal sem grandes cicatrizes
Um Natal sem doenças
Um Natal sem desconforto
Um Natal com casamento que dá certo
Um Natal feliz
Um Natal com os sentimentos em seus devidos lugares
Um Natal sentido com o próprio coração
Um Natal de desejos
Um Natal humanitário
Um Natal com humor
Um Natal sem preconceito, guerra e ódio
Um Natal sem medos
Um Natal com metas a perseguir e espaço para crescer
Um Natal de Sonhos, Luz, Esperança, Um Natal com Jesus renascendo em nossos corações.

Bens e necessidades

Nesse tempo de crise as pessoas andam refletindo entre bens e necessidades, reaproveitando coisas da estação passada, se esforçando para economizar, colocando sua autoestima para cima sem precisar de tantos cosméticos, mas vira e mexe não estamos imunes aos erros, o erro do desperdício, da doença inevitável do consumo, do resultado de nossas más decisões.
Outra coisa sobre bens e necessidades que confunde a gente é a liberdade, a reafirmação de amor, os aprendizados com os acontecimentos, o divertimento sadio, inócuo, a fronteira entre a firmeza e o desequilíbrio, a boa aparência e juventude e o foco no casamento.
A ciência do bom viver diz que parte de nós possui inteligências arianas que rir da própria desgraça e a outra parte rir da desgraça alheia, que parte de nós conseguimos enxergar o coração do outro, outra parte não, que parte de nós acha que não vale o esforço e que tudo o que podia ter vivido já passou, outra parte luta sem saber por dependência afetiva.
É difícil adquirir um pedômetro, um padrão de beleza é sempre arbitrário, ou os abandonos são sempre injustos, ou a gente pode parar de tentar, a gente pode parar de se importar, parar de ter sentimentos, prender numa gaiola os déspotas.
A gente chega a poluir o ambiente por preguiça, a gente se arranha por sermos diferentes, a gente acredita que homens só gostam de mulheres bonitas, a gente fala só coisas bonitas para não deixar ninguém chateado, a gente curte um cara safado que fala de tudo até levar você pra cama, um estelionatário emocional.
A gente reclama de excesso de trabalho, da vida desequilibrada, agente se acha velha aos quarenta anos de idade e jovem demais para se despedir da vida aos 100, a gente morre por dentro, mas não dá o braço a torcer, a gente fala que a verdade liberta, mas vivemos de ilusões.
Um dia a gente entende que são as pequenas despesas que levam embora nosso orçamento, entende que somos todos macaquitos, que tudo que vivemos tem desdobramentos psicológicos, que sentimos inveja e até cobiçamos coisas alheias.
Ninguém precisa de títulos escolares para discutir seus argumentos, ninguém precisa de Deus como amuleto do qual me lembrava cada vez que enfrentava dificuldades ninguém precisa de posses para ser mais ou menos feliz.
Geralmente paramos de descobrir coisas novas sobre nós mesmos, a gente nem sabe que podemos ser vitoriosos sobre os nossos hábitos, a gente cria briguinha e acusa o parceiro por tudo e no fim pergunta se tá tudo bem.
A gente não dá importância ao mal-estar doméstico, na falta de atitudes adultas e descoladas, na história que se repete, na saúde perfeita até perdê-la, no relacionamento não estável. E quais nossos bens e nossas necessidades mesmo?

Seu futuro é resultado das escolhas que faz todo momento em sua vida

Em igualdade de condições você é a sua escolha preferida, o seu corpo sente e escuta tudo que você faz, ele altera a sua forma se assim você permitir. Muitos falam de resiliência, mas não têm a mínima capacidade de suportar e estresses, rejeições, críticas, escolhas na hora de comer.
Talvez haja relacionamentos partidos em sua vida, não coloque comida a mais no seu prato por causa disso, talvez seu coração precise ser restaurado, não é motivo de comer mais, talvez pequenas malfeitorias precise de perdão, talvez você esteja prisioneiro do ódio, da vingança e de tudo que mancha a alma e o coração, mas não coma a mais por causa disso.
Sinto que minha cabeça e meu corpo somos totalmente incompatíveis, sempre fui comilona, sempre misturei comida e sentimento, a única diferença é que eu me movimentava mais.
Agredi meu corpo com aquele chocolate após a frustração, com a extravagância de repetir uma comida deliciosa, com a liberdade de comer mais, com um rumo quase sem volta.
Precisava ser verdadeira nos sentimentos, ser uma profissional controlada, aprender a me reinventar, me unir a bons motivos para manter-me focada na saúde.
Abri mão de mim mesma muitas vezes em função do outro, dei alguns passos com impulso, comi por ansiedade, comi por irritação, comi para me acalmar, comi para seguir em frente.
A comida morava na minha mente, terminava de comer e já salivava pela próxima refeição, era um jogo de prazer, uma razão para viver, uma desistência silenciosa e inconsciente.
As pessoas falavam o que queriam, eu havia estragado meu corpo, era a menina de rosto bonito, ninguém se colocava no meu lugar, sei que queria alguém para colocar a mão na minha cabeça, mas eu arriscava meu coração cada vez que a balança subia mais um pouco.
Criei expectativas de perfeição, dessa vez não ia parar, eu ia começar sem desistir, existiriam tropeços, cansaços, ofensas, ódio, culpa, recomeço, ressentimento, existiria um estilo de vida torto com pausas e férias, mas criaria um hábito, uma consciência, um momento consciente e eterno causado pelo bem-estar, pela serotonina.
Já senti vergonha, já perdi forças, já enfrentei situações muito mais difíceis, já conheci verdades muito mais doloridas e estridentes do que um “não, obrigada! Estou satisfeita”.

Ele funga meu pescoço

Eu esperava rejeitá-lo, tinha problemas emocionais demais para namorar um amigo, imagina eu perdendo o amor e o amigo a médio prazo. Não tinha cabeça para isso e preferi ficar contida.
Ele escolheu o próprio caminho de me conquistar e pagou o preço de me sentir fria, distante, pensativa, além do que ele se sentiu inferiorizado tentando encontrar desculpas que alguém bonita, popular e bem-sucedida se interessaria por ele, mas eu nem me acho essa maravilha de mulher.
Adorava dividir meu dia com ele, mas eu nem me lembro da última vez que fiz isso, era dolorido enfrentar esse distanciamento quando tu queres uma coisa e teu amigo quer outra, tudo estava nos tirando dos trilhos.
Não havia entre nós nenhuma implicância ou desdém, eu adoraria ter meu amigo de novo, eu não estou devendo nenhum favor, meu território amoroso é decisão exclusiva minha, porém me sinto triste pela maneira pela qual uma situação é percebida, tem mais peso que a realidade.
Ele por anos frequentou a lista dos dez mais, alguns anos por último, mas não menos importante, já estou quase desistindo dessa amizade, é difícil manter sempre o pensamento otimista quando se trata de nós, sendo cada um o seu eu.
Minha barriga dói só de pensar que as coisas não se encaixem como antes, mas o que fazer... Não houve química. Acredite se quiser, isso não faz com que eu me sinta melhor, às vezes me sinto entrando em curto-circuito, mas hoje duvido que consigamos superar tudo.
De jeito nenhum! Até parece que você não me conhece. Eu sempre com discurso pronto sobre a nossa amizade, ele conheceu outra pessoa, uma quase namoradinha, eu nunca o entendi completamente, quem disse que evitar uma aproximação funciona? Sentimentos de amor ou amizade não tem regras.
Pura felicidade é estar ao seu lado apesar da escassez com que nós nos encontramos, olho muito bem onde piso para não machucar ninguém, incluindo você. Minha vida tornou-se muito melhor depois que eu te conheci, você me faz inteira, não quero tirar tua capacidade de amar repentinamente, não quero que percas a empolgação por ninguém, nem quero te cobrar que nossa amizade seja feliz para sempre. Não quero se uma sanguinária e implacável, não sou lógica nem articulada nesses assuntos mais íntimos.
Nada me faria mais feliz do que te ver feliz, você trouxe alegria a minha vida, deletou muitos aspectos apagados e infelizes, eu te aceito como sócio, como amigo, como alguém que posso colocar num pedestal sem correr riscos de me decepcionar, curto viver um pouco do seu mundo.
Escolho as palavras com lágrimas no rosto, não gasto mais dinheiro à toa, vou direto ao assunto sem papas na língua, eu me acostumo com a ideia de nos afastarmos sem ressentimentos de minha parte.
Tenho pouca experiência em fazer sofrer corações, não faço joguinhos e me orgulho disso, você nunca soube o bem que me fez e que me faz.
Com você aprendi a me vestir como bem entender, com você aprendi a viver como se o ex não existisse, com você entendi como quero viver a vida de um casal de verdade, mesmo enfrentando as consequências de nós nunca termos sido um casal.
Em tom professoral eu digo que não consigo acolher a fungada no pescoço, não consigo usar você como meu escudo e minha proteção, não consigo me fixar na gente como nós. Talvez esse texto seja meu jeito de pedir desculpas.

Cansei de esperar por um milagre, cansei de me posicionar como vítima, fartei de brindar uma vida conjugal infeliz.

Estamos constantemente ameaçados pela dissemelhança, o diferente nos afasta, não se valoriza sentimentos, vamos tirar os obstáculos do caminho. Uau! Tenho que a admitir que o ódio pediu passagem e que as bênçãos de um amor maior foram esquecidas.

A mentalidade antiga e tão marcada por posicionamentos mesquinhos, por julgamentos, por conceito de felicidade ou de família, eu não me comprometo a concordar com o mundo atual, mas também o mundo de ontem nunca foi o mundo de sonhos.

Gastamos nosso sangue com questões que só o distanciamento nos mostrará que eram inúteis, a vestimenta não é tudo, as recordações, essas sim são eternas.

Uma falsa essencialidade toma conta de nós e de fato nem sempre demonstramos o que pensamos, lembrei-me dos pedidos desejados do qual nem precisava.

Toda vez que a vida não acontece do jeito e no tempo que havíamos programado ficamos achando que a vida não é boa com a gente, queremos os nossos desejos atendidos ao nosso tempo do mesmo jeito quando queríamos um brinquedo novo na infância, agora que tudo se realizou me sinto melhor, mas fiquei mal por um tempo com a ansiedade do desejo a ser satisfeito.

Executando tarefas com humildade

A gente sempre procura motivos para adiar o futuro, a gente não economiza nas contas domésticas, faz tudo fora do orçamento, perturba os outros, escolhe alimentos integrais para selar e abafar a meia culpa.
A lição básica da humildade passa longe quando queremos o melhor restaurante que encontramos para o prazer em comer, não nos interessamos por qualquer atividade da vida, incluindo as relações sociais.
Não sou exigente, mas também não quero passar por toda desejando voltar atrás, quero fazer escolhas de maneira consciente e verdadeira, não quero passar a vida gritando por roupas, sapatos e maquiagens.
Por um período senti-me solitária e triste, no entanto, me aprofundei em conhecer a minha alma humana e tola, eu gastei energia em coisas desnecessária, tinha vontade e disponibilidade para muitas atividades e me expressava de maneira grossa e chata.
Algumas notícias são encorajadoras, faz você ter consciência das nossas necessidades básicas, nos preocupamos com o trabalho, com a família que acabamos nos afastando assim que o dinheiro aumenta.
A gente dica adepta de comidas e bebidas sem valor nutricional como por exemplo álcool, café, refrigerante, doces, a gente fica órfã de uma companhia ou parceiro, a gente fica tentando entender o coração.
Muitas vezes tenho o olho maior que a barriga, muitas vezes me aborreço não pelo que o outro é, mas pelas minhas expectativas frustradas, sou de supervalorizar romances, sou de desejar magia nos relacionamentos.
Queria ter força de vontade para parar de comer junk food, carne processada, cereais refinados e laticínios ricos em gordura, queria entender a depressão, queria dizer tudo e dizer muito sobre essa doença do século, queria entender a causa de tantos suicídios.
Não consigo expressar amor quando existe pouca ou nenhuma motivação, não sou movida a euforia ou dependência, não tenho a capacidade de manter relacionamentos mornos, não sou de voltar a minha atenção ao ego do amado.
Queria mesmo ter força e coragem para uma dieta balanceada, não sei porque estou começando a relacionar humildade, com felicidade, com alimentação, com equilíbrio, com gente realizada emocionalmente.
O homem quer tudo, sobe, voa, idealiza e se estatela no chão, pensa que pode tudo, pensa que tem o controle de sua vida, pensa que pode ser adultero e feliz, tem um senso de realidade que abafa tudo de ruim que faz ou constrói, desaponta os outros achando que não o desencoraja a ser uma pessoa melhor.
É muito difícil controlar os hábitos, as tarefas, a mente, o coração, é uma zona perigosa e densa, mas com humildade consegue se dar o primeiro dos muitos passos.

Brindemos a uma feliz vida de casados

Pedi à vida que que me desse uma nova oportunidade de encontrar o amor, pedi a vida que meus sonhos se tornarem realidade, pedi a vida que me desse pelo menos dois rebentos e um homem que me faça tão feliz.
Pensei com calma nas características da pessoa que eu queria compartilhar minha vida para sempre, escolhi a dedo todas as qualidades, algumas não dignas de mim, eu não me conformava em ficar sozinha, já estava na profissão errada, já tinha perdido a calma para a vida amorosa, eu que sempre amei de verdade.
Pois é amor, a distração do meu coração entende. Por muitas vezes não me apaixonei pelos homens com quem eu estava e sim pela fantasia que tinha a seu respeito, uma vontade de dar certo, com várias boas razões para ser assim.
Eu soube que era ele assim que o vi pessoalmente, eu gostaria muito de aprender todas essas coisas sobre o amor, não escondia de ninguém que não me sentia à vontade sozinha, aceitei os fatos com entendimento, porém discursava o inverso, tinha o discurso autossuficiente.
Sempre senti que ele não me aceitava do jeito que eu era, ele sempre falava em tom de pesar, porém o laço que nos une é forte e verdadeiro, numa hora felicidades e risadas, noutras, esporros e desentendimentos, como tem que ser.
Uma das coisas que eu não gostava era o fato dele me tratar como autoridade, parecia o tempo todo diminuído, tentei achar justificativas para isso, mas não consegui.
Ele prometera a si mesmo nunca mais se envolver com ninguém, tinha sofrido decepções graves, abandonado no altar, então se entregar ao amor não aconteceria tão cedo. Eu o amava e nunca senti por ninguém o que sentia por ele, então o coração foi mandando no corpo inteiro e de forma racional, amorosa e diplomática fomos nos entregando.
Nenhum rancor nos envolveu, nenhuma tristeza tomou conta, nossos “baixos” eram normais de qualquer casal, nossos “altos” era incrivelmente felizes.
Estou certa disso! De que seremos felizes na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, sem a “inevitável” separação, sem o “adeus” e sem o “te cuida”.
Criamos expectativas fora da realidade para esse momento a dois, sua mãe vinha cheia de conselhos, os seus pais achavam cedo demais, a conversa degringolou a partir daí num tom de façam o que nós dizemos.
Anotei as dicas automaticamente no inconsciente, dei notícias de que vida de casada era mais fácil do que eu pensava, eu não queria ver nem ouvir nunca mais qualquer assunto que se referisse a qualquer ex amor ou da minha parte ou da dele, mas peralá se tudo está uma delícia porque vocês se matavam de insegurança? Porque já conhecemos história de casamentos em crise por ex ou por amiga do casal.
Apesar dos desentendimentos, somos felizes, somos diferentes até em classes sociais, somos merecedores de todo o esforço, buscamos a felicidade, demos a nossa vida um caráter de competição em sermos serenos, sensatos e felizes.
Nenhum de nós é o mesmo, algumas características melhoraram, outras pioraram, nossa sedução mútua aumentou, buscamos o prazer sem limite e nos alegramos em experimentar coisas novas sem sombra de dúvidas.
O bem-estar tomou conta, nos tratamos com deferência, ficamos mais quietos e despretensiosos me tornei amiga do meu amor, não parávamos de conversar nem de dia nem de noite, tornei-me mais discreta, foram muitas tentativas frustradas, muitos erros, mas honestamente a independência da nossa relação nos uniu e une até hoje, com as imperfeições do amor temos uma família feliz.

A realidade de algo contraditório

Você fez uma promessa para a vida toda, mas aquele não era o momento oportuno, pois tenho o péssimo costume de encarar as coisas de fora para dentro, sou muito grata por ele existir, por muito tempo nós éramos duas pessoas iguais, cada um com seu jeito próprio de viver, usando a vida em seu favor.
Não tenho muita paciência para continuar, caio no erro da arrogância e do orgulho, da tristeza, da angústia e da falta de sentido à minha existência, sinto-me obrigada a me colocar em lugar de destaque, não me importo muito com que dizem.
Acordei hoje desejando uma vitamina de banana com mamão, eu só conseguia pensar nele, queria casar sem abandonar a mesma liberdade da vida de solteira, sou educada, trato todas as pessoas o melhor que posso, mas sei que não entendo a necessidade disso, às vezes levo patada, sei que às vezes alguns amigos não entendem porque continuo com certas amizades, mas já internalizei assim como eu, eles também não são perfeitos.
Nosso cérebro não nasce tão pronto nem maduro, nossa vida é apenas uma projeção que pode dar certo ou não, pode seguir o fluxograma ou voltar e refazer a própria história.
Em se falando de relacionamento, a maior parte das pessoas prometem na alegria e na tristeza, elas só querem dizer na alegria, passei por isso em ambos os lados, o lado de aceitar a tristeza e o lado de correr dela.
O interessante é que, embora tenhamos hoje muito mais coisas divertidas para fazer, a depressão é uma epidemia na sociedade e a solidão também, são tantos conflitos internos, tantos corações em batalhas, tantas brigas motivadas pelo “amor”, tantas compras desnecessárias e acima das nossas possibilidades.
Às vezes acho que a gente desaprendeu a cuidar do outro, a gente talvez venha perdendo a influência positiva da cumplicidade da vida de casado, a gente desacostumou a se comprometer consigo e com os outros.
A vida nos apresenta mais texturas, mais cores, mais sabores, mais variações que aumentam nosso prazer em nos relacionar, mas no fundo nós desaprendemos a nos relacionar, desaprendemos a construir vínculos, desaprendemos a estabelecer fundamentos sólidos para amar mais e melhor.
É bacana você se presentear de vez em quando, é bacana se sentir cada dia mais apaixonado depois de casado, é bacana entender que somos diferentes, mas que tudo pode dar certo, mesmo na instabilidade, ou vez ou outra na companhia neuróticas, ou ainda, com uma babá doida. O amor traz sentido ao não sentido.
Já perdi parceiro para a morte, já perdi parceiro para o divórcio, já reatei depois de uma separação, já contribui para esvaziar sentimento no coração e na cabeça, já sofri pressão do ambiente externo que julgava o outro como não merecedor do meu amor. A vida é contraditória porque complicamos as relações e simplificamos a mania de brigar.

Aprenda uma coisinha, sei que se conselho fosse bom era vendido em bancas, mas não espere aquele namorado ignorante amadurecer. Não espere aquele marido que te trai deixar de te trair. Não espere consideração por quem não te respeita, por quem te ofende e te humilha. Entre palavras e atitudes eleja as atitudes em qualquer instância.
Se o outro não pode mudar, mude você, mude seu jeito. Vá dar uma caminhada na esquina, vá praticar exercícios físicos, vá melhorar sua concentração no yoga, mas não fique fantasiando mudanças em quem você não tem o controle das ações. A pessoa só vai mudar se quiser, quando quiser, por amor ou pela dor se lhe convier. Tem pessoas que não vão mudar nunca e desculpa a dureza a culpa é sua que vive de expectativas, a culpa é sempre sua por permitir que as pessoas te tratem como se trata um qualquer, um ser inferior. Lembre-se seres inferiores não existem. Você merece o melhor, fique com as pessoas maduras e descarte as podres.

Fascinada por relacionamentos tumultuados

Estou perdidinha sem saber o que me aconselhar, ele é um homem bastante corajoso, porém arcaico e eu não sei ser mãe nem dona de casa, nunca fiz terapia e nem falo de ex.
Ele é de uma tranquilidade absoluta, não sabe demonstrar afetos e tem muita beleza, muita, muita beleza.
Aprendi o que funciona e o que não funciona para mim, saio bem pouco para balada, não subestimo a inteligência de ninguém, amo conversa-fiada e odeio papo de vendedora que diz que está tudo lindo e com a cara da riqueza.
Muitos tombos me Influenciaram no que sou hoje, não sei flertar escandalosamente, não curto pessoas que parecem superficiais, busco uma família feliz e sem moldes. Vários homens não são adeptos de mulheres livres e eu tenho alma livre, não consigo me sentir prisioneira de uma relação, mas consigo ser fiel e leal sempre.
Ele fez questão de dizer que não tínhamos nada em comum e que ele merecia coisa melhor, não jogou a culpa nele como tantos fazem, jogou a culpa em mim, era eu que não prestava, ele revelou todos os detalhes infantis e imaturos de sua vida amorosa pregressa, uma inutilidade sem tamanho que só me fez pintá-lo de preto.
Ele vivia dizendo que amava isso em mim, mas o tal isso nem era eu ou o meu jeito de ser, o isso significava a manipulação para eu ser do jeito que ele queria que eu fosse.
Gosto de músicas fortes, mas também de músicas sem conteúdo, gosto de pensadores, mas também idiotices me fazem pensar...
Somos jovens e não tenho definida muito bem minhas prioridades, a única certeza é que eu amo morar sozinha e pretendo viver sozinha ou acompanhada com alguém que me faça sentir sozinha por muito tempo.
Eu fico ressentida com muita facilidade e a noite toma um rumo inesperado quando me sinto ofendida, dou importância a constituição psicológica de cada ser e busco na psicologia a resposta ao tão sonhado equilíbrio.
Nada é mais engraçado do que a infelicidade, fazer escolhas erradas e pagar por elas, é tão frustrante, tenho que me concentrar na conversa sem estar interessada no assunto, tenho que viver num ambiente abarrotado de gente porque ele é popular, tenho que aprender a ouvir duas vezes mais do que falo, tenho que conceder o benefício da dúvida quando ele chega de manhã.
Há um desinteresse absoluto, isso é notório, muitas perguntas deixadas no ar, todas insignificantes ou para mim, ou para ele, às vezes me pego falando demais como de costume ou direcionando a conversa para que ela fique mais agradável.
Ele é delicioso, porém impertinente, todinho meu, porém tenho que exercer minha funções de dona de casa para satisfazê-lo, preciso controlar os gritos originados de minha criação e evitar agressões verbais.
Eu não leio mentes, nem gostaria de ter esse dom, fale claramente tudo que você pensa, já sei disso ele diz, mas sempre parece que não entende nada do que eu falo, não cansa de repetir que minha voz é alta, pergunta o porquê de tanta animação e alegria.
Preciso ser forte para não me descontentar com alguém na primeira semana, a sensação não é fenomenal, mas uma atmosfera não relaxante é mil vezes pior.
O ponto forte da nossa relação é que ríamos muito, muito mesmo, de mim, de nós, de todos, talvez isso tenha sido um erro, talvez eu devesse ter escondido o bocejo, ou deixar de falar tudo, ou deixar de ser altamente irritante. Nada justa são minhas escolhas.

Feliz Dia Papai! Feliz 70 anos!

Aproveito para homenagear todos os pais, contando mais um pouco as histórias do meu.
Papai é um homem ingênuo, de bom coração, que atualmente promove sua qualidade de vida caminhando quase correndo todos os dias. Papai sempre viveu em busca de fazer as pessoas felizes, conversa com um, ajuda outro, tenta a todo custo tirar o Davi das drogas: “Davi, Davi, teus amigos ou estão presos ou morreram, muda de vida enquanto é tempo”, diz ele.
Um dia papai me contou que quando teve a primeira filha, a realidade profissional dele mudou, ele por mais que continuasse a fazer horas extras ou trabalhar um pouco mais, seu trabalho deixou de ser a sua prioridade, mesmo que ele tivesse uma família mais numerosa.
Sempre repetiu diversas vezes que a gente tem que ser lembrada pelas coisas boas que faz. Hoje percebo que o papai quer viver mais e melhor, quer dar e receber energias positivas, é mais disciplinado, ajuda no esporte, tem mais qualidade de vida, mas continua teimoso, muito teimoso.
Ele se alegra mais em dar a receber e se contenta com muito pouco, não curte troca de relógios, nem precisa ter muitas camisas ou sapatos, praticamente só compra outro quando um já se foi e não adianta dar excessos para ele, pois ele sempre destina aos mais necessitados.
Sempre foi um aluno exemplar, tinha que estudar o triplo dos outros dizia ele, era estudante de escola pública precária e precisava se esforçar bastante para conseguir tudo na vida.
O papai às vezes julga, ele não se conforma com a A que abandonou a família ou com o B que maltrata a própria mãe idosa e acaba se intrometendo na vida alheia.
Quando éramos pequenos negociávamos tudo em beijos, os beijos estalados nas bochechas do papai eram nossa moeda de troca, cem beijos era o passaporte para o cinema com pipocas, cinquenta beijos, um banho de rio, trinta beijos a gente podia ir para o aniversário do amiguinho vizinho...
Há pessoas que mesmo errando não aprendem, papai aprendeu com cada erro, com cada não, com cada sim, com cada pessoa que o ajudou a sair de uma vida miserável, o seu amor para com os pobres e necessitados é pura gratidão.
Ele não é de deixar as coisas fora do lugar e ajuda a mamãe limpando e guardando tudo além da paixão por cozinhar, coisa que ele faz muito bem.
Papai chora, nunca escondeu seu choro, nunca tentou ser forte quando se sentia fraco, nunca se conformou com injustiças, nunca segurou raiva ou irritação, mas sabe lidar com suas frustrações sem ser um terremoto (às vezes um terremotinho).
Não é de faltar compromissos, nem por discordância, nem por motivos tolos, sua vida é intensa, feliz, completa, cheia de eventos e festas, flashes e sorrisos.
Ele anda rápido, tem pressa, decide baseado naquilo que vê e entende, segura e guarda as ofensas para si, faz caridade sem achar que está perdendo algo, sem desconfianças, sempre com a alma livre.
Quase sempre o chamo de “cara de pau”, ele me força a fazer caridade quando diz 100 meu, 100 teu, 50 meu, 50 teu, 30 meu, 30 teu, é incapaz de ajudar me deixando de fora.
Gosto de passar meus momentos ao seu lado, gosto de saber notícias e aventuras do passado, do cochichado com seu neto caçula, gosto de saber que a longevidade dele depende, em grande parte, do estilo de vida que ele vem escolhendo.
Papai nunca nos reprimiu por tratarmos ele de igual para igual, não existe formalidade no nosso amor e na nossa amizade, não cedo aos seus caprichos por ele ser meu pai, temos as mesmas preferências e necessidades, temos nossos momentos memoráveis, somos cada vez mais lúcidos e amigos, somos felizes e apaixonados, há amor em cada canto da nossa convivência e o que nos une são nossos laços imateriais e eternos.
Pai eu te amo, peço a Deus saúde e longevidade pra ti.

Um estraga-prazeres

Fazia o melhor que podia, mas ele continuava autoritário, deixava pra lá um monte de suas esquisitices, soltava a imaginação e imaginava em pouco tempo o encaixe perfeito das nossas relações.
Pra ser honesta, eu não sei nada de relacionamentos, mas parte do que sinto e das minhas inseguranças foram plantadas por você, eu era avaliada o tempo todo, eu precisava aprender a me comportar de tal modo senão perdia o “príncipe”.
Tinha certeza que dava conta de agir conforme a música, mesmo eu não entendendo muito porque isso havia de funcionar. Com o tempo percebi que nós não éramos chegados e tudo começava a ficar um pouco cansativo, era tudo muito chato e eu estava sem paciência.
Identifiquei a minha parte dos problemas eu estava de pavio curto com tudo aquilo, eu sei que magoei, sei que amo você, sei que reclamo muito, sei que não sei lidar bem com as divergências do dia a dia, mas a maneira como você está agindo me faz perder o controle de mim mesma.
Os dias voavam e o desgosto aumentava, era uma situação desconfortável, eu me transformei na chata reclamona, eu achava que merecia tudo que você me dizia, tudo que você deixava de sentir por mim, era eu que não correspondia a altura.
Não me relaciono com ninguém desde que rompi com ele, nem beijos, nem carícias, a vontade existe, mas não encontro alguém que não se pareça com ele, qualquer lembrança que me faça lembrar dele é descartada.
Aconteceu tanta coisa, foi difícil ler as entrelinhas que não era culpa de ninguém, eu precisava ser realista, perspicaz, meditativa, ficava triste de repente, não tinha mais novidades para contar, não conseguia oferecer ajuda já que me sentia crucificada.
Via um monte de clones felizes, isso me deixava com inveja, não nego ou com raiva, ou com frustração, não sou babá de adulto mimado, parei de demonstrar qualquer sentimento.
Em busca de um relacionamento saudável e sério excluí você da minha vida, mesmo que eu precisasse te encontrar todos os dias, mesmo que você estivesse deslumbrante com o seu olhar sedutor, mesmo que a minha argumentação válida e bem embasada no cérebro contrariasse o coração.
Você tinha que agir como se quisesse atirar em alguém? Você tinha que estragar os momentos maravilhosos? Eu amo o mundo, as pessoas, os bichos, o trabalho, amo a liberdade do pensamento confortável, odeio ressentimentos ou arrependimentos inexperientes.
Eu sinalizava confiança, o amor passou depressa, não deixou rastros, saiu de linha, fracassou, cruzei os braços e tornei-me séria demais, contagiantemente, quase perfeita, linda... para os outros...
Precisei reenergizar, parar de querer ser verdadeira o tempo todo, precisava de um pouco de espaço, precisava sentir o calor de um afeto mútuo que me desse alegria instantânea.
Peguei o carro para dar uma volta, elogiei você aos amigos que encontrei, sempre te achei legal, maduro, gente boa, mas eles me diziam que te achavam rude e grosseiro. De repente percebi que precisava de equilíbrio, eu me sentia humilhada, precisava de cor na minha vida, nas minhas unhas, na minha roupa.
Entendi que eu não pertencia mais à você, entendi que não poderia mais perder tempo, entendi que as coisas deveriam ficar no passado, entendi que não deveria me arrepender, pois a vida é profunda demais para arrependimentos, somos do jeito que somos e sempre há alguém que nos encaixe.