Coleção pessoal de Arcise

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Eu fico sempre desesperada
Sou uma mistura de melodramática + vítima e ando me aperfeiçoando nisso. Meu desespero aumenta a cada problema “sem solução”, a angustia toma conta da minha alma, fico com Labirintite de fundo emocional, mas mesmo assim me permito pensar: Há males que vem para o bem. Depois desse pensamento, recobro a consciência e fito na situação tal como ela verdadeiramente é. O mais importante para manter a calma e a serenidade é olhar o problema de fora, como se ele não fosse seu. É preciso ser forte para sustentar um enlutado, é preciso ser pacífico diante de uma injustiça, é preciso ser articulado para provar sua inocência, é preciso aprender a não confiar em todo mundo, em não criar expectativas demais, nem sempre a injustiça é uma injustiça, às vezes a injustiça é apenas a frustração da uma expectativa. Interessante né? Quer ser reconhecida? Quem não quer, mas nem todo mundo consegue, tem gente que tem sonho de ser famoso, cantor, jogador, quantos sonhos são frustrados, o meu, o seu, o nosso, não dá para ganhar sempre, mas também não vamos nos acostumar a perder. Se aquela empresa não te valoriza e se você tem potencial, se acalme logo logo ou a empresa reconhece o seu valor ou ela te perde para a concorrência.
As coisas se encaixam, as máscaras caem, quem erra vai continuar errando, quem acerta vai continuar acertando, quem é desleal quase sempre não muda. No mundo afetivo sou mega desesperada, choro, luto, sofro, por quem daqui a uma semana não me faz a mínima falta, abraço o “tudo” o “eterno”, pratico o apego das minhas relações mesmo que relações um pouco doentias, fui adepta ao colinho de mãe recebido de afetos. E isso me acompanha desde pequenina, desde o tempo que minha mãe demorava pra chegar e eu ficava imaginando as piores atrocidades e chorava pela minha orfandade imaginária. Sou dramática e preciso ser firme no discernimento entre verdade e exagero, entre certo e errado, sou 8 ou 80, tudo ou nada, certo ou errado, choro e alegria. Sou o mundo que penso ser.

Não confio em amores sem referências

Nunca namorei alguém desconhecido, alguém que do nada me canta e encanta, na verdade sou muito pé atrás com isso, apesar de ter amigas que se deram bem namorando, noivando e casando com carinhas da internet, de balada ou de encontro casuais no supermercado, bancos ou postos de gasolina eu não confio.
Não consigo dar confiança e quebrar a regra básica ensinada por minha mãe desde quando me entendo por gente: não dê confiança para estranhos. Na verdade, nem todos com referências são confiáveis, tenho uma amiga que pegou AIDS do marido e tantos outros casos de corações partidos e situações constrangedoras vivenciadas por amores com referência. Não dá para generalizar, mas também não consigo colocar a sementinha do confie plenamente no meu coração e regar essa mudinha da desconfiança. Eu não consigo e ponto, talvez porque a minha desconfiança seja maior que o meu encantamento, talvez seja o sexto sentido me dando sinais, talvez não seja o tipo de relacionamento que desejo, talvez, talvez, talvez.

Pessoas furiosas que precisam de alguém para culpar sua dor

É mais comum do que se imagina culpar o outro, o bairro, o papa, o mundo pelo descontentamento de uma vida, por contrariações diárias ou por algo que tenha dado errado.
Não estou dizendo que injustiças não existam que terceiros não sejam responsáveis por seus fracassos através de puxada de tapetes, dissimuladores e pessoas ruins.
Mas fique atento se você não é a vítima de todas as catástrofes, se o mundo anda conspirando em seu desfavor, se tudo dá errado sempre!
Precisamos disciplinar atitudes visando reduzir às perdas, os lutos, as chateações, as arrogâncias e seguir em frente quando precisar e sempre que precisar.
Se os erros estão maiores que os acertos, se o ruim sobressai o bom, que tal mudar os rumos, às vezes o que recebemos do universo é apenas o eco das nossas ações.
Mesmo que você esteja no fundo do poço por vontade alheia, levante-se, limpe os joelhos, olhe para frente e siga.

Por muitas vezes me senti sem lugar na família

Filha do meio, de um lado a primogênita, o cérebro da família e claramente a preferida da mamãe e do outro o caçulinha homem, a cara do pai. Eu queria meu lugar ao sol, mesmo sendo dramática e mais sofredora que a Maria da novela mexicana
Faltava perfeição, nobreza, coragem e visão, faltava autoestima e maturidade nossa de cada dia para ver que nada mais era do que competição e comparação. O fato de o meu irmão precisar de uma chuteira daquele valor naquela época não implicaria um presente no mesmo valor de algo que eu não estava precisando no momento, mas era a vítima, a adotada, a coitada, caso isso não acontecesse.
Passava a semana toda rabugenta e afastada, apesar da infância superfeliz na bola da Suframa, no jambeiro da casa de minha vó, me recusava a falar sobre o que estava perturbando e evitava todas as alternativas de aproximação com a minha mãe, era próxima não tão próxima.
Cresci achando que deveria ser recompensada por dedicação, faz parte do processo esperar retorno de algo positivo e me distanciava a cada negativa sofrida.
Para imenso alívio da família amadureci rapidinho ao decidir morar sozinha, andando com as próprias pernas apareceu um clarão nos meus olhos do quanto era injusto com a minha família quase perfeita e o mau humor foi embora e a síndrome de coitada também. Hoje agradeço pelos nãos que recebi, pela desigualdade na criação, sim não somos iguais, para alguns filhos é preciso firmeza para botar para estudar, já para outros nem precisa mandar estudar, agradeço pelas frustrações, pelas tristezas e pelo meu drama, isso me fortaleceu um bocado.

Não desperdice seu dia!

Para mim 24 horas são mais que suficientes para dividir em 3 partes iguais, a primeira parte é da soneca sagrada, a segunda parte do trabalho diário e a terceira parte eu divido com leituras, passeios, internet, caminhada, dança, rezas.
Por anos me dediquei a esbanjar essa fonte chamada tempo e o tempo ia pelo ralo, usufruía mal minhas dormidas, usufruía mal meu tempo de lazer, meu cuidado com a saúde, minhas atividades físicas, por anos teve desbalanceado o equilíbrio entre trabalho e lazer, chegava a sonhar com trabalho e ter insights de ideias em meio a confraternizações familiares.
A vida é feita de escolhas e o meu lado masculino não me permite ser mulher polvo, aquela que atende telefone, cozinha e carrega menino na cintura ao mesmo tempo, faço cada coisa de uma vez e quando escolho algo deixo pra depois o resto.
Tudo a meu ver é aprendizado e crescimento, eu, por exemplo, já cheguei a pensar e compactuar da ideia de que bons profissionais são os que chegam cedo e saem tarde, de preferência sem hora de retorno, eu mesma já virei madrugadas na empresa fazendo relatórios urgentes e necessários, os “pra ontem”, depois percebi que a falta de gerenciamento do tempo me fazia apagar incêndios constantemente e ganhei vários esgotamentos físicos de brinde.
Também acho que faz parte da vida torná-lo o seu dia bonito e feliz, não importa se estamos no trabalho ou no trânsito caótico. Eu posso, quero e devo ser feliz em qualquer ambiente e isso primeiramente depende da minha escolha de ser e desejar ser feliz.
Curta suas escolhas, mergulhe de cabeça e tenha um excelente dia e o melhor, sem desperdícios.

Mulheres Objetivas

Mulheres que adoram segredos, fazem surpresas, mas não desfocam de suas metas. Elas acham que o segredo é a alma do negócio e acham também que comemorar ou revelar antes do tempo agoura os projetos. Jamais esqueceram o aprendizado de seu pai para não assinar nada antes de ler, mesmo que a assinatura tenha a ver com amor, trabalho, herança, partilha, investimentos, contrato com a operadora de celular ou qualquer coisa que possa parecer menos relevante.
Seus olhos brilham de raiva quando as coisas desandam ou fogem do esperado, são controladoras e dominadoras, utilizam de psicologia reversa e descobrem que funciona como um feitiço, são atribuídas de coragem para atingir todos os seus objetivos, não se casam por dinheiro acham tal atitude repugnante e lutam pelo que querem sempre, é claro que muitas vezes é preciso rever as estratégias, ceder, recuar, ousar, inovar, mas quase sempre o resultado é satisfatório.

Não Viva de Mentiras

Uma pessoa que salva animais, não vive de mentiras. Os animais não te dão status, reconhecimentos, recompensas materiais, não vão dizer em público ou em noticiários que você o salvou. Você fez tudo aquilo a troco de nada. Você não fez para receber aplausos, você não fez para ser herói. Você fez por ser humano, coração bom. Você salvou uma vida. Touchê! Eu virei fã de você!
Você poderia ter pego o seu casaco, a sua tv, os seus livros, seu objetos pseudo importantes mas não, você deu valor a quem tem valor. Você é a sensação do momento para mim, alguém que eu admiro e gosto, alguém que simpatizo e confio. Um ser humano como você não precisa provar nada para ninguém.
Esses coelhinhos tiveram e têm muita sorte porque no mundo "animalesco em que vivemos" nem sempre é assim, nem sempre eles estão em algum plano.

E uma luz surgiu

Comecei a ver luz no fim do túnel aprendendo a ter tranquilidade. Aprendi a respirar e a tentar ver os problemas sem as emoções da raiva, do estresse, do medo, do rancor, da chateação. Aprendi a falar e escutar minha própria voz e refletir sobre o que digo e penso. Não sou apenas uma mulher, sou cidadã, um indivíduo com pensamentos, esperanças, amor e arrependimentos e às vezes ressentimentos. Comecei e me responsabilizar por meus atos e por minha vida. Sim, você não é culpado de nada, em todas as vezes que você me machucou, direta ou indiretamente eu permiti ou me deixei frustrar por expectativas de perfeição, de que você nunca me magoaria como se isso fosse possível. Aprendi a ganhar e a perder por mim mesma, sem grandes prejuízos. Aprendi que a vida não é tão complicada, complicada mesmo é minha cabeça inconstante, meus sonhos felizes, meus anseios prá lá de certinho.

Que dia é hoje?

Dia de saudades imensas
Dia de choro engasgado
Dia do coração enlameado
Dia de garganta apertada
Dia da dor que ainda dói
Dia do amor que não acaba
Dia de lembranças eternas
Dia dos vivos dentro de nós

Família Problema

É sempre difícil admitir que não se pode confiar na própria família, que a sua família é competitiva, briguenta, desunida. Que você precisa seguir em frente sem lembrar que tem pai, mãe, irmãos. Sobreviver acreditando que as coisas vão melhorar, que o amanhã será melhor que o ontem.
O Pai é um homem cansado, desiludido, com 50 e poucos anos, poucos fios grisalhos e desprovido de compaixão. A mãe distante e ausente, uma interesseira que só aparece quando precisa. Os irmãos, pior do que o Coringa.
Infelizmente há muitas vítimas de famílias problemas e muito julgamento em cima disso, é como se ser Pai ou Mãe desse alguma comprovação de boa índole ou de ser humano politicamente correto. As notícias mostram reportagens alarmantes de estuprados oriundo dos próprios país (7 em cada 10 estupros vem do pai ou padrasto, às vezes do pai, conivente com a mãe), mulheres espancadas pelo maridos, outras forçadas à prostituição e ao uso de drogas ainda na adolescência, muitas delas não tiveram a oportunidade de ter uma vida normal, civilizada com pai e mãe e irmãos unidos e que se amam como eu e você, ou com um marido gente boa que não se sente seu dono e proprietário.
São situações tão irreais que faz com que as vítimas percam suas identidades, sejam omissas e submissas, incorporem tais atos como normalidade.
Eu sou super a favor de manter distância daquilo que nos faz mal e sou super a favor de seguir sem olhar para trás, muitas vezes nossa felicidade está em se afastar do convívio, deixar de sofrer, matar a culpa de não falar por anos com pai e mãe e ser feliz.
Por isso não julgo quem não fala com os seus, não julgo quem se afasta, cada um tem um limite e cada um sabe onde o calo aperta, perdoar faz bem, mas perdoar não significa conviver, sofrer tudo de novo, abraçar o injusto. Perdoar é pegar sua canoa e remar na direção da sua felicidade.
Boa sorte!

Eu não sabia

Eu não sabia que na verdade ele nunca fora apaixonado por mim.

Eu não sabia que ele era um estraga-prazeres.

Eu não sabia que ele curtia e se interessava por beleza e moda

Eu não sabia que ele queria guardar os problemas em sua velha mochila

Eu não sabia sorrir, sorrir e sorrir.

Eu não sabia que éramos parecidos,

Eu não sabia ser feliz com seus defeitos

Eu não sabia que tinha determinação

Eu não sabia...

Sofrer por antecipação, pode?

O medo por antecipação corrói por dentro, nos sentimos abandonados nas nossas expectativas frustradas e falidas, e por ironia do destino nada se concretiza mas o sofrimento se antecipou e com ele você ganhou insônias, apetite ou falta dele, preocupações, dores de cabeça,
Mesmo que o carinho e a lealdade era tudo mentira, mesmo que você tenha ficado louca da vida com razão, sua razão, mesmo que seus sonhos idealizados tenham sido atrapalhados e mudado de roteiro, você percebe que foi tudo sem intenção, foi tudo inconsciente, foi tudo sem gosto ou com gosto muito ácido, mas sem a intenção de deixá-la nervosa.

Noites insones

As coisas vão ficar bem de novo, novas etapas, novos ciclos, novas conquistas, novos projetos, mas por enquanto isso não faz o sono aparecer. Não há razão para você refletir o porquê de você o idolatrar tanto e ser cegamente leal. Também você não consegue deixar de ser a pobre meiga manteiga derretida de sempre e que apesar de contraditório você se tornou insensível e dura com o tempo, mas só para certas pessoas. A ignorância passou a ser uma defesa moral, se eu não sei de nada, sigo a minha vida sem grandes complicações.

Por que você não começa a correr de novo?

Ela sugeriu bruscamente enquanto eu comia.
Muitas vezes me culpo por estar acima do peso, por ser determinada para 1 milhão de coisas e não ser tão determinada para emagrecer. Recebo críticas por comer demais e estar acima do peso, sim como demais, não retenho líquidos e não sou gorda por acaso, excesso de calorias é a resposta dos meus problemas de balança.
Eu ri, uma gargalhada doce que a fez se sentir sem graça como um humorista decadente. Já suportei insinuações de perfeição em silêncio, já relevei e deixei pra lá, já assimilei que era para o meu bem, mas não me sinto confortável com cobranças desse tipo, não me sinto confortável principalmente porque me acho gorda, não tapo o sol com a peneira e o motivo principal: eu tenho espelho e não me vejo desfocada da realidade.
Egoísmo? Talvez, Inibição? Sim. Eu me sinto com a autoestima metralhada quando isso acontece, eu me sinto cobrada a ser o modelo de perfeição.
Devo ser uma modelo de mão cheia?
Eu preciso dizer as coisas certas, usar o vestido certo, organizar as festas corretas, comer quase nada, e assim o mundo se apaixonará por mim de novo e de novo e de novo.

Perda de juízo?

Meu Deus! Acreditar nele, naquele filho da mãe sem coração, nunca senti algo tão medonho.
O que fazer para apagar um amor fantasioso, um amor em que você ama um ser não existente, uma projeção. Não sei o que dizer, o que sentir, como desligar o botão, como transformar o sonho em pesadelo, assim me vi incrédula assistindo o episódio real de “com quem namorei”.
Porque deveria acreditar que ele mudou?
Porque acreditaria em seus baixos sentimentos?
Porque não há arrependimento de tê-lo conhecido?
E se tivesse a chance, faria tudo de novo?
Sim faria, exatamente da mesma forma, por mais falsidade que tenha havido e interesse, ele trouxe sentimentos de felicidade e amabilidade.
Mas amor, coração? Não. Não!
Não poderia suportar amar de novo, não depois dele, amor era uma fantasia, não existia, existia uma troca de favores, existia conveniência, existia desejos e egos a serem preenchidos ou incinerados, aniquilados, virado cinzas junto com esse sentimento.

Eu estava me esforçando para manter a compostura

Respirava fundo, contava até 10, içava pensamentos positivos, respirava física e mentalmente, tudo porque odeio gente rindo aos cochichos, odeio piadinhas sem graça com a vida alheia, isso me tira do sério.
E adivinhem, estavam falando de mim, da minha vida, dos meus afetos, das minhas escolhas, do meu coração, estavam dizendo que eu o amava, que eu o admirava, que ele me fazia acreditar, que ele era a pessoa de quem precisava. Ele a quem confiei toda a vida adulta, todas as expectativas.
Mas porque essas palavras me feriram? Porque essa fofocaiada me atingia? Porque eu queria escutar mais, saber mais, tentar entender, porque queria saber a verdade delas?
Ri, uma gargalhada alta, mas sem alegria. Uma gargalhada íntima que me fez refletir o quanto as pessoas acham que te conhecem, o quanto elas acham que sabem da tua vida só porque você escreve um blog, só porque compartilha fotos, poesias, pensamentos ou porque você está “infeliz” sozinha, mesmo que por livre e espontânea vontade, só porque na cabeça de muitos não há felicidade sem um par.

Mulheres de 40 anos

Tem pele igual à de uma mulher com a metade da sua idade, mulher bonita no sentido clássico da palavra, reconhece a importância de ser prudente, gosta mais do que deveria e com mais intensidade, não atira primeiro para perguntar depois como as mocinhas de idade reduzida, sabe da importância de não abrir velhas feridas e nem ralar os joelhos com novas, deixou de ser tola, tem um sexto sentido aguçadíssimo, ela sabe o que quer, como quer, e com quem quer, não se furta em acreditar no amor e atraem admiradores que dariam um dedinho para fugir com elas.

Apenas me parece tão… Imprudente, tão pouco característico fazer certas coisas, dizer certas coisas, mesmo que à época, não lhe pareceu certo, agora, de alguma forma, parecia menos certo ainda, a consciência às vezes grita tentando nos avisar por onde não ir, o que não fazer
Apenas me parece tão… Irreal, a pessoa que conhecia, nunca teria audácia para planejar nada tão ousado ou dilacerar um coração, encerrando assim um capítulo das nossas vidas.
Apenas me parece tão… nobre, dormir e sentir mais forte.
Apenas me parece tão… só parece, até parece.

Sou de ciclos, acredito no virar a página, trocar o livro, seguir em frente. Tenho muito medo de recomeços com ex. Fico ligada a tudo que não deu certo, ao porque não deu certo acompanhado do não era pra ser.
Não deu certo porque não tinha que dar certo. Não me sinto mal resolvida com ninguém, o que passou, passou, a etapa encerrou, a vida mudou e eu continuei seguindo com dor, sangrando, chorando até o ponto que deixou de doer, que não incomodou mais, até o ponto de perceber que ambos estão felizes ao seu modo e da sua maneira. A vida continua, nos reencontramos, nos desejamos bem e algo fica no ar como se precisássemos completar algo que ficou pela metade, pode até ser que isso me confunda e que tenhamos algo mesmo para resolver, já que ele sumiu às vésperas de um concurso importante, muito importante para mim o que me desconcentrou quase atrapalhando meus planos de aprovação. Tive que deixar o choro para depois, tive que ser mais racional possível para que ele não atrapalhasse meses de estudo e madrugadas acordada. Também tem o fato de que nunca me senti de fato namorada dele, me sentia como se ele estivesse comigo para não estar só. Como se eu fosse uma companhia agradável, eu não me encaixava nos seus projetos de curto, médio e longos prazos, não me encaixava nem nos seus projetos de namorada. Não me sentia valorizada, querida e amada. Agora o vejo refletir sobre as "possibilidades", que possibilidades? Tem muitas coisas que me fazem refletir, porque que os potenciais homens da minha vida só me valorizam depois que me perdem? Porque viro sumidade, suprassumo, grama linda e cheirosa só depois da ausência? Porque o meu lado independente e firme não é valorizado e após um tempo o mesmo lado vira fascinação? Bom, minha cabeça racha e eu não encontro tais respostas. Eu continuo seguindo em frente sem você. Pode até ser que um dia o cuspe caia na cara e eu te dê alguma chance, mas para isso você vai ter que me conquistar e começar do zero, não de onde parou, porque daquele jeito não me contentou, não me satisfez, não me fez feliz, por isso acabou.

E eu omiti tudo que estava sentindo, eu sei que não fui honesta mas pra quê ser sincera se isso só causa mais discórdia. Eu sabia o que realmente ele queria ouvir, resolvi poupá-lo além de poupar a mim mesma. Chega uma hora que não dar para discutir a relação, o outro nem tem uma unha de vontade em te entender, de tentar ao menos compreender, de enxergar o seu ponto de vista.
Os trechos mais comprometedores e raivosos de uma discussão que viria eu apaguei da memória e relevei, relevei mais por mim mesma confesso! Relevei por medo de me decepcionar ainda mais, por estranheza falta de vontade de surtar por coisas que tanto me magoavam.
A bendita memória que é muito boa por sinal, fica latente igual pisca-pisca em períodos natalinos, lembrando o que não é para esquecer, que você se apaixonou por alguém com aqueles defeitos pequenos e irreconciliáveis, não porque é o fim do mundo, mas sim porque só você deve mudar e ceder, sempre você!
O besouro da curiosidade me picou e não vou desistir de tentar entender o porque, pelo menos comigo os homens só dão valor quando me perdem por completo.
Nada é mais sem sentido do que ser valorizada e amada no tempo errado, no tempo em que o coração não bate mais forte, a emoção se transformou em indiferença e você descobriu que consegue ser feliz e muito feliz sozinha.
Fiz papel de tola inúmeras vezes, já perdi as contas de tantas preocupações com o passado, o presente e o futuro, me enclausurei e me limitei a observar meu mundo, meu ego, meu eu e o meu umbigo e lutar para que eu consiga ser feliz por mim mesma a fim de não colocar esse dever na mão do outro.