Cidade
Nosso grande chocalho é mais uma das obras pela cidade. Mais uma delas que desviam milhões. Mais uns milhões que vão para os ternos, junto com os milhões das Unidades de Pronto Atendimento, e que de pronto atendimento não tem nada, e com as Unidades de Polícia Pacificadora. Se não houvesse reforma, daria, talvez, para a construção de dois estádios. Se não fossem aluguéis de conteiners, daria, talvez, para a construção de hospitais, descentes, públicos. E se não fosse a mentira da pacificação, as fronteiras estariam todas reforçadas. Mas parece que as máscaras não vão sair daqui. Estão nas favelas, nas obras... Estão em todo o governo!
Fragmentos 22/04/2012
Eu tive esperando por você o tempo todo
E pelas ruas da cidade, que eu sempre caminhava
Eu via seu reflexo entre as paredes e os muros pixados
Eu não sei, talvez eu esteja ficando louco
Mas eu vejo você em tudo e em todo mundo...
Dia após dia, dormir? Isso seria uma brincadeira pra mim
Eu me vejo a ponto de chorar só de pensar em sua face triste
Mudando de forma e de lugares, algo distante, mas, não de pensar
E nesses contos que vão longe, eu fecho meus olhos e reflito
"-Ela não é apenas uma miragem, ela realmente está aqui e
eu sinto seu calor."
Eu estive a esperando o tempo todo
O que eu digo, as vezes, pode representar uma loucura
Mas, eu realmente ouvia sua voz nas doces canções de flash-back
Eu a estive espiando, não sei se você percebeu
Mas eu estava caminhando com você, junto a sua sombra.
Noite agradável, estou vendo as horas passarem, ouvindo o vai e vem da cidade que não dorme e escrevendo, transformando em palavras meus pensamentos, desejos, sentimentos
Se ignorância matasse, o Brasil encontraria (sérias) dificuldades de manter qualquer cidade com as luzes acesas...
Bolacha Colorida
Um dia uma menina doce surge na cidade e em minha doceria entrou perguntando o que era bater bolacha. Eu queria responder mais aqueles lábios de mel açucarando sua inocência de menina me deixou um pouco sem jeito, você sabe como que é, não é?
- Mas bater bolacha, o que é mulher, pode me dizer?
- Não sei direito não, como ainda não sei o seu nome te chamarei de Doce Maria Bolacha e te digo mais, já ouvi tantas coisas nessa praça de cidade de interior, que nem uma vida toda daria tempo de lhe contar, mas desconfio que isso é coisa só de mulher.
- Oh dona Ana Maria, venha cá minha doceira mais querida e vizinha entendida, é tão entendida que entende de bolacha, também de gente e rocambole de chocolate ou de creme.
- Escute ela minha doce menina Maria Bolacha, pois o que ela diz é verdade e sempre me conta que as vezes mistura as receitas caseiras e fica aquele barulho danado no quarto com os bate bate dos pratos, parece fanfarra desafinada tocando lá no andar de cima da casa.
- Vou lhe contar um segredo menina, confie na tia Ana Maria, e espero que num queira pensar em bater a sua bolacha ainda de água e sal na minha traquina formosa recheada que eu fico vermelha e arretada.
- Minha doce menina, você pode ser uma bolacha colorida, mas não seja frágil e pense direito, pois se quiser hospedar-se aqui, logo lhe dou um conselho. És uma jovem linda de doze ou treze anos, é o que seu rosto aparenta, cuide de sua beleza, pois se abrir sua bolacha irá esfarelar e não poderá mais consertar e se espalhar e seu recheio no meu lençol dourado que comprei vendendo doces e panos de prato, debulharei em prantos em meu quarto.
Sentado, olhando á noite olhando a vista da cidade.
Abraçado com você, cada segundo parece uma eternidade.
É tão bom estar com você que me sinto na invisibilidade.
Sem ninguem nos vendo.
Com essa linda sensação que venho tendo.
Até parece que estou voando pelo tempo evidente.
Não quero que a noite passe.
E sim que ela permaneça eternamente.
O CINEMA DA CIDADE
Bastava dá uma olhada
No outono a derrubar,
Uma flor pequenininha
Era o motivo do choro.
Que eu já não a amava mais
Que não falava de flor
Que reprimia os poemas
E deixava o sol se pôr.
Que a chuva me derretia
Que a noite me acovardava
Que tanto lhe prometia
E na hora lhe falhava.
Mas chamei a bela
Pra saí um dia
Tanta energia, esta demonstrou
Na hora marcada
No velho cinema que
A cidade aos trapos
Viva preservou
No lugar mais lindo
Foi romance findo
Ela terminou.
Parabéns à minha querida cidade, Surubim, por mais um aniversário. Que todos nós surubinenses nunca esqueçamos de nossa cidade que sempre amamos, estando nela ou não.
Em todos os CONTINENTES, de leste a oeste, do norte ao sul, irei te procurar, desde as piores cidades, até as melhores cidades, de luar em luar, conseguirei te encontrar, e tenho certeza que você valera cada raio de sol que irei encontrar nos 4 cantos deste planeta, você será a minha alma gêmea, que esta escondida para nos encontrarmos na hora certa, momento certo, e lugar certo.
Enquanto a cidade adormece eu me levanto..
Enquanto as pessoas pensam, eu faço...
Um olhar vago pela janela apenas,
e uma pergunta a fazer-me: Serei?
Paro pra pensar quem realmente sou?
se realmente sou?..
Enquanto a cidade se levanta eu já estou de pé...
basta ouvir uma música para que minha sensações
se misturem de uma forma inexplicável.
E quando eu adormeço? ai realmente me torno EU.
Um eu com pensamentos infinitos, mais uma vez inexplicáveis e ao mesmo tempo confusos.
Confusões causados por um passado e presente..
Confusões de um passado que não sei e de um futuro que terei.
Sabe, até que não sei, mas o futuro buscarei.
Já se perguntou porque que o mundo é mundo?
porque que há pessoas boas e más?
se realmente você está errado como todos dizem
ou se você está certo como pensa?
O mundo é mundo, pessoas são pessoas,
e você é você?
Faça o que tem de fazer!
Pensamentos confusos posso ter,
mas a a razão do que é realmente viver,
ninguém pode entender.
Cidade cinza, pés descalços, latas de lixo.
Suicídio pareceu a única opção.
Não desista, sempre existe um novo dia.
Do ceú um anjo cai sobre o chão da cidade
Sem asas, olhos furados é muita crueldade
Agora a flor o beija-flor não beija mais
e isso tudo por motivos tão superficiais
Atraído pelo aroma adocicado
e pelo doce sabor de fruta
os nossos pequenos anjos passarinhos
comem os restos de chicletes jogando pela rua
a desgraça e o inevitavel acontece
sem ar e sufocado o passarinho adormece
casa de barro,agora ninguem mais faiz
A flor o beija flor não beija mais
O ceu que era tão vivo,
Agora anda tao solitario
E tudo isso por um simples motivo
que facilmente seria evitado
A Cidade do Poeta
"Sob o sol do Sul, um ipê se aproximava
do andarilho com seus cães. Mas, metralhadoras
na favela...
Ainda assim,
o artista libertou os domesticados:
bem se escondeu; mal correu — desacorrentado.
Pródigo, o ipê ofertava ao poeta
seu raro amarelo nítido: ensinava
que o belo é meio, não um fim, ao infinito.
Mas, metralhadoras numa vilela...
De longe, saltitantes, bem e mal
retornaram às coleiras imaginárias
do consagrador de palavras,
mas o amarelo inovador com gravidade
foi ferido
no cantarejar das metralhadoras
na viela:
um pequeno lusíada mestiço,
num beco brincando com a vida,
morreu — sem saída."
