Casemiro de Abreu Poemas
Não é algo que vai curar rápido. É muito mais complicado. Não existem remédios para corações partidos, o receitável é deixar essa ferida aberta, até ela cicatrizar. Depois de um tempo, você ainda vai lembrar dessa ferida que rasgou fundo o teu peito, mas vai saber também, que foi apenas uma página do capítulo passado.
Mas eu não pensava em sacanagem nenhuma. Só queria ficar perto dela. No máximo, deitar abraçado com ela. Na mesma cama. Nem um beijo, nada. Só um abraço, bem apertado. Ridículo, ridículo. Eu era meio retardado, acho.
Projeções:
E amanhã, e depois? E trabalho, amor, moradia? O que vai acontecer? Típico pensamento-nada-a-ver: sossega, o que vai acontecer acontecerá. Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, Deus dará.
Tem gente que tirou o mês pra me chatear, me colocar pra baixo, me jogar em cima um amontoado de energias ruins. Tem gente que tem esse dom. De não ser feliz e querer enferrujar o sorriso alheio.
Supera, suporta, entenda: isento de problemas eu não conheço ninguém. Queira viver, viver melhor, viver sorrindo e até os cem.
Os dragões não querem ser aceitos. Eles fogem do paraíso, esse paraíso que nós, as pessoas banais, inventamos - como eu inventava uma beleza de artifícios para esperá-lo e prendê-lo para sempre junto a mim. Os dragões não conhecem o paraíso, onde tudo acontece perfeito e nada dói nem cintila ou ofega, numa eterna monotonia de pacífica falsidade. Seu paraíso é o conflito, nunca a harmonia.
E se realmente gostarem? Se o toque do outro de repente for bom? Bom, a palavra é essa. Se o outro for bom para você. Se te der vontade de viver. Se o cheiro do suor do outro também for bom. Se todos os cheiros do corpo do outro forem bons. O pé, no fim do dia. A boca, de manhã cedo. Bons, normais, comuns. Coisa de gente. Cheiros íntimos, secretos. Ninguém mais saberia deles se não enfiasse o nariz lá dentro, a língua lá dentro, bem dentro, no fundo das carnes, no meio dos cheiros. E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que chamam de amor? Quando você chega no mais íntimo, no tão íntimo, mas tão íntimo que de repente a palavra nojo não tem mais sentido. Você também tem cheiros. As pessoas têm cheiros, é natural. Os animais cheiram uns aos outros. No rabo. O que é que você queria? Rendas brancas imaculadas? Será que amor não começa quando nojo, higiene ou qualquer outra dessas palavrinhas, desculpe, você vai rir, qualquer uma dessas palavrinhas burguesas e cristãs não tiver mais nenhum sentido?
As coisas agora vão começar a acontecer, é meio tipo ímã, uma coisinha vai magnetizando outra e outra e outra, você vai ver.
Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas...
Talvez não exista um motivo real e lógico, ou talvez nem exista sequer um motivo, mas, meu Deus! Como você me dói de vez em quando. E como me dói ultimamente. E já não sei mais agir diante da sua indiferença, a não ser com uma indiferença ainda maior. E orgulho. Não é que não doa.
Eu estou me confundindo e não-dizendo aquilo que queria dizer. O importante, o irreversível, o definitivo, o claro nessa história toda é que eu gosto muito de ti. Muito mesmo. Não adoro nem venero, mas gosto na medida sadia e humana em que uma pessoa pode gostar de outra. O resto é detalhe…
Pro inferno com os corações. Você também sabe que não servem pra nada. E as coisas só começam pra terminar e as pessoas só não querem sair feridas. Isso não inclui não ferir os outros. Eu prefiro amar alguém que eu nem saiba o nome. Eu prefiro amar a mim mesma. E boa sorte pros que ainda tentam. Vejo vocês no fundo do poço.
Não queria, desde o começo eu não quis. Desde que senti que ia cair e me quebrar inteiro na queda para depois restar incompleto, destruído talvez, as mãos desertas, o corpo lasso. Fugi. Eu não buscaria porque conhecia a queda, porque já caíra muitas vezes, e em cada vez restara mais morto, mais indefinido – e seria preciso reestruturar verdades, seria preciso ir construindo tudo aos poucos, eu temia que meus instrumentos se revelassem precários, e que nada eu pudesse fazer além de ceder. Mas no meio da fuga, você aconteceu. Foi você, não eu, quem buscou.
Talvez seja esse o problema. Uma vida sem manhãs. Estranho é que não escolhi. Não consigo precisar o momento em que escolhi. Nem isso, nem qualquer outra coisa, nem nada. Foram me arrastando. Não houve aquele momento em que você pode decidir se vai em frente, se volta atrás, se vira à esquerda ou à direita. Se houve, eu não lembro. Tenho a impressão de que a vida, as coisas foram me levando. Levando em frente, levando embora, levando aos trancos, de qualquer jeito. Sem se importarem se eu não queria mais ir. Agora olho em volta e não tenho certeza se gostaria mesmo de estar aqui. Só sei que dentro de mim tem uma coisa pronta, esperando acontecer. O problema é que essa coisa talvez dependa de uma outra pessoa para começar a acontecer.
As coisas andaram meio escuras para mim, durante muito tempo, depois, o fim do inverno levou as amarguras e tudo se renovou.
Eu também preciso te ver, senão vou morrer de amor insatisfeito de desencontro de saudade com sede insaciada.
É doloroso ver o carreirismo, a falta de escrúpulos e o maucaratismo de gente que eu, ingenuamente, supunha “amigos”.
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