Cantiga de Escárnio

Cerca de 199 frases e pensamentos: Cantiga de Escárnio

⁠Meu corpo contorce no ritmo da cantiga, percebo meus dedos esfarelar e virar pó, meu rosto é um oco sem fim, eu não tenho nome, sou apenas uma parte deste mundo sem voz, partículas do meu ser são grandes constelações, estou lá e cá, sou a insignificância de uma pedra na altura atmosférica, sou o canto do bosque, tenho fome de sede e sede de fome, vivência enganosa, cá sem querer, querer sem poder, apenas respirando, nas profundezas do meu ser, sem salvamento e sem esperança, só quero me libertar e voar tão alto onde sei que posso chegar, viver conturbadamente viva.

Inserida por Emylyaf

Ouça minha oração que se fez cantiga, canção para cantar, se Deus aceitar cantiga, minha oração Deus, não perderá jamais, e, minha oração, por mais repetitiva que seja, é uma só: Que Deus proteja sempre esse amor de mãe & filha. Porque eu sei que é Ele quem está acima de todas as coisas, então com propriedade posso recorrer a Ele quando meus anseios de te proteger fogem do que eu posso fazer. Que Ele proteja seus passos, todos eles, independente de onde eles estejam te levando, mesmo que os caminhos sejam difíceis, que Ele esteja ali, ao seu lado de vocês. Que Ele interceda quando qualquer mal ousar chegar próximo de vocês, das pessoas que vocês amam e de todos os que te querem bem, que o mal não se propague jamais e se conseguir chegar, que se purifique com coisas boas antes de adentrar teu coração. Que Deus possa soprar em seus ouvidos somente o que lhe for certo, justo, honesto, que aos teus ouvidos cheguem apenas o som de uma melodia pura, transbordando verdade. Eu oro a Deus para que despreocupe teu coração e te faça dormir todos os dias com a certeza de que seu caminho deve ser o que você segue desde o princípio e que ao acordar você possa ter discernimento de que se houverem males ao longo dos dias, Ele já depositou a ti sabedoria para desviar e vencer todas as adversidades do mundo. Em minhas orações, eu peço para que Ele cubram vocês com sua destra fiel para que vocês nunca se sintam desprotegidas. É esse amor que eu quero que vocês recebam, não só de mim, mas de todos. Porque é esse o que vocês me entregam. O seguro, o honesto, o sem maldade ou qualquer coisa que ouse nos machucar. Que Deus protejam sempre vocês, e façam vocês compreenderem o quanto nos faz bem te querer bem.

Inserida por Limajhani

Cantiga para Sandra

Hoje a minha amiga Sandra nos deixou subitamente, ceifada pelo mal que aterroriza o planeta.

Voou com a altivez, a maestria e a elegância que lhe eram peculiares, a um plano que até então desconhecemos. E está em paz. E está sem dor alguma. Livre das mazelas e das coisas tristes desse mundo ainda tão incerto.

Sandra, de onde estiver agora, continuará atenta e zelosa ao seu grande e único real companheiro de vida, meu amigo-irmão Claudemir, sempre cuidadosa em absolutamente tudo, e com quem edificou uma história linda, numa casa linda, abençoada por companheirismo e crescimento mútuo. Sandra era aguerrida, destemida, corajosa ao máximo dos níveis.

Sandra vai zelar, com olhos de leoa, por cada mínimo detalhe de sua princesa Helena, seu amor maior e incondicional, agora e para sempre. Sandra vai acompanhar as atividades da escola; a adolescência de Helena que já se inicia; as conquistas, as paixões futuras; a carreira profissional que está fadada ao brilhantismo certo; as frustrações eventuais do dia-a-dia e as superações vitoriosas de sua filhota. Porque Sandra a ensinou a curiosidade, a busca do mais nobre conhecimento, a resiliência, a temperança e a coragem. E porque a Sandra continua aqui conosco - só que Sandra agora é invisível.

Sei que a prova - incontestável, aliás - de que a Sandra vive para sempre não está na bioquímica somente. Sandra é um legado indelével. Uma bela e inesquecível história de momentos desfrutados pelos tantos que tiveram a honra de estar em sua companhia; uma história resumida em sorrisos francos, generosos, típicos dos corações mais nobres.

Sentiremos sua falta em todos os dias de nossas existências.

Foi-se uma grande dama.

(em 27/03/2021)

Inserida por andrercostaoliveira

Cantiga para Viviane


O que dizer daquela que destrona impérios e desacata o tirano mais perverso? Que enfrenta desafios com a altivez e a irretocável elegância da verdadeira dama? Que não perde a perspicácia, emudecendo hipócritas sofistas?

Viviane hoje faz aniversário. Mais um ano enfrentado com coragem e com a audácia da mulher que vive intensamente cada mínimo segundo, permitindo que a natureza seja mais bonita, e que a cidade tenha mais felicidade, e que a esperança não nos abandone nunca.


Segue em seu caminho como a mãe mais amorosa, a executiva mais comprometida e a mulher mais fantástica - e mais deliciosa - que um homem algum dia possa já ter tido em sua vida de pequenas trivialidades, desfrutando de incomparável companhia, de odor inebriante e de um sorriso único, rascante, devastador. E homem nenhum no mundo sobrevive a tão peculiar encantamento...

Essa moça delendou Cartago; essa moça derrubou muros de Tróia. Viviane não se queima com o sol, porque ela própria inventou o sol dos dias e a poesia das noites. Viviane não corre da chuva, porque sabe que a chuva brinda e abençoa o seu espírito que é pura devoção e alegria.

E assim o tempo passa, e todos os dias lhe pertencem. Viviane é una. Viviane é a mulher mais incrível e a mais amada desse mundo - e dos outros mundos todos. A amiga para a eternidade. O consolo de nossas alminhas que têm tanto a aprender com ela.

Viviane é a vida em estado puro.

(Andre R. Costa Oliveira, em 04/2021)

Inserida por andrercostaoliveira

⁠Mãe

Mãe é mão estendida por entre o tempo.
Cantiga que ressoa no ir e vir do percurso.
Acalanto que fica na vivência erguida.
Braço estendido para além do sim e do não.


Embora se cresça em tamanho e fazeres,
Mãe é farta em entremear escolhas,
Deixando-nos o amar sem punição,
Que nos faz ser em cada acolhida.


Mãe é terra que em nós frutifica,
Tornando-nos sementes de superação.
É voz que fica na memória sentida,
Tramada de ternura no balbuciar da vida.


Mãe é ventre que embala o que nasce.
Que do pão se reparte mesmo que falte,
Como fermento de amor que sempre fica.
Mãe é palavra maior, que se entrelaça no coração.

Inserida por carlosdanieldojja

⁠#CANTIGA

Cenas retratam flagrantes da vida...
Tecendo o tempo...
Desatinos vão se completando...
E assim vamos seguindo...
Ano após ano...

Em olhar meio de lado...
Vez ou outra escuto no bar...
Papo furado...

E com esse enredo...
Cheio de cantos...
Sem culpa e sem arrependimento...
Apenas...
Vivendo...

Da insônia madrugada a fora...
Entre um copo e outro...
Vou jogando conversa fora...

Em tudo que aspiro...
O nada vai levar a nada...
Amanhã, talvez...
Possa esquecer alguma história mau contada...

Sem hora marcada...
Sei que tenho que voltar logo para casa...
Os abraços recebidos...
Nem de todos amigos...
Completaram a lacuna vazia ?
Entoaram alguma cantiga?

Fantasio e invento absurdos...
No que não existe faço acontecer...
Entre bocas ocas...
A conversa fiada me rende...

Sob a lua cheia...
Já tonto...
Me finjo acreditar que isso é viver...

Sandro Paschoal Nogueira

A Uruvalheira outubrina
em florescimento onde
a ventania faz cantiga
e a paz sempre convida


Anuncia a melífera
pretensão toda risonha
de não ser efêmera
de ser completa e sedutora

Tentadora e toda feita poesia
mais que o pão de cada dia
queiram uns e outros não
garantir a total satisfação
com o fiel compromisso
de trazer calor para o coração

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Por aqui eu vivo bem
no silêncio da madrugada
tenho cantiga do vem vem
e uma tarde ensolarada
e as vezes quem muito tem
muita vezes não tem nada.

Inserida por guibson

Cantiga antiga de amor



⁠Só em pensar que sem você não vivo,
Fico louco, imaginando o que acontece.
Sem você, envelheço a cada instante,
Sinto a falta do seu abraço,
Esqueço do céu azul
E me perco nos seus olhos,
Da cor das montanhas do sul.
Lembro bem... e sinto falta de você.

Só em pensar que um dia posso te perder,
Ao te reencontrar, não vou sonhar,
Nem imaginar, nem recordar.
Sem sentir seu cheiro,
Sem tocar seus cabelos,
Sem o tom rosa da sua pele,
Esquecendo do sabor da sua boca,
Estremecendo meu ser.

Só em pensar em um adeus,
Meu peito arde,
Se renova, se revoga,
E volta a arder.
E assim escrevo,
E me perco ao lembrar
Do nosso amor, ao chorar.
E ao invés de apenas emocionar,
Amo mais você.

Inserida por WalyssonLima

⁠( 012 )


CANTIGA PARA LIANA


Jenário de Fátima


Um riso infinitamente puro,
Na mais perfeita obra de Deus fez.
Como o sol que cortando o escuro
Vem clareando a terra em alva tez

Você é qual a estrela sobre o muro
Que mesmo em tão distante pequenez.
Tem um pulsar constante mas seguro
Igual o amor que vence a insensatez.

Ó pequetita e doce LIANA
Que vida que lhe chega venha plana
E sempre seja tépido o seu ninho

E que lhe cubra de força e coragem
Pra superar agruras da viagem
Que está no marco zero do caminho.

Jenário de Fátima

Quer ver você cantar

Coral:
Essa cantiga é pro nego vadiar/ canto ligeiro quero você cantar.

Nego balança pula aqui, pula acolá/ se não pode com rasteira, não levanta o pé pra ar.

Coral

Eu vou me embora, não sei quando vou voltar/ voltar do mundo, na volta que o mundo dar.

Coral

Balança nego quando a viola chorar, chora viola, quando o nego balançar.

Coral

Canto ligeiro, canta ai pra povo ver, você e eu, tu e eu, eu e vc.

Coral.

Sandro Capoeira

Inserida por sandrocapoeira

Cantiga das Duas Meninas

Fragmento 1:

Fernandinha dos olhos atentos, com a sede incansável do conhecimento, com a sutileza elegante, a delicadeza em cada gesto.

Minha linda filha da qual eu me orgulho mais a cada momento, namorada dos dias de sol, das aventuras e das descobertas, fomentando a invenção dos mares pelos quais navega.

Minha filha linda que hipnotiza a todos com a sua altivez e o seu comedimento; que se faz amiga e companheira de todas as horas; e que tem um mundo inteiro a ser ainda desbravado, filha aventureira, plena de audácia, de sagacidade extrema.

Menininha que, apenas com o seu sorriso, derrotava, desde bebezinha, os exércitos mais poderosos, cujos generais lhes entregavam as adagas, humilhados ante o seu brilho que alegra, ilumina e que perfuma cada passo dado ao longo de seus treze anos.

Dezesseis curtos - ou seriam longos? - anos nos quais você me deu a paz maior que já foi construída, a paz da paternidade, de quando você está no quarto ao meu lado, cuja porta eu discretamente abro durante as madrugadas para lhe observar dormindo, agasalhada, protegida...

...só que eu lhe contarei agora o meu maior segredo: é você, filhinha, quem me protege, quem me agasalha, quem me faz dormir com a serenidade máxima; você é a minha amiga, a minha companheira incansável.

Você dá sentido à minha vida. Você é a prova de que somos “para sempre”, e de que nosso legado de ensinamento, de aprendizado (em pura reciprocidade) não se perderá no tempo.

Eu te amo minha filha.
Minha Fernandinha.
Minha bonequinha, que já desabrocha em uma mulher cosmopolita, que fará do mundo um lugar melhor a cada dia.
Minha filha linda.

Fragmento 2:

(E a menininha conquistou o mundo)

Ana Beatriz danada,
Ana Beatriz esperta,
Ana Beatriz que observa
E que, na espreita,
Fomenta uma percepção de mundo,
Com a crítica de sua inteligência,
Com a sagacidade do palavreado.

Ana Beatriz, você não toma jeito,
Você coleciona a todos
Com o seu carisma pleno,
E nos faz de servos, choramingos,
Que dependem de um único sorriso
Ou de seus apontamentos
Para que a vida siga em frente.

Pequenina mas que não é pequenina,
A docilidade que não sente medo,
E que sai atrás dos lobos,
E que sobe nos lugares perigosos,
E que ama o vento sobre a motocicleta...
Pequenina corajosa...

Anda a cavalo sem receio do irracional gigante,
Pega os cachorros grandes,
E aperta forte os gatos das unhas afiadas.
Evidente, minha filha: já sabemos que você é mais afiada
do que esses bichos todos.

Briga com o sono,
“Beatriz, por que não dorme?”
Porque Beatriz não perde tempo
E deseja, nesse desespero,
A vivência da comédia da vida,
Descobrindo, assimilando e decolando como um jato,
Gravidade negativa,
Beatriz enfrenta,
E desfaz da física, da química, da lúcida filosofia,
Com o seu sorriso - lindo e indestrutível.
Sou inteiramente seu, filhota.

(André R. Costa Oliveira)

Inserida por andrercostaoliveira

⁠Maria, já dançou hoje?

Você é linda, e cada vez que dança, entra na cantiga de criança.

Inserida por tatyanenicklas

⁠CANTIGA PARA MINHA ALMA GÊMEA
"Quando você me amar
Serei tua casa
E você a minha.
Dividiremos a vida
E o amor,
Seremos dois corações
E um ninho
Sem espaço
Para outros beijos,
Fiéis e constantes
Mesmo que sozinhos.
E enquanto te espero
Alma gêmea minha,
Sigo sozinha, sem pressa
Sendo por enquanto
De ninguém.
Apenas minha."

Lori Damm

Inserida por LoriDamm

⁠Expressa composição



Escrever uma cantiga bem cantarolada, como uma moda de viola, não se expressa tão facil com as cordas de algum instrumento e nem com o giro de um disco de vinil....

Esse sentido tem nome e jamais terá sobre nome.
Música!
Me peçam uma composição na área baseada com as badaladas do tinído do meu violão....

Peçam-me!
Peçam-me o que quiser que dou minha obra de arte já com atoada que centila o verso do refrão....

Melodias, melodias que tomam horas dos meus dias.
Modilho engarrafado, tangido no tango e com um aguardente bem preparado...

Não sou tão musical, acho que a música é que me é!
Não sei dizer como vai ser a interpretação.
Solfejado, sou torturado no som da acordeon....

Uma variação, com retângulo, no ângulo fora do triângulo, com um tic-tac improvisado e harpado com as cordas do coração....

Medidas variáveis, frequência máxima na modulação.
E por favor,
Sem nem uma acentuação....

É isso aí, meu adoidado violão!
Como podes fazer isso?
Esse teu poeta chora tanto que vai voando nos malabarismos mudando as notas musicais.
Ele escreve o que nem sabe,
Só voa nos embalos da sua imaginação....



Autor : Ricardo Melo
O Poeta que Voa

Inserida por JoseRicardo7

⁠Cantiga de roda

Eu era assim no dia dos meus anos
E quando me casei, eu era assim
Eu era assim na roda dos enganos
E quando me apartei, eu era assim

Eu era assim caçula dos arcanos
E quando me sovei, eu era assim
Eu era assim na voz dos minuanos
E pela primavera, eu era assim

Enquanto fui viúva, eu era assim
Enquanto fui vadia, eu era assim
E pela cor furtiva, eu era assim

No amor que tu me deste, eu era assim
E trás da lua cheia, eu era assim
E quando fui caveira, eu era assim

Maria Lúcia Alvim
Batendo Pasto. Belo Horizonte: Relicário, 2020.
Inserida por pensador

⁠Fico aqui pensando se não fosse
A música
A poesia
Essa gente que
Se anuncia
A cantiga de roda
Que não existe mais
Só quero você
Para amar

Inserida por marcos_amaro_1

[UMA CANTIGA E SUA PEREGRINAÇÃO POR UM MUNDO DE NOVAS ESCUTAS]



A poesia - diante da possibilidade de ser utilizada como fonte histórica reveladora de discursos, informações concretas e expectativas humanas de todos os tipos - ⁠deve ser vista como um veículo de expressão e comunicação que, independentemente das intenções de seu autor, pode conter uma pluralidade de sentidos. Para que um novo sentido se desprenda de um poema ou de uma cantiga,é por vezes bastante que a desloquemos no tempo ou no espaço, que mudemos o seu público ou o trovador ou poeta que a enuncia, que a voltemos contra um novo alvo.

Em sua peregrinação por um mundo em permanente transformação, um verso se transfigura a cada instante, a cada leitura e a cada audição. Para compreender isto, é preciso perceber a leitura e a audição como práticas criadoras.O mundo transfigura o poema porque se transfiguram os olhares e os ouvidos que para ele se voltam, e também porque este poema é inserido em novas práticas, é recriado mesmo a partir destas novas práticas.

O encantador paradoxo da poesia está em que esta transmutação se
opera sem que a forma sequer se altere. Enquanto uma narrativa que é trans
mitida por via oral sofre múltiplas interferências, interpolações, reorganizações do discurso– dada a própria natureza do discurso narrativo –, a poesia, mais ainda a cantiga, está aprisionada dentro de uma grade versificatória, de um ritmo, de um jogo combinatório de sonoridades. Não é possível alterar uma palavra, na sua dimensão material, sem que a estrutura poética desmorone. É isto o que assegura, aliás, a passagem de uma poesia através do tempo em toda a sua integridade material.

No entanto, este poema aprisionado em uma grade versificatória, esta cantiga encerrada em uma estrutura melódica, exercem espetacularmente
toda a sua liberdade. Sem mudar uma única palavra, trazem à tona mil novos
sentidos a cada novo contexto de enunciação. A grade de versos e ritmos não é para eles um túmulo, nem a estrutura melódica é para eles um cárcere. É antes um meio de libertação, que os permite incólumes atravessar todos os
tempos. Já se disse que “um livro muda pelo fato de não mudar enquanto o
mundo muda”. Ainda com mais propriedade podemos considerar isto para o poema, este gênero de discurso que, mesmo quando transmitido basicamente pela oralidade – meio transfigurador por natureza – conserva-se a si mesmo sendo já um “outro”. A estrutura singular do discurso poético lhe dá uma imunidade material, ao mesmo tempo em que de fato não o aprisiona, sobretudo em virtude da natureza fluida da linguagem poética


[trecho do artigo 'A Poesia como Arma de Combate - um estudo sobre as múltiplas reapropriações de uma cantiga medieval-ibérica", Revista Letras (UFPR), vol.90, p.41-42, 2014].

Inserida por joseassun

CANTIGA DO BANJO

Não faça drama, faça um chá quente com biscoitos, e me leve na cama. Esqueça essa covardia, me beija e usa essa cinta-liga. Quem sabe a vida seja curta e logo acabe, vamos lá, com teus beijos minha boca cale. Não temos mais tempo para viver de promessa, vem hoje mesmo, e esse coração me entrega. E no futuro, assim me disse um anjo, cantarão nossa história de amor tocando um banjo.

Inserida por Haydensophie

Cantiga das mães (Para minha mãe)


"Fruto quando amadurece

cai. das árvores no chão,

e filho depois que cresce

não é mais da gente, não.

Eu tive cinco filhinhos

e hoje sozinha estou.

Não foi a morte, não foi,

Oi!.

foi a vida que roubou.



Tão lindos, tão pequeninos,

como cresceram depressa,

antes ficassem meninos

os filhos do sangue meu,

que meu ventre concebeu,

que meu leite alimentou,

Não foi a morte, não foi,

Oi!.

Foi a vida que roubou.



Muitas vidas a mãe vive.

Os cinco filhos que tive

multiplicaram por cinco

minha dor, minha alegria.

Viver de novo eu queria

pois já hoje mãe não sou.

Não foi a morte, não foi,

Oi!

foi a vida que roubou.

Foram viver seus destinos,
sempre, sempre foi assim.
Filhos juntinho de mim,
berço, riso, coisas puras,
briga, estudos, travessuras,
tudo isso já passou.

Não foi a morte, não foi,
oi!
foi a vida que roubou.

Inserida por Marialins

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